TESTAMENTO
Manuel Bandeira O que não tenho e desejo É que melhor me enriquece. Tive uns dinheiros---perdi-os... Tive amores---esqueci-os. Mas no maior desespero Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra. Por outras terras andei: Mas o que ficou marcado No meu olhar fatigado, Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças: Não tive um filho de meu. Um filho!... Não foi de jeito... Mas trago dentro do peito Meu filho que não nasceu.
Criou-me desde eu menino, Para arquiteto meu pai. Foi-se-me um dia a saúde... Fiz-me arquiteto! Não pude! Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de gerra. Não faço porque não sei. Mas num torpedo-suicida Darei de bom grado a vida Na luta em que não lutei! |
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filosóficos| |Objetivos e justificativa| |Literatura e Informática|
Contato/Sugestões: adalu@zaz.com.br Última atualização: 27/03/01 00:39:57 |