Ora! Direis...
mas trata-se de algo que todos no mundo têm...
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A CONSCIÊNCIA
Despertei a consciência. Consegui a iluminação. Aonde ia adormecido? Para a rude penha cortada a talho. Olhei atentamente para o firmamento que estava muito acima. O tremendo topo atraiu-me com sua vertigem. Voltei a face para a fundura oposta e vislumbrei a terra que estava muito abaixo. A ave Fênix tocou-me com suas asas de imaculada brancura ao passar em seu impetuoso vôo.Cheio de fervor, orei, sabendo que o perfume da oração chega até Deus. Implorei pelos adormecidos, pelos equivocados sinceros que sonham estar despertos e pelos fracassados que supõem estarem indo muito bem. Sonha o sábio na esplêndida rosa de mágico campo que entreabre suas folhas deliciosas ao luzeiro vespertino do amor. Sonha o bardo cabeludo com o tímido arroio que cantando desce pela montanha desfeito em tons prateados, todo convertido em filigrana que corre e passa. Sonha a mãe desventurada com o filho que perdeu na guerra e não concebe sorte mais cruel. Chora, a coitada, ao pé do seu retrato e o raio de luz brinca com a tortura e faz brilhar a íris a cada gota. Sonha Fausto com a sua Margarida de branca face, tranqüila sob o dossel primoroso de sua ruiva cabeleira que, como uma cascata de ouro, cai sobre seus ombros de alabastro. Que abismo profundo em sua pupila pérfida e azulada como a onda marinha. Nas espantosas garras da dor, o pobre animal intelectual sonha que é Bruto, partindo em mil pedaços o coração de César. Sonha ser o temível Espártaco assolando a campanha. Sonha que é Ulisses em seu palácio de Ítaca, matando furioso os pretendentes de sua esposa. Sonha que é Guilherme Tell, expelindo o esquife com o pé. Sonha que é Cleópatra, seduzindo a Marco Antônio; que é Cronwel diante do suplício de um monarca; que é Mirabeau no Tabor das nações; que é Bolívar com cinco povos libertados; que é Morelos nos campos de batalha... Sonha o enamorado com a estrela que sobe pelo resplandecente oriente, com a tão esperada entrevista, com o livro que ela tem em suas mãos, com a sua janela romântica. Sonha o marido ofendido com terrível contenda e nela, rebelde, briga. Sofre o indizível e até morre no pesadelo. Sonha o luxurioso com a nudez impudica da bela diabinha que se revolve como uma porca no lodo da imundície. Sonha o ébrio que é rico, jovem, cavalheiro esforçado e de grande renome; valente na batalha. Sonha Amado Nervo com a amada imóvel e Vitor Hugo com os miseráveis. Esta vida de tipo lunar não passa de um tecido de sonhos. Os velhos sábios da sagrada terra dos Vedas não se equivocaram quando disseram que este mundo é maya ( ilusão ). Ah... se essas pobres gentes não sonhassem... Que diferente seria a vida ! Os quatro evangelhos insistem na necessidade de despertar a consciência, porém como estão escritos em código ninguém entende. Nestes instantes, vêm a minha memória inefáveis recordações. Uma noite qualquer de outono, conversava deliciosamente com um Adepto nos mundos superiores. Conversar com um Irmão Maior nos universos paralelos das dimensões superiores é certamente algo impossível para os adormecidos, para esses pobres seres que sonham. Felizmente eu estou desperto. O tema da conversação foi variado. O diálogo desenvolveu-se em síntese.Litelantes estava calada... ela também está desperta e gosta de me acompanhar... ela é a minha esposa sacerdotisa. Aquela conversa corria deliciosamente como um rio de ouro sob a selva espessa do sol. O Venerável queria uma entrevista comigo, aqui em baixo, no mundo físico, na região tridimensional. Definimos os fatores de tempo e lugar, porém, Litelantes protestou: À meia-noite e tão longe da nossa casa, em mero ponto central da cidade do México... Inúteis foram os seus protestos... Ele e eu fixamos a data e firmamos a palavra. Passaram-se os meses do outono... eu aguardava com sumo interesse o ansiado ano de 1968. Contudo, tudo passa ... e não me tocou esperar demasiado, a noite esperada chegou. Saí de casa cedo, assim tinha de ser, pois essa noite é de muitas visitas, devia me antecipar. Um táxi conduziu-me desde a calçada de Tlalpan até o Zócalo. Tive de descer na 20 de novembro, exatamente uma das esquinas da praça da Constituição. A viagem tinha de ser paga. >Quanto devo ? - Dois pesos, senhor. >Aqui os tem, pode cobrar. O chofer recebeu o dinheiro, sem nem remotamente pressentir o motivo da minha viagem ou a identidade da minha pessoa. Que pode saber um adormecido? Por acaso, o pobre chofer conhecia os meus estudos? Que poderia exigir dele? Um sonhador a mais... manejando um táxi... nada mais. Andei pelo centro do Zócalo, me detive diante de um grande poste de ferro que servia de mastro para a bandeira nacional. Era ali o lugar exato do misterioso encontro. Primeiro devia reconhecer o local e assim o fiz, porém, ainda não havia chegado sequer as dez da noite. Caminhei pela avenida 5 de maio devagarzinho... e alcancei p parque da alameda. O gelo do inverno que respira nos cerros do nunca, sem matizes e sem aromas, baixava em frescos caudais de prata cobrindo os prados murchos. Sentei-me em um banco do parque. O frio dessa noite de inverno era tremendo. Por aqui e por ali alguns alegres meninos brincavam bem abrigados. Anciões austeros conversavam sobre coisas talvez muito sérias e graves ou pelo menos sem importância. Os namorados sorriam com olhares de fogo luciférico. Resplandeciam luzes de cores variadas e não faltava, como é normal nesse colorido e pitoresco conjunto humano de ano novo, alguns disfarces. Pessoas que se divertiam tirando fotografias diante dos três reis magos. Névoa que brota da montanha, nostalgia obscura, paixão estranha, sede insaciável, tédio imortal, desejo terno, subconsciente, indefinido, ânsia infinita do impossível... eis o que a humanidade sente nestes momentos. Várias vezes perambulei perto das cristalinas fontes contemplando junto aos pinheiros belas imagens: globos de varadas cores, simbólicas representações do ano velho e do ano novo, carros arrastados pelos cabritos de capricórnio e outras cenas. Uma e outra vez, voltando devagarzinho pela avenida 5 de maio, me acerquei do mastro da nossa bandeira nacional, no centro da praça da Constituição. Olhava ao redor com ansiedade. O glorioso lugar estava relativamente vazio e para cúmulo, não resplandecia nessa noite o pavilhão da pátria com a águia do espírito, a serpente sagrada e o nopal da vontade. Obscuros Alexandres e Espártacos que longe estão de compreender tudo isto. Nos cruentos labores da guerra, semeadora de louros e desgraças, foram todos ídolos de argila, que caíram por terra desfeitos em pedaços. Em sublime absorção, remexi minha própria mente, meditando no mistério da vida e da morte. Faltava tão somente meia hora para o encontro mencionado. Diversas vezes andei, silencioso, por aí, entre o Zócalo e a Alameda. De repente, olhando para o relógio, suspirei profundamente, dizendo com uma voz que assombrou a mim mesmo: Finalmente, a hora está próxima. Era necessário apressar um pouco o passo para retornar mais uma vez ao lugar do encontro. Ressoaram os sinos da velha catedral metropolitana, quando, ansioso, me detive diante do mastro da bandeira nacional. Faltavam apenas uns 15 minutos para a meia-noite. Olhei ao redor, como que inquirindo, como que buscando algum sinal indicador da presença do mestre. Inumeráveis perguntas me assaltavam. Seria o Guru capaz de faltar ao compromisso ? Quem sabe, a recordação do encontro não tivesse passado para o seu cérebro físico ? Por fim, ‘Oh! Deus’, ressoam as 12 horas do ano novo no campanário do templo. Começava a me sentir algo frustrado quando percebo 3 pessoas à minha frente. Tratava-se de uma família estrangeira, talvez inglesa ou norte-americana, não sei. O cavalheiro avança sozinho para mim. Fico a observá-lo atentamente. Conheço aquelas feições, aquela presença