Elegia Há coisas que a gente não sabe nunca o que fazer [com elas... Uma velhinha numa gare. Um sapato preto perdido do seu par: símbolo Da mais absoluta viuvez. As recordações das solteironas. Essas gravatas De um mau-gosto tocante Que nos dão as velhas tias. As velhas tias. Um novo parente que se descobre. A palavra "quincúncio" Esses pensamento que nos chegam de súbito [nas ocasiões mais impróprias. Um cachorro anônimo que resolve ir seguindo a gente [pela madrugada na cidade deserta. Este poema, este pobre poema Sem fim...
Mário Quintana Antologia poética 3ed-Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. |
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