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Arquivo de atualizações Imprensa CE - Junho/2006

ATUALIZAÇÃO N.º 321 - 05/06/2.006

PROCAPUÍ – A maneira como a imprensa local se portou diante da acareação entre o empresário norte-americano Marcial (Mike) Gerard Layani (foto), a ex-gestora das empresas dele, Eunice Leal Oliveira (foto) e os advogados Atílio Paracampos e Alberto Carapeba foi bem típica do quadro que vem sendo verificado há anos. A maioria optou por omitir-se, enquanto os que se reportaram ao fato o fizeram de maneira burocrática, apenas registrando. Houve, ainda, quem preferisse distorcer, desvirtuar e agir de maneira anética. Mais uma vez o interesse de poucos se sobrepôs ao coletivo, numa deplorável demonstração de como não se deve fazer jornalismo.

PROCAPUÍ – O jornal Diário do Nordeste não publicou matéria, enquanto as TV Verdes Mares e Diário realizaram uma cobertura apenas burocrática. O jornal O Povo publicou matéria, mas não citou a ex-gestora e sócia de Mike, Eunice Leal Oliveira, tampouco a afirmação do empresário de que recebeu ameaças da empresária do ramo lagosteiro Elisa Gradvohl, caso não aceitasse se integrar ao grupo de exportadores que ela lidera. Eunice é peça integrante de todo o esquema Procapuí/Iglomar/Interbras. A TV Jangadeiro registrou o fato em uma nota lida em pouco mais de dez segundos. A TV Cidade também não se reportou à acareação. No caso dos dois últimos veículos de comunicação, o interesse político ficou patente no posicionamento institucional e pessoal.

PROCAPUÍ – Mike Layani declarou ter doado dinheiro para campanhas políticas, citando os petistas José Airton (foto) e José Pimentel e o governador Lúcio Alcântara, para o qual afirmou ter doado R$ 200 mil através de intermediação do senador Luiz Pontes, ambos tucanos. A atitude da TV Jangadeiro relaciona-se à sua origem: a emissora pertence ao senador Tasso Jereissati e a seu ex-secretário de governo Assis Machado, ambos igualmente tucanos. Também pesa o fato do governo do Estado despejar uma significativa verba publicitária traduzida em programas veiculados pela emissora, todos sem o devido processo licitatório, como, aliás, é praxe no governo Lúcio Alcântara (foto).

PROCAPUÍ – Infelizmente o jornalismo da TV Jangadeiro é utilizado para contemplar os interesses políticos do grupo que detém o poder político há vinte anos no Estado. O interesse do tucanato local era – e é – atingir seus principais opositores, dentre eles o PT. Por esse motivo as denúncias feitas inicialmente à CPI dos grupos de extermínio pelo advogado Atílio Paracampos foram expostas em plenário pelo deputado governista Pedro Uchoa (PSL), inebriado pela acusação feita de doação de R$ 1 milhão para a campanha do então candidato do PT ao governo do Estado em 2002.

PROCAPUÍ – Uchoa ainda não sabia da missa a metade. Mike não revelou a lista de todos os políticos para os quais doou dinheiro, por estratégia, medo ou/e conveniência pessoal, mas as poucas que fez foram suficientes para colocar a maioria dos políticos locais em posição de tirar o foco dessas doações. Não há qualquer irregularidade na doação de dinheiro de pessoa física ou jurídica para campanhas políticas, mas há requisitos legais e parâmetros posteriores para que esse tipo de atitude não incorra em relação anética. Primeiro, a doação precisa ser declarada à Justiça Eleitoral na prestação de conta do candidato. José Airton o fez, mas Lúcio Alcântara não. Isso já é uma irregularidade grave. Segundo, esse tipo de doação não pode representar uma espécie de compensação de benesses já concedidas pelo Poder Público ou uma garantia de que isso vá acontecer. O problema é receber dinheiro de um empresário acusado de envolvimento num rosário de crimes, que vai desde a sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, passando por fraude e estelionato e desaguando em formação de quadrilha.

PROCAPUÍ – No caso do empresário, muitas “facilidades” já haviam sido concedidas, seja no âmbito do governo federal – na época da campanha ainda com o PSDB, através do presidente FHC – seja na esfera estadual – quando o governador era Tasso Jereissati (foto), notadamente através do Ibama e da Semace, continuando essa relação perniciosa no governo do PT e no do tucano Lúcio Alcântara, já depois da eleição. A TV Jangadeiro decidiu não abrir espaço para o assunto exatamente pelo fato do imbróglio envolver também tucanos das mais variadas plumagens e bicos. Da mesma forma, por exemplo, como vem divulgando denúncias de irregularidades em prefeituras petistas e em outras nas quais os prefeitos fecharam ou acenam com apoio a candidatos oposicionistas.

PROCAPUÍ – As declarações de Mike praticamente não foram repercutidas na tribuna da Assembléia. Ninguém quis jogar mais “material” no ventilador e os deputados optaram por não mexer mais nesse assunto para que o ar não ficasse irrespirável. As conveniências que moveram e movem os meios de comunicação também foram as mesmas dos parlamentares. Nem mesmo as colunas políticas dos jornais impressos se reportaram ao fato e aí existe a convergência de interesse: um dos titulares dessas colunas também é comentarista de política da TV Jangadeiro. Nem mesmo o blog político do jornal O Povo abordou o fato, preferindo discorrer sobre peculiaridades absolutamente dispensáveis e frívolas sobre a política local. Distorções como essa se tornaram, infelizmente, lugar comum.

PROCAPUÍ – Não foi publicado nada, também, sobre uma importante observação feita pelo relator da CPI, Paulo Duarte. Ele afirmou que muitas vezes containeres são exportados sem que seu conteúdo seja fiscalizado pelos órgãos competentes. Para evitar que os containeres sejam abertos os importadores recorrem à liminares da Justiça Federal, a fim de que não ocorra a fiscalização. Duarte declarou que o container pode, de fato, estar cheio de pescado, mas pode, também, conter outro "produto", como drogas. O deputado falou com conhecimento de causa, pois antes de se eleger parlamentar era delegado da Polícia Federal e atuou na Delegacia Fazendária. Paulo Duarte alertou para a responsabilidade de todas as instâncias para que o crime seja coibido e combatido, seja no âmbito do aparelho policial, seja dos demais órgãos públicos fiscalizadores e do Judiciário. Mike Layani admitiu que containeres por ele exportado não foram fiscalizados antes de embarcarem por força de liminar.

PROCAPUÍ – Dessa forma, como alertou o deputado, o tráfico consegue salvo-conduto oficial para operar. "Fiscaliza-se tão pouco nesse País e ainda vem o Judiciário proibir que os órgãos competentes cumpram seu papel institucional, isso é muito ruim e pode provocar danos irreversíveis", afirmou. Assassinatos ligados ao setor de exportação de lagosta não é fato recente, tampouco os rumores de ligação da atividade com outras operações ilícitas. No início dos anos 90 um exportador foi assassinado numa praia da Região Metropolitana de Fortaleza, enquanto fazia cooper, juntamente com a esposa, crime ainda envolto em denso mistério. Mais recentemente houve o homicídio do lagosteiro Cláudio Kment, também objeto de investigação da CPI. O ramo de exportação de lagosta e camarão é bastante forte, porquanto movimenta muito dinheiro – somente Mike Layani declarou ter exportado em 2003 mais de US$ 7 milhões – o que transforma seus empresários em pessoas com grande força econômica. Elisa Gradvohl (foto), além de liderar o ramo de exportação de pescado também é proprietária do Hotel Marina Park, um dos mais – talvez o mais – luxuoso do Ceará, onde se hospedam personalidades e onde se realizam eventos de grande monta, como o Ceará Music.

PROCAPUÍ – Na TV Cidade o apresentador Edson Silva (Cidade 190) (foto) resolveu enveredar por um caminho mais obscuro: a mentira. O radialista abriu a edição do programa no dia 01/06 dizendo que a prefeitura de Icapuí, sob a administração petista, havia desapropriado um terreno de marinha para doar ao empresário norte americano, no valor de R$ 20 milhões, dando ênfase de que o PT havia destinado esse dinheiro dos cofres públicos daquele Município para Mike Layani. Edson mentiu e distorceu os fatos. A desapropriação ocorreu, mas não no valor exaltado. Filiado ao PFL e ligado politicamente ao deputado federal Moroni Torgan, do mesmo partido, o radialista – que se anunciou há algum tempo como pré-candidato ao governo do Estado e que, com a probabilidade de coligação de sua sigla com o PSDB para a sucessão governamental, agora vislumbra uma candidatura à Assembléia Legislativa ou Câmara Federal – utilizou o espaço que possui para satisfazer seus interesses próprios, o que, aliás, tem sido sua marca.

PROCAPUÍ – Edson, a exemplo do que fez a TV Jangadeiro, desviou o foco das atenções para contemplar seus interesses, mas com um agravante: mentiu. Caso tenha agido dessa forma por desinformação, errou ainda mais. A relação tortuosa entre Mike e políticos de Icapuí – do PT e do PSDB – se deveu ao pagamento de propina para ações do interesse do empresário, como a instituição de um selo que, na prática, privatizou o pescado daquele Município. R$ 23 milhões – e não R$ 20 milhões – é, na verdade, o montante apurado até então pelo advogado Alberto Carapeba sobre o rombo deixado pelo empresário no Estado, relativo à captação de dinheiro de um “sistema financeiro genérico”, formado por grandes, médios e pequenos investidores locais, atraídos pelas altas taxas de juros prometidas por Mike para remunerar os “empréstimos”, sempre feitos over-trading.

PROCAPUÍ – Mais uma vez as empresas de comunicação idealizam o telespectador/leitor como um ser desprovido de inteligência. Não é. Ele sabe exatamente quando estão querendo fazê-lo de bobo ou inseri-lo num joguete de interesses. A resposta vem na diminuição cada vez progressiva da credibilidade dos meios de comunicação.

