23. PATRONOS DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS DE ANGOLA
O diploma legislativo do Alto-Comissariado da República Portuguesa em Angola, de 16 de Abril de 1927, inclui algumas notas biográficas relativas às personagens cujos nomes foram dados às escolas primárias desta província ultramarina de Portugal. Em 1 de Outubro desse mesmo ano passou a ser adoptada a designação nova de "colónia", adoptando nomenclatura estranha à tradição nacional, copiando modelo alienígena, usado por países que só recentemente se haviam fixado em África. Os nomes e notas em referência, com a indicação da ordem numérica e localização geográfica, são os seguintes:
Nº 1 — Cabinda
Duarte Lopes — Notável explorador africano do século XVI; esteve em África desde 1578 até 1587, dando-nos óptimos elementos sobre a existência dos lagos Tanganica e Vitória Nianza.
Nº 2 — Ambrizete
Luciano Cordeiro — Um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa; homem de mérito que nos legou importantes estudos sobre as colónias.
Nº 3 — Maquela do Zombo
Neves Ferreira — Governador de Benguela e Congo; desenvolveu consideravelmente o comércio português no Zaire e fez estudos do Caminho de Ferro de Ambaca.
Nº 4 — Ambriz
Baptista de Andrade — Governador de Angola que consolidou o domínio português no norte; moralizou a administração pública e realizou vários trabalhos geodésicos; mandou ocupar o Bembe.
Nº 5 — Barra do Dande
Pedro César de Meneses — Governador de Angola, quando da tomada de Luanda, em 1641; retirou para Massangano com os habitantes da cidade, onde fez uma heróica resistência ao inimigo; morreu num naufrágio, em 1675.
Nº 6 — Caxito
Oliveira Cadornega — Um dos mais considerados cronistas das guerras de Angola, onde viveu quarenta anos; como militar, portou-se com heroicidade nas lutas contra os holandeses.
Nº 7 — Luanda
Sousa Coutinho — Governador de Angola desde 1764 até 1772, o primeiro que difundiu a instrução, criando escolas e várias oficinas.
Nº 8 — Luanda
Emílio Monteverde — Notável escritor didáctico da última metade do século XIX, autor do Manual Enciclopédico, do Método Facílimo de aprender a ler, do Mimo à Infância e do Resumo da História de Portugal; considerado por Herculano um dos maiores benfeitores do ensino primário.
Nº 9 — Luanda
Feliciano de Castilho — Grande escritor do último século, mestre da língua e incansável apóstolo da instrução, autor do Método Português de Leitura.
Nº 10 — Luanda
Grémio Africano — Sociedade africana que criou nas suas salas uma escola para educação e instrução dos filhos dos seus associados, reconhecida como oficial por este diploma.
Nº 11 — Luanda
João de Deus — Grande poeta e pedagogista do último século, autor do Método de Leitura "Cartilha Maternal", ainda hoje em uso nalgumas escolas.
Por motivos não explicados e hoje inteiramente incompreensíveis, em 21 de Outubro de 1929, este patrono foi substituído por outro. A razão da escolha do novo titular desta escola só poderia ser pelo facto do seu falecimento recente, em Maio do ano anterior, mas isso é irrelevante em face da grandeza do grande poeta e pedagogo. O diploma em foco inseriu algumas notas biográficas, que transcrevemos e em parte completamos. As notas biográficas seriam então estas:
Nº 11 — Luanda — Júlio Henriques
Sábio professor de Botânica da Universidade de Coimbra, pedagogo muito distinto e autor de várias obras sobre a flora de Angola; tinha dedicado também o maior interesse pela flora de Portugal e de São Tomé.
Nº 12 — Luanda
José Anchieta — Ilustre homem de ciência, encarregado em 1866 de estudar a fauna angolana, distinguiu-se pelos seus vastos conhecimentos científicos e grande dedicação por esta Província.
Nº 13 — Luanda
Asilo D. Pedro V — Antigo asilo de Luanda, onde tem funcionado uma escola de instrução primária, reconhecida como oficial em 30 de Março de 1925.
