Brasil 2 x Bulgária 0
Data: 12/Julho/1966
Local: Goodison Park
Cidade: Liverpool (Inglaterra)
Árbitro: K. Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Técnico: Vicente Feola
Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair e Paulo Henrique; Denílson e Lima; Garrincha, Alcindo, Pelé e Jairzinho.
Gols: Garrincha e Pelé.
Brasil 1 x Hungria 3
Data: 15/Julho/1966
Local: Goodison Park
Cidade: Liverpool (Inglaterra)
Árbitro: K. Dagnall (Inglaterra)
Técnico: Vicente Feola
Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair e Paulo Henrique; Lima e Gérson; Garrincha, Alcindo, Tostão e Jairzinho.
Gol: Tostão
Brasil 1 x Portugal 3
Data: 19/Julho/1966
Local: Goodison Park
Cidade: Liverpool (Inglaterra)
Árbitro: G. McCabe (Inglaterra)
Técnico: Vicente Feola
Brasil: Manga; Fidélis, Brito, Orlando e Rildo; Denílson e Lima; Jairzinho, Silva, Pelé e Paraná.
Gol: Rildo
O Brasil parecia não ter aprendido nada coma catastrófica preparação para o Mundial de 1966, quando nada menos do que 44 jogadores foram convocados sem que o time fosse definido. Por culpa dessa desorganização, a Seleção não passa sequer da Primeira Fase na Inglaterra. Na volta, o técnico Vicente Feola é substituído por Aymoré Moreira - o treinador campeão do mundo em 1962, no Chile - mas a equipe não consegue uma só vitória sob seu comando. Em setembro de 1967, Zagalo entra em seu lugar e a Seleção até que obtém bons resultados em 1968, embora a desorganização continuasse. A cada jogo, um time. Sob pressão da imprensa, o presidente da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, atual presidente da FIFA, convida o jornalista João Saldanha para ocupar o cargo de Zagalo. Saldanha aceita e, em sua primeira entrevista, diz que seu time teria onze feras. A frase faz tanto sucesso que fera vira sinônimo de craque. É com esse espírito que a Seleção estréia nas Elimnatórias contra a Colômbia em Bogotá. Com dois gols de Tostão, o Brasil incia sua caminhada para a glória de 1970. Nos quatro jogos seguintes, são vinte gols pró e apenas dois contra (veja fichas técnicas). Uma campanha avassaladora, irretocável. Ainda assim, a classificação só é decidida na última partida - Paraguai, no Maracanã. Naquele dia, o estádio bate o recorde de público: 183.341 pagantes. E, com um gol de Pelé, as feras do João dão ínico mais uma vez ao sonho do tri.
Data: 6/Agosto/1969
Local: Estádio El Campin
Público: 60.000
Cidade: Bogotá (Colômbia)
Árbitro: Alberto Tejada (Peru)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Félix; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza e Gérson; Jairzinho (Paulo César Caju), Tostão, Pelé e Edu.
Colômbia:
Técnico: não disponível
Largacha; Sanchez, Segrera, Oscar Lopez e Castro; Segovia e Agudelo; Tamavo, Garcia, Gallego (Santa) e Ortiz (Brand).
Gols: Tostão (2)
Data: 11/Agosto/1969
Local: Estádio Universitário
Público: 35.000
Cidade: Caracas (Venezuela)
Árbitro: E. Rendon (Equador)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Félix; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo (Everaldo); Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.
Venezuela:
Técnico: não disponível
Garcia; David, Freddy, Sanchez e Chico; Pedrito e Useche; Nitti (Guimarães), Revelo (Rafa), Mendoza e Iriarte.
Gols: Tostão (3) e Pelé (2).
Data: 17/Agosto/1969
Local: Estádio Defensores del Chaco
Cidade: Assunção (Paraguai)
Árbitro: A. Massaro (Chile)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Féliz; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.