majestosa. O Mestre me felicita, me abraça, me deseja êxito total para o ano de 1968 e se retira. Eu noto nele algo estranho. Veio a mim como um sonâmbulo, inconsciente, como que movido por uma força superior. Isso me alarma e me entristece um pouco. Será possível que a consciência do Mestre esteja desperta nos mundos superiores e adormecida no mundo físico ? Que coisa estranha, enigmática, profunda ! Depois do encontro com o Mestre já não mais me sentia frustrado e em meu coração havia contentamento. Avancei feliz para o átrio da velha catedral de pedra. Aguardava e logo surgiu meu filho Osíris com seu pequeno carro cor de fogo. Deteve-se um instante para me recolher e conduziu-me para casa. O Mestre cumpriu a promessa ? Foi sua primeira pergunta. Como a resposta fosse afirmativa, alegrou-se muito para em seguida guardar silêncio. Será útil, ainda, acrescentar que depois deste acontecimento tive uma nova entrevista com o Mestre nos mundos superiores. Agradeci o cumprimento da promessa e o felicitei. O Guru, muito alegre, sentiu-se satisfeito por ter podido conduzir a sua personalidade humana até o lugar previamente combinado. Obviamente, o Mestre em si mesmo, é isso que os hindus chamam de ÁTMAN, o ESPÍRITO DIVINO, unido com sua alma espiritual ao BUDDHI. A ALMA HUMANA ou MANAS superior, revestida com sua personalidade terrestre, constitui o que sabiamente se denomina de BODDHISATTWA no oriente misterioso. Logo, é fácil compreender que aque aquele homem que veio a mim era o BODDHISATTWA do Mestre. E vinha dormindo... que dor ! Ele era um BODDHISATTWA caído... no entanto, o Mestre conseguiu controlá-lo e conduzi-lo como a um autômato, como a um marionete, até o lugar do encontro. Nada há de estranho que um BODDHISATTWA, alma humana de um Mestre, depois de cair, submerja no sonho da inconsciência, lamentavelmente. Nos tempos antigos, na época em que os rios de água da vida vertiam leite e mel, viveram sobre a face da terra muitos Mestres. Com o advento fatal da KALI YUGA, a idade negra em que vivemos, muitos BODDHISATTWAS caíram e a lira de Orfeu tombou sobre o pavimento do templo feita em pedaços. A grande Divindade antiga caiu derrubada. Ela repousa sobre um flanco, o rosto contra a terra. Não obstante, as hierarquias celestes a levantam.
Capítulo 3 - A Consciência |
O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
Antes de tudo vamos buscar, inquirir, indagar, com o propósito de saber realmente qual é o objeto último da existência. É indispensável saber de onde viemos, para onde vamos, porque estamos aqui, e para que. Viver por viver, comer para existir, trabalhar para comer, não pode ser em verdade o único objeto da vida. Indubitavelmente temos que resolver o enigma de nossa existência. Temos que entender o sentido da vida. Nosso Movimento Gnóstico Internacional tem cinco milhões de pessoas, já se acha estabelecido em todo o hemisfério ocidental, e logo estaremos conquistando a Europa, o Oriente Médio e a totalidade do continente Asiático; temos formado uma corrente esotérica crística que não tem mais que um só objetivo, a AUTO-REALIZAÇÃO INTIMA DO SER. Isso é tudo. Assim, é chegada a hora de saber quem somos. O corpo físico não é tudo. Ver o organismo humano de qualquer pessoa não é haver conhecido em verdade ao Ser. O organismo humano está composto de órgãos, estes de células, as células por moléculas, e as moléculas por átomos. Se fracionarmos qualquer átomo, liberamos energia. Em última síntese o organismo humano está composto por distintos tipos e subtipos de energia. Einstein disse: energia é igual a massa multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado. Também afirmamos que a massa se transforma em energia, e a energia se transforma em massa. Em síntese diríamos: a vida toda é energia. Determinada por antigas ondulações vibratórias determinadoras de novas frequências oscilatórias. Os cientistas poderão conhecer a mecânica das células vivas, mas nada sabem sobre o fundo vital. Em nome da verdade diremos: - eles fabricam poderosos foguetes atômicos que viajam a Lua, enormes barcos, bombas atômicas, mas até agora não foram capazes de elaborar um gérmen vegetal capaz, ou com possibilidade, de germinar. Jogarão com a inseminação artificial, poderão conseguir muitos experimentos com zoospermas e óvulos. Poderiam até conseguir filhos de incubadoras, ou provetas de laboratório. É inquestionável que qualquer zoosperma unido a um óvulo poderia originar, em circunstâncias favoráveis, a célula germinal. Esta teria possibilidades de desenvolvimento. Assim pois, que poderiam ter filhos de laboratório é algo que não colocamos em juízo. Mas, isso não é de modo algum haver resolvido o problema da vida e da morte. Se colocamos as substâncias químicas de zoosperma e um óvulo sobre a mesa de um laboratório para serem estudadas, estou seguro de que os cientistas poderiam perfeitamente elaborar um zoosperma masculino e um óvulo feminino. Estou seguro que poderiam fazê-lo perfeitamente igual ao natural. Mas o que estou absolutamente seguro e, de que jamais, de tais melhoramentos artificiosos poderia lograr-se a criação de um novo organismo humano. Don Alfonso Herrera, o grande sábio mexicano, uma das grandes luminárias que tivemos em nosso país, México, conseguiu criar a célula artificial. Ele foi o autor da teoria da plasmogenia. Criou uma célula muito similar à célula natural. Mas esta célula jamais teve vida, foi uma célula morta. Assim que, os homens de ciência jogam com a mecânica dos fenômenos. Com o que a natureza criou. Não são capazes de criar uma simples semente vegetal, suscetível de germinar. E não obstante, se pronunciam contra isso que é o real, contra o Divinal, contra o Divino Arquiteto do Universo. Fácil é pronunciar-se contra o Logos, muito fácil é negar ao Divino Arquiteto, mas demonstrar tal asseveração, tal negação, quão difícil... Porque até agora não apareceu sobre a face da Terra um só cientista capaz de fazer um gérmen da mais insignificante erva, um gérmen artificial. Que este gérmen germine de verdade. Poderão os cientistas decompor amebas, poderão também lograr união de organismos protoplasmáticos, etc., etc., etc., mas jamais criarão vida. Jogarão sempre com o que já está feito. Se fazem enxertos vegetais, com os quais alteram fundamentalmente a flora. Os frutos de tais enxertos não têm os mesmos valores energéticos dos frutos realmente originais. Em todo caso se joga com a mecânica dos fenômenos, com o que já está feito. E isso é tudo. Quando se trata de explorar o organismo humano, se descobre a célula viva. Os cientistas desconhecem a força vital. Obviamente o organismo humano tem "nexus formativus", um fundo vital orgânico, quero referir-me em forma enfática ao Lingam-Sarira dos Teósofos, ao corpo vital, à condensação termo-eletro-magnética. Os cientistas russos, nestes momentos estão estudando o corpo vital. Possuem aparelhos extraordinários de percepção ótica, mediante o qual foi possível fotografar o corpo vital. Estuda-se em relação com o organismo físico, e fora dele também, isto é, fora do organismo físico. Os cientistas têm dado ao corpo vital o nome de "Corpo Bioplástico". Assim que o corpo físico tem um sustento vital sem o qual não poderia existir. Mas, isso não é tudo. Mais além do corpo físico, e seu assento vital orgânico, está o Ego. Muito se discutiu sobre o Ego. Inumeráveis teorias antitéticas se combatem entre si. Muitos são os adoradores do Ego. Muitos são os seguazes do Alter-Ego. Para algumas escolas o Ego é sagrado, para outras o Ego é dual; se fala do Eu Superior e do Eu Inferior, se diz que o Eu Superior deve dominar ao Eu Inferior o qual é falso. Para poder falar sobre o Ego com autoridade, se necessita haver desenvolvido o sentido de auto-observação psicológica. Só assim, e por experiência direta, pode mencionar-se com claridade meridiana ao Ego, ao Eu, ao Si Mesmo, ao Mim