AMORES PASSADOS
 
   no cinza passa minha vida
   agora
   azul,amarelo,branco,alegria
   infância
   vida d'outrora vivida
   amor
   sem amor
   minha sina
   sem raio de luz ou calor do sol
   caminho sem ida
   volta
   vem a meus braços
   amor inesistente ainda
   ao qual cortejo já sem resguardos
 

    TEMPO
 
   ó tempo porquê nào paras um pouco
   e tiras um descanço
   e vives,enfim
   jovem
   para que a todos nós retorne
   os erros d'outrora cometidos
   as brincadeiras
   os amores vividos
   a juventude verdadeira da vida
 

   SONHOS
 
   se sonhas
   se consegues
   tua vida sim,é algo novo
   a cada momento
   um sonho novo
   deves assim sempre desejar
   sonhar, viver, amar
   morte
   destino certo de todo ser
   como um sonho eterno
   ao qual desconhecemos o fim
 

  TEU TOQUE
 
  ó toque das tuas mãos
  sentimento,paz
  mãos lindas e delicadas
  um anjo quem as fez
  e sempre as fará
  mesmo agora que estás longe
  é meu anjo, ó meu gosto
  ó toque das tuas mãos
  voltem agora ou ei de padecer
  sem ao menos neste meu meundo
  sem sentido, imundo
  ver-te novamente
  sem tuas mãos competentes
  adormecerem meu olhar

 
   REUNIÃO DA VIDA

   que reunião é essa onde falto eu?
   que reunião é essa que se concretiza sem minha
   presença?
   onde estou?
   quem sou,então?
   se tudo ainda existe
   e eu
   não estou nem triste
   mas apenas em algum lugar
   longe desta reunião
   longe de mim
   longe da vida
 

   CHUVA

   mais um vez avisto-te
   chuva
   cai sobre mim
   penetra em minha alma
   lava meu ser
   transforma-me em um novo homem
   digno de alguma palavra
   vens do céu
   límpida
   a banhar-me
   trazes novo amor
   novas esperanças
 

   JANELA
 
   pela janela de onde olho para o céu
   já vi muitas coisas passarem
   vi fogos, vi estrelas, vi deuses, vi sonhos
   e aqui ainda estou a contemplar
   cada dia
   tua vida
   cada noite
   morte minha
   tu me matas, mas ninguêm vê
   apenas meus olhos já
   sem tonalidade
   que tomam as cores do dia
   que tomam o preto da noite
   que tomam o sentido enfim
   desta simple janela
   que hoje se faz minha única testemunha
   de meu amor
   morto por tua insensatez
 
 

 
 Maximiliano Borges © 1999

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