Nº 14 — Luanda
Emílio de Carvalho — Tenente de cavalaria e heróico aviador que realizou o raid Luanda-Zaire num frágil aparelho; morreu num desastre, no campo de aterragem de Luanda, depois de um esplêndido voo nocturno, em 13 de Novembro de 1924.
Nº 15 — Luanda
Paulo Dias de Novais — Primeiro governador de Angola e seu conquistador, desde 1576 até 1589, ano em que morreu, quando se preparava para a tomada de Pungo Andongo; fundou Luanda em 1576.
Nº 16 — Catete
Lopes de Lima — Escritor de merecimento e de vastíssima erudição, jornalista e polemista; além de diversas obras, deixou valiosos estudos sobre Angola.
Nº 17 — Cabiri
Sales Ferreira — Tenente-coronel comandante da coluna que bateu os bângalas, em 1850; ocupou as minas do Bembe, em 1856, tendo escrito uma memória histórica.
Nº 18 — Dondo
Francisco de Souto Maior — Governador de Angola, que bateu sem tréguas os holandeses, a fim de os expulsar, não o conseguindo; morreu em Maio de 1646, em Massangano.
Nº 19 — Golungo Alto
Rodrigues Graça — Explorador da primeira metade do século XIX, atravessou os sertões do Bié e Lunda sem derramar uma gota de sangue indígena e forneceu-nos óptimos elementos de estudo.
Nº 20 — Dalatando
Trindade Coelho — Escritor do fim do último século; educador de sãos princípios, distribuídos por diversos livros didácticos para leitura nas escolas primárias, autor do A B C — sistema de ensino inicial de leitura pelo processo mnemónico.
Nº 21 — Pungo Andongo
Lopes de Sequeira — Capitão-mor em Angola, na última metade do século XVII; alargou o domínio português e fundou o presídio de Pungo Andongo, sendo denominado "o invicto e famoso"; vencedor da batalha de Ambuíla, em Dezembro de 1666, contra o rei do Congo.
Nº 22 — Cacuso
Alexandre Herculano — Glorioso escritor do último quartel do século findo; historiador máximo de Portugal e grande amigo da alma infantil.
Nº 23 — Camabatela
Júlio Dinis — Grande romancista do fim do século XIX, um dos verdadeiros observadores da alma portuguesa.
N0 24 — Lucala
Almeida Garrett — Primoroso poeta, dramaturgo e romancista a quem as questões do ensino mereceram grande labor intelectual.
Nº 25 — Malanje
Vasco da Gama — Grande navegador e descobridor do caminho marítimo para a Índia; primeiro herói dos Lusíadas.
Nº 26 — Quissol
Guilherme Capelo — Contra-almirante, governador-geral de Angola; levantou plantas hidrográficas de Luanda e interior.
Nº 27 — Novo Redondo
Travassos Valdez — Escritor; enérgico inimigo da escravatura; viajante infatigável da África Ocidental.
Nº 28 — Lobito
Pedro Alexandrino da Cunha — Um dos mais notáveis governadores de Angola; reprimiu a escravatura e explorou as costas de Benguela e Moçâmedes.
Nº 29 — Catumbela
Alfredo de Melo — Oficial da marinha e governador de Benguela; inteligente, probo, enérgico e de grande rectidão de carácter; foi um dedicado auxiliar de Serpa Pinto e de Capelo e Ivens.
Nº 30 — Benguela
Manuel Cerveira Pereira — Elevou Angola, como governador, a um notável grau de prosperidade; deu foros de cidade a Luanda; conquistou as regiões de Benguela, tendo fundado a cidade deste nome.
Nº 31 — Benguela
Hermenegildo Capelo — Notável explorador, companheiro ilustre de Roberto Ivens, com quem fez a travessia de Angola a Moçambique e de Benguela às terras de Iaca.
Nº 32 — Huambo
Conde de Ficalho — Ilustre lente de Botânica da Escola Politécnica de Lisboa; autor do livro Plantas Úteis da África Portuguesa, obra de muito valor para o estudo da flora medicinal.
