a mais que incrível página de erros cometidos pelo alcaide-mór

luiz paulo fernandez conde.

"se o conde fosse prefeito na época do samba de raiz, não haveria samba. não haveria noel ou cartola. o rio ia ser um saco."

o circo

recém-eleito o ainda-não alcaide-mór decidiu comemorar a vitória num pequeno recanto cultural da muy leal y heróica cidade de são sebastião do rio de janeiro: o circo voador.
acontecia à época o concerto de bolso de um animado conjunto punk paulista chamado ratos do porão. conde entrou com uma não menos animada bandinha-charanga.
joão gordo, o charmoso (e paulista) cantor que acompanhava os ratos -- enciumado, por certo -- não gostou muito da intromissão. fernandez conde -- huh -- foi solenemente vaiado pela juventude presente.
seu à época amigo e à época alcaide-não-tão-mór cesar deu o caminho das pedras: fechou o circo. acabou o circo. circo não há mais.

o rio botequim

é hipócrita.

o baixo

conde portou-se direitinho até a metade do mandato. precisava ficar bonzinho para ajudar seu à época amigo e à época não mais alcaide-não-tão-mór cesar a eleger-se governador. só que ganhou um garotinho -- apelido dado àqueles copos de chopp pequenos --.
só que aí fernandez conde e cesar deixaram de ser amigos. (aliás, quem nasceu pra conde nunca chega a césar.)
bem, todas as histórias de amor chegam ao fim, e a do alcaide-mór com a boemia velha e cultural carioca chegou ao fim num fatídico janeiro do último milenovecentos. pois foi então que o homi decidiu fechar o baixo gávea. agora, beber só até a uma hora.
diz o homi que é pra deixar os da rua dos oitis dormir em paz. mas não seria mais fácil só ir atrás dos camelôs que vendem cerveja? a muy valorosa praça santos dumont não ia ficar cheia de gente e os boêmios poderiam beber em paz em seus bares.

a santa

não bastava o baixo, claro, então fernandez conde decidiu subir à parte alta da cidade de são sebastião, onde ainda se curtia um dos últimos bastiões do chorinho e do samba de raiz: santa teresa.
em santa conde até deixou os boêmios beberem. mas proibiu a música! o que será de santa sem o samba e sem o choro? só sabemos que as ladeiras ficaram vazias.
sabemos, que as meninas bonitas de bata neo-hippies não andam mais por lá, que a santa ficou um pouquinho mais distante de deus, mais próxima do inferno.
e conde, pergunta o leitor? conde apenas ensaiava o próximo passo. (em falso.)

os postos

agora não basta proibir que se beba no bar. acaso o leitor estiver a caminho de uma boa festinha de fim-de-noite, não poderá comprar a cervejinha da festa no posto de gasolina.
sabe por que? porque fernandez conde proibiu as lojas de conveniência de vender bebida alcoólica. como se o cara que dirige bêbado dirige bêbado de coisa que comprou no posto de gasolina.

o maraca

e os bares ao redor do maracanã? também estes não sobreviverão! para evitar a violência no portentoso estádio mário filho, nosso alcaide-mór está pretendendo proibir os bares também de vender bebidas. como se as torcidas organizadas enchessem a cara naqueles bares ou brigassem apenas por conta de bebida.
belini nunca imaginou que fosse testemunhar mais essa.

e o resto da noite...

fernandez conde, aquele, o alcaide-mór, já tem nos seus planos decretar a lei seca. diz ele que diminuirá a violência. agora, vem cá, não era o bêbado o assaltado e o sóbrio o assaltante?
algum candidato a al capone por aí?

...e o resto do rio

e os próximos passos? ah, fernandez conde pode ser muito criativo. tivemos acesso a informações sigilosas, vindas direto da prefeitura, sobre os próximos planos. acha absurdo, leitor? muito do que leste até agora era absurdo há um ano.

a. cercar as praias no verão do milênio para acabar com os arrastões.
b. para evitar os altos índices de assédio sexual, proibir biquinis pequenos.
c. como as brigas no maraca continuarão, proibirá a ida de torcedores para qualquer jogo. futebol, agora, só na telinha.
d. como a constituição não permite a lei seca, fernandez conde caçará o alvará de todos botequins cariocas. mas calma... em seus planos está alcançar a presidência. aí, muda a constituição.
e. com medo da possível violência do reveillón de copacabana na virada do milênio o alcaide pretende proibir o consumo de champanhe.

... e depois diziam que era o outro que não regulava bem.


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