Mesmo. Ter alguma teoria sobre o Ego, fazê-la própria, ou logo defendê-la a capa e espada, resulta no fundo empírico. Situar-se em tal ou qual escola, para acionar dali, ou reacionar, defendendo a consciência egóica, de fato resulta ininteligente. Nós necessitamos saber o que é esse Ego, esse Eu que domina o corpo vital e ao corpo físico. Sem tais teses, sem a experimentação direta, é paradóxico, incongruente, ilógico. Não resiste a uma análise de fundo. Poderíamos usar a lógica dedutiva ou indutiva, fazer silogismos ou, qualquer disciplina intelectual do oriente ou ocidente para defender nossa tese com respeito ao Ego. Cada qual é livre de usar procedimentos de qualquer tipo para defender seus pontos de vista relacionados com a questão egóica. Mas tampouco isto resulta no fundo inteligente. Há que ir mais longe, há que experimentar, só assim, com base na experiência direta, e não indireta, é como podemos sentar axiomas matemáticos com respeito ao Ego. Obviamente os melhores psicanalistas, teosofistas, etc., etc., etc., têm errado com respeito ao Ego. Falando sobre o Ego subliminal, falharam lamentavelmente. O Alter-Ego dos grandes espiritualistas tampouco resiste a uma análise superlativa e transcendental. É teórico no fundo. Até a própria H. P. Blavatsky, errou quanto ao Ego. O considerou divinal. Se ela houvesse experimentado a realidade do mesmo, não haveria defendido tanto a consciência egóica. O que é pois, esse Eu, esse Si Mesmo, esse Mim Mesmo, que em nosso interior carregamos? Só auto-observando-nos psicologicamente descobriremos o que é. Manojo de desejos, recordações, pensamentos, opiniões, conceitos, pensamentos, volições, etc... Ostensivelmente tal Ego nem sequer é uma unitotalidade, unicidade. Tal Ego, no fundo resulta pluralizado. Pode dizer-se com inteira claridade que o Ego é múltiplo. Isto me recorda os tibetanos. Afirmam eles em forma enfática que dentro de cada ser humano existem muitos agregados psíquicos. Indubitavelmente os mesmos representam em verdade nossos defeitos de tipo psicológico. Ira, cobiça, luxúria, orgulho, inveja, preguiça, gula. No Crístico Evangelho do Grande Kabir Jesus, se diz que JESUHA tirou do corpo de Maria Madalena sete demônios, obviamente se trata dos sete pecados capitais. Disto não cabe dúvida alguma. E esses sete se podem multiplicar por outros sete e esses por outros mais. No fundo nossos defeitos são multifacéticos. Ainda que tivéssemos mil línguas para falar e palato de aço, não alcançaríamos enumerá-los cabalmente. Se fala de sete demônios; poderia citar-se milhares de demônios. Pois repito, nossos defeitos são polifacéticos. Tias milhares de demônios, tais quantidades, formam o Ego. Inquestionavelmente o Eu é Eus. Existe o Eu da Ira, o Eu da Cobiça, o Eu da Inveja, etc., etc.. Toda essa multiplicidade de Eus parecem pessoas; são pessoas psicológicas dentro de nossa pessoa. Se combatem entre si mutuamente, não guardam ordem de nenhuma espécie. Quando um da legião consegue dominar os centros capitais da máquina, se crê o único, o amo, o senhor. Depois é deslocado. Estamos cheios de muitas contradições na vida. Tão logo afirmamos algo, como negamos. Não temos um centro de gravidade permanente. Isto indica com inteira clareza que somos uma multiplicidade de elementos indesejáveis. O mais grave de tudo isso, é que dentro de cada elemento inumano se acha enfrascada a consciência. Os psicólogos antigos do século passado denominavam objetivo a tudo o que corresponde ao mundo físico, à experiência sensual, e subjetivo a tudo relacionado com os processos psíquicos. Nós os gnósticos somos diferentes. Chamamos objetivo ao real, espiritual, ao verdadeiro. E subjetivo ao sensual. Desafortunadamente, todos os elementos indesejáveis que em nossa psique levamos são subjetivos. A consciência, a essência, se acha engarrafada, enfrascada, embutida, entre todos esses elementos de tipo subjetivo. Agora nós explicaremos porque a consciência das pessoas se encontra em estado inconsciente, adormecida. Desgraçadamente as pessoas de modo algum aceitariam que dormem. Supõem as multidões que estão despertas. E quando alguém lhes enfatiza a idéia de que têm a consciência adormecida, até se ofendem. Se as pessoas tivessem a consciência desperta, poderiam ver, ouvir, tocar e apalpar as grandes realidades dos mundos superiores. Mas as pessoas dormem, têm a consciência em sonhos. Despertar é indispensável, urgente, inadiável. Todos os aqui presentes jamais viram o mundo como é. Todos sonham, mas não conhecem. O vêem com sua consciência onírica. Jamais o viram realmente. Crêem que conhecem o planeta Terra, mas não o conhecem. Mais ainda, estou seguro que nem conhecem o pêlo de um bigode... Perguntaria a qualquer varão dos aqui presentes, quantos átomos tem sequer um só pêlo de seu bigode? Quem poderia dar-me uma resposta exata e matemática? Quem poderia passar ante o quadro negro para fazer a soma total desses átomos? Demonstrá-lo com uma equação aritimética? Apresentar uma premissa conducente a um silogismo exato? Estou seguro que isto não é possível. A consciência dos aqui presentes está adormecida. Quem dos aqui presentes viu alguma vez a verdade? Quem conhece a verdade? Quando a Jesus lhe perguntaram "que é a verdade?", guardou silêncio; e quando a Buddha Gautama Sakyamuni lhe fizeram a mesma pergunta, deu as costas e se retirou. A verdade é o desconhecido de instante em instante, de momento em momento. Só com a morte do Ego desperta a consciência. Só a consciência desperta pode experimentar isto que é o real. Isto que não é do tempo. Isto que está mais além do tempo, dos afetos e da mente. Isto que é a verdade. Enquanto nós não tenhamos experimentado a verdade, nada saberemos sobre os mistérios da vida e da morte. Seria impossível experimentar o real se antes não libertamos a consciência, se antes não a extrairmos desses elementos indesejáveis que constituem o Ego. Quando nós tenhamos quebrantado todos esses elementos inumanos e indesejáveis, esses elementos subjetivos que formam o Eu da Psicologia Experimental, a consciência será livre, soberana, só então experimentaremos o real. Nós vivemos em sonhos. Não vemos o planeta Terra tal como ele é. Sonhamos com o sonho Terra. É pictório para nós. Quando nossa consciência desperta, veremos que a Terra é tão diferente do sonho que tínhamos sobre a mesma. Veremos uma Terra multidimensional, conheceremos o corpo vital desta mole planetária em que vivemos. Descobriremos os mistérios da vida e da morte, e tudo o que é, o que foi e o que será. Quando a consciência desperta, entraremos em contato com outras humanidades que vivem junto a nós e que até a data presente os ignoramos. Não somos os únicos habitantes da Terra. A humanidade terrestre em modo algum é a única humanidade que vive sobre a face da Terra. Aqui nesta Terra, que gira ao redor do Sol, convivem conosco outras humanidades. Nas dimensões superiores da natureza existem outras raças humanas que não saíram do Eden, e que vivem na quarta vertical. No corpo gigantesco vital desta mole planetária que gira ao redor do Sol, gentes aí felizes em estado paradisíaco. Gentes do Eden, dos Campos Elísios, da Terra Prometida, onde os rios de água da vida manam leite e mel. Gentes que não saíram do paraíso, vivem do nosso lado, e sem embargo, nem os tocamos, mas existem. Vocês, repito, não viram o planeta Terra. Só em sonhos vêem um planeta deformado, um planeta pictório, um planeta sonho. Despertar é indispensável. A humanidade comum e corrente tão só possui uns 3% de consciência desperta, e uns 97% de consciência adormecida. Raro é o que tem 10% de consciência desperta. Se a humanidade em geral tivesse sequer 10% de consciência desperta, então não haveriam guerras. Quando a pessoa desintegra o Ego; quando o reduz a poeira cósmica, quando chega a aniquilação budista, a consciência se desperta absolutamente, em 100%. Então se abre