Paraguai:
Técnico: não disponível
Aguillera; Molina, Bobadilla, Sergio Rojas e Mendoza; Colman (Arrua) e Valdez; Martinez, Pablo Rojas, Benício Ferreira e Jimenez (Celino Mora).
Gols: Mendoza (contra), Jairzinho e Edu.
Data: 21/Agosto/1969
Local: Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: M. Comesaña (Argentina)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Félix; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza e Gérson (Rivelino); Jair, Tostão, Pelé (Paulo Cézar Caju) e Edu.
Colômbia:
Técnico: não disponível
Largacha (Quintana); Segóvia, Segrera, Sotto e Castro; Alvarez e Ramirez; Agudello (Sanchez), Gallego, Meza e Santa.
Gols: Tostão (2), Edu, Pelé, Rivelino, Jairzinho, Meza e Agudella.
Data: 24/Agosto/1969
Local: Maracanã
Público: 122.841
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: A. Vargas Ortube (Bolívia)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Félix (Lula); Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo (Brito) e Rildo; Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.
Venezuela:
Técnico: não disponível
Fazzano; David, Freddi, Sanchez (Zarzalejo) e Chicho; Useche e Naranjo; Curro (Mendoza), Antonio, Iriarte e Nitti.
Gols: Tostão (3), Pelé (2) e Jairzinho.
Data: 31/Agosto/1969
Local: Maracanã
Público: 183.341
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: Ramon Barreto (Uruguai)
Brasil:
Técnico: João Saldanha
Félix; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.
Paraguai:
Técnico: não disponível
Aguillera; Enciso, Bobadilla, Sérgio Rojas e Mendoza; Alcides Sosa e Ivaldi (Valdez); Pablo Rojas, Ocampos, Ferreyra e Jimenez.
Gol: Pelé
Bola rola, mundo gira. Apesar do sucesso nas Eliminatórias, João Saldanha perde o cargo de treinador da Seleção depois de um empate em 1 x 1 num jogo-treino contra o Bangu, no dia 14 de março de 1970, menos de três meses antes da Copa. Saldanha sai atirando a esmo, afirmando até que Pelé não poderia mais jogar por ter um problema de visão. Zagalo assume e tenta separar a dupla Pelé-Tostão. "A dupla de área vai ser Roberto Miranda e Pelé", diz antes de um amistoso contra o Chile. Fala e cumpre. Uma partida depois no entanto, escala Dario, o presidente da República, Emílio Garrstazu Medici, como companheiro de Pelé. Zagalo parece perdido. Barra Pelé e escala Tostão ao lado de Roberto. Em seguida volta a colocar Tostão e Pelé juntos. Faltando apenas um mês para o início da Copa, Rogério - só não foi titular no Mundial porque se machucou - é o ponta-direita no lugar de Jairzinho; Rivelino, o reserva de Paulo César Caju; e Everaldo, reserva de Marco Antônio na lateral-esquerda. O futebol apresentado pela equipe no último treino, contra o Irapuato, no México, é preocupante. A torcida começa a ficar pessimista. Uma semana antes do primeiro jogo da Copa, os principais cobras do time - Pelé, Carlos Alberto Torres e Gérson - reunem-se com Zagalo e cobram definições: o time do tri ganha, então, cara, corpo e alma. Na estréia, a Tchecoslováquia sai na frente. Um susto que dura pouco, porém: Rivelino empata com sua "patada atômica"; Pelé faz 2 x 1; e Jairzinho, com dois golaços, encerra a virada. No dia seguinte, o Brasil de novo sorri cheio de fé, comentando os belos gols e as jogadas de gênio - como o chute de Pelé do meio de campo que não entrou - de um time que começa a escrever seu nome na história do futebol.
Data: 3/Junho/1970
Local: Estádio Jalisco
Público: 70.000
Cidade: Quadalajara (México)
Árbitro: Ramón Barreto (Uruguai)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson (Paulo César Lima); Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.
