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RESULTADOS DAS COMPETIÇÕES DE 1999
 

 
Melhor Poesia do Ano 1999
(Júri Poetas Brasil) 
CORPLESTÁTICOS,
de Giuliano Dias de Morais 
Menção Honrosa 1999
MEU POEMA DO ANJO
de Isa Musa de Noronha
 
 
 

Confira abaixo os campeões de cada mês:
 
 

Mês de Dezembro 1999
 
7 8 %
2 2 %
 
 
    MINH'ALMA FIOU-SE À DELE  

    Minh'alma fiou-se à dele,  
    E agora, o que há de ser de mim?  
    Que onde quer que esteja,  
    Ele está aqui,  
    Que qualquer que seja o pensar,  
    Ele dele faz parte,  
    Que qualquer que seja o sentir,  
    Ele dele é a razão.  

    Sua alma fiou-se à minha,  
    E agora, o que há de ser de mim?  
    Que por mais que eu tente,  
    Já não posso estar presente;  
    Que qualquer que seja a falta,  
    Já não posso suprí-la;  
    Que qualquer que seja o desejo,  
    Já não posso sê-lo.  

    Nossas almas se uniram  
    E assim decidiram   
    O que há de ser de mim.  
    Não importa que tudo se ache contra,  
    Decidiram que eu serei por ele,  
    Decidiram que eu viverei para ele,  
    Decidiram o que há de ser de mim.  
      

      Julia Ferreira
    POESIA ROCHA MOUTONNÉE  

    Presente o poeta em pé,  
    Marcando o momento,  
    Admirando o monumento,  
    A beleza da rocha Moutonnée.  

    Está sendo,  
    O amor é,  
    Diminuindo e crescendo,  
    O encontro da rocha com a maré.  

    Amor a primeira vista,  
    Granito róseo raro,  
    Simples conquista,  
    Sem preço caro.  

    - Óh!- Rocha rosa,  
    - Óh!- Rocha mulher,  
    Meiga e divina,  
    Como Deus quiser.  

    Lapidada pelo gelo derretido,  
    Há milhões de anos convertido,  
    Tão jovem em rocha conservada,  
    E não em água transformada.  

    Vinde, cantemos ao senhor,  
    À rocha da nossa salvação,  
    Porto seguro protetor,  
    Que fez a união,  
    Da rocha rosa,  
    Com meu coração. 

  
Tarcis Zirondi
 

Mês de Novembro
 
5 6 %
4 4 %
 
 
    VÍDEO-CLUBE  
       
       
    Te vejo surgindo  
    atrás de fitas e prateleiras  
    misturada com Hollywood,  
    Stallones e filmes proibidos.  

    Te vejo sorrindo  
    atrás de caixas e segredos  
    ignorando minha visita  
    que comparece só pra você.  

    Te vejo sem mim  
    e isso é tão triste!  
    Tantos filmes pra viver,  
    tantas aventuras guardadas!  

    Você está aqui e  
    o que nos separa?  

    Talvez esta rua,  
    algumas lojas  
    e uma vida inteira  
    de escolhas, enredos e caminhos  trocados.  
      

      Luiz Fernando Zen
    VERSOS SEXTOS  
    o olhar de Capitu - 
   
   
              Olhos negros  
          ardendo em águas  
 turvas da verdade anêmica   
  que se afoga  

    Mais de uma e um beijo  
 e um brinde ao nosso   
       grande amor  
                 turvo da verdade  [ toda ela  ]     
             
          Ao vinho o sangue  
       ou o veneno!  
         algo que não suporte  
     essas palavras não ditas        
   
     Um beijo mais,  
       dentes ocos de suspense  
         e esse olhar bêbado  
                    dos náufragos    [ das  mentiras]  
                             
  

André Assumpção
 

Mês de Outubro
 
 
5 0 %
5 0 %
 
 
    CORPLESTÁTICOS
     Os corpos plastificados  
     Como bolhas de água, elásticas  
     Embaladas todas no vácuo  
       