Nº 33 — Huambo
Barbosa du Bocage — Sábio naturalista; fez estudos profundos sobre as colónias, especialmente sobre a sua fauna, classificando muitas das espécies colhidas por Anchieta.
Nº 34 — Caala
Lourenço Malheiro — Engenheiro de minas; fez um notável reconhecimento científico da região do Dombe Grande, sob o ponto de vista mineiro; escreveu algumas obras de interesse para Angola.
Nº 35 — Bela Vista
Roberto Ivens — Notável explorador, companheiro de Hermenegildo Capelo.
Nº 36 — Bailundo
Ferreira Ribeiro — Médico colonial distinto, considerado o patriarca da higiene colonial portuguesa; escreveu inúmeras obras sobre higiene, medicina, aclimatação, história e meteorologia, algumas delas tratando exclusivamente de Angola.
Nº 37 — Ganda
Pereira do Nascimento — Médico da Armada, explorador, naturalista, continuador da obra de Anchieta; filólogo distinto sobre as línguas indígenas.
Nº 38 — Caconda
Alfredo de Andrade — Explorador naturalista da região de Benguela ao Macassa, por Caconda, e desde o litoral ao Bié; estudou a bacia do Cuanza; foi um distinto geólogo, zoólogo e botânico das terras que visitou.
Nº 39 — Cubal, de Caconda
João de Barros — Grande historiador do século XVI, autor do primeiro livro para o ensino inicial da leitura, Cartilha para aprender a ler, e da Gramática da Língua Portuguesa.
Nº 40 — Cubal, da Ganda
Serpa Pinto — Valente explorador que fez a viagem de Benguela a Pretória, celebrizando-se não só em Portugal mas também em todo o mundo culto.
Nº 41 — Lépi
Saldanha da Gama — Governador de Angola e óptimo administrador; procurou introduzir a vacina na Província e criou várias escolas primárias.
Nº 42 — Calenga
Andrade Corvo — Ministro da Marinha e Ultramar, autor do livro Estudos sobre as Províncias Ultramarinas; mandou construir o hospital de Luanda.
Nº 43 — Cuma
Ramada Curto — Médico ilustre, modesto e abnegado; governador de Angola e dedicado amigo do ensino primário; foi no seu governo, em 1905, que se publicou o Regulamento do Ensino Primário, vigente até hoje.
Nº 44 — Vila Nova
Américo Magyar — Explorador do sul de Angola; penetrou nos sertões africanos até 4º 41', latitude sul, e 25º 45', longitude este.
Nº 45 — Quilengues
Abade de Arcozelo — Um dos mais ilustres e desinteressados pedagogistas portugueses, autor do Alfabeto Natural e outras obras didácticas e pedagógicas.
Nº 46 — Quinjenje
Fernão de Oliveira — Autor da primeira Gramática da Língua Portuguesa; professor muito culto.
Nº 47 — Luimbale
Padre Barroso — Antigo missionário, fundador da missão de São Salvador do Congo, mais tarde bispo do Porto; um dos missionários que mais contribuiu para a divulgação do nosso nome entre o gentio.
Nº 48 — Silva Porto
Silva Porto — Comerciante, governador e capitão-mor do Bié, agricultor e um dos mais ilustres exploradores do sertão; protótipo de honradez e de patriotismo.
Nº 49 — Andulo
Francisco Nogueira — Filólogo distinto e notável explorador do sertão de Moçâmedes; fez o estudo e exame técnico dos dialectos indígenas e escreveu obras de mérito.
Nº 50 — Chinguar
Sisenando Marques — Africanista de renome; subchefe da expedição de Henrique de Carvalho à Lunda, com o encargo de estudar meteorologia e ciências naturais; autor de um livro de muito valor informativo.
Nº 51 — Vouga
Henrique de Carvalho — Notável explorador e primeiro governador da Lunda; deixou-nos obras de muito merecimento sobre colonização, climatologia, meteorologia, línguas, história e etnografia.
