[Terceiro Milênio]

[Espiritismo] [Conhecimento] [Palavras] [Serviços] [Variedades] [Links] [Outras Páginas]

Melhor resultado
com
ou

Email: naka@marajo.ufpa.br
ou Yuzo Nakamura
Rua dos Timbiras, 1977
Cep: 66040-470
Belém - Pará - Brasil

A Revelação Espírita

[ Introdução | As Grandes Revelações | A Doutrina de Jesus | A Terceira Revelação | Caráter da Revelação Espírita | Meio de Elaboração | Conclusão | Bibliografia ]

por Yuzo Nakamura

I) Introdução

A história da Humanidade, registra periodicamente um salto de conhecimento impulsionado pelo gênio, um homem aparentemente comum, mas com uma elevada cultura e facilidade em transmitir novos conhecimentos, resultando num largo progresso em pouco tempo. Esses gênios, que parecem através dos séculos como estrelas brilhantes, que deixam um longo rastro luminoso na Humanidade, são missionários; destacados pela vontade de Deus, a revelarem as verdades de ordem científicas ou morais que são elementos essênciais do progresso.

No Capítulo I, Parágrafo 11 de A Gênese , Allan Kardec escreve sobre o assunto:

Uma importante revelação se cumpre na época atual: a que nos mostra a possibilidade de se comunicar com os seres do mundo espiritual. Esse conhecimento não é novo, sem dúvida; mas permaneceu, até os nossos dias, de certa forma, no estado de letra morta, quer dizer, sem proveito para a Humanidade. A ignorância das leis que regem essas relações as havia sufocado sob a superstição; o homem era incapaz de delas tirar alguma dedução salutar; estava reservado à nossa época desembaraçá-la de seus acessórios ridículos, compreender-lhe a importância, e dela fazer sair a luz que deverá iluminar a rota do futuro.

Início

II) As Grandes Revelações

1) Moisés, profeta, revelou um Deus único (monoteísmo), soberano, senhor e Criador de todas as coisas, promulgou os Dez Mandamentos (de Deus) e várias leis civis convenientes para a legislação da época.

2) O Cristo, tomando da lei antiga o que era eterno e divino, e rejeitando o que não era senão transitório, puramente disciplinar e de concepção humana (leis mosaicas), acrescentou a revelação da vida futura, a das penas e recompensas que esperam o homem depois da morte.

3) O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível, as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e em consequência, o destino do homem depois da morte.

Início

III) A Doutrina de Jesus

Toda a doutrina do Cristo está fundada sobre o caráter que ele atribui à Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, pôde fazer do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição expressa de salvação. Mas, o Cristo não pôde desenvolver o seu ensinamento de maneira completa, porque faltavam aos homens da época, condições de compreendê-lo, mas, deixou profeticamente através de suas parábolas, os gérmens das verdades novas. Apesar dos sublimes exemplos e refinada filosofia moral, a adesão e o entendimento dos homens, foram marcadas de inúmeras dificuldades, principalmente das elites, que tinham os poderes temporários em decidir os rumos da Humanidade. Como sempre prevaleciam o egoísmo e o orgulho, aproveitando os próprios movimentos crescentes dos humildes cristãos como peça fundamental da política, introduzindo conceitos apropriados e interpretações benéficas e dogmáticas, descaracterizando a doutrina original e tornando-se mais uma das religiões de aparências e instrumentos políticos.

Início

IV) A Terceira Revelação

Toda a revelação nova deve se apoiar como alicerce firme nas anteriores, dando continuidade como foi o caso dos ensinamentos de amor e caridade do Cristo aperfeiçoando o Decálogo; o Espiritismo não foi exceção, como Allan Kardec descreve no Parágrafo 30 de A Gênese:

O Espiritismo, tomando seu ponto de partida das próprias palavras do Cristo, como este hauria a sua de Moisés, é uma consequência direta da sua doutrina.

As revelações dos Espíritos, recolhidas e organizadas pelo professor Rivail, espelha exatamente os ensinamentos do Cristo, porém esclarece, complementa e se torna acessível ao nosso entendimento para que sejam aplicadas na vida de cada um. No próprio Parágrafo 30 o Codificador confirma:

A idéia vaga da vida futura, acrescenta a revelação do mundo invisível que nos cerca e povoa o espaço, e , com isto, fixa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade no pensamento.