     E as vidas plastificadas  
     E as coisas plastificadas  
     E as poesias plastificadas  
     E o tempo espaçotrágico  
       
     O espaço se deformando  
     Como plástico derretido  
     Fervido, abafadiço  
       
     O plástico, vácuo no rosto  
     O ar se derretendo  
     O plástico esticado  
     Asfixiante, sufocante  
       
     A cablezca devlediente  
     Nalizgorrante albo  
     O tloba naflitadisco  
     Plonga calorardente  
     Flogo, febre, tenso  
     Imerso, Rígido, trêmulo,  
       
     Tosse falindo a prudência  
     Brilhante um azul cristalino  
     Tátil, assim...bem cruel  
     Morto, bem denso, inerte.
  
       Giuliano Dias de Morais 
    O RELÓGIO   

    Eu acompanho os tempos,   
    conto os pingos de chuva;   
    da extinta lágrima turva   
    ao último excremento das débeis manchas de nuvem,   
    que cessam os seu lamentos.   
    Eu sigo o movimento dos ventos;   
    que ora surgem, e depois somem pra sempre   
    com a esperança de quem me olhou indiferente.   
    E acabou no esquecimento   
    por acreditar que tem mais do que possui realmente.   
      

      Bruno Machado
 

Mês de Setembro
 
 
2 4 %
7 6 %
 
 
           PALAVRAS    
      

                L    
             A    
                   R    
                    V    
                  A    
                              S    
         

         P    
            A    
                              S    
                             S    
                A    
                              S    
         

                    V    
           A    
               L    
                            S    
                 A    
         

                A    
                             S    
                 A    
                             S    
         

         A    
                      R    
         

               L    
        A    
                     R    
        
        

    José Renato Andrade Ribeiro

  
 
     DESCONSERTO   
        
     Eu preciso de conserto   
     De um ajuste, de um aperto   
     Pra ficar desconcentrada   
     Do teu rosto, do teu gosto   
     Pois estou desconsertada   
        
     Eu preciso de conserto   
     De um adubo, de um enxerto   
     Pra ficar despreocupada   
     Com a tua dor, com o amor   
     Estou desacostumada   
        
     Eu preciso de conserto   
     Do teu corpo, teu fermento   
     Pra ficar vitaminada   
     Estou fraca, estou morrendo   
     Estou desacorsoada   
        
     Eu preciso de conserto   
     De massagem, de um alento   
     Pra ficar tranquilizada   
     Com a distância, com a lembrança   
     Com a paixão desavisada   
        
     Eu preciso de um concerto   
     Da tua mão, teu violão   
     Pra ficar mais animada   
     Estou feliz, tô revivendo   
     E não mais desencantada ...   
        
        
      Greice Munhoz da Silva 
 
 

Mês de Agosto
 
2 6 %
7 4 %
 
     FORMAS DE AMOR ????  
       
     Existem formas de amor,ou existe amor???  
     Amor bandido...amor amigo...  
     sorrido...chorado...  
     amado...desamado...  
     apressado...acalmado...  
     Amor sincero...amor fingido..  
     Amor menino...amor adulto...  
     Amor cantado...amor gemido...  
     sentido...volúvel...deixado...  
     Amor brincado...amor sério...  
     Amor egoísta...amor solidão...  
     Amor total...amor doado...  
     assumido...negado..  
     livre...enciumado...  
     Amor querido...amor odiado...  
     Amor eterno..amor acabado...  
     Será que são formas de amar?  
     Ou o Amor é a força estranha que move cada célula do  
     universo,dando vida e esperança?  
     Será melhor amar mesmo que errado,do que não amar?  
     Amar sem ser amado??  
     Tudo compensa,tudo é válido em nome do sentimento  
     AMOR!!!!!!  
      