PARCIAL – Para reforçar ainda mais a parcialidade e a maneira manipulativa como a TV Jangadeiro conduz seu jornalismo, na edição do dia 02/06 do Jornal Jangadeiro, foi veiculada matéria sobre a greve dos professores da rede municipal de Fortaleza. Foi mostrada a movimentação dos professores em frente ao prédio da Secretaria de Educação e entrevista com a direção do Sindiute. Ninguém da Prefeitura de Fortaleza foi entrevistado, tampouco foi informado se havia ocorrido tentativa de oitiva. Em seguida, foi abordada a paralisação dos professores da rede estadual, igualmente em greve. Em flash ao vivo, foi entrevistado um representante da Apeoc e, em contrapartida, uma representante do Crede, para colocar a versão do governo do Estado sobre o movimento. O objetivo era claro: desgastar a administração petista na Capital e preservar o governo do Estado.

DEPOIMENTO – O proprietário da rede de farmácias Pague Menos, Deusmar Queiroz (foto), tentou transformar seu depoimento na CPI dos grupos de extermínio num evento para desviar o foco das atenções. Fez uma apologia à sua trajetória empresarial, e tentando desvincular as acusações feitas pelo Ministério Público Estadual de formação de quadrilha, homicídio e outros crimes, denúncia já aceita pela Justiça Estadual. Tentou, ainda, relacionar as acusações à uma suposta armação contra o governador Lúcio Alcântara (PSDB), afirmando ter recebido um telefonema de uma pessoa não identificada, segundo a qual estaria se armando um esquema para prejudicar o governo estadual através de um dos pontos de maior incompetência: a segurança pública. Também deixou transparecer que as acusações visavam atingir o então secretário de segurança, Wilson Nascimento, que acabou por pedir exoneração após a denúncia do grupo de extermínio.

DEPOIMENTO – A estratégia era carrear a defesa da bancada governista na CPI, o que aconteceu em parte. O deputado Osmar Baquit (PSDB) descaradamente assumiu a defesa do empresário, juntamente com o deputado Sílvio Frota (PAN). Dias antes, em plenário, o deputado Francisco Caminha (PHS) fez um pronunciamento sobre os 25 anos do grupo Pague Menos e desmanchou-se em elogios ao proprietário, desfazendo também do fato de Deusmar estar pronunciado e que será submetido a júri popular. O único a incisivamente questionar e se contrapor ao empresário foi o deputado Delegado Cavalcante (PSDB) (foto) que, apesar de uma maneira atabalhoada, foi responsável pelo depoimento não ter se transformado num festival de ôba-ôba. Um dia antes do depoimento o empresário publicou anúncio nos jornais impressos conclamando a população a acompanhar sua oitiva pela CPI através da TV Assembléia, numa tentativa de intimidar os parlamentares e que não teria sido tomada se não soubesse que contaria com uma tropa de choque na Comissão.

DEPOIMENTO – No momento mais tenso, sem coragem de se dirigir ao seu inquiridor, o empresário perguntou ao presidente da CPI, Manoel de Castro (PMDB), se poderia ser preso caso chamasse um deputado de mentiroso. Por uma atitude da mesma natureza um advogado recebeu voz de prisão em flagrante na CPI do tráfico de armas, da Câmara Federal. Por aqui o temor da maioria dos deputados a um rico empresário falou mais alto. Não a maioria dos deputados, mas também da mídia local se mostrou abertamente parcial a Deusmar Queiroz. Houve coluna em jornal impresso que partiu para a defesa do empresário, tachando o deputado Cavalcante de deselegante ao inquirir o depoente. Ora, o dono das farmácias Pague Menos está respondendo por diversos crimes na Justiça, com provas robustas colhidas pelo MPE. As escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal apontam para um esquema de extermínio de assaltantes que tinham as lojas da Pague Menos como alvo, formado por policiais militares e patrocinado pelo empresário. Mas a a maior parte da imprensa local opta por sair em defesa do proprietário da rede de farmácias, que, afinal, é um grande anunciante.

ILEGAL – Em São Paulo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais (sjesp) está acionando a Rede Record por colocar o ex-jogador Neto para comentar jogos do campeonato da Série A, baseado em exercício ilegal do jornalismo, uma vez que o indivíduo em questão não é jornalista profissional. Aqui a TV Jangadeiro anunciou com estardalhaço a contratação do ex-jogador Bebeto, campeão mundial em 1994, para comentar as partidas da seleção brasileira na Copa da Alemanha. E o Sindjorce? De pijama, touca e chinela...

CONCURSO – Há algum tempo a imprensa local noticiou o fato de um aprovado no concurso para agente da Polícia Civil ter sido apanhado na investigação que a Instituição faz sobre seus candidatos a integrantes, por ter falsificado o diploma de nível médio. Passado todo esse tempo a mídia silenciou quanto ao fato e não fez, obviamente, um questionamento crucial: como o rapaz logrou aprovação no concurso público se sequer possuía nível médio? Ou será que ele é um gênio temperamental, com um QI elevado mas que resolveu não submeter-se ao ensino tradicional? Ora, se ele não tinha condições e nível médio, nem para obter o diploma via supletivo, como conseguiu aprovação numa prova com grau de dificuldade muito mais difícil do que o ensino médio?

CONCURSO – A resposta é simples: houve fraude no concurso. Aliás, fraudes em concursos públicos é uma ocorrência que, infelizmente, se tornou corriqueira. De outra forma jamais um cidadão que sequer tem o ensino médio teria condições de obter aprovação. A mídia local noticiou a detecção da fraude quanto ao diploma, mas ignorou as imbricações. Interesse outros? Talvez, concursos públicos hoje representam uma fonte inesgotável de dinheiro, seja pelos cursos preparatórios que pululam por toda Cidade, seja pelo alto valor das taxas de inscrição. Além do mais, quantos e quantos concursos já não foram fraudados? Somente dessa forma, por exemplo, se explica o fato de funcionários públicos absolutamente inabilitados para informática nas repartições públicas, mesmo tendo sido submetidos a um concurso onde exatamente a informática era uma das provas constantes.

PRIVATIZAÇÃO – Tem sido vergonhosa a forma como o governo do Estado está sucateando a Cagece para submetê-la à privatização. O atendimento da empresa foi quase totalmente terceirizado, com pessoas orientadas a não tratar o cliente da forma devida e com isso criar um clima de insatisfação popular que não cause reação à privatização. Outras ações estão sendo feitas, inclusive beneficiando diretores e políticos. A empresa terceirizada que faz a leitura dos hidrômetros pertence ao vice-governador Maia Júnior. Todos os carros da Cagece foram leiloados e agora são utilizados veículos de uma locadora pertencente a um diretor.

ESQUENTOU – Há alguns dias a chapa esquentou e quase subiu o gás entre um cinegrafista e um repórter da TV Diário. Tudo motivado por um caso passional triangular, que quase teve um final trágico se não fosse a turma do deixa disso. Segundo consta, o cinegrafista acabou limado da emissora, mas existe pressão para que o repórter também "pegue o beco". Afinal não pode ser utilizado dois pesos e duas medidas, pois ninguém discute ou briga sozinho.

ABUSO – O festival de diárias e passagens pagas pelo munícipe de Fortaleza para que membros da equipe da prefeita Luizianne Lins (PT) (foto) viaje para os mais variados destinos e participem dos mais variados eventos chegou ao seu cume. Um ato, de número 2834, publicado no Diário Oficial do Município de 19/05/2006, determinou:

"ATO Nº 2834/2006 - A PREFEITA MUNICIPAL DE FORTALEZA, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que dispõe o Decreto nº 11459, de 11.08.03. RESOLVE atribuir a MITCHELLE BENEVIDES MEIRA, Assessora Técnica, a importância de R$ 632,00 (seiscentos e trinta e dois reais), correspondente a 04 (quatro) diárias, da Região I, para viagem a Recife, bem como o valor de R$ 60,00 (sessenta reais) referente à inscrição e conceder passagem aérea de ida e volta no trecho Fortaleza/Recife/Fortaleza, para participar do VI SENALE - Seminário Nacional de Lésbicas, no período de 18 à 21.05.2006, devendo as despesas correr por conta da Dotação Orçamentária: Elementos de Despesa 339014 (Diárias Civil), 339033 (Passagem e Despesas com Locomoção), 339039 (Inscrição), Fonte 100, consignadas ao Gabinete da Prefeita, pelo orçamento vigente. GABINETE DA PREFEITA MUNICIPAL DE FORTALEZA, em 15 de maio de 2006. Luizianne de Oliveira Lins - PREFEITA DE FORTALEZA. Alfredo José Pessoa de Oliveira - SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO".

ABUSO – Não se está avocando nenhuma observação discriminatória mas qual o interesse da municipalidade de que a assessora técnica Mitchelle Benevides (foto) participe desse Seminário Nacional de Lésbicas? Existem outras prioridades muito mais latentes do que essa, principalmente no momento em que a Prefeitura de Fortaleza atravessa uma crise, notadamente com os professores da rede municipal, em greve há mais de um mês e milhares de estudantes prejudicados. Alegar limitações de caixa para conceder reajuste salarial baixo é um contraponto diante das muitas diárias, passagens aéreas e inscrições que diariamente a PMF concede aos borbotões, com o suado dinheiro do contribuinte. Basta que se leia o Diário Oficial do Município para se constatar as inúmeras e diárias concessões para as diversas matizes de eventos, nas mais diversas cidades. Infelizmente isso tem se tornado uma prática comum em todas as esferas de poder – o governo estadual também é pródigo nisso, bem como o federal – servidores, funcionários e ocupantes de cargos comissionados utilizarem o dinheiro do erário para satisfação de interesses pessoais, sempre travestidos de "aperfeiçoamento", "intercâmbio" e do "interesse público". A receita caseira é bem simples: quando o dinheiro começa a ficar escasso para as despesas essenciais e necessárias – como educação, saúde, moradia, alimentação, etc. – corta-se o supérfluo.

PARA REFLETIR "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios... Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos..." (Charles Chaplin)

 

 

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 322 - 12/06/2.006

SECRETO – A casa localizada nas Dunas, bairro nobre de Fortaleza, e que foi comprada por mais de R$ 1 milhão pelo empresário norte-americano Mike Layani (foto), proprietário das empresas Procapuí e Iglomar, pertencia ao também empresário João Eudes, dono da revenda de carros Eudes Automóveis. O comerciante de carros recebia, segundo depoimento de um ex-motorista e segurança de Mike, dinheiro do próprio dono da Procapuí, após saques no Bank Boston. O curioso é que na casa existe um compartimento secreto, do qual não se sabe se era utilizado para refugiar pessoas ou coisas, nem quem seriam essas pessoas ou que tipo de coisas.

