REUNIÃO COM PAIS

                    Ana Paula Daré RAMOS e Lenice A. Rocha PRADO

    Até bem pouco tempo trabalhávamos com as crianças das classes da APAE, e não nos preocupávamos com o contato com os pais, pois este era feito pelos Técnicos, que se incumbiam de procurar soluções para os problemas de toda ordem, já que a Instituição contava com Assistente Social, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta e Pedagogo.

    Vindo para a pré-escola as coisas ficaram um pouco diferente, pois este contato agora era totalmente responsabilidade nossa.

    O que fazer?

    Tratamos de procurar respostas nas reuniões de que participávamos no Setor de Educação, procurando entender a realidade de nossos alunos, as diferenças devidas às faixas etárias, as atitudes que deveríamos ter em relação às famílias, mas ainda não era suficiente.

    Resolvemos então envolver os pais nestes estudos. Quando eles participavam das reuniões sempre demonstravam muito interesse nas informações que lhes passávamos, mas o difícil era fazer com que estivessem sempre presentes. Para conseguir isso passamos a desenvolver recursos junto com as crianças. O convite da reunião era sempre acompanhado por uma lembrancinha, um recadinho carinhoso, um bilhete "escrito" ou feito pela própria criança.

    Com o tempo isso nem tem sido necessário. A estimulação para participar acabou vindo das próprias reuniões, porquanto eles passaram a se interessar mais pelo que acontecia na escola, opinando, questionando e colaborando naquilo que fosse possível.

    Podemos dizer que hoje obtivemos sucesso na empreitada, visto que até a atitude dos pais em relação à aprendizagem e o desenvolvimento da criança mudaram. Não há mais cobranças de tarefas nem cadernos "bonitos". Quando há dúvidas em relação ao que fazemos ou deixamos de fazer segundo os padrões tradicionais, os pais perguntam, discutem e o que é mais importante, estudam conosco para poder entender melhor os seus filhos e participar do crescimento deles.


1