      
      Suely Arias
    QUANDO NÃO ENTENDEMOS OS MOSAICOS  

    Se algo, de súbito,  
    te tocar em algum canto da face.  
    Não se assuste, compreenda.  
    Talvez seja minha voz querendo te dizer  
    o quanto é triste a distância.  
    Se um vento suave  
    te beijar durante teu frágil sono.  
    Não acorde, sonhe comigo.  
    Talvez sejam meus lábios desejando repousar e serem felizes ao teu lado.  
    Se, nos momentos em que esquecer-me  
    sentir uma lágrima em teu peito.  
    Não fale, beije-me.  
    Talvez seja meu egoísmo  
    que não quer te dividir com outro pensamento.  
    E, se ao abrir a porta  
    ao invés do sol, encontrar alguém,  
    que de alguma forma   
    sempre esteve em ti.  
    Não morra, abraça-me...  

    Pois serei eu.  
      
      
      
      

      Jadson Nascimento
 

Mês de Julho
 
 
5  3  %
4 7 %
 
 
    O VELHO  
       
    Me lembro um dia  
    com muita nostalgia  
    um velho encontrei  
    Sentado na cadeira  
    Bengala a companheira  
    Então eu indaguei:  
    — Que fazes cabisbaixo  
    tremendo todo instante  
    de terno azul brilhante  
    assim eu perguntei.  
    E o velho me olhou  
    e então desabafou:  
    — Estou aqui sentado  
    lembrando do passado  
    momentos que vivi  
    Eu era um homem forte  
    Vajava rumo ao Norte  
    Uma "Estrela" encontrei  
    Brilhava noite e dia  
    Me amava com alegria  
    Nem ouso ir além  
    E... veio a escuridão  
    Com a força de um trovão  
    Pra outro mundo carregou  
    Mas eu sinto, Ela brilha  
    Dia e Noite, Noite e Dia  
    A procura de um caminho  
    Pois não posso Ser sozinho  
    Pra levar meu coração  
    Minha alma... euforia  
    Essa Luz carregaria  
    Pra me amar eternamente  
    E esse corpo tão doente  
    Cairia pelo chão  
    Viraria um "semear"  
    E depois,...um homem forte,  
    que com toda a sua sorte..  
    Uma  Estrela ... alcançar !  
      
      
      
      Roberto Mendonça Quelhas
    MEU POEMA DO ANJO (que Drummond me perdoe...)  
      
    Quando eu nasci, um anjo Bêbado,  
    Daqueles que não sabem mais  
    Se servem a Deus ou ao Diabo  
    Caiu sobre meu berço.  
    Queria um remédio pra soluço  
    E eu que andava tonta de chorar  
    Não soube lhe dar.  
    De pirraça, esse anjo traçou-me uma sentença:  
    Ser sem rumo, sem predestinação e tendo que  
    Encontrar, na marra, o meu próprio  
    Modo de ser.  
       
    E fui crescendo em mundo de cartas marcadas,  
    Cheio de certo e errado,  
    Isto pode, aquilo não pode,  
    E a maldição do anjo bêbado  
    Me acompanhando.  
       
    Não virei gauche, jamais carreguei bandeiras,  
    Consegui não fugir da escola,  
    Não virei artista nem bandido  
    Mas olho sempre desconfiada,  
    Os altares cheios de anjinhos barrocos...  

    Onde estará aquele anjo,  
    O bêbado, que marcou minha testa  
    Com o sinal dos desamparados?  
       
    Como praga de anjo bêbado não pega,  
    Faço parte daqueles "despredestinados"...  
    Os que devem tentar ousar  
    Fazer seus próprios caminhos.  
      
      

      Isa Musa de Noronha
 

Mês de Junho
 
 
6 6 %
3 4 %
 
TEMPO DE TE ENCONTRAR   

Tem hora que a vida custa passar.   
Lenta, ou em lapsos de tempo, nos confunde,   
Passado bem perto da falta de alguém, tão   presente,   
Nas manhãs que a terei, ausente do meu futuro.   

