Relacionamento e Posicionamento
1. A essência humana é relacional.
2. Relacionamentos estruturam posicionamentos.
3. Posições configuram limites.
4. Os limites criam descontinuidades.
5. A descontinuidade motiva para buscas.
6. As buscas criam planos para os posicionamentos.
7. A manutenção do posiconamento engendra atitude
de avaliação.
8. As avaliações são neutralizadas pela
espontaneidade.
9. A participação impede a espontaneidade na medida
em que cria o ajuste, determina articulações, endereçamentos.
10. Estar com o outro, ser com o outro é diferente de
integrar-se fundir-se com o outro.
11. Quando a existência pressupõe uma pré-existência,
ela é um limite relacional criador de obstáculos
ao movimento.
12. O movimento é uma relação.
13. Contextos relacionais são referenciais posicionantes
e determinadores de comportamento.
Percepção
1. Em termos psicológicos seria necessário integrar
a percepção a tal ponto que não percebêssemos
que percebíamos.
2. Consciência como absorção da vivência
é dualismo.
3. Vivência é integração do presente.
A não vivência, a não integração
do presente, é a pontualização.
4. A duplicação do ser em eu mesmo é fragmentadora
- questão de imagem fabricada.
5. A vivência total é presentificada (integração,
contemplação, êxtase).
6. A percepção de si mesmo é despersonalizadora
pela divisão que enseja.
7. Situar-se quebra a dinâmica e desumaniza, coisifica.
8. As imagens, papéis e representações constituem
a aparência.
9. O que aparece é diferente do que é, embora seja
- o que aparece é diferente do que é, porque é
um outro - expressão e estruturação.
10. Entre a essência e a aparência existe um abismo
(vazio). Esta evidência criou visualizações
arbitrárias de interno e externo, de oculto e expresso,
de objetivo e subjetivo.
11. A polaridade é a manifestação da unidade.
12. Pensar no humano como subjetividade (alma, espírito,
psique, consciência, inconsciente organismo) e objetividade
(comportamento, motivação, linguagem) é
obscurecedor do humano.
13. A unidade (unicidade) humana é a sua essência
(relacional).
Essências Relacionais
1. A movimentação do eixo submetido a forças
dinamizadoras provoca unilateralizações ou globalizações.
2. Nos relacionamentos são estruturados os níveis
de sobrevivência e de existência.< BR> 3. A
depender da simultaneidade do movimento configura-se ora o nível
de sobrevivência, ora o nível de existência.
4. Havendo interrupções privilegia-se uma polarização
responsável pelo sujeito ou pelo objeto.
5. A quebra do eixo cria o sujeito e/ou o objeto, pontualizado.
6. A quebra do eixo é feita pelos aprisionamentos, os
captores da essência humana. Captores, posicionantes, podem
ser entendidos como organismo, sociedade, cultura, mais sinteticamente,
o outro.
7. O outro aliena ao gerar participação - é
o outro como limite.
8. A recuperação do eixo é feita através
da ultrapassagem do outro, transcendendo-o. O outro já
não é um limite.
9. A estruturação de autonomia é a quebra
das pontes nos abismos, é a transformação
do vazio cercado - é a retirada das cercas.
10. A possibilidade de relação estrutura o sujeito
e o objeto. É como se o eixo ao movimentar-se, por atrito,
estruturasse os pólos.
11. O outro no espelho sou eu.
12. A intervenção de outro contexto muda a percepção.
13. O próximo é o distante, pois há sempre
uma distância quando se configura a proximidade.
Totalidade
1. Não existe o si-mesmo - partes não existem.
2. Este outro eu, por mim criado, é um acessório
relacional construido por deslocamentos de não aceitação.
3. Parando de deslizar, saltando e pulando, preciso de andaimes
e cordas para aterrissar.
4. As chamadas reflexões do Ser são reproduções
caricaturadas desses movimentos.
5. O andar em círculo, as repetições estruturam
desequilíbrios.
6. A quebra de contextos estruturantes orienta para a busca do
si-mesmo. Quem sou eu? O que quero?
7. O desespero é a necessidade de resolver - nada espero,
mas quero.
8. A impossibilidade é a formalização definidora
de posicionamento, tanto quanto a possibilidade o é.
9. Decidir é avaliar; continuar é dedicar-se.
10. Só existe continuidade (dedicação) no
deslizamento, na quebra das formas, dos limites - já não
sei quem sou eu, quem é o outro, apenas me percebo com
o outro. ['Terra e Ouro são Iguais" - pags. 124 a
132]
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