ante nós, maravilhosamente, a Terra Prometida. Então nos pomos em contato com os deuses antigos citados pela mitologia grega. Então descobrimos verdadeiramente o que é a Religião Sabedoria. Não seria possível tudo isso se antes não nos resolvêssemos a passar por uma mudança radical. Assim como estamos, com a consciência dormida, em estado de inconsciência total, somos verdadeiros cadáveres viventes. Estamos mortos para o Ser. Não temos realidade nenhuma. Em nome da verdade devo dizer a vocês que somos vítimas das circunstâncias. É necessário aprender como iniciar novas circunstâncias, quando nós somos vítimas das mesmas. Só o Ser pode fazer. Nós não podemos fazer nada. Existimos sobre a face da terra exclusivamente com o propósito de servirmos à economia da natureza. Cada um de nós é uma máquina encarregada de captar determinados tipos e subtipos de energia cósmica, e retransmitir às capas interiores do organismo planetário. Somos máquinas a serviço da economia da natureza. Nos cremos muito grandes e muito sábios, quando em verdade não somos senão máquinas ao serviço da grande natureza. A humanidade inteira é um órgão da natureza, um órgão encarregado precisamente de assimilar e eliminar determinadas substâncias e forças. Nos cremos poderosos, quando em verdade não o somos. Reconhecer o que somos é indispensável. Cremos ser já homens, no sentido mais completo da palavra, quando, todavia não o somos. Ser homem é algo muito grande. O homem é o Rei da Criação. Nós todavia nem sequer somos reis de nós mesmos. Não aprendemos dirigir conscientemente nossos processos psíquicos. E não obstante nos cremos grandes. Devemos começar, se queremos mudar, por reconhecer o que somos. Inquestionavelmente, não somos mais que animais intelectuais condenados à pena de viver. Mas nos cremos sábios. O Logos, o Sol, está fazendo nestes instantes, um grande experimento. O faz no tubo de ensaio da natureza. Quer criar homens. Na época de Abraão, o Judeu, se fizeram muitas criações. Se conseguiram originar certa quantidade de homens. O Sol depositou em nossa glândulas sexuais os gérmens para o homem. E estes gérmens podem perder-se; não é seguro que se desenvolvam. Se queremos que o homem nasça em nosso interior, como a mariposa na crisálida, necessitamos cooperar com o Sol; só assim poderão tais gérmens desenvolver-se em nós. Obviamente se necessita um terreno adequado para o desenvolvimento ao homem. Se alterarmos o organismo, se efetuamos os enxertos glandulares, se estamos de acordo com os transplantes orgânicos, etc., o terreno orgânico não será favorável para o desenvolvimento dos germens do homem. No passado, houve uma raça humana, que definitivamente estabeleceu uma ditadura política. Uma raça da época secundária ou primária. Tal raça proibiu o relacionado com questões religiosas. A religião estorvava aos líderes políticos e ditadores. A livre iniciativa foi desintegrada, eliminada. Como consequência começou a degenerar. Esta raça se entregou a toda classe de experimentos glandulares, transplantes, etc.. Com o tempo começou a deformar-se. A morfologia foi alterada fundamentalmente. Os processos degenerativos intensificaram cada vez mais. Passaram-se milhões e milhões de anos, sua involução foi-se fazendo cada vez mais atroz. Terminou transformada em algo mecânico e horrível, nefasto. Esta raça degenerada ainda vive sobre a face da Terra. Quero referir-me, em forma enfática, às formigas. Raça humana degenerada. Não estou afirmando em forma dogmática, como supõem alguns neste auditório. Aqueles que hajam desenvolvido as faculdades superlativas ou transcendentais do Ser, quem haja despertado a consciência superlativa e transcendental, aqueles que eliminaram o Ego, poderão estudar os registros akashicos da natureza, verificar por si mesmo em forma direta, e não indireta, o que aqui estou afirmando enfaticamente. Discutir por discutir, ostentar antíteses para arguir, com o propósito de destruir as afirmações, resulta demasiado superficial, quando não se experimentou com os sentidos superiores do Ser. Assim que, se nós não cooperarmos com o experimento solar, será impossível que os germens para o homem se desenvolvam em nós, em nosso interior. São os germens para o corpo astral, que ainda não o tem a humanidade. São os germens para o corpo mental, que tampouco têm as pessoas. São os germens para o corpo da vontade consciente, que ainda não tem a humanidade. Sem embargo, teosofistas, yoguistas, aquarianistas, etc., etc., etc., crêem que têm tudo isso e muito mais, crêem que já têm o setenário teosófico, que são homens íntegros, unitotais, que são maravilhosos, inefáveis, etc., etc.. A crua realidade de tudo isso é que, para criar o corpo astral, se necessita da sexologia transcendental e transcendente, se necessita aprender a manejar o Mercúrio da Filosofia Secreta, se necessita de verdade entrar pelo caminho da regeneração sexual, porque os degenerados do infra-sexo, os fornicários, os adúlteros, os homossexuais, as lesbianas, etc., são semente podre, da qual não pode sair jamais o homem. Ou lutamos por regenerar, ou marchamos pelo caminho involutivo, descendente, dos mundos inferiores. Estamos ante o dilema do Ser ou não Ser da filosofia. Este não é um momento de estar brincando com o vão palavreado insubstancial de conversa ambígua. Este não é o momento de estarmos deleitando-nos com sofismas de distração. Há chegado o momento em que temos que decidir-nos: Ou nos convertemos em homens, ou involuímos entre as entranhas da Terra. Poderiam dizer-se o seguinte: com que autoridade afirma isto? Em que se baseia? Em nome da verdade tenho que dizer a vocês, gostem ou não gostem, creiam ou não creiam, eu sou o Quinto Anjo dos Sete, que sou SAMAEL, que é o regente de Marte; não importa, não importa se vocês crêem ou não crêem... Nunca se acreditou em nenhum Mestre que veio à Terra, em nenhum Avatara, tampouco vou acreditar que vocês creiam em mim. Não se acreditou em Bhddha, e o envenenaram; não se creu em Milarepa, e também se lhe deu veneno; não se creu em Jesus de Nazareth, e se o crucificou; não se creu em Apolônio de Tiana, e o encarceraram lá em um horrível calabouço de Roma. De maneiras que a humanidade odeia os profetas, portanto não posso crer, não creio, de nenhuma maneira, que vocês me aceitem como um Avatara, e nada pelo estilo. Mas, digo, assim como já disse, e continuarei a dizê-lo, aos que crêem e aos que não crêem, que ainda, todos os seres humanos que povoam a face da Terra, não são homens. Animal, isto é, porque comem e dormem, e vivem como bestas. Enquanto não nos resolvamos a criar os corpos existenciais superiores do Ser, continuaremos sendo bestas. Assim pois, se queremos criar estes corpos, para receber os princípios anímicos espirituais que irão nos converter em verdadeiros homens, necessitamos regenerar-nos sexualmente, acabar com o horrível vício da fornicação, acabar com a masturbação, com o homossexualismo, com o lesbianismo, com o adultério asqueroso. Só assim, revolucionando-nos, poderemos regenerar-nos. De que serve que nos enchamos a cabeça de teorias, se estamos apodrecidos pelo adultério e a fornicação? De que serve que nos enchamos com as bibliotecas do mundo, se continuarmos sendo o que somos?... Assim pois, é chegada a hora da regeneração, isto é o fundamental. Transmutar as energias criadoras. Mas as pessoas odeiam a transmutação. Odeiam porque o Ego odeia o que significa regeneração. O Ego não quer morrer. A ninguém se lhe gosta que lhe ponham uma pistola no peito, a ninguém se lhe gosta que o ameacem com uma metralhadora. Assim ao Ego não se lhe poderia gostar jamais que alguém lhe apresente a doutrina pela transmutação sexual e a regeneração. Isto vai contra o prazer sexual, isto vai contra a orgia, isto vai contra o desperdício, que é o que mais tem o Ego. Assim, pois, nos é dada a opção, ou nos regeneramos, ou nos perecemos. Logo, uma