Me desepero por pensar em ti, tão exposta neste tempo   
E fraquejo por meu coração recortar ao despertar nestas noites sombrias,   
Aflito pela certeza de que ainda terei tantas outras,   
Como esta, querendo ficar em mim, ausente de ti.   

Corra tempo, sofro tanto com teu gotejar,   
Em horas que te quero passado, sem nenhum amanhã suceder,   
Para que eu a tenha mais próxima deste presente,   
Vazio por ter sido deixado em um momento sem luz de outrora.   

Vem tempo, amenize minha dor à tua disposição,   
Tenha dó e conceda sem compaixão,   
Caso for agora a última hora de alguém   
Que seja só minha e de mais ninguém.   

Vai tempo, deixe-me aqui, longe deste prematuro tormento, não me confunda,   
Refém de futuras lembranças, me rendo ao desafio da eternidade desta tristeza,   
Não te sobrevivo presente, contorcido e passado em desgosto, não seja sutil,   
Pare tempo maldito, quero estar bem próximo de alguém que, ao morrer, não partiu.   

Geraldo Reinicke
O TEMPO  

O tempo passa, mas não será passageiro  
Não passa pela roleta,   
Não desembarcou no confins  
O tempo faz com que o presente não se     estabeleça  
E não se firme  
Enrugaram-se os aplausos  
Findaram-se os aplaudidos  
Será feia a beleza consagrada,nas esquinas dos nomes mudados  
O tempo não deixará na vitrine os mantos coloridos  
Os que se vê pra desejar  
O tempo será juiz  
Fará justiça  
O tempo que não passou na roleta  
Não desembarcou no final  
Não carregou malas  
Não passou pela alfândega  
Não  apresentou passaporte  
Quando o tempo foi feito só ao seu feitor ele prometeu parcialidade  
Pois só a ele o tempo curvou   
Sorriu e se renovou  
  

Rui Lucio Angelo
 
 

Mês de Maio
 
4 4 %
5 6 %
 
  
CURRICULUM MODELO 1984  

Já fui, outrora,  
dono de mim   
e hoje não sei  
a quem pertenço,  
se é que pertenço.  
Há mil pessoas,  
mais de mil datas,  
cem compromissos.  
Há sempre alguém,  
aquilo e isso,  
a me exigir  
algum serviço.  
A casa, o carro,  
a grana, os grilos   
fazem de mim  
um mal jogral,  
equilibrando,  
em mãos cansadas,  
remanescentes  
daquele tal,  
que um dia, outrora,  
se pertenceu  
e era legal.  
  

  
  
  
  
  

Henrique Diniz

  
VORAGEM  

Aceita meu convite:  
estende tuas mãos prontas  
para a viagem incógnita e imprevisível.  
Agarra-te com astúcia na cabeladura desse vento melodioso  
e voa comigo para o desconhecido  
— lugar errante que abriga  
amores inexoráveis  
e nômades arqueados por dores  
invisíveis.  

Dentro d’alma, o eterno conflito:  
viver o amor em conta-gotas (para sempre)  
ou deixar explodir  
a paixão no peito transtornado?  

Voa comigo às cegas  
e verás um paraíso apenas  
consentido  
aos amantes desvairados  
que vencem  
o temor esculpido  
nesse improviso.  

Aceita meu convite:  
não espera o tufão virar brisa,  
a cor esmaecer,  
os versos impecáveis  
perderem o sentido.  
  

Flávio Villa-Lobos
 
 

Mês de Abril
 
 
6 1 %
3 9 %
 
 
SENTIMENTOS PASSADOS  

Como um sol, a esperança veio com os ventos  
Longe de todos os negros e remotos tempos  
Que pedem para contarmos, agora e nos dedos,  
As palavras lidas nos tempos frientos  
Tal como fogos vulcânicos a queimar sofrimentos.  

Reunir-se-ão os teus amores,  
Verdadeiras dores   
Em tuas estórias, dimensões,  
Alegrias e distensões   
No que tange teus louvores.  