Tchecoslováquia:
Técnico: Josef Marko
Viktor; Dobias, Horvath, Migas e Hagara; Kuna e Hrollika (Kvasnak); Frantisek Vesely (Bohumil Vesely), Petras, Adamek e Jokl.
Gols: Petras aos 12 e Rivelino aos 24 do primeiro tempo; Pelé aos 15, Jairzinho aos 18 e 38 do segundo tempo.
A segunda participação do Brasil nas oitavas-de-final é contra a Inglaterra. A imprensa internacional trata a partida como "o jogo do século", uma espécie de decisão antecipada da Copa. O vencedor será invitavelmente o novo campeão, afirmam os jornais do mundo inteiro. O Brasil pára em frente à tevê, ainda com imagens em branco e preto. A Inglaterra entra em campo com seu uniforme todo branco; a Seleção Brasileira, de camisa amarela e calção azul. O time inglês é forte. Sua base é a mesma equipe que conquistara o título mundial quatro anos antes. Lá estão os irmãos Charlton - Jack e Robert - o goleiraço Banks, o zagueiro Bobby Moore e os atacantes Peters, Hurst e Ball. O Brasil não conta co Gérson machucado. Rivelino vai para o meio de campo e Paulo César Caju entra na ponta-esquerda. Quando a bola começa a rolar, até piscar passa a ser um movimento altamente perigoso, pois há risco de se perder uma jogada decisiva ou um lance da mais pura arte. É um jogo tenso, bem disputado, de excelente nível técnico. Nenhum dos dois times deixa de atacar, embora não se descuidem da marcação. A equipe inglesa tem uma defesa sólida e um contra-ataque sempre perigoso. E é ela quem primeiro cria as chances reais de gol, mas Félix salva por duas vezes. Os ingleses apelam para uma virilidade que beira a violência. Carlos Alberto Torres, o capitão brasileiro, dá então uma peitada no atacante Lee, seu recado: o Brasil quer jogar apenas futebol, mas dançará conforme a música. A Seleção mostra ao adversário que está bem viva. Pelé acerta uma cabeçada forte, colocada, de cima para baixo, perfeita, mas o goleiro Banks embola-se com a bola e a espalma para escanteio. O mundo deixa o queixo cair com aquela defesa lendária. O primeiro tempo termina em 0 x 0 sem que ninguém se sinta entediado. Aos 14 do segundo tempo, o Brasil finalmente marca o gol da vitória. Tostão dribla quatro adversários no lado esquerdo da grande área inglesa e cruza para a marca do pênalti. Pelé mata a bola, com três zagueiros correndo sobre ele como ferozes cães de guarda. O Rei tira-os da jogada dando apenas um leve toque para o lado. Jairzinho entra como um furacão e enche o pé. O Brasil vence o jogo do século e Guadalajara vira um carnaval só.
Data: 7/Junho/1970
Local: Estádio Jalisco
Público: 75.000
Cidade: Guadalajara (México)
Árbitro: Abraham Klein (Israel)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Rivelino e Paulo César; Jairzinho, Tostão (Roberto) e Pelé.
Inglaterra:
Técnico: Alfred Ramsey
Banks; Wright, Labone, Bobby Moore e Cooper; Mulery, Bobby Charlton (Bell) e Ball; Lee (Astle), Hurst e Peters.
Gol: Jairzinho aos 14min do segundo tempo.