massa planetária chegará à Terra, uma massa gigantesca, quero referir-me a Hercólubus. Tal massa, produzirá uma revolução total dos eixos da Terra. Os mares tragarão os atuais continentes. Os fornicários, os perversos, os adúlteros, terão que entrar nas entranhas da Terra, para involuir no tempo. Os que ouvem estas palavras, não se espantem, porque não há em forma alguma o pietismo, a hipocrisia, a tolerância com o delito, com o vício, etc., etc., etc.. Estamos aqui para estudar esta noite o que somos, o que queremos ser. Disse que levamos um montão de diabos em nosso interior, disse que precisamos aniquilar todos os nossos defeitos psicológicos. E disse também que necessitamos criar os corpos que não temos, para converter-nos em homens. Transmutação é básica para a criação destes corpos. Há que transmutar o esperma sagrado em energia. Essa energia criadora é o Mercúrio da Filosofia Secreta, o Mercúrio dos Sábios. Com essa energia maravilhosa, podemos realizar a criação dos corpos existenciais superiores do Ser. Em alquimia, se fala do Sal, do Enxofre, e do Mercúrio. Nós somos o sal da terra. Este sal deve ser fecundado pelo mercúrio e pelo enxofre. O mercúrio é a alma metálica do esperma, é a energia criadora do terceiro logos. O enxofre é o fogo divinal em nós, o Fohat, a ígnea chama que deve desenvolver-se em nossa espinha dorsal. Quando logramos a combinação completa do sal, do enxofre, e do mercúrio, mediante a transmutação e sublimação, teremos o material para criar o corpo astral, teremos material para criar o corpo da mente, teremos o material para criar o corpo da vontade consciente. A chave é muito simples, e não tenho inconveniente algum em dá-las aqui neste momento ante este auditório. Assim, a todos vos digo: "conexão do Lingam-Yoni, sem ejaculação do Ens Seminis"; porque no "Ens Seminis" está o "Ens Virtutis" do fogo. Este artifício maravilhoso, extraordinário é o "SECRETUM SECRETORUM" dos alquimistas medievais. Antigamente no Egito dos Faraós, este "Secretum Secretorum" da ciência de Hermes, somente se entregava de lábios a ouvido, e sob palavra de juramento. Assim eu o recebi dos Faraós. Quem violava o juramento, era condenado a pena de morte. Os papiros egípcios dizem que se lhe cortava a cabeça, se arrancava o coração, queimava seu corpo, e as cinzas eram lançadas aos quatro ventos. Agora, muitos não têm este simples artifício, este "Secretum Secretorum", e como o necessitam, vou presenteá-lo. No antigo Egito, custava até a própria vida, e então este segredo era zelosamente guardado. Os sábios egípcios guardavam o segredo da preparação do mercúrio, e eu não o guardo, eu o entrego a vocês. Se vocês quiserem trabalhar com o mercúrio, criarão os corpos existenciais do Ser, e poderão então receber os princípios anímicos espirituais, e converterem-se em homens, mas em homens de verdade. No entanto, é necessário eliminar os elementos indesejáveis que em nosso interior carregamos. Porque se alguém fabricasse os corpos existenciais superiores do Ser, e não eliminasse os elementos indesejáveis que em nosso interior carregamos, se converteria em Hanasmussen, com duplo centro de gravidade; digo isso porque não tenho gana de lograr uma colheita de Hanasmussen. Eu trabalho para criar homens solares, homens de verdade, homens reais. este é o objeto da minha missão, da missão que estou cumprindo. Vim para criar homens. Em nome da verdade, digo: se faz necessário, indispensável, eliminar o mercúrio seco, é dizer: os Eus que em conjunto constituem o Ego. A eliminação se baseia em três aspectos fundamentais. Necessitamos desenvolver o sentido da auto-observação psicológica; no terreno da vida prática, em relação com nossas amizades, no trabalho, etc., etc., etc., os defeitos que levamos escondidos afloram espontâneamente. E se nos encontramos em estado de alerta-percepção, alerta-novidade, esses defeitos podem ser descobertos. Defeito descoberto, deve ser enjuizado, analisado, compreendido. Mas, a compreensão não é tudo. Necessitamos execução, dissolução, eliminação, de tão horríveis defeitos. Se faz inadiável eliminar os defeitos que hajamos compreendido. A mente por si mesma não pode alterar fundamentalmente nenhum defeito, ela pode rotulá-lo com distintos nomes, passá-lo de um departamento a outro do entendimento, escondê-lo de si mesma e dos demais, justificá-los ou condená-los, mas jamais poderá em verdade alterá-los radicalmente. Se queremos a eliminação, se faz necessário apelar a um poder superior à mente. Afortunadamente esse poder existe em cada um de nós, em estado latente. Quero referir-me em forma enfática a Devi-Kundalini Shakty, a serpente ígnea de nossos mágicos poderes. Tonantzin, Isis, Réa, Cibeles, Adonia, Insoberta, etc. Deus Mãe. Só implorando a ajuda de Devi-Kundalini Shakty, só suplicando a Isis Adonis, que elimine radicalmente de nossa psique o defeito descoberto e compreendido, logramos então, em forma total, a desintegração do mesmo. Assim, chegou a hora de eliminar nossos defeitos. Se fabricássemos os corpos existenciais superiores do Ser e nos convertêssemos em homens, e não eliminássemos de nossa psique os defeitos psicológicos, fracassaríamos lamentavelmente, nos converteríamos em abortos da Mãe Cósmica, em fracassados, em Hanasmussen, com duplo centro de gravidade. Um Hanasmussen tem duas personalidades interiores, uma divinal e outra tenebrosa. O Hanasmussen deve involuir entre as entranhas da terra até tornar-se poeira cósmica. De modo algum queremos uma colheita de Hanasmussen. O trabalho deve ser completo. Há que trabalhar na NONA ESFERA para criar os corpos existenciais do Ser; e também há que eliminar o Ego animal; e por último, há que levantar a tocha bem alto... Devemos sacrificar-nos pelos demais, para iluminar o caminho de outros. Só assim, originaremos em nosso interior uma transformação total, só assim, nascerá em nós o homem, só assim estaremos verdadeiramente salvos. Hoje em dia, o animal intelectual crê que sabe tudo, quando em verdade nada sabe; falando em estilo socrático, diríamos que não somente ignoram, como ademais, ignoram que ignoram. Não somente não sabem, mas sim, ademais, nem sequer sabem que não sabem. Um código antigo disse: "Os Deuses criaram os homens de madeira, e depois os fundiram com a Divindade", mas também enfatiza: "Nem todos os homens lograram fundir-se com a Divindade". Assim que, há de criar homens, mas é necessário que estes se integrem com a Divindade. Porque o Hanasmussen é precisamente o resultado de não haver dissolvido o Ego. Não haver-se logrado a integração com o Divinal. Para chegar a estatura do Super-Homem é necessário integrar-nos com o Real, com a Divindade. Primeiro há que criar ao Homem, e logo ao Super-Homem. O Super-Homem está mais além do Bem e do Mal. O Super-Homem é o Cristo Vermelho, revolucionário, rebelde, terrível. O Super-Homem está mais além dos códigos de moral, rançosa, torpe, mais além dos dogmas decrépitos da evolução, mais além de tudo isso que se há escrito de teosofismo, de rosacrucianismo barato, de yoguismo, espiritualismo, etc., etc., etc.. O Super-Homem está além do bem e do mal, empunha a espada da justiça cósmica, transforma o chumbo em ouro, conserva seu corpo físico durante milhões de anos, é o rei da natureza, rei do fogo que flameja, rei dos ares, rei das águas, rei da terra, etc.. Com que objeto nós entramos nesses estudos de tipo esotérico? Será acaso para distrair-nos? Desgraçadamente muitos dos que entram no esoterismo e pseudo-ocultismo barato que tanto abunda nessas escolas de tipo degenerado e hipócrita, realmente o que querem é distração, diversão; porque quando se lhes chama a tratar com a Sabedoria da Serpente, a tratar com a Águia, a deixar todos os dogmas, fogem espavoridos, se ocultam entre seus prejuízos. Assim que não é a Auto-Realização o que buscam, mas sim diversão. É que a mente está acostumada a vagabundar, hoje