O Que Está
Escrito? - Abril
de 2000
[O
Canivete do Rei] [Estudo
Textual: Filipenses 3:17-4:9 Aplicando as Lições]
[O Túmulo Vazio] [Quem
é Gogue de Magogue?]
O Túmulo Vazio
Não
havia noticiário na televisão, no primeiro século. Mas, se tivesse havido,
você pode imaginar o que um comentarista poderia ter relatado na manhã da
ressurreição, cerca de 1970 anos atrás: "Bom dia, senhoras e
senhores. Aqui fala Claudius Marcellus diretamente de Jerusalém. Estamos aqui
na cena de um desaparecimento espantoso... mas antes de discutir isso, deixem-me
preencher alguns detalhes do cenário. Há cerca de três anos este homem,
Jesus, começou a viajar pelo interior da Judéia pregando um novo tipo de
religião. Enquanto conseguia muitos seguidores, ele desagradava a maioria dos líderes
religiosos da Palestina. Na manhã de sexta-feira, ele foi crucificado por acusação
de traição e blasfêmia. Na tarde dessa sexta-feira, ele foi tirado da cruz e
colocado num túmulo em forma de caverna, no qual agora me encontro. Agora,
domingo de manhã, o corpo se foi. As únicas coisas deixadas são as mortalhas,
bem dobradas e deixadas de lado. A cena aqui é de confusão e alvoroço. A
pergunta na boca de cada pessoa é: 'O que aconteceu com o corpo?'"
A questão do desaparecimento do corpo de Jesus de um túmulo em Jerusalém,
dois milênios atrás, ainda é fundamental para a fé cristã. Cerca de 50 dias
depois do "desaparecimento", os apóstolos de Jesus começaram a
pregar sua ressurreição e milhares começaram a ser convertidos. Os céticos
denunciavam os apóstolos e seu ensinamento e perseguiam violentamente os
seguidores de Jesus, mas ninguém jamais disputou o único fato incontestável:
o túmulo estava vazio. Teria sido impossível discutir este ponto. Uma
caminhada de quinze minutos por uma secretária de Jerusalém, no intervalo do
seu almoço, poderia ter confirmado visualmente o fato. O túmulo estava
vazio!
A resposta à questão do túmulo vazio requer investigação da evidência,
indo desde o depoimento de testemunhas a uma análise das circunstâncias. Esta
evidência precisa ser objetivamente esmiuçada para determinar o que, de fato,
aconteceu.
Fatos verificáveis
Œ Jesus
viveu. Sobre isso não há dúvida
substancial. Documentos escritos por cristãos (Mateus, Marcos, Lucas, João,
Paulo, Pedro, etc.) no primeiro século confirmam este fato. Assim também o
fazem os escritos de historiadores romanos (Tácito e Suetônio) e judeus
(Josefo).
Jesus morreu.
Depois de ser espancado e açoitado, Jesus foi crucificado. Os soldados furaram
seu lado, do qual escorreram sangue e água, confirmando que ele tinha morrido
(João 19:33-34). O governador romano, Pilatos, depois de verificar sua morte,
liberou o corpo para ser tirado da cruz e sepultado (Marcos 15:44).
Ž Jesus foi sepultado.
Um proeminente chefe religioso judeu, que era um discípulo secreto de Jesus, um
homem chamado José, tinha um túmulo novo escavado na rocha, dentro do qual ele
colocou o corpo de Jesus (Mateus 27:57-61; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João
19:38-42). Diversas mulheres observaram José e seu amigo Nicodemos colocarem o
corpo dentro do túmulo em forma de caverna e rolarem uma grande pedra sobre sua
abertura. Eles tinham tido pouco tempo para embalsamar o corpo adequadamente,
pois o sábado judaico começava ao pôr-do-sol da noite de sexta-feira. As
mulheres fizeram planos para virem cedo na manhã de domingo com mais
especiarias para completar o embalsamamento. Mas quando chegaram, encontraram a
pedra tirada e nenhum corpo no túmulo.
Testemunhas oculares alegaram que viram
Jesus vivo. Entre estas estavam discípulos
que viram Jesus muitas vezes num período de 40 dias e puderam tocá-lo, falar
com ele e até mesmo comer junto com ele. Como julgaríamos o depoimento destas
testemunhas? Geralmente, avaliamos o testemunho por fatores tais como
honestidade, competência e número. Honestidade: Os apóstolos nada
ganhavam (dinheiro, popularidade, etc.) por terem pregado a ressurreição. De
fato, foram freqüentemente mortos por causa disso. Sua disposição a morrer
por sua crença confirma sua integridade. Competência: Os escritos
destes homens demonstram competência mental, lucidez e atenção aos
pormenores. O fato que muitos deles já conheciam bem Jesus e foram capazes de
ter contato físico íntimo com ele certamente os coloca em posição de
verificar a ressurreição. Número: Normalmente, duas ou três
testemunhas são suficientes para estabelecer um fato histórico, mas neste
caso, houve literalmente centenas (1 Coríntios 15:6). A relutância inicial das
testemunhas oculares em crer reforça seu testemunho (Marcos 16:11, 13; João
20:19-29). Alguns a quem Jesus apareceu nem eram discípulos antes de terem
visto Jesus ressuscitado: seu irmão Tiago, por exemplo (João 7:5; 1 Coríntios
15:7) e Saulo (Paulo).
