Com recorde de países inscritos, 53, as eliminatórias foram muito disputadas. Pela primeira vez, seleções de tradição tiveram dificuldades para obter a classificação.
O Brasil empatou com o Peru em Lima e ganhou a vaga com um magro 1 a 0 no Maracanã. A Itália, bicampeã em 34 e 38, perdeu a vaga para a Irlanda do Norte.
A grande decepção da Copa foi a Hungria. Com a geração de 54 desmantelada apoós a Revolução de 56, sem Puskas, Kocsis e outros, foi eliminada por Suécia e Gales.
Depois de um empate com a Inglaterra, o primeiro 0 a 0 da história das Copas, o Brasil deslanchou. A entrada de Pelé, Garrincha, Zito e Vavá, que não começaram a Copa como titulares, mudou o time.
Nas quartas-de-final, o jogo contra País de Gales foi dramático: 1 a 0, gol de Pelé. A seguir, um passeio em cima da França, 5 a 2. Na outra semifinal, a Suécia venceu por 3 a 1 uma Alemanha Ocidental de veteranos.
Na final contra os donos da casa, o Brasil fez sua melhor partida. Novo placar de 5 a 2, com o público sueco aplaudindo os brasileiros com ardor. Com 17 anos e seis gols marcados, Pelé chorou.
Números da Copa
Jogos: 35
Gols: 126
Média de Gols: 3,5
Participantes: 16
Média de Público: 24.800
A final
BRASIL - 5
Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagalo. Técnico: Vicente Feola.
SUÉCIA - 2
Svensson; Bergmark e Axbom; Borjesson, Gustavsson e Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund. Técnico: George Raynor.
Local: Estádio Rasunda (Estocolmo) Juiz: Maurice Guigue (França) Gols: Liedholm 3min, Vavá 9min, 32min do primeiro tempo; Pelé 10min e 45min, Zagalo 23min, Simonsson 35min do segundo tempo.
Três alterações mudaram o rumo da Copa de 58. O técnico Vicente Feola trocou Dino Sani, Joel e Dida por Zito, Garrincha e Pelé, para a terceira partida, contra a URSS.
Um grupo de jogadores, liderados por Nílton Santos, teria persuadido, o técnico a fazer as substituições.
Na verdade, Pelé e Garrincha eram titulares antes da Copa do Mundo.
Pelé sofreu uma distensão nos ligamentos do joelho direito, pouco antes da Copa.
O fato é que os três substitutos mudaram completamente a face da equipe, que vinha de um tenso empate sem gols contra a Inglaterra.
No primeiro minuto, Garrincha pegou a bola, driblou dois adversários e chutou na trave.
Vavá marcou os dois gols da vitória brasileira por 2 a 0, graças às jogadas de Garrincha pela ponta direita.
"Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual", admirou-se o técnico soviético, Gavril Katchalin.
Nos três jogos seguintes, Pelé marcaria seis gols e troubaria do Garrincha o título de melhor da Copa.
"Pelé nem era conhecido no Rio"
Os números do Brasil
Jogos: 6
Gols Pró: 16
Gols Contra: 4
"Nunca houve imposição para escalar Zito, Garrincha e Pelé. Se aconteceu, juro que não estava nessa seleção. O Pelé nem era conhecido no Rio. Acho que isso é para desmoralizar a comissão técnica.
Havia uma série de fantasmas sobre a URSS. Eles lançaram aquele danado do Sputnik. Isso afeta.
Estávamos a 800m da concentração russa, em um plano mais elevado. Víamos do alto eles treinarem de manhã e de tarde, o que não se fazia então. Isso criou o mito de que eram super-homens.
Quebramos o encanto deles. Zito foi importantíssimo, porque deu mais velocidade ao time.
Vavá, negando que jogadores tenham imposto a Feola as mudanças no time contra a URSS.
Curiosidade
O rei e eu
Quando os brasileiros começaram a comemorar o título, o médico da delegação, Mário Trigo, abraçou efusivamente o rei Gustavo, que tinha descido ao gramado para entregar a taça ao campeão. E o médico sabia muito bem quem estava abraçando, já que saudou o atônito monarca sueco com a frase "E aí, King, tudo bem?".
A Frase
"O time brasileiro era tão bom que eu tinha medo de começar a torcer por ele."
George Raynor, técnico da seleção sueca, adversária do Brasil na final.