está com uma teoria, amanhã com outra, hoje a um circo, amanhã a uma cantina. Mas, ser sério é muito difícil. São muitos raros os que querem ser sérios. Nós os Gnósticos somos revolucionários, rebeldes, terríveis, vamos contra o dogma da evolução, vamos contra todas as teorias estabelecidas por estas pessoas bestialmente equivocadas. Queremos o despertar da cobra sagrada, da víbora divina em nós, da cobra terrivelmente sublime. Me refiro ao KUNDALINI, essa serpente que se desenvolve pela espinha dorsal, essa serpente que só desperta com a Magia Sexual, com a transmutação da libido sexual... E não é suficiente tudo isso. Os Industões falam sobre o Kundalini; sobre seu desenvolvimento. Mas eu digo que em verdade, ainda que os yogues digam que os chacras se abrem com o Kundalini, inquestionavelmente ninguém poderá gozar com os poderes dos chacras, dos poderes ocultos, dos poderes esotéricos, se antes não foi tragado pela cobra. Entre os Maias, lá em Yucatan, encontrei um Templo; aparece ali uma grande serpente tragando um iniciado. Dizem os Maias que nós necessitamos ser devorados pela serpente. Sim, a Sabedoria da Serpente sabem por lá. Necessitamos despertar a serpente em nós, à base de transmutação sexual e logo ser devorados pela serpente. E mais tarde no tempo, a Águia, o Logos, tragará a serpente e então nos converteremos em Super-Homens. Isto vale mais que todas as teorias que se escreveram no mundo, em milhões de volumes que os hipócritas de todas as escolas lêem. Isso vale mais que todo pietismo incongruente, isso vale mais que as falsas fraternidades. Necessitamos em verdade despertar a cobra e ser devorados pela cobra. Necessitamos converter-nos em Serpentes. Assim que chegou a hora das grandes reflexões. Ante nós estão esses dois caminhos que devemos eleger; um passo atrás e estaremos perdidos. Os corpos existenciais superiores do Ser devem converter-se em veículos de ouro puro quando se intenta chegar a integração com o Divinal. Assim ensina a Alquimia Sexual. Mas para que o corpo astral se converta em um veículo de ouro, da melhor qualidade por exemplo, se faz necessário eliminar do mesmo os elementos indesejáveis da ira, da cobiça, da luxúria, da inveja, do orgulho, da preguiça, da gula, etc., etc., etc.. Um corpo astral de ouro puro é devorado pela serpente. Um corpo mental de ouro puro, livre de paixões e desejos, é tragado pela cobra sagrada. Um corpo da vontade consciente, isento de elementos indesejáveis é tragado pela víbora divina. Quem possua os corpos de ouro puro, que possua o estado arcangélico, vai ser tragado pela serpente, será devorado pela águia, e se converterá na Serpente Emplumada, como Quetzalcoatl, como Manco Capae no Peru incaico, como Hermes Trismegisto, o três vezes grande Deus Ibis de Thot, no Egito dos Faraós. Nós necessitamos transformar-nos em Deuses, e isso somente é possível mediante a transmutação sexual, a eliminação de todos os nossos defeitos, e por último o sacrifício por nossos semelhantes. |
NORMAS PARA O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
Nossa divisa é TE…LE…MA…, isto é, vontade. Comecemos por despertar a consciência. Os seres humanos todos estão adormecidos. Necessitamos acordar para ver o caminho. O essencial é despertar aqui e agora. Infelizmente, as pessoas dormem; parece incrível, mas é assim. Andamos pelas ruas com a consciência adormecida; estamos em casa, no trabalho, na fábrica, no escritório, com a consciência profundamente adormecida. Dirigimos o carro, vamos aos lugares, sempre com a consciência tremendamente adormecida. As pessoas nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem e morrem com a consciência adormecida. Nunca sabem de onde vêm, nem qual o objetivo de sua própria existência. O mais grave é que todos se julgam despertos. Muitas pessoas, por exemplo, preocupam-se em saber coisas esotéricas, mas jamais se preocupam em despertar a consciência. Se tomassem a decisão de despertar aqui e agora, imediatamente poderiam conhecer tudo isto que agora são enigmas. O ceticismo existe porque o cético é ignorante e a consciência adormecida é ignorância. Devo dizer-lhes, em nome da verdade, que o ceticismo existe devido à ignorância. No dia em que o homem deixar de ser ignorante e despertar sua consciência, o ceticismo desaparecerá porque a ignorância e o ceticismo se eqüivalem. Nosso propósito certamente não é o de convencer céticos. Se hoje convencemos cem céticos, amanhã aparecerão dez mil, se convencemos os dez mil, aparecerão cem mil e jamais acabariam. O sistema com o qual se consegue a Realização Íntima do Ser exige TRABALHOS CONSCIENTES E PADECIMENTOS VOLUNTÁRIOS. É necessário que haja a continuidade de propósitos nos três fatores de revolução da consciência, precisa-se morrer de instante a instante, de momento a momento. O homem adormecido na presença de um copo de bebida termina embriagado. Quando o homem adormecido se vê na presença do sexo oposto, termina fornicando. O adormecido identifica-se com tudo que o cerca e esquece-se de si mesmo. Lembro-me agora do insólito caso vivido por Ouspenski. Quando caminhava pelas ruas de São Petersburgo, propôs-se a não esquecer nem por um minuto sequer de si mesmo. A todo momento recordava-se de si mesmo. Declara que até já via um aspecto espiritual em todas as coisas. Sentia-se transformado, aumentava a sua lucidez espiritual, etc. No entanto, algo curioso aconteceu… De repente, sentiu necessidade de entrar em uma tabacaria para comprar seus cigarros. Depois que o atenderam e embrulharam seu pedido de cigarros, saiu tranqüilamente fumando ao longo de uma avenida. Andou por diversos lugares recordando diferentes temas, ocupado em vários assuntos intelectuais, etc. Logo, ficou absorvido em seus próprios pensamentos. Uma hora e meia mais tarde, chegava em casa. De repente, observou bem a sua habitação, seu quarto de dormir, a sala, o escritório e lembrou-se que tinha dormido. Havia andado por tantos lugares com a sua consciência adormecida. Ao entrar na tabacaria, suas boas intenções de permanecer desperto tinham se reduzido a poeira cósmica. Lamentou a situação; entre a tabacaria e a sua casa passara-se uma hora e meia e todo esse tempo passeara pelas ruas da cidade com a consciência completamente adormecida. Vejam quão difícil é alguém permanecer de instante a instante, de momento a momento, de segundo a segundo, com a consciência desperta. Este é o primeiro passo: não se esquecer de si mesmo nunca, nem um único instante, se é que queremos verdadeiramente despertar. Chegue alguém aonde chegar, em qualquer sala, ou ande pelas ruas, a pé ou de carro, seja de dia ou de noite, esteja onde estiver, no trabalho, na fábrica, não interessa; tem de estar sempre se recordando de si mesmo. Na presença de qualquer objeto bonito, em qualquer vitrine onde se exibam jóias ou pedras preciosas, etc.; não se esquecer de si mesmo, não se identificar com nada daquilo que gosta e que possa lhe fascinar. Portanto, é necessário estar continuamente se lembrando de si mesmo. Não apenas na parte física; temos que vigiar os próprios pensamentos, sentimentos, emoções, deduções, temores, apetites, anelos, etc. O segundo aspecto bastante interessante deste trabalho é não se identificar com as coisas. Se vocês virem um belo objeto, uma roupa na vitrine, uma exposição ou uma exibição, seja um automóvel ou um par de sapatos nunca vistos, seja um animal raro, um elefante que voa ou um camelo no meio da casa; estejam vigilantes. Não se identifiquem com nada. Saibam distinguir entre o normal e o anormal. A primeira coisa que se faz é refletir. Não se identifiquem com o objeto, a coisa ou a criatura que se está vendo. Se alguém se identifica com o que está vendo, com a representação que está diante de seus olhos, fica fascinado. Isto é, da identificação passa-se para a fascinação. Quando alguém fica encantado, maravilhado, identificado, se