WITH THE BEATLES / BEATLEMANIA

 

Inglaterra: 22/11/63
Brasil: mar/64
Este álbum não foi lançado nos Estados Unidos. 

  

Lado 1: 
  1. "I Want to Hold Your Hand"
  2. "It Wont't Be Long"
  3. "All I've Got to Do"
  4. "Little Child"
  5. "Don't Bother Me"
  6. "Please Mr. Postman"
Lado 2: 
  1. "She Loves You"
  2. "Roll Over Beethoven"
  3. "You Really Got a Hold on Me"
  4. "I Wanna Be Your Man"
  5. "Devil in Her Heart"
  6. "I Saw Her Standing There"

 

I WANT TO HOLD YOUR HAND
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocais principais
George Harrison: Guitarra solo e vocalização
Ringo Starr: Bateria

A guitarra de John abre o disco com muita vivacidade e vai crescendo até o começo do dueto vocal dele com Paul. Lançada em compacto, essa música vendeu mais de cinco milhões de cópias em todo o mundo e foi um dos primeiros sucessos do Beatles no Brasil. Quem não se lembra (entre os maiores de 25 anos, é claro) da versão "engraçadinha", feita por aqueles que não queriam dar o braço a torcer diante da genialidade e preferia implicar com os tietes?
"O bode saiu com a cabra/ e iam andando a pé/ o bode pisou a cabra/ e a cabra gritou meeeeé!"
O "mé" era "tradução" para o grito de John e Paul em haaaand. Apesar da banalidade da letra, a interpretação dos dois é especial, pois pode-se sentir uma excitação em suas vozes quando dizem "and when I touch I feel happy inside/ it's such a feeling that, my love, I can't hide, I can't hide, I can't hiiiiiiiide!" ("e quando eu toco você, me sinto feliz por dentro/ é uma sensação tão forte, meu amor, que não consigo esconder!"). E é essa excitação que vai crescendo até o haaaaad que os namoradinhos ciumentos dizem que era meeeeé. Mas temos que admitir que a versão é engraçada. (Letra)

IT WON'T BE LONG
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e backing vocal
George Harrison: Guitarra solo e backing vocal
Ringo Starr: Bateria

A voz de John grita (como manda o rock' n' roll da época) em dois canais, acompanhada pelo yeah-yeah de George e Paul. Não há introdução instrumental: a voz e os instrumentos entram todos juntos de uma vez. A segunda parte é mais calma, com acompanhamento de um corinho harmonioso, feito também por Paul e George, cujo solo de guitarra é bem marcante. (Letra)

ALL I'VE GOT TO DO
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo
Ringo Starr: Bateria

A canção começa com uma estranha batida, mais ou menos uma reunião de country e blues, que depois acelera, sem deixar que o romantismo se perca (para os nostálgicos do rostinho colado...). John está nos vocais, com perfeitas vocalizações de Paul, mostrando que os geniais parceiros também se harmonizam na hora de cantar. (Letra)

LITTLE CHILD
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica, harmônica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo, piano e vocais principais
George Harrison: Guitarra solo
Ringo Starr: Bateria

Uma das poucas canções rythm & blues composta e gravada pelos Beatles. O belo desempenho de John na harmônica é influência de Cyril Davies, um dos precursores do rythm & blues inglês, que atuava no Alexis Korner's Blues Incorporated no final da década de 50. Esse grupo foi praticamente pai dos Rolling Stones e há quem considere "Little Child"uma canção no estilo da trupe de Mick Jagger. Para isso contribui o diálogo da harmônica de John com o piano de Paul, num estilo bem rythm & blues. (Letra)

DON'T BOTHER ME
(George Harrison)
John Lennon: Guitarra rítmica e pandeiro
Paul McCartney: Baixo e cravo
George Harrison: Guitarra solo e vocais solo
Ringo Starr: Bateria, bongôs e bongô árabe

É a primeira canção de George a entrar num LP dos Beatles e, segundo a lenda, sua primeira composição. Conta-se que Bill Harry, proprietário e editor do jornal Merseybeat, vivia cobrando de George quando, afinal, ele iria começar a compor como seus companheiros John e Paul. Em resposta, George fez essa canção, cujo título é "não me amole". E mostrou que também era bom de composição. Será que a utilização de um bongô árabe (que não deixa de ser um instrumento oriental) justamente na primeira faixa de George é apenas coincidência? (Letra)

PLEASE MR. POSTMAN
(Holland)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo e vocalização
Ringo Starr: Bateria

Consta que os Beatles queriam ter escrito essa canção, que foi sucesso nos Estados Unidos na interpretação do conjunto vocal feminino Marvelettes. Sem dúvida, a interpretação deles é deliciosa. Atenção para o que parece um dueto e é apenas a voz de Johm em dois canais. Paul e George fazem apenas as vocalizações. (Letra)

SHE LOVES YOU
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocais principais
George Harrison: Guitarra solo
Ringo Starr: Bateria