 

POUPAR – Está cada vez mais evidente que existe uma tentativa de poupar a empresária Elisa Gradohl (foto) na CPI dos grupos de extermínio. A empresária, que preside o sindicato dos exportadores de lagosta e camarão, apresenta a versão de uma “armação para pegar o empresário assassinado Cláudio Kmentt” que, segundo ela denuncia, estaria contrabandeando lagosta com dimensões menores da permitida, a assinatura de um “acordo” entre os exportadores para esse contrabando.

POUPAR – A versão apresentada por Elisa tem sido reverberada por todos os empresários do ramo convocados a depor na CPI e os deputados não inquirem com mais veemência sobre esse fato. Aliás, os deputados que compõem a CPI de duas uma: ou estão imbuídos em não melindrar a poderosa e rica empresária e sua entourage ou, definitivamente, não sabem conduzir os trabalhos de uma comissão de inquérito. Alguns dos depoimentos mais parecem uma reunião de chá das cinco do que oitiva de pessoas investigadas por diversos crimes, dentre eles homicídio, fraude e formação de quadrilha.

SIM, E AÍ? – As denúncias feitas há alguns anos contra o deputado estadual Fernando Hugo (PSDB) de distribuir bicicletas em troca de votos, não foram apuradas? Ficou tudo por aquilo mesmo? O caso do caminhão pertencente ao deputado estadual João Jaime (PSDB), interceptado cheio de documentos retirados ilegalmente da Prefeitura de Acaraú, também ficou por isso mesmo? Quem matou o morador da comunidade Rosalina durante ação de desocupação de terreno, guardas municipais, policiais militares ou, como a Prefeitura de Fortaleza alegou na época do crime, gangues da própria comunidade? O empresário Flávio Carneiro vai ou não sentar no banco dos réus algum dia para ser julgado pelo assassinato de sua ex-mulher, Ethel Angert, praticado nas dependências de uma de suas lojas, em dezembro de 1992?

DEFESA – Semana passada o governador Lúcio Alcântara (PSDB) (foto) participou de um ato oficial na visita do presidente Lula ao Ceará, no município de Missão Velha, região do Cariri. Lúcio dividiu o palanque, além de Lula, com outros políticos cearenses. Quando foi discursar, recebeu vaia durante toda sua fala. Muito embora os meios de comunicação locais tenham se esforçado para associar as vaias à condição de único no palanque a apoiar a candidatura Alckmin à presidência ou, ainda, a uma suposta claque preparada pelos simpatizantes e correligionários de Lula, a vaia representa, na verdade, o descontentamento com um governo fraco, incompetente e marcado pela corrupção.

DEFESA – Lúcio está podendo comprovar quanto a população está descontente com sua gestão, onde a segurança pública, ou melhor, a falta dela é um grande problema para o contribuinte, a saúde agoniza, a educação motiva até greve por parte dos professores e as denúncias de corrupção pipocam todos os dias, muitas vezes partindo, inclusive, de companheiros de seu próprio partido. Também reflete o esforço que faz para barrar na Assembléia Estadual as tentativas dos deputados de oposição de investigar as denúncias de corrupção em seu governo e as nebulosas relações de seu filho, deputado federal Leo Alcântara (PSDB) (foto) com a máquina pública estadual, através de favorecimentos em contratos milionários celebrados sem licitação.

DEFESA – Na edição do dia 07/06 do jornal O Povo, no mesmo dia em que as matérias sobre a vaia ao governador foram publicadas, também foi publicado um artigo da lavra do jornalista Erico Firmo, sobre o episódio. “Não escrevo nem como aliado nem como opositor, porque não sou nenhum dos dois. Escrevo como repórter. Não lembro de haver presenciado um homem público passar por uma situação tão constrangedora e enfrentar um público tão hostil sobre um palanque”, escreveu o articulista, muito embora seu texto aponte exatamente para a posição de defesa do governador.

DEFESA – “Em seu próprio Estado, o governador Lúcio Alcântara foi maciçamente vaiado. Ele cometeu a inocência de ir sozinho para o palanque do adversário, em pleno período pré-eleitoral. Isolado, a solidariedade teve que vir dos adversários”, discorreu. Não foi inocência. Lúcio Alcântara meteu-se sozinho num ambiente que não lhe era favorável com a certeza de que seu aparato midiático chapa branca – oficial e não-oficial – não iria reverberar, sequer noticiar qualquer situação adversa que porventura viesse a enfrentar. E como não poderia deixar de ser, salvo uma ou outra exceção – como a do próprio jornal O Povo – a maioria da mídia local optou por não se reportar ao episódio.

DEFESA – Continuou o articulista: “Lúcio, apesar da saia justa, merece elogios pela forma como se portou. A fisionomia sobre o palanque era de poucos amigos. No discurso, no entanto, não houve agressividade, apesar de ter que aumentar o tom de voz para se fazer ouvir em meio às vaias”. Ora, e por acaso o autor do texto acharia normal que o governador reagisse de maneira irascível às vaias que recebeu? O terreno não lhe era propício e Lúcio fez o que qualquer pessoa de bom senso faria, ou seja, em minoria e clara desvantagem, evitou o confronto que poderia resultar num incidente ainda mais constrangedor.

DEFESA – “Lúcio deu uma lição de como deve agir um homem público. No entanto, a manifestação que teve que enfrentar, em um município administrado pelo PSDB, na região onde o partido é mais forte em todo o Estado, é uma mostra de que o governador não terá vida nada fácil na campanha pela reeleição”, escreveu o jornalista. Ora, será que o articulista acha que Lúcio também deu uma lição de como deve agir um homem público quando envidou todos os esforços possíveis para abortar a CPI das dispensas de licitação? Ou quando criou o Fecop – Fundo Estadual de Combate à Pobreza – onde taxou produtos “supérfluos” como combustíveis e telecomunicações e deixou de fora outros “essenciais”, como os refrigerantes fabricados pelas indústrias de seu correligionário e agora não tanto aliado Tasso Jereissati?

DEFESA – Também foi uma lição de como deve agir um homem público o fato de Lúcio ter intercedido para que houvesse um ilegal mútuo financeiro entre a Cagece e o Hospital do Câncer, que tem seu pai entre os fundadores, que resultou num prejuízo de R$ 250 mil para o contribuinte? O governador apenas fez o que sua esperteza política lhe apontou: se a batalha está perdida melhor retirar logo a tropa do teatro de operações, para que a derrota seja a menos traumática possível e que a guerra continue sendo disputada. A situação poderia ter sido ainda pior, caso o governo estadual não tivesse tomado uma atitude de praxe: barrar ônibus que conduzem pessoas que julgue serem de oposição para participar de atos públicos. No caminho para Missão Velha a Casa Militar do governo do Estado montou uma barreira para que os veículos que conduziam os “oposicionistas” ficassem retidos. Caso isso não fosse feito, a vaia provavelmente teria sido ainda mais forte. Aliás, num passado não muito distante o então governador Tasso Jereissati, cometendo crime contra o constitucional direito de ir e vir determinou que a Polícia Militar realizasse um cerco a trabalhadores sem-terra que se encontravam acampados em frente ao antigo prédio da secretaria de agricultura, na avenida Bezerra de Menezes, a fim de que não se deslocassem até o prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, que iria ser – e foi – inaugurado com a presença do então vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), para realizar protestos.

DISTORÇÃO – Semana passada o Em Off abordou o fato da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), ter concedido diárias – R$ 690,00 –, dinheiro para inscrição e passagem aérea Fortaleza/Recife/Fortaleza para que a assessora técnica Mitchelle Benevides Meira (foto) participasse do SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas –. Num cenário onde a prefeita alega limitações de caixa para, por exemplo, justificar baixo reajuste salarial do funcionalismo e investimentos, fica difícil aceitar essa argumentação diante desses tipos de concessões. Não há qualquer tipo de imbricação preconceituosa ou discriminatória, mas de cobrança de responsabilidade com o erário.

DISTORÇÃO – Durante a semana passada, o advogado André Luiz de Souza Costa, diretor do BRASIL CEDHUC Centro de Direitos Humanos e Cidadania e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, filiado ao PT, teve artigo de sua autoria publicado pelo jornal O Povo, onde acusa de preconceito e homofobia as críticas pela ação da prefeita. “Haveria problema nisso? Se a Prefeitura tivesse enviado uma assessora para um evento sobre negros, mulheres, crianças e adolescentes, idosos ou pessoas com deficiência, o fato seria destacado, de igual modo? Será que o fato viola algum princípio da administração pública? A construção de políticas públicas de direitos humanos vinculados à livre orientação sexual é ilegítima?”, escreveu.

DISTORÇÃO – Ora, problema não há, bem como críticas à política de direitos humanos e a livre orientação sexual. Existe, sim, um questionamento quanto às prioridades que a Prefeitura de Fortaleza elege, seus critérios. Afinal, fica mais difícil aceitar a argumentação de falta de recursos para, por exemplo, serviços simples e essenciais como capinagem das ruas e fiscalização da obediência às leis de uso e ocupação do solo. Ruas em bairros centrais – imaginem na periferia – se encontram tomadas pelo capim e por todo os cantos os desrespeitos à lei pululam.

DISTORÇÃO – Nenhum princípio legal da administração pública foi violado, mas se não há questionamento jurídico, há de coerência com um discurso que se dissocia com a práxis. “O conteúdo desse tipo de comentário revela e reproduz o preconceito (...) e a discriminação (...) contra os gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros - GLBTT, dando a entender que esses assuntos não seriam da competência do poder municipal”. Criticar a atitude da prefeita não significa preconceito nem discriminação, porquanto em momento algum se critica o respeito à livre opção sexual de qualquer cidadão ou cidadã e o reconhecimento de seus plenos direitos. Significa questionar por qual motivo o discurso de deficiência de caixa é sempre disparado para justificar cobrança da execução de ações essenciais e primárias.

