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Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

As minha infância querida,

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeira,

Debaixo dos laranjais!

 

Como são belos os dias

Do despontar da existência!

- Respira a alma inocência

como perfumes a flor;

O mar é – lago sereno,

O céu – manto azulado,

O mundo – um sonho dourado,

A vida – um hino d’amor!

 

Que auroras, que sol, que vida,

Que noites de melodia,

Naquele ingênuo folgar!

Naquela doce alegria,

O céu bordado de estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

 

Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das magoas de agora

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha irmã!

 

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberta ao peito,

- Pés descalços, braços nus –

Correndo pelas campinas

À roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

 

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar mangas,

Brincava a beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo,

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

 

 

 

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

- Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes faqueiras

Á sombra das bananeira,

Debaixo dos laranjais!

 

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Última atualização: 27/03/01 00:39:58

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