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Resumo poético do processo de criação
Série dedicada às "poesias-gato" de Ana Cristina César

As poesias-gato denunciam a agonia do "artista" que não trabalha sozinho.
Sempre há mais alguém que segura sua mão que trabalha,
que forçosamente rabisca o papel.
(parafraseando Ana Lúcia G. Santos)

Primeiro a leitura; a absorção das sensações, algo de instintivo e não reproduzível por palavras. É como reconhecer-se após um período de amnésia. É uma grata sensação de encontro.
Depois a releitura; procurando pistas para o completo entendimento das emoções e talvez encontrar a explicação da simpatia pelo texto, o porquê da semelhança. É ver a projeção de si mesmo, não mais sozinho.
E finalmente, a troca; o devolver algo como agradecimento pela possibilidade do reconhecimento. Mas esta devolução não poderá ser na mesma moeda, pois a riqueza consiste em apresentar uma "nova moeda". Por isso o desenho, a gravura. Feito com amigos invisíveis, diferentes na aparência e semelhantes nos sentimentos que expressam sobre o mundo e que estão presentes através das imagens que vi e dos textos que li.

 

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