Voes sentimento alado em busca da perfeição!  
Tu és regido pela maestrina razão  
Tão severa, tão harmônica, afinada e irônica.  
Porém, ela não permitir-te-ás que destoes,  
Mas, que sobre o teu universo voes  
Em compassos moderados  
Para que cantes para namorados  
E que voltes aos teus passados  
Em sentimentos mortos e enterrados.  
  
  

Cláudio Rodrigues dos Santos
O QUERER  

Eu queria poder enxergar além do impossível  
E não me tornar apenas impassível  
Para não mostrar tanta evidência  
Nas minhas imprudências  

Quero formar o meu império   
E que nele exista bastante mistério  
Mas não vou parecer imaturo  
Isso eu juro  

Mas sem essa de nazismo  
Ou mesmo fascismo  
Quero discrição  
Quero realmente aprender a lição  

Acho que mereço um lisonjeio  
Ou mereço um passeio ?  
Nao sei bem ao certo a dúvida me enlouquece   
Mas quem não a merece ?  

Posso amar  
Posso duvidar  
Posso resistir  
Posso sentir  

O que mais posso ?  
  

    Edson Ferreira Lima
 

Mês de Março
 
 
5 3 %
4 7 %
 
ENQUANTO ESPERO   

Espero  
Na eternidade desses dias.  

São corações unidos  
Superando a distância dos mares.  
O pensamento se mantém no outro  
Que não imagina que está sendo pensado.  

Coisas ordinárias   
Me lembram você  
E me fazem feliz.  

Nossos céus e   
Nossa terra   
São os mesmos.  
Só isso do mundo real.  

A paixão  
Vive cada momento  
Da ausência ou da presença.  

Não preciso te amar,  
Mas sentir sua falta  
Para e sair mim.  

Sonhando com a sua volta:  
Nos olharemos  
E sentiremos o mesmo calor.  
Um calor talvez mais forte  
Na vontade de nunca mais passar  
Pelo que já se passou.  

Quando sentimos o calor da paixão,  
Somos um corpo só,  
Independente da   
Imensurável distância entre nós.  

  
Marina Paniago
O CAOS  

O sol paira sobre o monte negro em sete dias  
Como em chamas te diz, como em chamas te fala  
O sol malvado te chama, pelas chamas, corrente  
A voz em chamas friamente se cala  

Como um medo do abismo te trata  
A junção dos pólos, a junção das cores  
O mal parece claro, em todo o abismo te chama  
O bem parece frio em toda a calma te engana  

Quem era o outro agora é tudo  
Em busca do conceito o criador te lança  
Doces como mangas, frias como brasas  
Que diria agora, o ouro a mão tirara  

Inverso, oposição não contradiz  
O sol nascente renasce sobre as águas de onde  
Um novo dia se apaga, e quando  
A vela queima o sol se esconde  

Como um ar frio que cobre havana  
A peste negra prostituta americana  
Crianças inocentes condutoras de homicídios  
Carnificina vegetal  

Poços de imbecilidade lembram passado  
Onde se vive é o lugar onde se muda, é o passado  
Todo o reinado se converte a enxergar  
Todo o planeta, e onde piso  
Onde piso é meu lugar  

Reações atômicas explorativas  
Olhe os céus, terra preguiça  
Agora o sol doente queima  
Antes do dia, antes da vida  

A semente se esqueceu dos espelhos plantar  
O dia chegar e a querida queimar.  
  

 Fábio Peres
 

Mês de Fevereiro
 
 
6 5 %
3 5 %
 
O VERDE CALMO   
    DO MAR DO TEU OLHAR  

    Atirei-me no verde calmo  
    Do mar de teu olhar..  
    No auge de minha solidão  
    Estive a contemplar  
    Pássaros brancos  
    Silenciosos no ar  
    Numa tarde fria de Maio  
    Que ligeira se vai.  
    Não calam os poetas  
    Ante a tanta beleza!  
    Nem podem Senhorita  
    Suas almas são transparentes  
    Seus corações,  
    Inexpugnável fortaleza  
    A proteger seus sonhos,  
    Suas maiores riquezas  
    De versos escritos  
    Em qualquer mesa.  

