Rosa-Cruz

 

Durante anos, o poeta estudou os sistemas de iniciação das diferentes ordens existentes então ou no passado. Leu numerosas obras, tirou centenas de páginas de notas e redigiu em rascunho dezenas de fragmentos destinados aos seus quatro grandes tratados. Interessou-se particularmente por quatro ordens, que historicamente têm ligações entre si, tendo contudo cada uma a sua tradição própria: a Ordem do Templo; a Ordem de Cristo, que foi a sua herdeira em Portugal; a Fraternidade Rosa-Cruz; a Franco-Maçonaria. Foi, como vimos, pela Rosa-Cruz que começou o estudo do pensamento ocultista, quando, muito jovem ainda, leu um livro inglês sobre Os Ritos e os Mistérios dos Rosa-Cruz, cujo herói é um adolescente inspirado, Johan Valentin Andrea, que, no século XVII, escreveu As Núpcias Químicas de Christian Rosencreutz, livro fundador da doutrina. É dessa tradição que ele se vai sentir intelectualmente mais próximo, até ao fim. Mas interessou-se também apaixonadamente pela história dos Templários.

Robert Bréchon. Estranho Estrangeiro - Uma biografia de Fernando Pessoa. Lisboa: Quetzal, 1996, pp. 498-499.

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