Inglaterra
Copa do Mundo de 1966

Classificação

1. Inglaterra
2. Alemanha Oc.
3. Portugal
4. URSS
5. Argentina
6. Hungria
7. Uruguai
8. Coréia do Norte
9. Itália
10. Espanha
11. BRASIL
12. México
13. França
14. Chile
15. Bulgária
16. Suíça

Juízes erram, ingleses vencem

Seleção da casa conquista o Mundial marcado por muita violência e más arbitragens

A Seleção da Copa
GOLEIRO: Banks (Inglaterra)
ZAGUEIROS: Marzolini (Argentina)
Bobby Moore (Inglaterra)
Chesternev (URSS)
Hottges (Alemanha Oc.)
MEIO-CAMPO: Haller (Alemanha Oc.)
Beckenbauer (Alemanha Oc.)
ATACANTES: Bene (Hungria)
Bobby Charlton (Inglaterra)
Eusébio (Portugal)
Ball (Inglaterra)
Artilheiro
Eusébio (Portugal) - 9 gols
A Inglaterra preparou com cuidado sua Copa, tendo o título como prioridade absoluta. Tudo para que os "inventores do futebol" ganhassem, enfim, um Mundial.
O título veio, mas o campeonato ficou na história como o mais violento. Os três jogos da Inglaterra foram marcados pela benevolência dos árbitros com os zagueiros locais.
Nas quartas-de-final, a coisa piorou. A Inglaterra venceu a Argentina por 1 a 0. Rattín quis reclamar da violência com o árbitro alemão Rudolf Kreitlein e pediu um intérprete. O juiz não entendeu nada e expulsou o argentino.
Uma vitória de 2 a 1 sobre Portugal nas semifinais classificou os ingleses para a final em Wembley contra a Alemanha Ocidental, outra seleção tida por muitos como beneficiada pelas arbitragens.
No tempo normal, 2 a 2. Na prorrogação, o lance mais grotesco da Copa: o gol fantasma do atacante Hurst.
O inglês chutou cruzado da direita, a bola bateu no travessão do goleiro Tillkowski e quicou no chão, quase meio metro longe do gol. O árbitro Gottfried Dienst (suíço) deu o gol que não houve.
A Inglaterra ainda marcaria o quarto gol, novamente de Hurst, mas a impressão de um título "arranjado" estava eternizada.

Os números da Copa
Jogos: 32
Gols: 89
Média de Gols: 2,8
Participantes: 16
Média de Público: 50.458
A Campanha do Campeão
Primeira Fase
11/07 Inglaterra 0 x 0 Uruguai
16/07 Inglaterra 2 x 0 México
20/07 Inglaterra 2 x 0 França
Quartas-de-final
23/07 Inglaterra 1 x 0 Argentina
Semifinais
26/07 Inglaterra 2 x 1 Portugal
Final
30/07 Inglaterra 4 x 2 Alemanha Oc.

A Final

INGLATERRA - 4
Banks; Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Wilson; Stiles e Bobby Charlton; Ball, Hurst, Hunt e Peters. Técnico: Alf Ramsey.

ALEMANHA OCIDENTAL - 2
Tillkowski; Hottges, Schoulz, Weber e Schnellinger; Haller, Beckenbauer e Overath; Seeler, Held e Emmerich. Técnico: Helmut Schon.

Local: Estádio de Wembley (Londres)
Juiz: Gottfried Dienst (Suíça)
Gols: Haller aos 12min e Hurst aos 18min do primeiro tempo; Peters aos 33min e Weber aos 45min do segundo tempo; Hurst aos 4min e 15 min do segundo tempo da prorrogação.