Nº 52 — Camacupa
Bernardino Brochado — Explorador do sul de Angola, até ao Cubango e Mucusso; descreveu as terras, povos e costumes das margens do Cunene e quase todo o sul da Província.
Nº 53 — Luso
André de Resende — Eminente pedagogista, professor do Infante D. Duarte, irmão de D. João III, de quem fez uma culta inteligência e um nobre carácter; educador admirável, como claramente se patenteia na sua obra Vida do Infante D. Duarte.
Nº 54 — Cangamba
Baltasar de Aragão — Militar e explorador de Angola, nos fins do século XVII e primeiros anos do século imediato; intentou a travessia da África, fornecendo-nos, apesar de malograda a viagem, informações preciosas das terras e povos que atravessou.
Nº 55 — Moçâmedes
Fernando Leal — Governador de Moçâmedes, criou a indústria, desenvolveu a agricultura e abriu a primeira estrada da África portuguesa; fez uma expedição à foz do rio Cunene e elaborou uma carta de Angola, juntamente com Sá da Bandeira.
Nº 56 — Torre do Tombo
Pinheiro Furtado — Fez o reconhecimento das terras de Benguela até à Angra do Negro, que denominou "Baía de Moçâmedes"; descobriu as inscrições que se acham gravadas na rocha da parte sul da baía: Torre do Tombo.
Nº 57 — Porto Alexandre
Maria da Cruz Rolão — Mulher do povo, pescadora; pela sua energia e por saber ler e escrever, foi por consenso tácito da população de Porto Alexandre acatada como autoridade superior: a regedora, prestando grandes serviços à comunidade.
Nº 58 — Bibala
João Francisco Garcia — Oficial do exército e explorador do interior das terras de Caconda, Bumbo, Jau e Huíla.
Nº 59 — Lubango
Gregório José Mendes — Ilustre sertanejo que explorou as terras do interior de Moçâmedes, de onde trouxe bons elementos para o início da nossa colonização no sul de Angola.
Nº 60 — Lubango
Luís de Camões — O maior dos nossos poetas e um dos maiores da humanidade; cantor das nossas glórias.
Nº 61 — Povoação de Cima
Irmãos Roby — João Roby, segundo-tenente da marinha, morto no combate de 25 de Setembro de 1904, no Cuanhama, e Sebastião Roby, capitão de infantaria, morto numa emboscada do gentio, na mesma região, em 10 de Julho de 1915; ambos gloriosos guerreiros do sul de Angola, lídimos representantes da valentia portuguesa.
Nº 62 — Machiqueira
Tenente Humberto de Ataíde — Figura heróica que no combate de Môngua, em 1915, comandava os soldados landins, sendo ferido pela quinta vez; guerreiro sublime, perdeu mais tarde a vida, em Moçambique.
Nº 63 — Mapunda
Sá da Bandeira — Grande estadista e general; incansável lutador pela abolição da escravatura; autor do esplêndido livro Trabalho Rural Africano.
Nº 64 — Huíla
Carlos Duparquet — Ilustre missionário, antigo pároco de Capangombe, fundador da "Casa do Congo", em Santarém, para educação de futuros missionários.
Nº 65 — Humpata
Rebelo da Silva — Historiador, romancista e homem público; reformou a instrução pública e reorganizou a administração da Província.
Nº 66 — Palanca
Rui de Sousa — Primeiro expedicionário ao antigo reino do Congo, em 1491; iniciou definitivamente a soberania portuguesa na região e desenvolveu a exploração para o interior, dando aos geógrafos preciosos elementos para a ligação entre o ocidente e a contracosta.
Nº 67 — Chibia
Pinheiro Chagas — Professor, romancista e historiador; promoveu as viagens de Capelo e Ivens, Serpa Pinto, Augusto Cardoso e Henrique de Carvalho.
Nº 68 — Otchinjau
Tenente Durão — Comandante do Baixo Cubango e do posto de Cuangar, morto traiçoeiramente pelos alemães, em 1914.