DISTORÇÃO – Continuou o advogado petista: “Precisamos aprender a conviver com a diversidade. E isso não é possível sem virtudes essenciais para uma sociedade democrática e plural: respeito e tolerância. ‘Uma das grandes dificuldades da existência humana é conviver com o diferente, alegrar-se e enriquecer-se com essa convivência. Toda convivência obriga a ter respeito ao outro e, ao mesmo tempo, tolerar aquelas dimensões que nos causam estranheza e até rejeição. Respeitando as diferenças podemos estar juntos com leveza e despreocupação’ (Leonardo Boff)”. A boa convivência, o respeito ao livre direito de escolha individual de sua orientação sexual, religiosa, etc., são alguns dos requisitos básicos para que uma sociedade se conduza sem conflitos e de maneira democrática. Mas, como advogado, André Luiz sabe que a lei proíbe – corretamente – a discriminação de qualquer natureza, mas não obriga ninguém a pensar diferente da maneira que quiser.

DISTORÇÃO – Infelizmente o articulista não rebateu as críticas à atitude da prefeita com argumentações que expusesse uma folga orçamentária que justificasse, ou um cenário que não houvesse problemas emergenciais essenciais que, certamente, necessitam bem mais de recursos do que a participação de uma assessora num seminário como o descrito, às expensas do munícipe. O petista encerrou seu texto da seguinte forma: “E pior do que esse tipo de comentário é a atitude de alguns professores que estão distribuindo nas escolas municipais cópias do Diário Oficial do Município, contendo a portaria que autorizou a viagem. Acreditam que estão apenas atacando a Prefeitura. Estão mesmo a disseminar o preconceito e a homofobia. Péssimo exemplo!”. Caso esteja ocorrendo a distribuição das cópias sem que haja o devido debate sobre as prioridades públicas municipais e o estímulo para que os cidadãos comecem cada vez mais jovens a buscarem fazer com que o dinheiro de seus impostos seja aplicado primeiramente em questões essenciais, há, de fato, um péssimo exemplo.

DISTORÇÃO – Com certeza o contribuinte sentiu falta da atenção e do texto do advogado André Luiz quando do assassinato de um morador da comunidade Rosalina – onde os moradores acusam a Guarda Municipal de ser responsável pela morte –; quando a Prefeitura de Fortaleza celebrou contrato sem licitação com um instituto controlado pelo também petista Francisco Auto Filho, no valor de mais de R$ 1 milhão; quando o Executivo Municipal da Capital pagou diárias para integrantes da equipe da prefeita quando “viajaram” para o vizinho município do Eusébio, distante poucos quilômetros, dentre outros episódios.

FOGO "MUY" AMIGO – O colunista Alan Neto publicou a seguinte nota na coluna dominical Vale-Tudo (jornal O Povo), edição do dia 11/12: "FALTA DO QUE FAZER Quer dizer então que querem interditar um dia na semana (preferencialmente domingo) para que a quasímoda Praça Portugal sirva de lazer para a população? É muita falta do que fazer. Como se aquela praça fosse a nona maravilha do mundo. Da cuca de qual gênio terá partido tamanha asneira? Merece o Prêmio Nobel...". O merecedor desse "Prêmio Nobel" que o colunista quer conceder vem a ser exatamente seu companheiro de redação, jornalista Jocélio Leal, autor da proposta. Alan chamou o colega de burro. Poderá fazê-lo pessoalmente quando Jocélio retornar da Alemanha, para onde foi cobrir a Copa do Mundo.

COMPARAÇÃO – O colunista de política e por hora "especialista" em futebol Fábio Campos comparou  a cidade alemã de Konigstein, onde a seleção brasileira lustra os saltos altos para a disputa da Copa do Mundo, com o nosso bucólico maciço de Baturité, ao ser indagado sobre a cidade na qual estava pela apresentadora Sandra Chaves. Exceto pelo clima ameno as cidades do maciço têm arquitetura bem diferente da cidade alemã. Mas para a visão do jornalista há uma grande semelhança...

COBERTURA – Aliás, falando em cobertura da Copa do Mundo, tanto Fábio Campos quanto Jocélio Leal, que estão na Alemanha para cobrir o torneio para o jornal O Povo, estão enfocando aspectos extremamente importantes: as entrevistas da global Fátima Bernardes, a beleza de uma outra jornalista brasileira, enfim, assuntos de grande importância para os leitores fanáticos por futebol... Quem sabe os dois não acabam entrevistando o prefeito da cidade ou, quem sabe, o primeiro-ministro alemão. Afinal, essa é a praia dos dois...

CÓPIA – E a onda dos "repórteres esportivos" da TV Diário, Paulo Edson e André Alencar, agora, é ficar nos jogos narrando tudo, para que a passagem das matérias coincida com o lance em disputa. Cópia do que faz o repórter Regis Rösing, da Rede Globo. O original – nem tanto assim – passa o jogo todo atrás do gol narrando os lances para que, por exemplo, no caso de um gol, a passagem da matéria seja feita em cima do lance. Ora, se o original já é um pé no saco imaginem as cópias apagadas, desbotadas e ridículas.

PÉROLA I – Do comentarista Alan Neto, no programa Jangadeiro Esporte Clube (TV Jangadeiro): “o técnico Hélio dos Anjos é o preferido da torcida tricolor para dirigir o Fortaleza, 10 entre mil torcedores o querem como treinador do time”. Que preferência! Dez entre mil significa um “significativo” percentual de 1%, segundo o comentarista. Vai ser preferido assim no raio que o parta...

PEROLA II – Essa também é do mesmo Alan Neto, publicada na coluna Vale-Tudo (jornal O Povo), dia 11/06: “MUDANÇA DA PROCISSÃO Copa do Mundo mexe até com a vida dos católicos. Dia 13, estréia do Brasil, a tradicional procissão da Igreja de Fátima mudará o horário. Ao invés do cair da tarde, sairá após a missa das 9 horas da manhã. Afinal, os católicos também têm o direito de torcer pela canarinha”. As procissões da Igreja de Nossa Senhora de Fátima são realizadas nos dias 13 de maio e 13 de outubro. O que ocorre todo dia 13 são as traidicionais missas celebradas ao longo do dia.

CORREIO ELETRÔNICO I – Do internauta que mais uma vez identificou-se como “atento”, recebemos a seguinte mensagem:

Monólogo - Cada dia mais nos envergonhamos com oss programas de rádio, em Fortaleza, com raríssimas e quase honrosas exceções, quando se apresentam como voltados para a sociedade, dando oportunidade à população participar direta ou indiretamente. Direta, quando deixa o ouvinte se manifestar vivamente pelo microfone - via telefone. Indiretamente, quando o questionamento do ouvinte é transmitido pelo locutor.

Monólogo - Os Debates de OPOVO, por exemplo - comandado pelo angariador de anúncios Nazareno Albuquerque - além de demonstrar desconhecimento das mais primárias normas de jornalismo, transformou-se num monólogo. Só quem fala, interrompendo inclusive, muitas vezes, os convidados, é o angariador de anúncios Nazareno Albuquerque. Quanto aos telefonemas da população, nunca se ouviu um ouvinte.O programa deveria se chamar, OS DEBATES DA CASA.

Monólogo - A propósito de Grandes Debates da Emprresa, na Rádio OPOVO, quinta-feira recente - quando esteve presente um representante do PPS - o procurador Oscar Dalva, costumeiro citador dos gregos, esquecendo os troianos - e o advogado Djalma Pinto, citaram,  respectivamente, a Grécia e Roma como parâmetro de cidadania.

Monólogo - Ocorre, caros internautas, que tanto nna Grécia como em Roma, nos tempos relacionados pelos dois "juristas", havia uma sociedade produtiva escrava, não se justificando mencionar os dois centros de estudos, como modelo de civilização culturalmente cidadã. No máximo caberia falar das obras de seus filósofos - um dos quais filho da senzala - com obras reconhecidas somente séculos depois”.

RESPOSTA – Somente a título de complemento, no caso do Estado Romano, sua organização institucional é até mais avançada do que a nossa, onde as conquistas e realizações eram do Estado, não personificadas. Mas, de fato e vergonhosamente, calcado na exploração e escravização.

CORREIO ELETRÔNICO II – Do internauta que utilizou o correio eletrônico <ediogenes2000@yahoo.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

Sexta feira, meu filho de 8 anos gritava de dores de cabeça, febre de 40 graus, e perdeu os movimentos das pernas. Motivo: dengue. Foi bom, não podemos negar, os primeiros atendimentos no pronto atendimento do hospital da UNIMED, daí passou uma luta de mais de 12 horas pra se conseguir um leito para internar a criança.  É o pouco caso com a saúde de nossos filhos. Um hospital particular não havia leito para um associado. Só depois de uma briga um tanto até agressiva é que conseguimos que fosse tirado um berço de um uma enfermaria e colocado uma cama.

Infelizmente, nada vi acontecer, pois temos uma imprensa comprada pelo departamento comercial, uma Câmara Municipal ajoelhada à prefeitura, pois continua cobrando o estacionamento, estou aguardando a guilhermeta, pra que  não sei, um dia servirá para  alguma coisa. Estou procurando junto com amigos algum órgão internacional para olhar para nossas crianças, pois não temos esperanças que nossos problemas sejam resolvido aqui no Ceará, fica apenas como registro”.

RESPOSTA – Tem sido um verdadeiro martírio para os usuários da Unimed conseguirem vagas para internação em seu hospital e nos conveniados. Mesmo os que pagam os planos mais caros, com a previsão de apartamento para internação, não são atendidos, tendo, muitas vezes, que aguardar uma vaga, enquanto a doença não aguarda e nem espera por ninguém e por nada. Tudo sob as vistas grossas dos organismos institucionais de defesa do consumidor e do Ministério Público, além do silêncio da mídia, como citou o internauta.

CORREIO ELETRÔNICO III – Do internauta Paulo Rocha <paulurocha@uol.com.br> recebemos a seguinte mensagem:

"Caros Amigos,

Ouvi hoje (06.06.06) um cidadão que sempre participa do programa esportivo do Sérgio Pinheiro na Rádio Verdes Mares, comentar que viu no sábado passado no Castelão por ocasião do jogo entre Fortaleza 0X2 Cruzeiro uma cena deplorável.

Disse o rapaz - que parece ser francês pelo sotaque - que viu o segurança do presidente do FEC, Ribamar Bezerra brincando com uma arma em punho, dando nítido sinal de que estava querendo intimidar algum torcedor mais afoito que tentasse protestar contra o Sr. Bezerra.

