FLORA PATRÍCIA DA SILVA , 21-5-99 A noite lhe trazia paz, no pensamento a imagem de um anjo, com seu cúmplice, um caderno de capa dura, onde lhe confiava todos as suas aspirações, em lindas confissões de um ser apaixonado. Em entrelinhas de um poema, expressava o mais puro sentimento por alguém, que mesmo tendo apagada a visão das cores, trazia consigo uma afeição encantadora, que faziam brilhar os olhos de que a visse. Todas as noites após escrever alguns versos, o jovem Ruan, olhava pela janela de seu quarto, tentando entender porque, uma pessoa com tamanha beleza, se trancava em um impenetrável mundo, só porque não podia enxergar suas faces. Era Flora por ser cega, só gostava das noites e se escondia dia após dia. Mas parecia um anjo, com sua juventude, sua pele de seda, seus cabelos loiros de fios de ouro, que formavam lindos cachos de uvas, com seu vestido florido que transpassava a alegria que ela não tinha. Em companhia da mãe, na varanda de sua casa, gostava de sentir a brisa da noite, a embalar uma boneca de pano, que considerava sua companheira, em seus dias de tristeza. Já não tinha importância tentar entendê-la , olha-la já era o suficiente para explicar o que estava sentindo. Mas será que seria possível, sustentar isso para sempre? Em seus sonhos ela tinha vida, podia senti-la, acaricia-la, e assim fazer esquecer-se toda a solidão em que mergulhara dia após dia. Certa noite, ao olhar pela janela não encontrara ninguém na varanda da casa de Flora, achou estranho, mas não quis sustentar maus pensamentos. Mas o que estava acontecendo? Não a via já quase a uma semana. Por entre olhares de admiração e amor ele a via todos os dias, porém agora com olhar triste e vazio se despedia de sua amada. Flora se matou, cortando os pulsos. Dias atrás entrara em uma depressão profunda, negando-se a continuar na escuridão de seu mundo Como um anjo ele a idealizava, que neste momento saíra da escuridão e estava em um lugar lindo. Mesmo longe de seus olhos. O rosto meigo de Flora estava em sua mente e em seus desabafos, em cada linha de seus poemas, escritos em seu caderno de capa dura. |
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