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Escrito para o
Nosso Ensino

Lições valiosas do Antigo Testamento

Respondendo sem ouvir 
O espantoso Cristo

Pérolas dos Provérbios

Respondendo sem ouvir


"Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha" (Provérbios 18:13).
   

Este versículo preciso merece meditação. As lições sugeridas por ele devem ser do interesse de todos os que querem servir a Deus e ajudar a humanidade.


Um triste fato

Às vezes, quando duas pessoas estão tentando discutir pontos de vista opostos, uma delas demonstra grosseria interrompendo a outra repetidamente. Esta descortesia reflete um problema simples: Há um desejo maior de replicar a outra pessoa do que ouvir o seu lado da matéria.
   

Julgamentos precipitados são feitos com relação a assuntos e problemas que deveriam ser ponderados e estudados cuidadosamente. É um triste fato que muitas pessoas sejam ligeiras para tirar conclusões antes de investigar.

Algumas pessoas são rápidas para falar sobre coisas a respeito das quais conhecem nada de nada, e a criticar os motivos de outros. Tiago disse, "Sabeis estas cousas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar" (Tiago 1:19). A sabedoria deste caminho deve ser evidente por si mesma.

Por que algumas pessoas respondem antes de ouvir?

Orgulho. Auto-estima desordenada faz com que certos indivíduos sejam teimosos e persistentes nos seus pontos de vista errados. Elas podem enganar-se acreditando que estão pensando quando estão apenas reorganizando seus preconceitos para apoiar seu ego.

Tais pessoas podem orgulhar-se de sua capacidade para formar opinião sobre um indivíduo ou situação logo de partida. Em sua presunção, elas supõem que podem tirar as conclusões certas sem examinar os fatos. Mal percebem que a maioria das primeiras impressões são notavelmente imprecisas!

Impaciência. Algumas "mentes não conseguem suportar nada que exija atenção fixada e sustentada por longo tempo. Elas ficam inquietas, irritadas e agitadas; e estão sempre ansiosas por pegar uma oportunidade para abreviar a matéria e acabar com ela" (Ralph Wardlaw).

Conhecer toda a verdade é algumas vezes um processo muito tedioso. Não exige nem tempo nem esforço para saltar a uma conclusão sem aprender o que se deveria saber antes de chegar a uma determinação em sua própria mente. Antes de responder a uma matéria, dê-se tempo.
   
Parcialidade. Uma pessoa que é parcial quanto a um ponto de vista particular é tentada a pesar os fatos com seu polegar nas balanças! Algumas não são realmente honestas em seu manuseio das Escrituras, em certos pontos. Elas tendem a dobrar e torcer a palavra de Deus para fazê-la dizer o que desejam ouvir.

Quando duas pessoas estão de mal uma com a outra, alguns que pretendem buscar informação para que possam chegar a uma reconciliação estão interessados somente no que apóia sua preferência pessoal. O mediador precisa ser sem parcialidade, e isto é raramente o caso, a menos que ele seja igualmente relacionado com ambos os partidos. A parcialidade é uma barreira ao julgamento justo de diferenças.

   

Preguiça. O preconceito é o substituto para o pensamento da pessoa preguiçosa. Ela não quer gastar muito da energia mental necessária para conhecer a verdade, por isso forma uma opinião que ela exclama fortemente, mas nada há para se apoiar seu ponto de vista.
   
Na religião, alguns se deixarão levar por quaisquer tradições que herdaram em vez de buscar as Escrituras. "Um mínimo de evidência e um máximo de preconceito contribuem para formar a fé de muitas pessoas" (W. F. Adeney).

Confiança nos sentimentos. "Não posso prová-lo, mas tenho um pressentimento," diz alguém. Sentimentos são sentimentos e fatos são fatos, e o anterior não pode modificar o posterior. Enquanto repreendemos nossos vizinhos religiosos por seguir seus sentimentos antes que a Bíblia, muitos de nós falam bastante sobre nossos palpites e noções nebulosas quando deveríamos nos manter quietos, a menos que tenhamos evidência sólida.
   
Alguns cristãos têm fortes opiniões e falam muito alto sobre suas opiniões. Bem-aventurado o homem que pode guardar suas opiniões pessoais para si mesmo e não tentar impô-las aos outros!

   
A arte de ouvir

"Um ouvido atento leva direto ao entendimento do coração" (Andrew W. Blackwood, Jr.). Nenhum caso pode ser decidido corretamente sem a verdade, e toda a verdade. Devemos estar prontos a ouvir todos os lados de uma questão.

Procurar os fatos é exercício muito melhor do que saltar para as conclusões. Depois do "descobrir os fatos" vem o "encarar os fatos." A verdade nua pode ser embaraçosa, mas precisamos desenvolver a arte de ouvir antes de falar. E depois de termos reunido os fatos, tenhamos coragem para enfrentar a verdade.
   
Nicodemos disse aos outros fariseus, "Acaso a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?" (João 7:51). Muitos dos líderes judeus estavam mais interessados em condenar Jesus do que ouvir o seu caso.
   