Gostaria que os amigos apurassem esse fato e se for verdade penso que o mesmo não poderia deixar de ser registrado na "bótima" EMOFF.

abraço forte,

Paulo Rocha"

RESPOSTA – Não sabemos se o fato é verídico, mas se for demonstra que o futebol, definitivamente, deixou de ser uma diversão e institucionalizou-se, irreversivelmente, como uma atividade beligerante, pois afinal um dirigente não poderia aceitar que um segurança agisse dessa forma, se realmente tiver sido verdade.

CORREIO ELETRÔNICO IV – Da internauta Andréa Saraiva, recebemos a seguinte mensagem:

Estamos divulgando o edital de seleção para bolsistas (CNPq) das unidades do Projeto Casa Brasil em Fortaleza. As duas unidades a serem inauguradas em breve, localizam-se no bairro Vila União e Antonio Bezerra. São 12 vagas ao todo. Para mais informações, consulte o edital.

Um abraço,
Andréa Saraiva
Casa Brasil/Ceará

PARA REFLETIR – "(...) não adianta nada bater na tecla de que faltam recursos, por mais que brade a Prefeitura, não vai ecoar sensivelmente na consciência coletiva. Criação de Secretarias e Coordenadorias representa mais sangria no erário. Além de folhas de pagamento dos novos quadros, há despesas com a acomodação de tais órgãos, aquisição de veículos, etc. Há contradição na essência das informações: pobreza franciscana nos cofres e ''burguesismo'' na exibição. Pode ser que o marxismo ortodoxo esotérico da prefeita chegue a uma síntese que minha vã filosofia não alcança". (Adísia Sá, em artigo publicado em 01/03/2005 no jornal O Povo, sobre o anúncio da prefeita Luizianne Lins sobre reforma administrativa e a criação de novas secretarias municipais).

 

 

ATUALIZAÇÃO N.º 324 - 19/06/2.006

ESCLARECER – A prisão do doleiro Alexander Diógenes Ferreira Gomes vai dar continuidade à investigação de um dos mais complexos e ramificados esquema de crime organizado, que vai desde a lavagem de dinheiro, passando pela remessa ilegal de dinheiro para o exterior, formação de quadrilha, sonegação fiscal, dentre outros ilícitos. A prisão de Alex Ferreira Gomes – foragido há três anos da Justiça brasileira – era uma questão de honra para a Polícia Federal e para o Ministério Público Federal. O MPF vem investigando as atividades ilícitas do doleiro desde 1992 e constatou um vasto cabedal de crimes.

ESCLARECER – Pelas mãos de Alex passaram milhões de dólares e seus serviços foram utilizados por uma gama enorme e variada de pessoas, desde sigilosos e discretos até conhecidas personalidades nacionais. As investigações correm sob sigilo e, se algum dia forem tornadas públicas, não vão deixar pedra sob pedra e vai detonar uma bomba sem precedentes. O MPF segue em seu mister institucional, e com a prisão do doleiro e sua extradição para o Brasil, as investigações avançarão ainda mais. Na próxima atualização o sítio Em Off fará um retrospecto de algumas das ações criminosas de Alex, com os respectivos beneficiados, que divulgamos há um bom tempo.

ABSURDO – Mas uma irregularidade, entretanto, chama ainda mais a atenção e vai poder também ser averiguada: mesmo sendo alvo de investigações, respondendo inquérito na Justiça denunciado pelos mais variados crimes, Alex Ferreira Gomes graduou-se em Direito. Até aí não há ilicitude. O doleiro conseguiu a carteira com registro da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção do Ceará (OAB-CE), e mesmo assim ainda não há vício de ilegalidade. O problema é que há o conhecimento na categoria de que a carteira foi concedida sem que o então bacharel se submetesse aos trâmites legais para a obtenção.

ABSURDO – Segundo o provimento 81/96, do Conselho Federal da OAB, em seu Artigo 1º, determina a obrigatoriedade de aprovação no Exame de Ordem para a admissão no quadro de advogados, que é composto por uma prova objetiva de no mínimo 50 e no máximo 100 questões e prova prático-profissional, apenas para os aprovados na prova objetiva, sendo essa prova prático-profissional composta por uma redação de peça profissional, privativa de advogado (petição ou parecer) e resposta a até cinco questões práticas, sob forma de situações-problema. Pelo que se sabe, Alex Ferreira Gomes não submeteu-se a esse rito. Mesmo assim recebeu a carteira da OAB e o respectivo registro. Essa denúncia precisa ser igualmente investigada, para que se saiba por qual motivo a OAB-CE assim procedeu e, mais grave, se houve algum tipo de compensação sob forma de pecúnia para esse favorecimento.

ABSURDO – A OAB-CE não pode ter sobre si nenhum tipo de dúvida quanto à licitude de seus procedimentos. A Ordem ainda não se pronunciou sobre o envolvimento das advogadas Salima Maia Oliveira de Jesus (esposa de um promotor de Justiça) e Maria Valdilania Bezerra Viana, ambas envolvidas em irregularidades com seus clientes, integrantes da famosa "gangue dos clonadores de cartões". Não pode, mais uma vez, silenciar diante dessa denúncia da irregularidade na concessão da carteira da OAB ao doleiro Alex Ferreira Gomes.

ABUSO – Semana passada, mais uma vez, a TV Cidade protagonizou um episódio de abuso e desrespeito à lei eleitoral. O deputado federal Moroni Torgan (PFL) foi entrevistado pelo apresentador Edson Silva, no programa Cidade 190. Não é coincidência – nem segredo – o fato de Edson Silva ser filiado ao mesmo partido do parlamentar, ter-se declarado há algum tempo pré-candidato ao governo do Estado e agora, com a iminência de uma coligação de sua legenda com o PSDB e a provável candidatura de Moroni ao Senado, pretende postular uma vaga na Câmara Federal. Ou pode acabar tentando assento na Assembléia Legislativa, caso seu correligionário desista do Senado e tente a reeleição para a Câmara Federal.

ABUSO – Não é de hoje que a TV Cidade se mostra parcial ao pefelista. Durante a campanha para a prefeitura de Fortaleza, em 2004, a emissora apoiou abertamente Moroni, que teve à sua disposição, inclusive, um caminhão de apoio pertencente ao proprietário da estação. É lícito qualquer empresário apoiar o candidato que desejar, dentro do que permite a lei, mas não pode colocar um canal de TV, concessão do Poder Público, em favor de nenhum candidato.

ABUSO – Há muito tempo a emissora vem favorecendo Moroni Torgan, notadamente com matérias de “correspondente” em Brasília onde o deputado federal era sempre o enfocado, muito embora o Estado conte com outros 21 deputados e três senadores. Na propaganda travestida de entrevista o deputado pefelista repetiu sua cantilena invocando o tema segurança pública. Entre as frases feitas de efeito populista, Moroni ainda mandou essa pérola: “nossa CPI foi a única que teve coragem de encará-lo de frente”. Como se fosse possível encarar alguma coisa de costas. A não ser que ele considere um terceiro olho...

ABUSO – Não é possível que a Procuradoria Regional Eleitoral não tome nenhuma atitude contra a emissora por infringir a lei eleitoral. O procurador Oscar Costa Filho precisa, o quanto antes, demonstrar que atua de maneira imparcial e rápida. Em tempo: Edson Silva e Vítor Valim – este último “comentarista” do mesmo programa – continuam fazendo comícios camuflados de “festas” nos bairros, com campanha política a todo vapor, muitas delas com a presença exatamente de Moroni. Ou a PRE toma providências para coibir ilicitudes como essa ou ficará sob a égide da desconfiança de parcialidade. Também existem diversos outdoors espalhados pela cidade com propaganda subliminar dos dois, travestida de propaganda do programa Cidade 190. Valim também será candidato nas eleições desse ano. Para complementar, também existem outdoors com foto do ex-vereador Ageu Costa e do vereador Carlos Mesquita, ambos do PMDB, também candidatos nas eleições de outubro. A propaganda da dupla é camuflada de um programa que apresentam na rádio Cidade AM.

PATROCÍNIO – Existe uma solicitação para que a Prefeitura de Fortaleza patrocine os três – digamos – grandes clubes de futebol da Capital, Ceará, Ferroviário e Fortaleza, com uma subvenção de R$ 50 mil mensais em troca de publicidade nas camisas. O pedido recebeu parecer contrário da assessoria jurídica da prefeita Luizianne Lins, pois fere o princípio da isonomia – afinal, muitos outros clubes de Fortaleza poderiam requerer o mesmo benefício com essa fundamentação – e isso poderia incorrer em improbidade administrativa.

PATROCÍNIO – Afinal, vai ficar ainda mais difícil acreditar no discurso de limitação de caixa quando a prefeita utilizá-lo, por exemplo, para justificar pífios índices de reajuste para o funcionalismo público ou a ausência de investimentos. Difícil a compreensão, por exemplo, para a comunidade da favela da Chesf, desalojada por causa do “pau d’água” que caiu na semana passada e que fez a maioria dos moradores perderem o pouco que tinham, estando agora provisoriamente alojadas em prédios públicos e que terão que voltar para a mesma área de risco de onde foram expulsos pelas águas. A Prefeitura já avisou que não tem recursos para realocá-los ou conceder casas, ainda que em regime de mutirão.

CONCURSO – No último dia 11/06 foi realizado concurso público para o cargo de escrivão da Polícia Civil. Mais uma vez o certame foi permeado por irregularidades. Há algum tempo a SSPDS também realizou concurso para o cargo de inspetor, onde foi detectado um candidato aprovado na primeira fase que apresentou diploma de conclusão do ensino médio – antigo segundo grau – falsificado. O candidato sequer tinha o nível médio, como conseguiu aprovação no concurso? Fácil resposta: fraudando-o.

CONCURSO – Dessa vez foi ainda mais complicado. A prova estava prevista para começar às 08:00h, como havia impresso no cartão de identificação. Os portões foram abertos às 07:30h e fechados próximo ao horário da prova. Eis que, não mais do que surpreendentemente, os responsáveis pela prova informaram aos candidatos que a prova não mais seria iniciada às 08:00h, mas às 09:00h.