Brasil (11o lugar)
Titulares
Posição
J
G
Gilmar
Goleiro
2
-
Djalma Santos
Zagueiro
2
-
Paulo Henrique
Zagueiro
2
-
Bellini
Zagueiro
2
-
Denílson
Zagueiro
2
-
Altair
Meio-Campo
2
-
Lima
Meio-Campo
3
-
Alcindo
Atacante
2
-
Garrincha
Atacante
2
1
Pelé
Atacante
2
1
Jairzinho
Atacante
3
-
Reservas
Manga
Goleiro
1
-
Brito
Zagueiro
1
-
Fidélis
Zagueiro
1
-
Orlando
Zagueiro
1
-
Rildo
Zagueiro
1
1
Gérson
Meio-Campo
1
-
Zito
Meio-Campo
-
-
Edu
Atacante
-
-
Paraná
Atacante
1
-
Silva
Atacante
1
-
Tostão
Atacante
1
1
Técnico: Vicente Feola

Brasil: Desorganização impediu o tri

Em dúvida entre pôr em campo a geração bicampeã, que em 62 era veterana, e dar a chance a jogadores mais jovens, Feola optou pelos dois.
A Campanha do Brasil
Eliminatórias
Classificado como vencedor
da Copa anterior
Oitavas-de-Final
12/07 Brasil 2 x 0 Bulgária
15/07 Brasil 1 x 3 Hungria
19/07 Brasil 1 x 3 Portugal
Foram convocados 47 jogadores. Os 22 só foram definidos duas semanas antes da estréia.
Contra a Bulgária em Liverpool, o Brasil já não atuou bem, vencendo por 2 a 0 com dois gols de falta, de Pelé e Garrincha.
No jogo seguinte, contra a Hungria, o time era uma estranha mescla dos bicampeões de 58/62 com os futuros campeões de 70: tinha Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Garrincha, Gérson, Tostão e Jairzinho. Sem Pelé - machucado -, Hungria 3 a 1.
Para o jogo contra Portugal, Feola trocou nove jogadores, mantendo apenas Lima e Jairzinho. A mudança desesperada não deu certo.
Os Números do Brasil
Jogos: 3
Gols Pró: 4
Gols Contra: 6
Portugal venceu por 3 a 1 - um gol de Simões, em falha grotesca de Manga, e dois de Eusébio.
No Rio, foi feito o "enterro" de Feola, com um caixãocom a frase: "Viva os Tri!".

"Só queria um tradutor"

"Não entendíamos o que o árbitro falava com os jogadores ingleses. A impressão é de que não estava advertindo os faltosos. O jogo violento corria solto.
Fui expulso porque estaria contestando as marcações do árbitro, mas eu apenas estava pedindo um intérprete para poder me comunicar com ele.
Depois da expulsão, eu queria ver o resto do jogo das cadeiras. Sentei no tapete vermelho ao redor da tribuna da família real. Não quis ser desrespeitodo, a rainha não estava lá. Mas os espectadores não gostaram. Jogaram coisas em mim.
Fui então para os vestiários, com latas de cerveja sendo atiradas. E eu não gosto de cerveja inglesa."

De Ubaldo Antonio Rattín, jogador argentino expulso na partida vencida pela Inglaterra por 1 a 0; esse episódio incentivou a Fifa a adotar cartões amarelo e vermelho.

Curiosidades

Vergonha nacional
Ao lado do Brasil, a Itália foi a maior decepção da Copa. A derrota para a seleção da Coréia do Norte por 1 a 0 foi encarada como uma vergonha nacional. O atacante Rivera prometeu abandonar o futebo, depois do jogo, mas voltou atrás na decisão.

Indicação ilustre
Portugal levou à Inglaterra o craque Eusébio, artilheiro da Copa com nove gols. Ele marcou dois gols na vitória sobre o Brasil. Por ironia, quem primeiro reconheceu o talento de Eusébio foi o brasileiro Bauer, num amistoso em Moçambique. Por sua indicação, Eusébio foi contratado pelo Benfica.

A Frase

"Durmo tranquilo. Sei que a bola entrou."

De Gottfried Dienst, árbitro que validou o gol inglês na final, quando a bola não cruzou a linha do gol.



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