esquece de si e cai no profundo sonho da consciência. Com este procedimento equivocado, deixando-se fascinar tolamente, a única coisa que se consegue é dar prosseguimento à inconsciência. E isto é muito grave, gravíssimo, gravíssimo, gravíssimo. Lembro-me neste momento de um acontecimento interessante. Há muitos anos, estava ainda pelos países da América do Sul, caminhando pelo mundo, como se diz. Eu sempre andei de um lado para o outro. Uma noite qualquer, aconteceu que me vi atravessando um jardim. Depois, atravessei uma sala e por fim cheguei a um escritório de advogado. Nele, vi uma senhora de certa idade, algumas cãs brancas, bastante simpática, que me recebeu sentada atrás de uma escrivaninha. Em seguida, levantou-se para me cumprimentar. De repente, observei que sobre a escrivaninha havia duas borboletas de vidro. Bom, isto nada tem de extraordinário, não é verdade? Porém… havia algo… as duas borboletas tinham vida própria. Mexiam as asas, a cabecinha, as patinhas… bom, isto sim era estranho, não é verdade? Era algo estranho e insólito ver um par de borboletas de vidro com vida. A situação não era normal, passava do natural, já se tratava de um caso raro e exigia um cuidado muito especial. Sabem o que fiz? Não me identifiquei com o par de borboletas. Pensei comigo mesmo: Como é possível que exista no mundo borboletas com asas de vidro, com corpo de vidro, que respirem e tenham vida própria como as naturais? Portanto, refleti, caros irmãos. Que tal se eu tivesse me identificado com as borboletas sem fazer análise alguma? Se não tivesse refletido sobre as tais borboletas de vidro, teria ficado fascinado, teria ficado encantado e cairia na inconsciência. Isto então teria sido uma ação insensata, não é verdade? Mas, eu refleti, disse para mim mesmo: Não, isto é muito estranho, isto é muito raro. É impossível que haja no mundo físico este tipo de criaturas… não, não e não! Aqui tem gato escondido! Este tipo de fenômeno, que eu saiba, não existe no mundo de três dimensões. Isto só é possível no mundo astral. A não ser que eu esteja no astral… será que estou no mundo astral? Perguntei a mim mesmo: Será que estou dormindo? Será que deixei meu corpo físico em algum lugar? Já que está tudo tão estranho, para sair da dúvida, vou dar um saltinho para ver se flutuo no ar, se é que estou no astral; assim esclareço tudo. Assim pensei e com toda confiança, digo-lhes, assim procedi. Afinal tinha de proceder assim; qual outra maneira? Porém, como não me agradava dar um pulo ali na frente da senhora, disse para mim mesmo: Essa senhora pode julgar que não estou regulando bem, dando pulos em seu escritório. Ademais, era tudo tão normal; um escritório como qualquer outro. A cadeira em que a senhora estava sentada era dessas que giram de um lado para outro. Havia dois candelabros dos quais bem me lembro; um à direita e o outro à esquerda e pareciam ser de ouro. Lembro-me de tudo com exatidão, ainda que já tenha passado muito tempo. Recordo-me bem que os candelabros eram de sete braços. Eu ainda era bem jovem naquela época. Falando claro, eu não achava nada estranho naquele consultório. Tudo estava tão normal naquela sala, a única coisa que não se enquadrava eram as borboletas. E continuava pensando: Essa senhora nada tem de estranho, parece-se com todas as senhoras do mundo, porém essas borboletas estão me intrigando. Como podem ter vida própria? Bom, seja como for! Resolvi sair para dar um saltinho. Claro, tinha de dar uma desculpa para a senhora. Pedi permissão. Disse-lhe que precisava sair um pouquinho. Ela decerto concluiu que precisava ir ao banheiro ou qualquer coisa. O certo é que saí dali com sua permissão. Fora da sala, no corredor, seguro de que ninguém me observava, dei um grande salto para ver se flutuava e, que tal se lhes conto o que aconteceu? Pois sinceramente declaro que fiquei flutuando no ambiente, numa sensação deliciosa… Comentei comigo mesmo: Estou em corpo astral, não há a menor dúvida. Recordei que deixara o corpo físico na cama dormindo há umas tantas horas e que, movendo-me por aí, chegara àquela sala de despachos…Voltei à sala e sentei-me outra vez diante da senhora e com muito respeito disse-lhe: Minha senhora, veja, estamos em corpo astral. Ela apenas olhou-me com uns olhos de sonâmbula, surpresa; não me entendeu, não me compreendeu. Quis esclarecer melhor: Senhora, lembre-se, você se deitou para dormir há algumas horas atrás, não estranhe o que estou dizendo, seu corpo físico está dormindo na cama e você está aqui em astral, está conversando comigo em corpo astral… Inútil, aquela senhora não entendia mesmo, estava profundamente adormecida, tinha a consciência dormida. Vendo a inutilidade dos meus esforços e compreendendo que ela não despertaria nem a tiros de canhão, pois jamais havia se dedicado ao trabalho de despertar a consciência, resolvi pedir-lhe desculpas e me retirei… Saí dali, atravessei o espaço e dirigi-me para São Francisco da Califórnia. Por aqueles tempos, necessitava fazer uma investigação em uma determinada escola de pseudo-ocultistas ou pseudo-esoteristas que existe ali. Naturalmente fui e, de repente, vi ao longo do caminho um pobre homem que desencarnara há muito tempo. Aquele infeliz em sua vida tinha sido um carregador de fardos. Aproximei-me dele e falei: Amigo, você já desencarnou há muito tempo. Você está bem morto. Por que está carregando esse fardo tão pesado? Estou trabalhando, foi sua resposta. Amigo, você foi um carregador quando estava vivo, mas agora você já não existe no mundo, já desencarnou, o seu corpo virou pó no cemitério. Esse enorme peso que você carrega nas costas é apenas uma forma mental, entende? Foi como se eu estivesse falado chinês com o pobre homem. Não entendeu uma vírgula sequer. Olhou-me com olhos de sonâmbulo… Resolvi flutuar ao seu redor, no meio ambiente, com a intenção de despertar-lhe a atenção. Queria que se desse conta de que algo raro acontecia, pois como é possível que um homem flutue ao seu redor e você não ache isso estranho! Tudo inútil. O homem olhava-me com os olhos de um bêbado… Continuei meu caminho em direção às terras da Califórnia para fazer a investigação proposta. Tinha algo para investigar e fiz o que tinha de fazer. Investiguei o que tinha de investigar e depois voltei ao corpo físico outra vez. Foi uma bonita investigação. Porém, que tal se eu tivesse ficado fascinado, contemplando o par de borboletas de vidro? Se eu não as tivesse observado com cuidado e não houvesse refletido sobre o que estava vendo, teria ficado como um abobado olhando durante toda a noite o par de borboletas e não teria despertado a consciência. Bom, como algo curioso, quero acrescentar que muitos anos depois, talvez uns 30 anos ou mais, tive de viajar a Tasco (Guerrero). Tasco é um povoado muito simpático situado sobre uma ladeira. Construído ao estilo colonial, tem suas ruas empedradas como no período colonial. Cidade rica, pois tem muitas minas de prata e fabricam belos objetos e jóias de prata. Eu tinha de viajar até aquele lugar porque havia alguém que queria se curar e eu estava lhe preparando alguns medicamentos. Tratava-se de um paciente pobre e muito doente, queria que eu o ajudasse no processo da cura…Cheguei a uma casa, atravessei o jardim de uma bela mansão, cheguei a uma sala e a reconheci de imediato. Havia ali uma senhora. Tão logo a vi a reconheci. Era a mesma que eu vira anos atrás no astral, sentada em sua escrivaninha. Com uma exceção, pois desta vez ela não estava na escrivaninha e sim na sala. Ela me convidou para passar adiante. Ali encontrei a famosa sala de despachos, onde há tanto tempo atrás já estivera. Na escrivaninha estava seu marido, um homem educado e dedicado à advocacia sem título que em alguns lugares chamam de rábula. Bom, chamemo-lo lá como for, o certo era que estava sentado ali. Levantou-se para me cumprimentar e pediu para que me sentasse a