CONCURSO – A explicação – ou desculpa – foi de que a mídia havia divulgado que o início das provas seria às 09:00h, o que não convenceu ninguém. Todos então foram liberados para saírem das salas e não houve uma reidentificação dos concorrentes. Nesse momento, caso tenha ocorrido alguma substituição de candidato por outro ou mesmo qualquer outro tipo de fraude a fiscalização não teria como detectar, pois além da não reidentificação, os candidatos puderam ir ao banheiro sem que fossem submetidos à uma revista ou ao detector de metais – como ocorreu em concursos anteriores –.

CONCURSO – Não é de hoje que os concursos públicos vêm sendo fraudados, tampouco o Ceará é pioneiro ou exclusivo nesse tipo de crime. O problema é que cada vez mais as fraudes vão sendo cometidas e o Poder Público não toma nenhum tipo de providência para coibi-las. Pelo contrário: optam por abafar os casos detectados, como o do diploma de nível médio falsificado, onde a simples exclusão do fraudador foi a atitude tomada pelo governo do Estado. Ora, o concurso fraudado teria que ser refeito.

CONCURSO – Infelizmente a fraude em concursos públicos tem se tornado lugar comum. Por isso se constata tantos servidores públicos sem qualquer preparo, mesmo tendo sido submetidos – ou pelo menos teoricamente – a um concurso com provas de conteúdo difícil e que visa selecionar a melhor mão de obra para o serviço público, observando o princípio da isonomia entre os candidatos. Dessa forma pode se entender, por exemplo, a existência de servidores públicos que sequer sabem operar basicamente um computador, mesmo tendo que passar por provas de informática.

CONCURSO – A mídia também não se esmera em esmiuçar esse intrincado esquema de fraudes em concursos públicos porquê estes se transformaram em uma verdadeira mina de ouro, impulsionado pela multidão de pessoas que buscam no serviço público a sombra da estabilidade. Nisso faturam cursos preparatórios e os meios de comunicação, através da propaganda desses cursinhos. No caso da mídia impressa, faturamento duplo: com os anúncios dos cursos e da venda de exemplares com a divulgação da lista de aprovados.

CONCURSO – Um exemplo dessa postura conveniente foi a matéria publicada no dia 12/06, pelo jornal O Povo, sobre o concurso: “De acordo com o presidente da Comissão Executiva do Vestibular da Uece (CEV), professor Fábio Perdigão, cerca de 10 inscritos foram impedidos de continuar fazendo as provas por utilizarem seus aparelhos celulares. ‘Eles atenderam o telefone no momento da prova e foram desclassificados. Fora isso, não houve nenhum problema com os candidatos e tudo ocorreu de forma tranqüila’". Tudo ocorreu de forma tranqüila? Ora, mas os candidatos afirmavam exatamente o contrário. Muitos se declararam lesados pelo adiamento e a falta de rigor na fiscalização.

FUGA – A fuga de quatro presos do Instituto Presídio Paulo Sarasate (IPPS), que somente foi confirmada pela Secretaria de Justiça na última quarta-feira, dia 14/06, na verdade aconteceu ainda no domingo, dia 11/06, durante a visita dos familiares dos detentos. Infelizmente a imprensa local, mais uma vez, optou por ater-se apenas aos fatos superficiais. Caso tivesse procurado se aprofundar um pouco, teria constatado que os presos conseguiram sair pela porta da frente, misturados aos que visitavam seus familiares detidos naquele presídio. Com a conivência de agentes prisionais e policiais militares, que fecharam os olhos e abriram as portas.

FUGA – Ainda no domingo a movimentação foi grande, com policiais militares e reforço de agentes, mas mesmo assim houve a fuga. Na segunda-feira, alguns dos fugitivos teriam que comparecer ao fórum para audiências, ocasião em que outros detentos realizaram uma rebelião, para desviar a atenção e proporcionar mais tempo de fuga para os que se evadiram. Caso não tivesse ocorrido a rebelião – ou princípio, como apregoou a Secretaria de Justiça – a fuga teria sido detectada.

FUGA – Episódios como esse só acontecem com a conivência de agentes prisionais ou policiais militares da guarda do presídio, ou de ambos. Nesse cenário encaixa-se a corrupção, mediante propina. Infelizmente nem a Sejus, tampouco o Sindicato dos Agentes Penitenciários e a Polícia Militar procuram investigar a fundo para identificar quem seriam os facilitadores de fugas. É fato que o sistema penitenciário do Estado sofre historicamente falta de investimentos, além dos contratos de terceirização – que o governo do Estado insiste em chamar de co-gestão –, mas a Sejus vem sendo omissa quanto à coibição e repressão à corrupção no sistema carcerário.

FUGA – Também é fato que os agentes penitenciários são submetidos à uma carga de trabalho estressante, motivada pelo reduzido número de servidores, além de salário aviltante mas o Sindicato não pode ficar apenas no discurso das precárias condições de trabalho e não assumir que existem dentre os agentes os que são corruptos. Chega de ficar fazendo de conta que não tem nada a ver com o problema e que é apenas mais uma vítima desse complexo e desumano esquema. Por sua vez a Polícia Militar também não vem apurando a contento a participação de integrantes de seus quadros nessas armações criminosas. Afinal, não "surgem" nos presídios aparelhos de telefone celulares, drogas e até armas de fogo. Tudo isso entra nos presídios mediante a explosiva combinação de corrupção e incompetência. E a sociedade, como um todo, acaba sempre pagando o pato.

RESULTADOS – A CPI dos grupos de extermínio precisa encaminhar as provas e provocar o Ministério Público Federal quanto aos crimes atribuídos ao empresário Mike Layani e sua sócia, Eunice Leal Oliveira, no tocante à esfera federal, como crime contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o exterior, contrabando ou descaminho, dentre outros. Para que não paire nenhum tipo de dúvida ou questionamento quanto à seriedade dos trabalhos e dos parlamentares que compõem a Comissão. Também precisa remeter ao Ministério Público Estadual os documentos quanto aos crimes da seara deste, como fraude, falsificação, estelionato, agiotagem.

RESULTADOS – Ainda há a denúncia de participação nos crimes relacionados ao setor lagosteiro, notadamente homicídios dentre os quais o praticado contra o empresário Cláudio Kmentt. Essas ações precisam ser tomadas, até para que não haja nenhum questionamento quanto à isenção dos parlamentares, mesmo após as revelações feitas por Mike Layani, de doação de dinheiro para campanhas de políticos, algumas declaradas – como a recebida pelo petista José Airton – e outras não – como a recebida pelo governador Lúcio Alcântara –. Aliás, não se falou mais no assunto na mídia local. Por qual motivo?

CÓPIA – A falta de inspiração e de tutano tem feito com que os programas de esportes locais partam para copiar matérias dos programas veiculados nacionalmente por canais fechados. Semana passada o repórter Alysson Oliveira (TV Verdes Mares) fez uma matéria praticamente idêntica à outra veiculada – anteriormente, lógico, à dele – pela Sportv. É fato que a maioria da população não tem acesso à TV por assinatura, mas pensar que ninguém vai notar o papel carbono é infantilidade.

PÉROLA I – Essa foi publicada numa legenda de foto na edição do dia 13/06 do jornal Diário do Nordeste, sobre um acidente de moto no qual morreram três pessoas da mesma família: “Francisco Jáder esteve ontem no IML para providenciar a retirada de seu corpo e do filho deles”. Então o cidadão esteve no IML para providenciar a retirada do próprio corpo? Bem ao estilo “Ghost”...

PÉROLA II – Além de “Fagundes, o puxa-saco”, o colunista Alan Neto se pôs a fazer propaganda maciça do programa Jangadeiro Esporte Clube nas colunas que assina no jornal O Povo. Semana passada, num desses “comentários”, o moço escreveu “esse locutor que vos fala”. Nada espantoso para uma pessoa que fala em seu programa de rádio “câmeras em mim”.

CORREIO ELETRÔNICO – Do internauta que assinou como Tésio Amaral <tahitiannoni_br@yahoo.com.br>, sobre comentário publicado semana passado, enviado pelo também internauta “Atento”, relativamente ao programa Debates do Povo:

Alô pessoal do Em Off.

Uma coisa é análise com razão e  isenção; outra com despeito e paixão.

As críticas feitas ao programa "Debates do Povo" refletem despeito de quem fez a análise com o respeitado profissional e apresentador do programa Nazareno Albuquerque. O programa se estivesse sendo mal conduzido, não seria o líder do horário. Tem mais, quem fez a crítica analisou ouvindo dizer ou destilando veneno. É regra do bom jornalismo dizer a verdade e mentiu a coluna ao dizer que Oscar Dalva participou dos Debates quando o respeitado procurador nunca lá esteve durante a série.

O que que é isso companheiro?!

Tésio Amaral

RESPOSTA – O sítio Em Off não deseja entrar no mérito da pendenga entre os dois comentários conflitantes, mas os números do Ibope desmentem sobre a liderança do programa em seu horário de exibição.

PARA REFLETIR – "Mas se você achar que eu estou derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo não pára. Dias sim, dias não eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta. Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades, o tempo não pára. Nas noites de frio é melhor nem nascer, nas de calor se escolhe: é matar ou morrer, e assim nos tornamos brasileiros". (Versos da música "O tempo não pára", de Agenor de Araújo Miranda, o Cazuza)

 

ATUALIZAÇÃO N.º 324 - 22/06/2.006

ESQUEMA – A prisão do doleiro Alexander Diógenes Ferreira Gomes (foto), ocorrida semana passada na Espanha, vai proporcionar a possibilidade de elucidação e submissão à Justiça de um intrincado, complexo e ramificado esquema de crimes que envolvem lavagem de dinheiro, remessa ilegal de divisas para o exterior, crime contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, dentre outros. Em 1997 Abelardo Gadelha Rocha Filho recebeu em casa extratos de contas bancárias com movimentações milionárias. Em apenas 60 dias havia o registro de mais de R$ 4 milhões. As contas tinham sido abertas em seu nome no Banco do Brasil e no extinto Banfor. Foi a primeira pedra que fez ruir o dominó que culminou com a descoberta do esquema.

ESQUEMA – Em dois anos de investigação, a Polícia Federal descobriu que o nome de Abelardo havia sido usado pela quadrilha que criava laranjas para movimentar verdadeiras fortunas. O esquema ruiu por um descuido dos bandidos: extratos das contas acabaram sendo enviados para o próprio “laranja”. As investigações da PF detectaram um esquema que envolveu diversas pessoas e empresas, do mais variados ramos. Personagens e empresas que hoje ocupam, além das colunas sociais – impressas e eletrônicas –, as páginas policiais da imprensa local.