        
      Jordão de Ramos
    FRANGALHOS DE PALHAÇO  
      

    O palhaço era contente  
    quando não sabia do mar  
    que tinha que atravessar,  
    dos sonhos que a vida  
    ainda dele iria tirar.  

    Toda mentira que foi dita  
    agora não é mais verdade,  
    tudo que há é a saudade  
    do tempo em que podia amar.  

    O palhaço era completo  
    quando dele não se havia tirado o mar  
    quando de seu sonho não se havia tirado o H.

  
      Felipe Ferrari Araujo 
       
 

Mês de Janeiro II
 
 
4 9 %
5 1 %
 
    VIA 
  
  

          Via lactea,   
          Via o mundo,   
          Via meu coração...   
          Do observatório dos teus amores,   
          Rumores...   
          Ligeiros...   
          Passageiros...   

          De alguém que via,   
          Viajava...   
          Enquanto eu sofria...   
          Na via contrária,   
          Incidência,   
          Contra-mão...   

          Nos meus questionamentos   
          Via a certeza...   
          A clareira...   
          Via e via   
          Via tanto que a vista dóia.   

          Via...   
          E de tanto ver   
          Cego ficou,   
          Mas não viabilizou,   
          O que tanto via.  
  
  

              Ailton Silva 
    VONTADE 
  

         Queria sair do meu corpo   
         ficar mudo, não dizer palavras.   
         Sentar no Olimpo e ficar   
         a escutar as palavras dos deuses.   

         Queria sair pelo mundo,   
         nadar pelos mares e   
         virar um peixe selvagem   
         como os que voam e não nadam.   

         Queria me diluir no vento   
         frio do mar Egeu,   
         visitar as ilhas gregas,   
         abandonando tudo que é meu.   

         Queria andar de mãos dadas   
         com Apolo e chegar até o Oráculo,   
         sacrificar todas as virgens   
         num ato sangrento e profano.   

         Queria desfrutar do sol   
         das manhãs das montanhas,   
         enquanto a cidade toda dorme   
         e ninguém nota o quotidiano.   

         Talvez tudo isso fizesse   
         você notar que lhe amo...   
  
  
                Fernando Tanajura Menezes 

 

Mês de Janeiro
 
 
8 5 %
1 5 %
 
    PALAVRAS   

    Palavras, palavras...   
    Ditas ao vento   
    Sem alma... só um alento?   
    Não...! Malvadas, impensadas   
    trouxeram sofrimento...   

    Palavras, palavras...   
    Em frases toscas,   
    confusas, às moscas   
    que não explicaram...   
    e só complicaram...   

    Palavras, palavras...   
    Sem sentido, ao léu   
    De alguém amargurado,   
    com o coração fechado   
    a olhar, só, para o céu...   

    Palavras, palavras...   
    De que servem? Para que são?   
    Muito cuidado com elas...   
    Quando mentem, não são sinceras,   
    matam o amor... viram querelas...   
      

      Sônia Montenegro 
    CIÚMES   

    Rasga a roupa, se descabela,   
    Mãos trêmulas, olhos fixos na hora.   
    "Onde está ele agora?"   
    Quando chega diz: "Ou eu ou ela!"   

    Por mais forte o argumento,   
    Sempre está vendo maldade.   
    Mesmo que a verdade,   
    Sempre seja o intento.   

    A confiança, é um belo prédio,   
    Que se demora construir.   
    Com frágeis alicerces,   
    Fáceis de destruir.   

    E o amor, que a tudo resiste,   
    Aos poucos perde a crença.   
    Aos poucos desiste,   
    Da cura para esta doença.   
      
      
      
      
      

      Manuel Oliveira 
 
 


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