Minhas últimas férias


De dezembro de 98 a fevereiro de 99 tive as maiores férias da minha vida, desde que deixei de ser criança. Consegui emendar o recesso do TRT com minhas férias e depois ainda viajei no Carnaval. Só em janeiro, foram 27 dias seguidos, sem colocar os pés no Rio.  Nossa idéia inicial era ir até o Nordeste, pelas praias, mas acabamos terminando a viagem em Salvador.  Há muito mais lugares paradisíacos nesse litoral brasileiro do que pudíamos imaginar.

Em dezembro fomos para Parati, que é uma cidade linda e deliciosa. Acampamos no Camping do CCB, um bando de gente, umas 5 barracas, além de um enorme toldo branco no centro do grupo. Fizemos passeio de barco e tomamos banho de cachoeira. Se você for a Parati, lembre-se de visitar o Morro do Forte: é a melhor vista.   É claro que fizemos passeios de barco e andamos até enjoar pelas ruas da cidade histórica, calçadas com as famosas pedras pé-de-moleque.

No dia 04 de janeiro de 1999, saímos do Rio de Janeiro com destino a Setiba no Espírito Santo, onde fica o Camping do CCB de Guarapari.   O lugar é uma gracinha e o camping fica em uma enseada com uma prainha praticamente particular.  Ao lado tem a prai de Setiba que é bem tranqüila e cheia de animação como caiaques para alugar, banana boat e uma ilha em frente que dá pra chegar andando na maré baixa.

O segundo dia amanheceu nublado.  Aproveitamos para fazer um passeio a Guarapari, que fica a uma meia hora de carro.  Queríamos ver a cidade e precisávamos comprar recarga de gás para nosso fogareiro.  Pegamos um pouco de chuva durante o passeio na beira da praia e descobrimos que era meio difícil encontrar a tal recarga do gás.  Encontramos finalmente, depois de muito perguntar, numa loja de produtos de pesca em um posto de gasolina, na entrada da cidade.  À tarde o tempo estava melhor e aproveitamos um pouco a praia de Setiba.  No verão, escurece bem tarde, felizmente.

Saímos pela manhã rumo a Itaúnas.  Foi meio difícil atravessar Vitória, pois é tudo mal sinalizado.  Queríamos conhecer as dunas da cidade que foi sotterada pelas areias, em decorrência do desmatamento e da destruíção do meio ambiente.  Fizemos nosso primeiro contato com o Projeto Tamar e compramos camisetas, shorts e inúmeros brindes das famosas tartaruguinhas.  Em Itaúnas, o posto do Projeto Tamar é só para divulgação, a gente não vê o trabalho ao vivo.

As dunas são realmente altíssimas e encontramos um ótimo camping particular, recém inaugurado.  Boa surpresa, pois pretendíamos acampar em Conceição da Barra, que é onde sabíamos existir um camping do CCB.   Afinal, acampar, tudo bem, mas com todo o conforto, do tipo banho quente e BANHEIRO LIMPO. No outro dia fomos conhecer Riacho Doce.  É um fim de mundo que nos deixou meio frustrados.  Pernoitamos novamente em Itaúnas.  A vila é uma delícia.   Dá vontade de não ir mais embora.  Jantamos numa ótima cantina italiana.   Nada a ver com comida típica, né?  Eu já estava seca pra comer uma moqueca.

Entramos na Bahia!  Chegamos a Alcobaça e fomos direto para o camping do CCB.  Esse foi fácil de achar, pois há uma placa bem na entrada da cidade.  Queríamos conhecer Abrolhos, que, para o meu gosto, foi a melhor parte da viagem.  Tivemos certa dificuldade para arranjar um barco que nos deixasse com algum $$$ para seguir viagem, pois, como são poucos credenciados pelo Ibama, eles cobram caríssimo.  Conseguimos reservar a Princesa dos Abrolhos, que de princesa não tinha nada.  Ficamos lá dois dias.  Aprendi no susto a mergulhar.  Eu achei que ia dar pra ficar olhando tudo de dentro do barco, mas é tão fascinante que acabei pulando na água, com a máscara e o snorkel meio me enforcando.  Quase me afoguei no primeiro momento e depois peguei o jeito.  A água não é fria.  A gente agüenta mergulhar mais de uma hora sem virar maracujá de gaveta.  Os peixes são enormes e mansos.  Ficam bem perto da gente, cardumes sem fim, tartarugas e corais, inclusive o tal que chamam de "cérebro", o Musismilia brasiliensis (não tenho certeza se é assim que se escreve), que só existe no Brasil.  Eu não sabia que podia ser tão lindo.  À tarde vem uma equipe do Ibama e guia o pessoal num passeio por uma das ilhas.  A gente vê atobás, atobás e atobás.  Eles ficam lá parados e a gente passa bem pertinho, pela trilha, de onde não se pode sair.   Tem atobá pela ilha toda.  Até algum tempo atrás era permitido visitar uma outra ilha, até que um turista, num reveillon, soltou um sinalizador e provocou um incêndio na ilha, que agora está interditada em recuperação.  Fiquei com muita raiva do cara, que não passou até agora.

Visitamos Caravelas e Ponta de Areia, aquela da música do Milton Nascimento.  Ponta de Areia é uma cidade fantasma.  As casas que não estão caindo estão à venda e só se vê uns poucos velhos fazendo o papel de habitantes.  Contam que a cidade era próspera até que aquele maluco mandou acabar com as estradas de ferro do Brasil e arrancar os trilhos.  Ponta de Areia era o final da estrada de ferro Minas - Bahia.  Havia um porto.  Agora só há a história.  

Comemos a moqueca, finalmente.  No barco, o jantar foi xinxim de galinha.  Ja comeu?  Sabe o que é?  Eu já tinha ouvido falar, mas foi a primeira vez que comi.  É bom à bessa e foi o próprio capitão que fez.  Trata-se de um ensopado de frango com camarão.  Vale a pena.

Ficamos na maior dúvida se íamos a Cumuruxatiba ou se seguíamos em frente.  Ainda estávamos achamdo que ia dar pra chegar ao nordeste.   Ficou Cumuruxatiba para outra ocasião.  Passamos por Prado, de passagem e seguimos para Porto Seguro.  O Camping do CCB fica em Santa Cruz Cabrália, mas acabamos encontrando um excelente campig particular em Porto Seguro, bem perto do Centro da Cidade, um lugar todo gramado e arborizado, pequeno e super bem cuidado.   Adoramos.

Fico devendo o resto da história.


Obrigada por sua visita. Viajantes virtuais:

Esta página foi imaginada e desenvolvida por
Cynthia Guimarães Tostes Malta
Última revisão: Maio 05, 1999.

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