ESQUEMA – Em abril de 1997, a conta aberta no nome de Abelardo transferiu R$ 40 mil para a TV Jangadeiro, R$ 40 mil para a TV Cidade, R$ 20 mil para Abrahão Otoch Neto, R$ 41 mil para Newland (concessionária da Toyota), R$ 30 mil para Katarina D’Andrea, R$ 124 mil para J. Melo Importação e Exportação , R$ 50 mil para a TV Verdes Mares, R$ 100 mil para a Efficiente Factoring, além de outras pessoas físicas e jurídicas. O principal volume de dinheiro foi transferido para o Grupo Pague Menos, de propriedade do empresário Deusmar Queiroz. No dia 08/04/1997 o Grupo Pague Menos recebeu R$ 369 mil.

ESQUEMA – No dia seguinte a empresa de Deusmar Queiroz (foto) recebeu mais R$ 61 mil. Foram constatadas, ainda, transferências para as contas de Nilton Hang, Sandro Nunes, Free Shop Importadora, Teleceará, Carlos A. Oliva, Gac Importação e Exportação, Fist Automóveis, Lapidare Presentes e Igreja Evangélica Divino Salvador, que recebeu R$ 55 mil dia 08/05/1997. Entre os beneficiários das transferências, estavam, também, as empresas Acctur e Accountur. Naquela época, o Grupo Acctur, pertencente a Alex Ferreira Gomes controlava doze empresas no Estado. Dentre elas, a Accard, operou, durante um bom tempo, por exemplo, o pagamento do salário dos funcionários do Grupo Cidade de Comunicação.

ESQUEMA – O grupo Acctur foi detectado como principal envolvido no esquema pelo fato de suas empresas terem sido as mais beneficiadas com depósitos feitos em cheques em suas contas, oriundos das contas do “laranja” Abelardo. A Polícia Federal também encontrou uma conta de energia elétrica falsificada onde havia escrito no verso a seguinte frase: “abrir conta vinculada ao grupo Acctur”. Naquela época a PF investigou a participação de servidores do Judiciário, bancos, Receita Federal e até mesmo de seus próprios componentes.

ESQUEMA – A Polícia Federal conseguiu indícios de que o esquema criminoso tinha facilidade em conseguir espelhos de carteiras de identidades em branco por parte da SSPDC. Naquele ano a PF calculou em mais de US$ 100 milhões movimentado desde o início dos anos 90, através da utilização de mais de 50 “laranjas”. Diante das imbricações do esquema com personalidades públicas e, empresas que são generosas anunciantes e principalmente, de empresas de comunicação, é muito fácil entender por qual motivo essas notícias nunca foram divulgadas pela mídia local. As matérias relativas ao doleiro sempre omitem essas investigações da Polícia Federal. Mas os “serviços” de Alex Ferreira Gomes não foram utilizados apenas por pessoas físicas e jurídicas locais. Muitas outras empresas e personalidades bastante populares em nível nacional também os utilizaram. Mas as investigações correm sob sigilo.

ABSURDO – Mas uma irregularidade, entretanto, chama ainda mais a atenção e vai poder também ser averiguada: mesmo sendo alvo de investigações, respondendo inquérito na Justiça denunciado pelos mais variados crimes, Alex Ferreira Gomes graduou-se em Direito. Até aí não há ilicitude. O doleiro conseguiu a carteira com registro da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção do Ceará (OAB-CE), e mesmo assim ainda não há vício de ilegalidade. O problema é que há o conhecimento na categoria de que a carteira foi concedida sem que o então bacharel se submetesse aos trâmites legais para a obtenção.

ABSURDO – Segundo o provimento 81/96, do Conselho Federal da OAB, em seu Artigo 1º, determina a obrigatoriedade de aprovação no Exame de Ordem para a admissão no quadro de advogados, que é composto por uma prova objetiva de no mínimo 50 e no máximo 100 questões e prova prático-profissional, apenas para os aprovados na prova objetiva, sendo essa prova prático-profissional composta por uma redação de peça profissional, privativa de advogado (petição ou parecer) e resposta a até cinco questões práticas, sob forma de situações-problema. Pelo que se sabe, Alex Ferreira Gomes não submeteu-se a esse rito. Mesmo assim recebeu a carteira da OAB e o respectivo registro. Essa denúncia precisa ser igualmente investigada, para que se saiba por qual motivo a OAB-CE assim procedeu e, mais grave, se houve algum tipo de compensação sob forma de pecúnia para esse favorecimento.

ABSURDO – A OAB-CE não pode ter sobre si nenhum tipo de dúvida quanto à licitude de seus procedimentos. A Ordem ainda não se pronunciou sobre o envolvimento das advogadas Salima Maia Oliveira de Jesus (esposa de um promotor de Justiça) e Maria Valdilania Bezerra Viana, ambas envolvidas em irregularidades com seus clientes, integrantes da famosa "gangue dos clonadores de cartões". Não pode, mais uma vez, silenciar diante dessa denúncia da irregularidade na concessão da carteira da OAB ao doleiro Alex Ferreira Gomes.

REFORMA – A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (foto), vai enviar para a Câmara Municipal o projeto de reforma administrativa. Dentre as propostas está a de extinção da incorporação das gratificações por cargo comissionado aos servidores. A medida é certíssima, uma vez que a incorporação de gratificações, além de ser uma distorção administrativa, onera a folha salarial. O servidor ingressa no serviço público para prover cargo determinado, bem como vencimento, mas por obra e graça da incorporação acaba tendo esse benefício tornado permanente.

REFORMA – Luizianne Lins esperou dezoito meses para enviar o projeto de reforma administrativa. O problema é que no Diário Oficial do Município, edição do dia 24/05/2006 foi publicado o seguinte ato:

ATO N° 2927/2006 - O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO MUNICÍPIO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o que consta no Processo n° 3135/2006. CONSIDERANDO que através do Ato n° 5205/1990, de 23.10.1990, a servidora LUIZA MARIA DE OLIVEIRA LINS, matrícula n° 02593-01, lotada na Secretaria Executiva Regional IV, teve assegurado o direito de perceber a representação correspondente ao Cargo Comissionado de Administrador Escolar, símbolo FG-1, integrante da estrutura administrativa da extinta Secretaria de Educação do Município. CONSIDERANDO ainda, que a servidora implementa os requisitos estabelecidos pelo § 2° do art. 121 da Lei n° 6.794, de 27.12.1990, (Estatuto dos Servidores do Município de Fortaleza) publicado no DOM n° 9.526, de 02.01.1991. RESOLVE, assegurar a referida servidora o direito de optar pela representação do cargo comissionado de Coordenador Cultural, símbolo AT-1, integrante da Câmara Municipal de Fortaleza, nos precisos termos do artigo supramencionado, a partir de 20.04.2006. GABINETE DO SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO MUNICÍPIO, em 19 de maio de 2006. Alfredo José Pessoa de Oliveira - SECRETÁRIODE ADMINISTRAÇÃO”.

REFORMA – Luiza Maria de Oliveira Lins é mãe da prefeita de Fortaleza e preside o Instituto de Pesquisa Américo Barreira (IPAB), da Câmara Municipal de Fortaleza, cargo ao qual foi conduzida após a posse da filha e a convite do aliado e presidente do Legislativo Tim Gomes. A reforma administrativa do Município não foi enviada a tempo de que a servidora perdesse o benefício de, digamos, conseguir esse “up grade” salarial, que deixa de ser temporário e passa a ser permanente. Ainda que seja utilizada a argumentação de que a servidora preencheu todos os requisitos necessários e que não haja vício de ilegalidade, trata-se de, no mínimo, uma “coincidência” muito grande a reforma ser promovida apenas após a concessão do benefício. Pode-se fazer um questionamento ético.

ADÍSIA – A professora Adísia Sá foi vencedora do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação, outorgado anualmente pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), a pesquisadores e instituições científicas. Adísia foi eleita na categoria "maturidade acadêmica". Como "liderança emergente" o vencedor foi o professor Elias Machado, presidente da Sociedade Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor). O diploma aos vencedores será entregue em solenidade a ser realizada no dia 7 de setembro, em Brasília, durante o XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

 

DEPOIMENTO – Semana passada prestou depoimento à CPI dos Grupos de Extermínio, instalada pela Assembléia Legislativa, a promotora de Justiça Marília Uchoa Albuquerque. Dias antes, durante o depoimento do procurador da República Alessander Sales, o deputado Pedro Uchoa (PSL) – integrante da Comissão e pai da promotora – acusou, com todas as letras, o procurador da República Oscar Costa Filho, de ter quebrado o sigilo decretado pela Justiça para as investigações do suposto grupo de extermínio. O parlamentar acusou, ainda, Oscar de ter sido o autor do vazamento do conteúdo das investigações para a mídia.

DEPOIMENTO – Em seu depoimento, Marília reforçou as acusações. Ano passado ela e Oscar trocaram insultos publicamente pela mídia. O procurador da República acusou a promotora de Justiça de “fabricar relatórios e engavetar investigações sobre grupos de extermínio”. Marília rebateu chamando Oscar de “pedófilo”. A promotora afirmou que o procurador requereu à Justiça que fossem suspensas investigações que estava fazendo, exatamente sobre grupos de extermínio. A troca da “amabilidades” entre os dois não é nenhuma novidade.

DEPOIMENTO – Mas o ponto mais significativo foi a afirmação feita pela promotora de que o ex-estudante de Medicida Carlos Henrique Ramalho, assassinado no dia 23 de dezembro de 2004, teria sido morto pelo delegado Roberto de Castro, que presidiu o inquérito que investigou o homicídio do lagosteiro Cláudio Augusto Kementt Bezerra, ocorrido na noite do dia 17 de dezembro daquele ano. Marília disse que foi procurada pela mãe de Carlos Henrique, tendo esta acusado o delegado do assassinato.