Uma das primeiras canções a mostrar para o mundo que os Beatles estavam chegando. Com tudo em cima e pra ficar. O corinho yeah-yeah-yeah se tornaria, como foi dito na introdução, o nome de um estilo musical. Havia também o uuuuu que destruía corações. É uma canção diretamente associada aos shows e delírios dos primeiros fãs do grupo. (Letra)

ROLL OVER BEETHOVEN
(Chuck Berry)
John Lennon: Guitarra rítmica
Paul McCartney: Baixo
George Harrison: Guitarra solo e vocais solo
Ringo Starr: Bateria

Embora provoque arrepios nos apreciadores de Beethoven mais conservadores, essa canção de Chuck Berry costuma despertar em todos os mortais vontade de dançar ou, no mínimo, um discreto bater de pés, debaixo da mesa. E a versão dos Beatles não fica nada a dever à do autor. Eles costumavam cantar sempre esse delicioso rock'n'roll nos tempos do Marquee. George está nos vocais em dois canais. (Letra)

YOU REALLY GOT A HOLD ON ME
(Smokey Robinson)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo e vocais principais
Ringo Starr: Bateria
George Martin: Piano

Essa versão impecável do velho sucesso do grupo norte-americano Miracles tem méritos além de sua beleza: com ela, os Beatles apresentaram o soul norte-americano aos ingleses, que jamais haviam sequer ouvido falar em Smokey Robinson. Infelizmente, é necessária a genialidade para quebrar barreiras raciais e levar a música negra para os alvos salões britânicos. John se sai da melhor forma possível nos vocais, que não são nada fácil, ainda mais para um cantor branco inglês. George faz um dueto com ele e as vozes dos dois alternam-se na linha melódica principal, enquanto Paul fica com as belas vocalizações. Opiano de George Martin completa o lamento apaixonado que tantos corações derreteu no início dos anos 60 (e por que não se deixar derreter mais uma vez?). (Letra)

I WANNA BE YOUR MAN
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica, órgão Hammond e vocalização
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo
Ringo Starr: Bateria, maracas e vocais principais

Essa música trouxe o sucesso para os Rolling Stones. Depois de tentarem entrar para as paradas com "Come On", sem conseguir, ficaram entre as dez mais com uma canção dos Beatles... Aliás, a rivalidade entre os dois grupos limitava-se aos fã-clubes, pois a única vez que Beatles e Rolling Stones se desentenderam, foi quando Mick Jagger criticou o trabalho dos velhos amigos e John foi à imprensa dizer que ninguém, a não ser os próprios, tinha o direito de falar mal dos Beatles. Mas a nível pessoal sempre houve harmonia entre esses nove ingleses, além de alguns encontros profissionais: John e Yoko participaram do programa Rolling Stones Circus (feito pela BBC TV e jamais levado ao ar), Mick e sua primeira esposa, Marianne Faithfull, estavam no corinho e na festa de "A Day in the Life". Quanto à gravação dos próprios autores, "I Wanna Be Your Man" traz um ótimo vocal de Ringo, ajudado pelo corinho de John e Paul. (Letra)

DEVIL IN HER HEART
(Drapkin)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocalização
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo e vocais principais
Ringo Starr: Bateria e maracas

Para alguns críticos norte-americanos, essa faixa é mais uma demonstração da versatilidade dos Beatles, por se tratar de um . . . samba (!). Não contestamos a versatilidade dos rapazes, mas só podemos admitir que a última frase da letra poderia ser "cha-cha-cha". Samba é demais. Mas é uma versão gostosa para mais um sucesso de um grupo vocal feminino norte-americano, The Donays. George se sai muito bem nos vocais. (Letra)

I SAW HER STANDING THERE
(Lennon-McCartney)
John Lennon: Guitarra rítmica e vocais principais
Paul McCartney: Baixo e vocalização
George Harrison: Guitarra solo
Ringo Starr: Bateria

Paul conta "um, dois, três, quatro" e começa uma faixa animadíssima, na qual ele faz os vocais principais, utilizando, ainda que timidamente, um estilo que procuraria desenvolver mais tarde: os gritos dos cantores negros norte-americanos. Há elementos típicamente Beatles (da primeira fase): palmas marcando o ritmo e corinho fazendo uuuuu. Essa canção era uma das favoritas nos shows, provavelmente porque não deixa ninguém ficar parado. No dia 28 de novembro de 1974, John Lennon estava assistindo a um show de Elton John no Madison Square Garden e, chamado a subir no palco, disse:
- Vamos cantar um número de uma ex-noiva minha, chamada Paul.
E, juntos, ele e Elton John, cantaram "I Saw Her Standing There". Conta-se que, depois que John saiu, a platéia não quis mais saber de Elton, exigindo a presença do ex-beatle de volta. Depois que John Lennon morreu, o rei dos óculos fez uma canção sobre esse incidente. (Letra)

Edição especial da revista SOMTRÊS/Editora Três Ltda.

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