sua frente. Reconheci imediatamente o local, como já havia reconhecido a senhora. Como aquele senhor gostava dos estudos espirituais, conversamos, dialogamos um bom tempo a respeito. Como lhe agradasse tudo o que se tratasse de temas esotéricos, o surpreendi um pouco quando lhe disse: Senhor, já estive aqui faz algum tempo. Estive aqui em corpo astral, fora do corpo físico. O senhor sabe, quando alguém se move, anda, vai de algum lugar para outro…Ele conhecia um pouco destas coisas, o assunto não lhe era de todo estranho… Logo acrescentei: Nesta escrivaninha havia duas borboletas de vidro. Que foi feito delas? Onde estão as borboletas? Rapidamente, ele respondeu: Aqui estão as borboletas, aqui mesmo, veja! Levantou uns jornais que estavam ali e apareceram as duas belas borboletas de vidro… Ele ficou muito surpreendido por eu saber daquelas borboletas. Eu continuei: Ainda falta alguma coisa. Estou vendo um candelabro de sete braços, mas são dois, onde está o outro? Que foi feito dele? Aqui está o outro, respondeu o senhor. Tirou uns papéis e uns jornais que estavam por ali e o outro candelabro apareceu para confirmar ainda mais as minhas asseverações. O homem então assombrou-se. Eu tornei a falar: Saiba que eu conheço a sua senhora, pois quando eu vim aqui, quem estava à escrivaninha era ela. Aquele senhor ficou maravilhado… Na hora da ceia, sentamo-nos todos ao redor de uma mesa redonda. Então, ocorre algo verdadeiramente inusitado. A senhora me diz, ali na frente do marido: Eu o conheço há muito tempo, porém não sei exatamente onde o vi, mas já o vi antes em algum lugar. De qualquer forma, não é uma pessoa desconhecida para mim. Imediatamente, acotovelei o senhor: Será que percebe agora? Convenceu-se das minhas palavras? O assombro dele chegou ao máximo. nfelizmente, e isto é que é muito grave meus queridos irmãos, aquele homem estava tão agarrado à sua seita de tipo romano que, francamente, não entrou no caminho por causa disto, devido à questão sectária. Se não, teria vindo para o caminho, pois dei-lhe provas excepcionais, provas que para ele foram contundentes e definitivas. Ele ficou assombrado para sempre, mas sua religião não lhe permitia, o confundia, enredava-se em todos aqueles dogmas religiosos, etc. Já passaram-se muitos anos desde então, porém não podia deixar de lhes contar este episódio. Voltemos ao nosso tema, o despertar da consciência. Vejamos o terceiro aspecto: Lugar. Não se deve viver inconscientemente.
Quando chegarem a algum lugar, seja qual for, observem-no detalhadamente,
minuciosamente, e perguntem-se:
Esteja onde estiver, encontre-se onde for,
na rua, em casa, num templo, num táxi, no mar, em um avião,
não interessa onde ou como esteja, a primeira coisa a ser feita
é perguntar para si mesmo:
Esta observação não se
destina apenas a lugares desconhecidos; a pessoa deve olhar sua casa diariamente,
toda vez que nela entrar, a todo momento, como se fosse algo novo ou desconhecido.
Pergunte-se também:
Que curioso… e olhar o teto, as paredes, o
chão, o pátio, etc. Todo detalhe importa para se fazer a
pergunta:
E dá-se um salto, algo alongado, para ver se flutua. Se a pessoa não flutua, mas desconfia que está no plano astral, suba em uma cadeira ou em uma mesa, não precisa ser alta, uma poltrona, um caixão ou qualquer coisa semelhante e salte para ver se flutua. O melhor então é subir em algo que lhe permita saltar e experimentar, atirar-se no ar com a intenção de voar. Claro que se estiver no astral, flutuará, se não estiver tudo continua como antes. Eis o que recomendo, divisão da atenção em três partes: OBJETO LUGAR SUJEITO. Observar todas as coisas. Lembrem-se do caso das borboletas que contei. Que tal se neste momento em que estão a ler este livro, entrasse uma pessoa que já morreu há muito tempo e lhes dirigisse a palavra? Seria você tão ingênuo ou tão ingênua, seriam tão tontos a ponto de não se perguntarem a si mesmos: O que é isto? Será que estou no astral? Seria você tão despreocupado a ponto de não fazer a experiência, de não dar o "pulinho"? LUGAR. Não se esqueçam de detalhe algum, por insignificante que seja. Todo motivo é bom para se fazer este tipo de reflexão. Já disse que todo lugar deve ser estudado detidamente, sempre se perguntando: Por que estou aqui? Não esqueçam: SUJEITO, OBJETO e LUGAR. Não esqueçam a divisão da atenção em três partes. Se alguém se acostuma a viver com a atenção dividida nestas três partes, quando se acostuma a fazê-lo diariamente, a todo momento, de instante a instante, de segundo a segundo, este costume grava-se profundamente na consciência. Uma noite, estando dormindo, terminam repetindo o exercício onde estão e o resultado é o despertar da consciência. Vocês sabem que sempre se repete de noite o que se está acostumado a fazer de dia. Muitos, por exemplo, trabalham durante o dia numa fábrica, outros como vendedores ambulantes, num escritório… E de noite se vêem trabalhando durante o sonho, fazendo o que fazem durante o dia. Sonham que estão na fábrica, que estão vendendo ou que estão no escritório. Tudo que alguém fizer de dia o repetirá de noite, isto é, termina sonhando de noite com aquilo. Portanto, a questão é se praticar o exercício durante todo dia, a toda hora, a todo momento, a todo segundo, para se conseguir fazê-lo de noite e com isso despertar a consciência. Quando uma pessoa está adormecida, está com a Essência longe do corpo. Acontece que estando fora do corpo, em astral, termina repetindo a mesma coisa que fazia de dia e que tal, hum? Dá um lampejo e vem o despertar da consciência, ali mesmo. Eis o resultado da análise e da divisão da atenção. Entendido? Alguém desperta porque na prática do exercício produziu-se a centelha, produziu-se a chispa e ficou desperto. Agora, estando-se desperto no astral, pode-se invocar os Mestres. Pode-se chamar o anjo Anael, Adonai, o filho da luz e da alegria, o Mestre Kout-Humi… e eles virão para instruí-los, para ensiná-los, etc. Nestas situações se usam os mantrans. Por exemplo… vou ensinar-lhes uma chamada prática, aprendam-na. Invoquem o anjo Adonai assim: Adonai ! Vinde até aqui. Vinde até
aqui. Vinde até aqui.
Prossegue-se desta forma até que o Mestre chegue. Ele tem que vir e uma vez que chegue, pode-se falar com ele, perguntar o que se quiser, apresentar as dúvidas que se tiver, etc. Mas, com muito respeito, com muito respeito. Da mesma forma, pode-se chamar qualquer outro Mestre: o Mestre Moria, o conde Saint Germain e outros. Aqueles que me invocarem, podem estar seguros que eu concorro ao chamado. Estejam certos. Portanto, ensino aqui o sistema exato para se receber ensinamento direto. Se alguém quiser recordar as vidas anteriores, invocará os Mestres da Loja Branca Kout-Humi, Hilarion, Moria, etc. peçam-lhes que tenham a amabilidade, a bondade, de ajudar-lhes a recordar suas existências anteriores, de fazer-lhes reviver suas vidas passadas. Estejam certos que o Mestre invocado concederá o pedido. Este sistema que lhes dou é para que recebam conhecimento direto. Assim poderão viajar ao Tibete oriental, poderão ir ao fundo dos mares e até a outros planetas, se o quiserem. Este é o caminho para se receber conhecimento direto. Por isto lhes digo: despertem, meus caros irmãos, despertem, despertem… Não continuem vivendo essa vida inconsciente, adormecida, isto é muito triste. Vejam, os adormecidos andam inconscientes no astral e depois da morte continuam adormecidos, inconscientes, continuam sonhando bobagens. Nascem sem saber a que horas e morrem sem saber a que horas. Não quero que vocês prossigam assim com essa inconsciência terrível. Quero que despertem, entendido? Falamos muito claramente sobre este tema tão interessante: O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA porque queremos vê-los despertos, bem despertos. Entristece-me vê-los adormecidos e por isso repito: despertem, despertem, despertem… isso é tudo! |