DEPOIMENTO – Marília também confirmou que várias testemunhas haviam reconhecido Carlos como um dos que invadiram a empresa Clamar, de propriedade de Kmentt – muito embora estivesse registrada em nome de dois “laranjas” –, e o assassinaram. As investigações iniciais apontaram um latrocínio, sendo posteriormente descoberto que se tratava de uma execução. Além de Carlos Henrique – cujo cadáver foi encontrado num matagal entre os municípios de São Gonçalo e Caucaia, com dois tiros, sendo um na testa e outro nas costas – também foram assassinados Luiz Carlos de Oliveira Nobre a a esposa dele, também em circunstância que caracterizaram execuções. Luiz Carlos também teria sido reconhecido como participante da execução de Kmentt. A esposa do suposto envolvido ocorreu como queima de arquivo.

DEPOIMENTO – Cada vez mais os crimes ligados ao setor lagosteiro apontam para outra direção, completamente diferente das apontadas pelos implicados. A presidente do Sindicato da categoria, Elisa Gradhol (foto), disse que o documento assinado pelos integrantes, de contrabando de lagosta miúda, foi uma “armação” para pegar Kmentt, acusando-o de ser o único a transacionar com essa ilegalidade. Na verdade Kmentt foi assassinado porquê estava desviando dinheiro do esquema montado pela presidente do Sindicato e seus sócios nesse negócio escuso de contrabando de lagosta miúda. Esse ramo de atividade movimenta milhões de dólares e é dominado por um grupo fechado e que, além das ilegalidades, não admite nada fora de seu jugo.

REMESSA – A CPI dos grupos de extermínio precisa enviar tudo o que apurou relativo ao rombo da Procapuí, provocado pelo empresário Mike Layani e a gestora da empresa, Eunice Leal Oliveira, para que a Procuradoria da República possa investigar os crimes praticados. Até porquê é impossível que a ligação do empresário com o doleiro "Zezé" não tenha nenhum tipo de ramificação com o esquema de Alex Ferreira Gomes. Zezé era um dos doleiros intermediários que operavam com o proprietário da Acctur, preso semana passada na Espanha.

PRÊMIO – Semana passada a Assembléia Legislativa entregou o prêmio Tancredo Carvalho de jornalismo a alguns profissionais de imprensa. Sem qualquer depreciação dos profissionais que foram aquinhoados com o prêmio – muitos excelentes, de fato – esse tipo de premiação tem, infelizmente, como fito o incentivo a matérias muitas vezes graciosas à quem concede. Ou será que o Poder concederia esse prêmio a quem, por exemplo, denunciasse na mídia irregularidades praticadas por seus membros? A exemplo do governo do Estado, a Assembléia conta com um forte esquema de cooptação da mídia, igualmente baseado na distribuição de generosas verbas publicitárias às empresas de comunicação e de sinecuras à profissionais de imprensa.

DIFERENÇA – O SBT colocou no ar o programa "Aprendendo sobre sexo", que vai ao ar no final da noite de domingo. Nele, uma psicóloga que também é sexóloga, didaticamente, o apresenta, tira dúvidas e conversa com profissionais da área. Sem firulas ou artifícios para tornar o programa desvirtuado de sua função primordial. Tudo em uma maneira séria e profissional. Por aqui a TV Diário tem o programa "Manias de Você", mas, adversamente, a emissora colocou uma "apresentadora", Regininha, muito mais preocupada em mostrar suas curvas e de falar sacanagens, com um figurino de fazer corar frade de pedra e audacioso até para "mulher-dama". No programa da rede nacional o assunto é tratado de maneira séria, responsável e didática. No programa de rede local, infelizmente, a intenção é cativar telespectadores pela libidinagem, que vai desde os trajes sumários da apresentadora até clipes de "tigresas" dançando coreografias dignas de boate de strip-tease. Há algum tempo, inclusive, a "atração" veiculava clipes com garotas e garotos de programa com seus respectivos telefones de contato.

CORREIO ELETRÔNICO I – Em tréplica, o internauta que se identificou como “Atento”, enviou a seguinte mensagem, sobre comentários feitos por ele relativos ao programa apresentado pelo publicitário Nazareno Albuquerque na Rádio AM do Povo – CNB, rebatidos semana passada pelo internauta Tesio Oliveira:

Perder Vela... Editotores de Em Off, sem querer perder vela com defunto ruim, a "verdade" que o programa DEBATES DA EMPRESA – apresentado pelo angariador de anúncios Nazareno Albuquerque, na rádio O POVO, ao meio dia – passa aos ouvintes, quando diz que abre espaço para a população falar ao vivo e o de ser lider de audiência, no horário, é a mesma "verdade" ao dizer que o procurador Oscar Dalva – que a burrice que confunda com Oscar Costa Filho – e o advogado Djalma Pinto não participaram do programa em que esteve um dirigente do PPS, como convidado. Trata-se do jornalista Francisco Almeida, Secretário Geral do PPS, cearense, radicado em Brasília há muitos anos. E foi para a entrevista a convite do procurador Oscar Dalva.

Perder Vela... E, o que é mais comprobatório; falou o sr.Oscar Dalva na Grécia e o sr.Djalma Pinto, em Roma, como parâmetros de democracias cidadã, quando os  setores produtivos dessas civilizações – é bom lembrar – sempre foram mantidos por escravos durante séculos.

Perder Vela... Mas, vamos nos preocupar com temas sérios e úteis à sociedade que já vive tão massacrada com tanta simulação de verdades. Sempre é bom esquecer e deixar que eles mintam à vontade... a população até se diverte com a falta de neurônio desses azes da falácia, porque ela não tem nada de burra. Pena que a credibilidade desta gente, gradativamente, chegue ao fundo do poço".

CORREIO ELETRÔNICO II – De um internauta que pediu para não ser identificado, recebemos a seguinte mensagem:

Srs. Editores do Em Off,

Recentemente (19.06) o BNB divulgou lista com mais de 600 aprovados em concurso público para a carreira superior de advogado, economista, tecnologia da informação e agrônomo. Ocorre que o referido concurso apresentou uma irregularidade em seu processo de correção de gabarito que pode prejudicar milhares de pessoas no Brasil inteiro e que, com certeza, se refeito irá alterar significativamente a classificação já divulgada.

Trata-se da correção errada de uma questão da prova de português ( http://concursos.acep.org.br/BNB2006/PR-ADVTP(1).pdf  ) que estranhamente teve seu gabarito primeiramente divulgado como a resposta correta à questão sendo a opção A e posteriormente alterado pela ACEP para a opção B. Vejamos a tal questão:

05. Assinale a alternativa que apresenta redação CORRETA em relação à pontuação.

A) O crescimento econômico é o melhor remédio para as doenças do desemprego, mas, por si só também, não é suficiente para reduzir a pobreza e nem as disparidades sociais.

B) O crescimento econômico é o melhor remédio para as doenças do desemprego mas, por si só, também, não é suficiente, para reduzir a pobreza e nem as disparidades sociais.

C) O crescimento econômico, é o melhor remédio para as doenças, do desemprego mas por si só também não é suficiente para reduzir a pobreza e nem as disparidades sociais.

D) O crescimento econômico, é o melhor remédio para as doenças do desemprego, mas, por si só também, não é suficiente para reduzir a pobreza e, nem as disparidades sociais.

E) O crescimento econômico é o melhor remédio para as doenças do desemprego, mas por si só também não é suficiente, para reduzir a pobreza, e, nem as disparidades sociais.

Percebe-se claramente (e você pode perguntar a um especialista na matéria) que a alternativa correta é a A. Não obstante, a ACEP refez a correção da questão divulgando a mudança, errônea, do gabarito para alternativa B (http://concursos.acep.org.br/BNB2006/gabaritoADV.htm).. É importante dizer que a essa segunda correção, absurdamente, o edital divulgado não permitia recurso. Urge que o Ministério Público aprecie o fato ocorrido e o mande corrigir a tempo, sob pena de prejudicar a quem efetivamente acertou a questão e em prol da lisura e da transparência que devem ser seguidas em concursos públicos promovidos nas esferas federal, estadual e municipal".

RESPOSTA – Imbróglios envolvendo concursos públicos não são novidade. Semana passada o Em Off abordou o concurso para escrivão da Polícia Civil, também eivado por irregularidades. Antes já tinha se reportado ao concurso de agente da mesma Instituição e, no início do ano, ao estapafúrdio, irregular e imoral concurso fraudado dos Correios, que o Ministério Público Federal já ajuizou ação visando sua anulação. A resposta correta, com efeito, é a alternativa "A". O BNB precisa explicar por qual motivo está mantendo o gabarito errado ou retificá-lo e, dessa forma, provavelmente haverá modificações na lista de aprovados. Para que não seja ninguém prejudicado, tampouco paire sobre o certame nenhuma desconfiança de existência de fraude. A Associação Cearense de Estudos e Pesquisas (ACEP) precisa explicar por qual motivo está mantendo sua posição de considerar correta a alternativa "B". Como citou o internauta, é preciso que o MPF intervenha na questão, não apenas para garantir a lisura e a correção do concurso, mas para punir os responsáveis por esse erro e evitar prejuízos a terceiros.

CORREIO ELETRÔNICO III – Do internauta que se identificou com o nome de Carlos Antônio Soares <realidade2006@hotmail.com> recebemos a seguinte mensagem:

O jornalista Luiz Viana que deve ser o porta-voz  de Ciro Gomes e o seu sócio Paulo Henrique Carvalho que deve ser o assessor de imprensa de Eunício Oliveira, deixam rastros de irregularidade por onde passam.

Paulo Henrique, ex-assessor de Cid em Sobral sequer é graduado, ainda mais em Jornalismo.
Os dois aprontaram em Beberibe, contratados que foram para ajudar na promoção do Carnaval 2006 ainda hoje não prestaram conta à empresa contratadora. Há notícia de que superfaturaram a contratação de bandas em mais de 100%.
Será que Cid e Eunício sabem disso?

PARA REFLETIR – "Eu aprendi com o futebol que em time que está ganhando não se mexe" (Presidente Lula, sobre a manutenção da chapa com José Alencar na vice, para tentar a reeleição. No dia anterior à declaração, a seleção brasileira goleou o Japão por 4 x 1 na Copa do Mundo, com uma excelente exibição depois que o técnico Parreira mexeu no time e colocou cinco reservas, mostrando um futebol que até então o time com os cinco titulares sacados ainda não tinha apresentado e demonstrando que time que está ganhando, mas não está convencendo, pode e deve ser mexido).

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