Jesus aparece a Luz Amparo.
chega a quarta feira, 12 de novembro de 1980. Faltam apenas sete meses para a grande aparição. Luz Amparo trabalha como empregada doméstica na residência de Miguel Martínez e Julia Sotillo, um casal que tem dois filhos, Jesus e Beatriz, e terá mais duas meninas Maria e Amparo. Moram na rua de Santa Rosa, numero 7, de São Lorenço do Escorial. Termina seu dia de trabalho e sai às oito e meia da noite, indo para a sua casa, na rua patriarca, também em São Lourenço. Já está escuro. Alguém alto, de boa aparência, a segue a uns oito metros de distância sem dizer nada. Ela acha seu rosto conhecido, embora não consiga se lembrar. Nesta perplexidade, andando, percebe que esqueceu o dinheiro para comprar o pão do dia seguinte para os patrões. Volta sobre seus passos, e o homem, relativamente jovem, segue atrás dela. Comenta o que se passa com o porteiro do prédio, Marcos Vera, velho amigo da família. Quando Amparo torna a sair, Marcos a acompanha; não vêem ninguém e depois de alguns passos, ele diz: "Está vendo, é só imaginação sua; não precisa ter medo", e volta. Novamente sozinha, ela continua andando. Dá uma olhada para trás; o personagem reapareceu, mantendo-se a curta distância, silencioso, até que Amparo chega no portal de sua casa.
Na manhã seguinte, são oito horas do dia 13, chega na portaria da rua Santa Rosa quando Marcos está abrindo a porta do edifício. Volta a dizer-lhe que "esse moço de ontem" a segue novamente e agora esta na esquina; Marcos porém não vê nada. Mas amparo garante que ele está alí, de pé, observando... À tarde vê na televisão as calamidades que castigam Biáfra, onde as crianças morrem de fome. Estas cenas causam-lhe tão profunda impressão, que mentalmente ela oferece o trabalho daquele dia à Virgem. Começa a passar a ferro. Pouco antes, ao ir pegar a roupa, uma porta fecha bruscamente sem que haja corrente de ar. Ela passa e dobra com o aço quente. Termina. Pega as peças passadas e vai guardá-las no armário de costume. então ouve uma voz serena, grave, que enche o cômodo:
"Filha, reza pela paz do mundo e pela conversão dos pecadores; pois o mundo está em grave perigo."
Ela toma um susto e sai correndo pela escadaria abaixo, deixando as portas abertas com a chave do lado de fora. conta a Marcos Vera, ofegante, nem sabe como conseguiu corre daquele jeito, o que acabou de acontecer com ela. Ouvem a insólita história, também a mulher de Marcos e seus filhos, que estavam brincando na entrada do prédio com Jesus e Beatriz, filhos do casal para quem Amparo trabalha. Todos sobem; encontram a porta fechada, que o porteiro abre com uma cópia; o molho de chave não estava onde ficara. Revistam o apartamento e não vêem ninguém nele. Marcos ao descer, já está meio assustado, em que pese seu jeito corajoso. enquanto isso, Amparo e Maricruz, a mulher do porteiro, ouvem alguém, coisa surpreendente, colocar assim, sem mais nem menos, as chaves sumidas no lugar onde Amparo às deixou. Coisa de bruxaria? Maricruz desce para dar o jantar a seus filhos, não sem recomendar à amiga: "Se ouvir a voz de novo, não se esqueça de perguntar-lhe se é seu pai, que em paz descanse."
E como se estivesse adivinhando, a voz volta a se apresentar nos sentidos de Luz Amparo, que agora esta com Beatriz, de sete anos. A menina não ouve nem vê nada. Com o timbre e a solenidade de antes, a voz lhe diz:
"Filha, não tenhas medo."
Bem naquele momento, Amparo vê o quarto ficar cheio de clarões predominando os azuis e repara que vai se configurando uma nuvem branca, luminosíssima, em cujo núcleo suge aos poucos o contorno de uma figura. Olha bem o rosto, que é o mesmo que ela vira naquela noite no Hospital clínico, o mesmo daquele personagem que a seguiu em segredo pela rua.
"Quem és tu? Meu pai?", pergunta Amparo à visão, então já bastante nervosa, logicamente.
