Só aos miseráveis
Faço confidentes
Desse meu sofrer infindo.
Da pena que amargo
Nessa triste sina
De toda a miséria
Que se esconde
Atrás do ouro.
E que, no óbulo, se resigna
De toda culpa que expia
Pela infinita covardia
De não lutar, na Vida,
Onde a vida principia
A ser má, cruel e injusta.
É hora de dizer um basta
À opulência.
À indecência
desse nosso dia-a-dia,
Em que a vida amarga,
À revelia,
De todos os sonhos
Que sonhamos:
A miséria dourada
E sofrida
De quem passa
Pela vida, escondida...
Fernando A. Moreira