• Iracema
  • Autor : José de Alencar
  • Editora: Livraria José Olympio Editôra
  • Edição do Centenário
  • 1965 
  • Publicado pela primeira vez em 1865, IRACEMA - lenda do Ceará, foi impresso na Tipografia de Viana & Filhos. A edição foi custeada pelo próprio José de Alencar, esgotando-se em dois anos.
 Para comemorar o centenário da primeira edição, a Livraria José Olympio preparou o volume apresentado acima, no qual, além do romance propriamente dito, vamos encontrar estudos, críticas, material biográfico, ricas ilustrações, tudo isso encabeçado pela letra de Manuel Bandeira num poema de louvação.
Romance de leitura obrigatória para os apreciadores da literatura trabalhada, esta edição do centenário, pelos seus complementos de gramática e estilo é  imprescindível aos estudantes da língua portuguesa.


louvado de Bandeira
 

LOUVADO
DO
CENTENÁRIO
DE
IRACEMA

Louvo o Padre, louvo o Filho  
E louvo o Espírito Santo.  
Idem louvo, exalto e canto  
O prosador, grande filho  
Do norte, e que no deserto  
Do romance nacional  
Ergueu, escorreito e diserto,  
Seu mundo,-um mundo imortal.  

Além, muito além da serra  
Que lá azula no horizonte,  
Inventou a donzela insonte,  
Símbolo da nossa terra,  
E escreveu o que é mais poema  
Que romance, e poema menos  
Que um mito, melhor que Vênus:  
A doce, a meiga Iracema.  

E o mito inda está tão jovem  
Qual quando o criou Alencar.  
Debalde sôbre êle chovem   
Os anos, sem o alterar.  
Nem uma ruga no canto  
Dos olhos de môço brilho!  
Louvo o Padre, louvo o Filho  
E louvo o Espírito Santo.  

Manuel Bandeira

na página 138
 

 
10. Jacúna veio habitar nos campos da Porangaba para estar perto de seu amigo branco; Camarão erguera a taba de seus guerreiros nas margens da Mecejana.  
Tempo depois, quando veio Albuquerque, o grande chefe dos guerreiros brancos, Martim e Camarão partiram para as margens do Mearim a castigar o feroz tupinambá e expulsar o branco tapuia.  
Era sempre com emoção que o espôso de Iracema revia as plagas onde fôra tão feliz, e as verdes fôlhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.  
Muitas vêzes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade.  
A jandaia cantava ainda no ôlho do coqueiro; mas não repetia já o amvioso nome de Iracema.  
15. Tudo passa sôbre a terra.
 


sumário
 

Nota da Editôra  
Nota Explicativa por M. Cavalcanti Proença  
Introdução Biográfica por Brito Broca  
1ª parte
 O Romance
1. Introdução crítico-filosófica, por M. Cavalcanti Proença  
2. Texto crítico do romance  
3. Carta  
Notas (da 1ª edição)  
Pós-escrito  
2ª parte
Iracema e os Contemporâneos

1. Semana Literária, por Machado de Assis  
2. Iracema, por Machado de Assis  
3. Literatura Brasileira - José de Alencar, por Pinheiro Chagas  
4. Carta III, por Franklin 'Távora  
5. A literatura brasileira contemporânea, por Antônio Henriques Leal  
6. Questão filológica, por Antônio Henriques Leal  
7. Questão filológica, por José de Alencar  
8. Iracema, por J. V. Gonzalez  

3ª parte
Atualidade de Iracema
1. José de Alencar, por Rachel de Queiroz  
    Alencar, por Augusto Meyer  
    Alencar, por Agrippino Grieco  
    Iracema e o Indianismo de Alencar, por José Aderaldo Castello  
    Transforma-se o amador na coisa amada, por M. Cavalcanti  
    Proença  
2. Uma obra clássica brasileira-Iracema-, por Cândido Jucá (filho)  
    Vocabulário  
    Morfologia  
    Taxionomia  
    Sintaxe  
    Fraseologia  
3. Pequena bibliografia de Iracema, por Plínio Doyle  
    
 


imagens
 
Folha de apresentação da presente edição comemorativa do centenário da publicação do romance  
 
Página 49, início do romance ilustrado com o desenho de uma jandaia, símbolo da terra cantada pelo poeta, símbolo do romance.

 
 
 
José de Alencar em retrato feito por Ângelo Agostini logo após a morte do romancista e publicado na Revista Ilustrada de 15/12/1877. Lê-se sob o trabalho do grande artista italiano:  
"lito a vapor, ângelo & Robin, Rua da Assembléia, 44".
 
 
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