Embora a vitória sobre a Inglaterra já tivesse deixado o Brasil classificado para a Segunda Fase da Copa, o terceiro jogo das oitavas-de-final, contra a Romênia, é importante por definir as colocações das equipes. Vencendo ou mesmo empatando, o time brasileiro será o primeiro do Grupo 3, escapando de um confronto com a sempre forte Alemanha Ocidental de Beckenbauer, Maier e Overath, nas quartas-de-final. A Seleção entra em campo mais uma vez desfalcada. Além da ausência de Gérson, a equipe não conta também com Rivelino. O técnico Zagalo coloca Paulo César Caju na ponta-esquerda e desloca Piazza da zaga para o meio-campo (sua posição de origem no Cruzeiro), entrando Fontana como quarto-zagueiro. Apesar dessas alterações, a equipe joga bem e em menos de 25 minutos já ganha de 2 x 0, gols de Pelé e Jairzinho. Aos 34, Dumitrache diminui e o primeiro tempo termina 2 x 1. É uma partida esquisita: mesmo sem que o time conseguisse criar muitas situações de gol, o torcedor tem a impressão de que poderá golear quando bem entender. Só que os gols não vêm. O tempo parece correr dentro de um aquário - pesado, lento, aquoso. Pelé faz 3 x 1 aos 24 do segundo tempo, mas o ritmo de jogo não sofre nenhuma alteração. A Romênia ataca quando pode, podendo cada vez mais; o Brasil ataca quando quer, querendo cada vez menos. Aos 38, Dembrovski coloca de novo os romenos encostados no marcador. Os últimos cinco minutos ganham, com isso, uma carga dramática imprópria para uma partida que foi sempre tão fácil. No final, porém, dá mesmo Brasil: 3 x 2. Com mais essa vitória, a Seleção garante o primeiro lugar no grupo e adquire o direito de permanecer em Guadalajara, já então a maior cidade brasileira fora do Brasil.
Data: 10/Junho/1970
Local: Estádio Jalisco
Público: 50.000
Cidade: Guadalajara (México)
Árbitro: Ferdinand Marschall (Áustria)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Fontana e Everaldo (Marco Antônio); Piazza, Clodoaldo (Edu) e Paulo César; Jairzinho, Tostão e Pelé
Romênia:
Técnico: Angelo Niculescu
Adamache (Raducanu); Satmareanu, Lupescu, Dinu e Mocanu; Dumitru e Nunweiller; Dembrovski, Neagu, Dumitrache (Tataru) e Lucesco.
Gols: Pelé aos 19, Jairzinho aos 21 e Dumitrache aos 34min do 1o tempo; Pelé aos 24 e Dembrovski aos 38 do segundo tempo.
Enquanto Alemanha e Inglaterra se engalfinham na cidade de León revivendo a Final da Copa de 1966, a Seleção Brasileira volta a campo em Guadalajara para enfrentar o Peru. Embora o time peruano - treinado pelo brasileiro Didi - fosse talvez o melhor já montado da história daquele país, a verdade é que a torcida brasileira não o temia. Nos dois amistosos realizados um ano antes, quando a Seleção ainda era treinada por João Saldanha, dera Brasil duas vezes: 2 x 1, no Beira-Rio, e 3 x 2, no Maracanã. Foram partidas agradáveis, de dois times que gostavam mais de atacar do que se defender. O Peru continuava jogando assim; o Brasil, nem tanto. Zagalo conseguira que a Seleção passasse a ter cuidados defensivos, fechando-se atrás sempre que perdia a posse de bola. Gérso e Rivelino estão de volta ao time, que entra no gramado com uma única alteração: Marco Antônio no lugar de Everaldo na lateral-esquerda. Os peruanos, que conseguiram sua vaga para o Mundial eliminando a Argentina na fase classificatória sul-americana, também não têm maiores problemas de escalação. Do meio-campo para a frente, eles contam com jogadores de primeira linha: Baylón, Sotil, Mifflin, Perico Léon, Cubillas, Gallardo. A defesa, porém é fraca a começar pelo desastroso goleiro Rubinos. Não há qualquer surpresa, portanto, quando Rivelino, com um petardo rasteiro desferido de fora da área, abre o marcador logo aos 11 minutos. Tostão amplia aos 15, com um chute de linha de fundo que Rubinos grotescamente aceita. Mas Gallardo, ex-ponta-esquerda do Palmeiras na década de 60, diminui aos 29. Assim como os dois amistosos realizados em 1969, aquela também é uma partida agradável de se assitir: limpa, técnica, ofensiva. Aos 6 do segundo tempo, Pelé chuta cruzado, Rubinos defende parcialmente e Tostão aproveita o rebote para fazer 3 x 1. O Peru não desiste e Cubillas desconta aos 25. Mas antes que o adversário comece a gostar do jogo, Jairzinho fecha a goleada: 4 x 2. Agora não tem jeito. A Seleção j';a está nas Semifinais. Faltam apenas mais dois jogos, mais duas vitórias, para o Brasil se tornar o primeiro tricampeão mundial de futebol, conquistando para sempre a Taça Jules Rimet. O Mundial do México se torna emocionante em sua reta final. Dos quatro semifinalistas, três são bicampeões e podem conquistar a Taça Jules Rimet definitivamente - Brasil (1958 e 1962), Itália (1934 e 1938) e Uruguai (1930 e 1950) - e um, a Alemanha, é campeão (1954). A briga é, mais do que nunca, de bicho grande.
