Géia,
a Terra, foi mãe das Titânidas e dos Titãs. Dentre estes dois
grupos estão Jápeto, Oceano e Tétis, além, é claro, de
Cronos e Réia. De Oceano e Tétis nasceu Clímene. Esta se casou
com Jápeto, do qual teve quatro filhos: Atlas, Menécio,
Prometeu e Epimeteu.
Prometeu era
previdente, sábio, vivia pensando em certas coisas que nunca
contava.
Um dia, no início do
império de Zeus, os deuses começaram a suspeitar de que
Prometeu pensava, tanto que ficava horas dentro de uma gruta,
raramente saia e, quando saia, vinha sempre distraído,
pensativo. Zeus, que não se agüentava de curiosidade, decidiu
seguí-lo. Tentou perceber os movimentos de Prometeu, mas nada
descobriu. Então, ele decidiu entrar. Viu uma figura, uma
estátua masculina perfeita, feita de argila. Era o homem!
No início, Prometeu
fez uma estátua destas para cada deus, que seria como uma
máquina material para o mundo de Géia, tendo Têmis dado à
essa estátua a vida. Porém não era o objetivo de Prometeu: ele
queria um ser que comandasse o mundo.
Um dia, Prometeu
resolveu fazer, sozinho, o ser que tanto sonhava para o mundo de
Géia. Após moldar uma estátua, de corpo andrógeno e com a
aparência dos deuses, não sabia como dar-lhe a vida. Decidiu
procurar a rainha das Ninfas do bosque sagrado, as Alseides, e
pediu auxílio. Ela o disse que ele deveria conseguir a melhor
carne do touro que seria sacrificado aos deuses. Dela ele teria
que extrair o sangue e banhar a estátua no terceiro dia de lua
cheia. Quando chegasse o dia, ele teria que pegar um pouco do
fogo sagrado, e, com este sendo segurado por ele sobre a cabeça
da estátua, deveria recitar algumas palavras que ela iria dizer
a ele.
E foi isto que fez:
separou a melhor carne e as vísceras dos ossos, deixando o que
sobrou em um monte coberto com a pele do animal; os ossos
ficariam em outro monte, coberto com a capa de gordura branca do
animal. Extraiu o sangue da carne e das vísceras, e banhou a
estátua quando a Lua estava bem no alto. A chegada do dia,
Prometeu roubou uma porção do fogo da carruagem de Hélio (o
fogo sagrado), segurou-o sobre o boneco e repetiu as palavras que
a rainha das Alseides dissera- lhe. Assim, a estátua se
transformou em um homem, um ser vivente, que comandaria a Terra.
Zeus, como castigo a
desobediência de Prometeu, mandou que levassem-no e
prendessem-no no Monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia
vinha e comia uma parte de seu fígado, que se regenerava durante
a noite.
Aos homens o castigo
foi diferente: visto os homens serem imortais, Zeus mandou que
Hefesto fizesse uma estátua feminina, e que fosse muito bela. As
deusas deram-na a dádiva da vida. A estátua que se transformara
em uma linda mulher, seduziu Epimeteu e abriu a caixa que
Prometeu entregou aos cuidados do irmão. A caixa espalhou todos
os males que retiravam dos homens o estado de imortalidade.
A liberdade de Prometeu
veio de Héracles, que matou a águia que comia o fígado de
Prometeu.