Explicações
Diversas teorias têm sido propostas para explicar os fatos do túmulo vazio e
os aparecimentos alegados. Vamos examiná-las cuidadosamente:
Œ Teoria do desfalecimento.
Esta explicação sugere que Jesus não estava realmente morto quando o
sepultaram. Ele só parecia estar morto, porém mais tarde reviveu no túmulo.
Mas, mesmo que ele não estivesse morto quanto deixado no túmulo, ele estaria
severamente enfraquecido pela flagelação, pelo espancamento e pelas horas
passadas na cruz. No seu sepultamento, seu corpo tinha sido firmemente enrolado
com ataduras engomadas. Realmente, nesta condição enfraquecida, sem
atendimento médico, poderia Jesus de algum modo ter revivido, sem considerar
que tivesse removido o embalsamento como um casulo? Mesmo que tivesse, mais dois
obstáculos teriam bloqueado seu caminho à liberdade: A grande pedra que tinha
sido rolada sobre a boca da cova e os guardas romanos armados que estavam de
plantão do lado de fora. Para, de algum modo, remover a pedra e superar os
guardas, seria exigida uma grande força. Mais ainda, a evidência sugere que
Jesus estava, de fato, morto quando foi sepultado.Os romanos crucificavam homens
freqüentemente e estavam aptos a ssegurarem-se da morte da vítima. A teoria do
desfalecimento simplesmente não merece crédito.
Teoria da sepultura errada.
Esta afirma que todos, tanto amigos como inimigos, tinham esquecido onde Jesus
tinha sido sepultado e estavam, portanto, olhando para uma sepultura na qual
nenhum corpo tinha sido colocado. Isto explicaria o túmulo vazio, mas e quanto
aos aparecimentos de Jesus? E é possível que os amigos de Jesus, os soldados
romanos e mesmo José, o proprietário da cova, todos terem esquecido sua
localização apenas depois de dois dias? E por que as mortalhas de Jesus foram
deixadas no túmulo?
Ž Teoria do roubo. Alguns
pensam que os discípulos de Jesus roubaram o corpo e mais tarde declararam que
ele tinha sido ressuscitado. Conquanto esta explicação seja a mais velha, é
difícil levá-la a sério. Por que os discípulos teriam roubado o corpo? A
proclamação de ressurreição por eles não lhes trouxe poder nem prestígio,
mas perseguição e pobreza, jamais motivos para um roubo tão ousado. Eles
morreram por seu testemunho da ressurreição; os homens morrem pelo que crêem
ser verdade, não pelo que sabem ser mentira. Considere também os padrões
morais dos discípulos. É razoável que seu caráter inatacável e ensinamento
puro fossem baseados numa mentira premeditada e roubo? Mas, mesmo que o
quisessem, os discípulos não poderiam ter roubado o corpo porque o túmulo
estava guardado por soldados especialmente encarregados da responsabilidade de
prevenir o roubo desse corpo. A falta de um motivo, a natureza moral dos discípulos
e os soldados romanos todos permanecem como testemunhas silenciosas. O corpo não
foi roubado.
Teoria da alucinação.
Esta noção implica em que os discípulos, perturbados emocionalmente depois da
morte de Jesus, apenas pensaram tê-lo visto vivo. Mas os relatórios destas
testemunhas oculares não têm as características de alucinações. Eles
envolveram tempos, lugares e grupos de pessoas diferentes. Os aparecimentos
terminaram subitamente. Mais de 500 pessoas viram Jesus vivo ao mesmo tempo (1
Coríntios 15:6), mas alucinações são bem individuais. Além disso, esta
teoria não tenta explicar o túmulo vazio.
Jesus foi ressuscitado. Esta é a
única explicação que leva e conta, adequadamente, todos os fatos do caso.
Mas, se Jesus foi ressuscitado, o que isto significa para nós?
Implicações da ressurreição
Œ A
ressurreição de Jesus garante nossa ressurreição
(1 Coríntios 15; 1 Tessalonicenses 4:13-18), A ressurreição de Jesus não é
um assunto de mero interesse histórico, mas serve como o protótipo da
ressurreição de todo ser humano. Sua ressurreição é a base para a esperança
(1 Pedro 1:3).
A
ressurreição de Jesus prova que ele julgará o mundo (Atos 17:30-31). Ele
ainda vive e todos os homens o enfrentarão como Juiz, um dia. Este fato deve
provocar sóbria reflexão em nossa vida.
Ž A
ressurreição confirma as declarações de Jesus de ser o Filho de Deus
(Romanos 1:4). Serve como fundamento de seu reinado (Efésios 1:19-23) e sacerdócio
(Hebreus 7:23-28).
A
ressurreição de Cristo provê o modelo (Romanos 6:3-5) e o poder (1 Pedro
3:21) do batismo cristão. Os pecadores precisam morrer para o pecado como
Jesus morreu na cruz. Eles precisam ser sepultados com Jesus no batismo para que
possam ser erguidos para caminhar numa nova vida, como Jesus foi erguido dentre
os mortos.
Uma reportagem noticiosa 1970 anos atrás teria perguntado: "O que
aconteceu com o corpo?" Hoje somos desafiados a responder à mesma
pergunta. O modo como respondermos mudará nossa vida.
- por Gary Fisher
D76
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