A Bíblia na Linguagem de Hoje traduz este provérbio assim: "Quem responde antes de ouvir mostra que é tolo e passa vergonha."

­por Irvin Himmel

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Isaías 53 (1º de uma série de artigos)

O espantoso Cristo


Aqueles de nós que vivem tão intimamente com os livros da Bíblia são  capazes de esquecer que eles são escritos de tremenda força literária.   A poesia do Velho Testamento é sem paralelo no mundo da literatura por sua beleza, profundidade e elevação moral. E não há maior ilustração desta verdade do que as profecias de Isaías. Em palavras de épica majestade que freqüentemente pairam com asas de águia, o filho de Amós nos dá a mais rica expressão da Escritura da visão Messiânica.

É uma das curiosas coincidências de Isaías que ele contém o mesmo número de capítulos que a Bíblia tem de livros. Ainda mais chocante é o fato que Isaías, correspondendo aos livros do Velho e Novo Testamentos, está naturalmente dividido em 39 e 27 capítulos cada um. A primeira divisão, como o Velho Testamento, fala de julgamento e encerra com um relato histórico direto da queda de Samaria sob a Assíria e a predição da queda de Judá sob a Babilônia.

Os últimos 27 capítulos de Isaías têm sido chamados o épico Messiânico do Velho Testamento. Eles são ricos de palavras de consolo: "Consolai, consolai o meu povo" (40:1). O 40º capítulo, como o evangelho de Marcos, abre com a "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do S
ENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus" (versículo 3; Marcos 1:1-3). O 66º capítulo, como o Apocalipse de João, encerra com uma visão dos "novos céus e a nova terra" (versículos 22-24; Apocalipse 21:1 e seguintes).

Esta potente conclusão de Isaías, com sua intensidade crescente da visão Messiânica, pode ser dividida em três partes de nove capítulos cada. Os dois primeiros concluem com a mesma advertência ominosa, "Para os perversos, todavia, não há paz, diz o S
ENHOR" (48:22; 57:21) e a conclusão do terceiro é ainda mais ominosa: "Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará..." (66:24).

Bem no meio dessa parte final fica Isaías 53, a jóia indisputada da literatura profética e a passagem que muitos têm julgado ser a maior no Velho Testamento. Certamente, nenhum capítulo dos escritores do Velho Testamento é como esse.


Nesse grande capítulo, Isaías desenvolve sua alarmante visão do Servo Sofredor de Jeová. É esta misteriosa figura, o profeta revela, quem segura em suas mãos não somente o destino de Israel, mas do mundo. Cabe a ele cumprir e responder vitoriosamente ao desafio moral do universo. Mas quem é ele? Este sofredor enigmático tem assombrado os estudos dos mestres de Israel durante séculos.

Há evidência considerável de que, tão cedo como o 2º século d.C. e tão tarde como o 17º, havia entre alguns dos rabis um sentido da natureza Messiânica de Isaías 53 (Frederick Alfred Aston, O Desafio das Eras, páginas 14-17). Não se sabe quanta influência a pressão do evangelho tinha sobre o pensamento judaico nesses anos. Mas outras vozes prevaleceram e o ponto de vista que Israel era o servo sofredor de Isaías 53 se tornou autorizado no judaísmo rabínico. Era esta posição que um rabi ortodoxo, amigo meu, tomou alguns anos atrás.

Evidência de que as palavras de Isaías continuam a ser uma carga no judaísmo é encontrada no fato que as leituras modernas na sinagoga dos profetas sempre omitem Isaías 52:12 até 53:12. Nisto, nada mudou desde o primeiro século, quando um nobre etíope, recém vindo de Jerusalém com sua riqueza de sabedoria rabínica, estava tão perplexo por este grande capítulo como sempre: "Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?" (Atos 8:34). Os rabis entenderam o poderoso rei Messiânico prenunciado nos Salmos 2, 110 e Isaías 9:6-7, mas ficaram desconcertados pela figura agoniada do Salmo 22 e o servo sofredor de Isaías.


Mas como podem estas palavras, que falam tão claramente de uma única personagem, descrever a nação de Israel? Pode ser Israel retratado como um sofredor inocente? (53:4,5,8,9,12). Isaías descreve-a como "nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade..." (1:4) e como um povo sobre quem Deus derramou "o furor da sua ira" por causa dos seus pecados (42:24-25).

Tem sido Israel um sofredor voluntário, um sofredor calado? (53:7). Tem Israel sofrido em redenção amorosa pelos pecados dos outros? (53:4-6, 8, 10-12). Fazer estas perguntas é respondê-las.

Não deveria surpreender-nos que o Servo Sofredor de Jeová deixasse perplexos e confusos os antigos estudantes do Velho Testamento, ou tenha sido "desprezado e rejeitado" quando saiu das páginas de Isaías para a História. O que ele foi e o que fez nunca poderia ter sido imaginado nem previsto por uma nação e um mundo em que "cada um se desviava pelo caminho". Ele estava destinado, verdadeiramente, a ser um Cristo espantoso.


­por Paul Earnhart

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