Grande herói e talvez até semideus, foi o mais audacioso deste
grupo.
Filho de Glauco, rei de
Corinto (Éfira), ou de Poseidon, deus dos mares, com Eurínome,
uma mortal que fora educada por Atena, Belerofonte tinha desde
pequeno uma ambição: queria domar e possuir o majestoso corcel
alado, o Pégaso. Tanto desejou que Pólido, vidente de Corinto,
disse a ele que deveria pernoitar no templo de Atena, pois os
deuses costumavam falar aos mortais por sonhos. Feito isso, Atena
apareceu ao sonho de Belerofonte e disse-lhe que ele deveria
acordar, segurando umas rédeas de ouro, sendo as quais as
únicas capazes de atrair Pégaso. Ele pegou as rédeas e fora
atrás do corcel. Aproximou-se deste e, sem o cavalo hesitar, ele
colocou-as, estando pronto para andar no majestoso. Por acidente,
matou o irmão e foi purificar-se em Argos, onde o rei Preto o
purificou. Antéia, a esposa de Preto, apaixonou-se por
Belerofonte, porém, este com sua recusa, a fez mentir a seu
marido, dizendo que o dono do corcel alado o havia maltratado.
Por Belerofonte ter comido na mesma mesa de Preto, que o recebeu
com muita auforia, o rei não queria matá-lo. Então ele
mandou-o ao rei da Lícia, para entregar-lhe uma carta. Do mesmo
modo que fora recebido por Preto, fora recebido pelo rei lício:
com muita festa e hospitalidade. Depois de nove dias, o rei pediu
para ver a carta, onde lá estava escrito que o rei Preto queria
a morte de Belerofonte. Pelos mesmos motivos que fizeram Preto
pedir este favor ao rei da Lícia, este não queria executar o
hóspede. Mas mandou-lhe fazer uma coisa que teria quase o mesmo
resultado: matar a Quimera. Ela era de características
absolutamente singulares: tinha o corpo de bode, a cara de leão,
o rabo de serpente, cuja boca vomitava chamas inextinguíveis.
Belerofonte matou a Quimera sem grandes dificuldades. Acabou
também com as Amazonas e com os Solimos. Preto, vendo a coragem
do herói, tornou-se amigo dele e deu a mão de sua filha em
casamento. De uma idéia maluca, veio a grande decepção, e
Belerofonte deixou-se guiar pelo caminho errado; resolveu subir
ao Monte Olimpo. Como Pégaso era mais esperto, não deixou-se
guiar até lá e, antes que o dono ordenasse-o a voar, ele o
derrubou.
Sofrendo com o ódio dos
deuses, ele chegou a loucura e morreu com esta.
Pégaso conseguiu um lugar
nos estábulos olímpicos, e, como diz a história, sempre que
Zeus precisava dos seus raios feitos por Hefesto, Pégaso descia
até o Etna para recolher os raios e levá-los a Zeus.