E no Parágrafo 34, esclarece o ponto fundamental da nova doutrina:

A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo colocou no Evangelho, mas sem definí-lo, é uma das leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido de que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso.

Os Espíritos Superiores ( São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, o Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, e outros ), destacados pelo Criador para esse fim, coordenaram as intensas manifestações dos fenômenos espíritas, ao mesmo tempo nos vários pontos do Globo, ativando a curiosidade dos habitantes do mesmo, iniciando assim, a etapa de transformação do Mundo de Expiação e de Provas a que pertencemos para o Mundo de Regeneração onde o bem prevalecerá ao mal. Dentre muitos, expressivo foi o episódio de Hydesville em 1848. Um caso de poltergeist, que culminou com um diálogo através de pancadas entre as irmãs Fox e o espírito que teria sido assassinado pelos antigos moradores da casa. O fenômeno foi divulgado intensamente pela mídia e provocou repercussão internacional, suscitando as primeiras pesquisas de cientistas sobre fenômenos paranormais, sendo o marco inicial do espiritualismo moderno. Em 1855, o professor Rivail (Hippolyte-Léon-Denizard Rivail) que já estudava o magnetismo animal, interessou-se aos efeitos estranhos presenciados, iniciou suas pesquisas com habitual paciência e senso de investigador sério, anotando as experiências numerosas feitas em Paris. Ele analisou os resultados colhidos em longa observação, ordenou, compôs e publicou em 18 de abril de 1857 a primeira edição de O Livro dos Espíritos, tornando-se a pedra angular da Doutrina Espírita, isto é, O Consolador prometido pelo Cristo. Segue-se as publicações dos seus livros: em janeiro de 1861 O Livro dos Médiuns, em abril de 1864 O Evangelho Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865 O Céu e o Inferno, em janeiro de 1868 A Gênese e inaugurou a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, coletânea mensal iniciado em 1°. de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1°. de abril de 1858, a primeira Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Em todas as suas publicações adotou o pseudônimo de Allan Kardec pela humildade de um espírito evoluído, atribuindo-se o mérito aos Espíritos que o acompanharam nos seus trabalhos. Além disso, o seu nome verdadeiro era demasiadamente conhecido pelos inúmeros livros escritos na área de ensino, preferindo não influenciá-los na hora da escolha.

Início

V) Caráter da Revelação Espírita

Passaram-se 2.000 anos do advento do Cristo, a Humanidade vem desenvolvendo seu conhecimento, principalmente na área tecnológica, melhorando a sua vida material, mas pouco se esforçou a entender o ser espiritual e os seus fenômenos relacionados com a natureza. No Parágrafo 50 do Capítulo I de A Gênese, diz:

A terceira revelação veio numa época de emancipação e de maturidade intelectual, onde a inteligência bem desenvolvida não pode reduzir-se a um papel passivo, onde o homem não aceita nada cegamente, mas quer ver onde é conduzido, saber o por quê e o como de cada coisa, devia ser, ao mesmo tempo, o produto de ensinamento e o fruto do trabalho de pesquisa e do livre exame.

Chegando a hora, prevista pelo próprio Jesus, a Terceira Grande Revelação se dá através de conhecimento do mundo invisível, na forma clara e concisa e repleta de evidências dos próprios "mortos", manifestações estas provocadas pelos Espíritos encarregados, permitindo o estudo de observações, pesquisas e deduções.

Allan Kardec, no Parágrafo 13 do Capítulo I do livro A Gênese, escreve:

Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: resulta ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica.
Os Espíritos Superiores esclareceram os pontos fundamentais da doutrina e esse ensinamento não é privilégio de nenhum indivíduo, mas é dado a todo mundo pelo mesmo meio, que não renunciam ao seu juízo e ao seu livre arbítrio, pois a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega, e sim, deduzida e elaborada pelo trabalho do homem, da observação dos fatos e das instruções recebidas, das quais ele mesmo tira as consequências e aplicações.