"Sim, filha, sou teu pai celestial. Nesta casa não há qualquer bruxaria."
E acrescenta:
"Reza pela paz no mundo e pela conversão dos pecadores. Amaivos uns aos outros. Vais receber provas de dor."
Amparo, mais tranqüila, dona de sí, pergunta a Beatriz se viu ou ouviu alguma coisa. "Não nada", responde a menina. Estamos ainda naquela quinta-feira, 13 de novembro de 1980, "nove dias antes de Santa Cecília", diz Amparo.
Dois dias depois, no sábado 15 de novembro, às 15 horas, mais uma vez estão juntas na casa, Amparo e a menina Beatriz. Nisso, um resplendor diáfano, como de raio, deixa transparecer uma cruz; nela, há um crucificado; está nu, sangra pela fronte, as mãos, o lado, os joelhos e os pés. Tem o cabelo ensangüentado, longo, sujo e revolto; o olho direito inchado, roxo... "Você vê alguma coisa Beatriz?", pergunta-lhe. "Não nada", responde. Amparo ajoelha, e quando diz à menina que faça o mesmo e reze, Beatriz, lhe diz, admirada: "Amparo, está saindo sangue de você!" com efeito, é a sua primeira estigmatização. Já sabe que é Jesus quem lhe fala:
"-Minha filha, isto é a Paixão de Cristo. É uma prova. Tu tens que atravessá-la até o fim."
-"Eu não resisto," responde Amparo
"-Se tu não resistes alguns segundos, quanto passaria eu, horas inteiras na cruz, morrendo pelos mesmos que me crucificavam? Podes salvar muitas almas com tuas dores, Aceitas?"
"-Com vossa ajuda, Senhor, suportarei."
Após estas palavras de amparo, Beatriz percebe que o sangue da fronte e das mãos da mulher começa a desaparecer, como se pouco a pouco a pele o reabsorvesse. Tudo termina, por esta vez, e Amparo pede à menina, por favor, para calar sobre o que viu.
Na quinta feira, dia 20, Marcos, ao vê-la chegar na hora habitual, faz uma pequena brincadeira: "Como é, já foi ao psiquiatra?" "Eu não preciso de psiquiatra nenhum", ela responde. E Amparo começa a sangrar, nas mãos, fronte, costas, joelhos e pés, mais uma vez. É a sua segunda estigmatização e o amigo Marcos Vera a sua segunda testemunha, que também guardará o segredo. Na vespera de Cristo Rei, 22 de novembro de 1980, festa de Santa Cecília, romana, Cristo lhe aparece mais uma vez e deixa para ela uma breve mensagem:
"Quem teme a Deus terá sua recompensa no Céu. Quem o despreza e blasfema contra Ele não entrará no Reino dos Céus."
...E brota nela um sinal comovente e fascinante no peito. Nesse dia, Amparo vê surgir, como que em relevo, um coração, que se apresenta atravessado por uma seta, também por baixo da pele. A mãe de Miguel Martinez quase percebe aquilo, atribuindo-a a uma "alergia". Também não diz nada por enquanto, até o dia seguinte, domingo, dia 23, Cristo Rei. Júlia nota que Amparo não parece estar bem, e pergunta-lhe. ela procura livrar-se, mas está ali a anciã que, sem malícia alguma, antes ao contrário, conta a Júlia o que viu naquele sábado, até onde sabe ou supõe. "Ela esteve passando mal", responde. "Apareceu uma alergia no peito dela." Júlia insiste. Por fim, consegue que Amparo abra os primeiros botões da blusa; continua no mesmo lugar, o coração avermelhado. Pouco depois, esse mesmo estigma, que permanece, sangrará como se tivesse sido pontilhado por agudos espinhos. Agora toda a família que mora na Santa Rosa 7, ficou sabendo. E pela terceira vez, abrem-se as chagas do crucificado. Fazem com que ela deite na cama do casal; estende os braços e cruza o pé direito sobre o esquerdo. Está rígida, pesada feito chumbo, e seu corpo está gelado. Mãos e pés estão completamente furados, de fora a fora. No quarto há um cheiro intenso de rosas e incenso...
A Virgem do Escorial
Aparições da Virgem à Luz amparo
A Aparição
Escorial
Maria pede por nós