O diploma legislativo de 16 de Dezembro de 1929, atribuía patronos às escola-oficinas de Angola, à semelhança do que tinha sido feito em 1927, do qual respigámos os elementos que acabamos de ler. Este novo documento legal fornece-nos informações susceptíveis de transcrição, relativamente a alguns desses patronos, olvidando personalidades bem conhecidas e outras que poderemos considerar pouco salientes, e que talvez carecessem de divulgação. As informações que dele constam são as seguintes:
Nº 1 — Cabinda
Ferreira Deusdado — Grande pedagogista e filósofo do século XIX, antigo professor do Curso Superior de Letras e professor liceal, grande talento e nobilíssimo carácter.
Nº 2 — Santo António do Zaire
Diogo Cão
Nº 3 — Sanza Pombo
31 de Janeiro
Nº 4 — Damba
Duarte Pacheco
Nº 5 — Maquela do Zombo
Damião de Góis
Nº 6 — Quibaxe
Luís de Verney — O mais ilustre pedagogista do século XVIII, crítico e eminente reformador da cultura do seu tempo; autor de valiosas obras de carácter pedagógico.
Nº 7 — Luanda
Rita Norton de Matos
Nº 8 — Luanda
Padre António de Oliveira — Pedagogo e pedagogista distinto, benemérito director da Casa de Detenção e Correcção, de Lisboa.
Nº 9 — Catete
Mota Prego — Agrónomo distinto, autor de muitas e valiosas obras de propaganda agrícola.
Nº 10 — Dondo
José de Sequeira — O maior pintor português do século XIX, cognominado "o Rembrandt do claro".
Nº 11 — Caxito
Simões Dias — Poeta, pedagogo e pedagogista notável do século XIX, autor de várias obras de literatura didáctica e de crítica pedagógica.
Nº 12 — Cacuso
Jacob Rodrigues Pereira — Autor de um sistema para ensinar a falar os surdos-mudos, o que tornou o seu nome celebrado na História da Pedagogia, de todo o mundo; autor de notáveis trabalhos científicos.
Nº 13 — Malanje
Veríssimo Sarmento
Nº 14 — Dundo
Gama Barros — Laborioso e doutíssimo historiador; "depois de Herculano, ninguém ergueu mais alto a História do nosso País, nem lhe levantou monumento mais grandioso e perdurável".
Nº 15 — Nova Gaia
5 de Outubro
Nº 16 — Henrique de Carvalho
D. António da Costa — Incansável, desinteressado e nobre amigo da educação popular, o maior historiador da instrução pública, em Portugal, e notável pedagogista.
Nº 17 — Calulo
Marquês de Pombal
Nº 18 — Quibala
Padre António Vieira — Grande orador e vernáculo escritor do século XVII; missionário ilustre e hábil diplomata, dos que mais contribuíram para a restauração de Portugal.
Nº 19 — Gabela
Engenheiro Torres
Nº 20 — Vila Nova de Seles
Adolfo Coelho — Filólogo distintíssimo, douto professor e pedagogista notável, autor de vários e valiosos trabalhos linguísticos e de educação.
Nº 21 — Vila Arriaga
Maria Amália Vaz de Carvalho — Ilustre escritora, autora de várias obras de educação, de real merecimento.
Nº 22 — Lépi
Pedro Nunes — O mais eminente cientista português do século XVI e um dos maiores da Humanidade, o inventor do nónio, matemático e cosmógrafo ilustre.
Nº 23 — Vila Teixeira da Silva
José Augusto Coelho — Fecundo escritor e douto professor, pedagogista insigne, autor de valiosíssimos trabalhos sobre pedagogia
Nº 24 — Vila General Machado
Padre Manuel Bernardes — Grande orador e escritor do século XVII, considerado um dos maiores obreiros da língua portuguesa.
Nº 25 — Catabola
Teófilo Braga
Nº 26 — Andulo
Nun'Álvares — O maior português de todos os tempos, mais puro lusíada, o que melhor representa o espírito nacional.
Nº 27 — Vila da Ponte
Branco Rodrigues — Perseverante, dedicado e ilustre paladino da educação dos cegos, em Portugal.
