O ciclo dos HP-maníacos
João Marcos Borges
Os fatos que passo a narrar são de ordem fictícia, sendo então qualquer identificação pessoal, mera coincidência.
Na maioria das vezes o HP-maníaco só conhece seu grande amor, a "HP", quando entra para a faculdade. Seu primeiro apelido é bicho. Muito interessado, o bicho sempre faz perguntas tolas: _ Para que serve essa rapadura cinza? Tem joguinho aí? _ , sem saber que está começando ali uma paixão avassaladora. A medida que o cabelo do bicho cresce, seu interesse pela HP cresce na mesma proporção. E ele começa a jogar "Minehunt" e "Columns" na HP dos veteranos. Estava procurando para comprar, quando um veterano lhe oferece uma 48G usada. Compra; e a primeira coisa que faz é aprender a colar. Copia o "Columns" e tenta modificar o arquivo dos recordes. Neste momento não controla mais o vício pela HP. Onde ele vai, a HP vai também! Um dia no banco, a porta trava e a HP é responsável. A primeira queda de sua HP ele nunca esquece, diz que ela travou por uma semana. Depois da primeira troca de pilhas ele sente um desfalque no bolso e deleta todos os jogos que tem na memória. Agora ele entra nos eixos e decide quebrar a cabeça com seu manual em inglês. Constrói um cabo de conexão HP-PC e conhece inúmeros sites sobre a calculadora. Torna-se um HP-internauta. Entra em diversos clubes de HP e em várias listas de discussão, recebendo mais de quinze e-mails por dia. Faz tantas perguntas que o pessoal da lista tenta até bani-lo. Vez por outra arrisca-se a responder alguma coisa. Está aprendendo a programar a sua HP. Com seus conhecimentos ultrapassando a barreira dos 32k, ele compra uma GX e vende a prestativa G para um bicho que lhe fez perguntas demais!
E tudo começa de novo!
João Marcos Borges -
Estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Uberlândia