Outro aspecto da revelação é referente ao modo como processou. A primeira revelação estava personificada em Moisés, a segunda no Cristo e a terceira é coletiva. Foi feita, simultaneamente, sobre toda a Terra, a milhões de pessoas dos mais variadas condições. As duas primeiras revelações sendo um ensinamento pessoal, a idéia se espalhou lentamente, levando muitos séculos, no entanto, a terceira sendo multipontos, a propagação é rápida e sem as distorções expressivas. Esta doutrina tem outro ponto importante, a invulnerabilidade à repressão. É impossível reprimí-la em todos os pontos, em todos os países, quando está emergindo em todos os lugares ao mesmo tempo. Ainda outra característica, a fonte são os espíritos que estão em toda parte e os propagadores, os milhões de médiuns de todo o Globo. Mesmo que possa abafá-la, reaparecerá em pouco tempo porque repousa sobre um fato que está na lei da Natureza. A Doutrina Espírita é progressiva porque nenhuma parte do ensinamento espírita foi dada de maneira completa. Depende da evolução espiritual dos encarnados.

Início

VI) Meio de Elaboração

O Codificador lionês, grande estudioso de várias ciências da época, mostrou com o seu método científico da elaboração, antecedendo em mais de um século ... até hoje não surgiu uma teoria dos fenômenos espíritas mais sólida, estável, abrangente e bem sucedida que a de Kardec, a qual é a única a atender aos mais modernos e exigentes conceitos de cientificidade - Luiz O. S. Ferreira) o enorme preparo e evolução espiritual para essa tarefa, não esquecendo as orientações fundamentais dos Espíritos, principalmente do Espírito de Verdade.

No Capítulo I, Parágrafo 14 de A Gênese, explica:

Como meio de elaboração, procede exatamente do mesmo modo que as ciências positivas, quer dizer, aplica o método experimental. Fatos de uma ordem nova se apresentam e não podem se explicar pelas leis conhecidas; observa-os, compara-os, analisa-os, e, dos efeitos remontando às causas, chega à lei que os rege; depois deduz suas consequências e procura as suas explicações úteis. Não estabelece nenhuma teoria preconsebida; assim não colocou como hipótese, nem a existência e intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem nenhum dos princípios da Doutrina; concluiu da existência dos Espíritos quando essa existência se deduziu, com evidência da observação dos fatos; e assim os outros princípios. Não foram os fatos que vieram confirmar a teoria, mas a teoria que veio subsequentemente, explicar e resumir os fatos. É exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação, e não o produto da imaginação.

Início

VII) Conclusão

A revelação espírita, observada, anotada, estudada e codificada por Allan Kardec, utilizando o método, ainda hoje, atualíssima da ciência (segundo a moderna Metodologia Lakatosiana proposta em 1970 na publicação Falsification and the Methodology of a scientific research programmes de Inre Lakatos), tomou corpo como resultado o Livro dos Espíritos em 1857, iniciando o período de verdadeiro Espiritismo, que até então, não possuía senão elementos esparsos sem coordenação, e cuja importância não pudera ser compreendida por todo o mundo.

No Parágrafo 41 do Capítulo I de A Gênese o autor deixa claro a natureza da nova doutrina:

O Espiritismo, bem longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza que revela, tudo o que o Cristo disse e fez; traz a luz sobre o ponto obscuro dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadimissíveis, as compreendem sem esforço, com a ajuda do Espiritismo, e as admitem, vêem melhor a sua importância e podem separar a realidade da alegoria. E confirma no Parágrafo 62:

Ela veio encher o vazio cavado pela incredulidade, elevar as coragens abatidas pela dúvida ou pela perspectiva do nada, e dar, a todas as coisas, a sua razão de ser.

Essas manifestações, serviram para nos dar conhecimento do mundo invisível que nos rodeia e será de uma importância capital para o progresso moral da Humanidade. A Doutrina elaborada em conjunto, do plano espiritual e do plano físico, cabe a cada um de nós, aproveitar ou não, a luz do farol para caminharmos rumo ao progresso espiritual que é a razão da nossa existência.

Início

VIII) Bibliografia

1) Kardec, Allan		A Gênese
2) Kardec, Allan		O Que é  Espiritismo
3) Kardec, Allan		O Livro dos Espíritos
4) Kardec, Allan		Obras Póstumas
5) Chibeni, Sílvio Seno	A Excelência Metodológica do
			Espiritismo I
6) Chibeni, Sílvio Seno	Espiritismo e Ciência
7) Ferreira, Luiz Otávio S.	Bibliografia de Pesquisas
			Científicas de Fenômenos
                                  Espíritas 

Belém, 12/04/96 Y. Nakamura

Início

Escreva-me naka@marajo.ufpa.br
Yuzo Nakamura
Rua dos Timbiras, 1977 CEP 66040-470
Belém - Pará - Brasil

Home Page
Page Anterior Próxima Page
1