Nº 28 — Quipungo
D. Dinis — Criador da primeira escola de estudos superiores, no nosso País; valioso animador da cultura e do fomento nacional.
Nº 29 — Chitembo
Machado de Castro — Escultor dos mais ilustres e o maior do século XVIII.
Nº 30 — Luso
Rafael Bordalo — Ceramista notável e fundador de uma fábrica de louças artísticas, em Caldas da Rainha, onde deixou uma geração de oleiros admiráveis.
Nº 31 — Cazombo
Gil Vicente — Comediógrafo, fundador do teatro português; lavrante, ourives de elevado merecimento; autor da custódia de Belém.
Nº 32 — Vila Gago Coutinho
Columbano — Grande mestre de pintura, qualificado entre os melhores do mundo contemporâneo; notável professor.
Nº 33 — Cagamba
Gago Coutinho
Nº 34 — Humpata
Óscar Torres
Nº 35 — Chibia
Infante D. Henrique
Nº 36 — Chibemba
Afonso de Albuquerque — Um dos maiores vultos da nossa História, administrador admirável, fundador do nosso império do Oriente.
Nº 37 — Pereira de Eça
Padre Antunes — Missionário das mais altas virtudes, o que admiravelmente difundiu o nome e a língua de Portugal e a fé cristã nos indígenas de Angola.
Nos anos seguintes, continuaram a ser atribuídos novos patronos às escolas primárias de Angola, embora esporádica e excepcionalmente. Não tivemos a preocupação de os registar. Lembramos, no entanto, que no dia 21 de Outubro de 1929 foram atribuídos às escolas da Gabela e do Uíge, respectivamente, os nomes do conhecido poeta português Augusto Gil e do professor angolano Ralph Lusitano Delgado de Carvalho — nome que encontramos no primeiro volume desta obra.
A partir de data mal definida, deixou de se fazer referência aos patronos das escolas primárias, que passaram a ser identificadas apenas pelo número de ordem. Todavia, manteve-se o costume de determinar pelo nome dos patronos as escolas de artes e ofícios, que eram de nível primário. Poderá aperceber-se disso quem consultar o livro Patronos das Escolas de Angola, que deles dá algumas notas biográficas, mais desenvolvidas do que as deste trabalho.
A portaria de 6 de Janeiro de 1928 criou em Angola nada menos de vinte
escolas rurais, espalhadas por todo o seu vasto território. Tudo
leva a pensar que poucas devem ter funcionado, não exercendo a influência
que delas se esperava. Algumas deveriam sobrepor-se a estabelecimentos
anteriores, sendo muito difícil definir tal circunstância.
Como elemento informativo, daremos os elementos de determinação
fornecidos por aquele diploma, quer dizer, o número que lhe competia
e a sua localização, chamando a atenção para
o facto de duas delas não terem localização perfeitamente
definida, competindo ao governador do distrito fixar a respectiva sede.
Angola ficava, portanto, com as escolas rurais a seguir mencionadas:
01 | Nambuangongo | Ambriz | Luanda |
02 | Lunge | Bailundo | Benguela |
03 | Luimbale | Bailundo | Benguela |
04 | Ebanga | Ganda | Benguela |
05 | Cuíma | Lépi | Benguela |
06 | a) | Bié | Bié |
07 | a) | Andulo | Bié |
08 | Púri | Damba | Congo |
09 | Bula Atumba | Dembos | Cuanza-Norte |
10 | Pedras Negras | Pungo Andongo | Cuanza-Norte |
11 | Conda | Seles | Cuanza-Sul |
12 | Quipungo | Chibia | Huíla |
13 | Chiéde | Baixo Cunene | Huíla |
14 | Xá-Sengue | Minungo | Lunda |
15 | Quirima | Songo | Malanje |
16 | Cambo-Camana | Duque de Bragança | Malanje |
17 | Lumai | Lungué-Bungo | Moxico |
18 | Povo Zala de Cima | Maiombe | Zaire |
19 | Povo Tongue | Nóqui | Zaire |
20 | Bessa Monteiro | Ambrizete | Zaire |
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