O XÂNGO DE BAKER STREET 1 Às três horas da manhã, alguns negros escravos ainda podiam ser vistos saindo com barris cheios de lixo e excrementos das casas das putas da rua do Regente. Tudo era amontoado num local próximo, criando um dos aterros de montouros que enfeitavam a paisagem da cidade do Rio de Janeiros naquele mês de maio de 1886. Certos escravos competiam para ver quem fazia mais rapidamente o maior monte, e banderolas eram plantadas no topo das imundíces quando achavam que ali não cabiam mais dejetos. Depois, ficava à população à espera das chuvas, o escoamento natural que levava tudo aquilo para o mar, lavando as ruas e empesteando a cidade. Passados os temporais, lencinhos perfumados levados ao nariz faziam com que os ricos e a nobreza fingissem que o precário escoamento fornecido pela City Improvements se comparava à invejável rede de esgotos de Paris.
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|Projeto| |Práxis educativa| |Pressupostos
filosóficos| |Objetivos e justificativa| |Literatura e Informática|
Contato/Sugestões: adalu@zaz.com.br Última atualização: 27/03/01 00:39:46 |