Data: 14/Junho/1970
Local: Estádio Jalisco
Público: 75.000
Cidade: Guadalajara (México)
Árbitro: Vital Loraux (Bélgica)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Marco Antônio; Clodoaldo, Gérson (Paulo César Caju) e Rivelino; Jairzinho (Roberto), Pelé e Tostão.
Peru:
Técnico: Valdir Pereira - Didi
Rubinos; Eloy Campos, Fernández, Chumpitaz e Fuentes; Challe e Mifflin; Baylón (Sotil), Perico León (Reyes, Cubillas e Gallardo.
Gols: Reivelino aos 11, Tost!ao aos 15 e Gallardo aos 29 minutos do primeiro tempo; Tostão aos 6, Cubillas aos 25 e Jairzinho aos 30 minutos do segundo tempo.
Mesmo depois de 20 anos, a derrota de 2 x 1 para o Urunguai na final da Copa de 1950, ainda não fora absorvida pela torcida brasileira. Aquela Semifinal é a chance que o Brasil tem de lavar definitavemente sua alma. Na frieza dos números, não há o que temer: o time brasileiro é muito superior ao uruguaio. Enquanto a Seleção canarinho chegara ali invicta, marcando 12 gols em quatro jogos, a Celeste parecia se arrastar na competição: na Primeira Fase, empatara sem gols com a Itália, perdera da Suécia de 1 x 0 e ganhara de Israel por 2 x 0; nas quartas-de-final, vencera a hoje extinta União Soviética por 1 x 0, com um gol polêmico, marcado no último minuto. Mas em 1950 o Brasil também era melhor e perdera. É inevitável, portanto que esse velho fantasma arraste suas correntes pelos porões da memória nacional quando a bola rola no Estádio de Jalisco, em Guadalajara. O time canarinho está visivelmente nervoso. Sabendo que os mortais contra-ataques brasileiros nasciam em geral dos lançamentos longos de Gérson, os uruguaios marcam o meia sem trégua. O Brasil, com isso, não consegue furar a monolítica defesa adversária. Numa jogada despretenciosa, aos 19 minutos, o ponta Cubilla "acerta" um chute de canela e engana o golero Félix: 1 x 0. A tragédia de 1950 volta forte à lembrança brasileira. O Uruguai fecha-se ainda mais na defesa. Gérson troca de posição com o volante Clodoaldo, que passa a jogar mais adiantado. E é Clodoaldo quem marca o gol de empate no último minuto do primeiro tempo. A segunda etapa continua igual. O Uruguai segura o empatae, à espera de um outro gol milagroso. Aos 31, no entanto, Jairzinho recebe um ótimo passe de Tostão, invade a área e chuta cruzado: 2 x 1. O paredão ofensivo uruguaio desmorona. Os últimos dez minutos são um show verde-amarelo. Pelé passa a fazer jogadas diabólicas, como o drible da vaca em Mazurkiewicz - jogada que se tornou mitológica mesmo sem ter acabado em gol. Aos 44, Rivelino fecha o marcador. A vingança de 1950 está feita. E é doce. Valeu a pena esperar 20 anos por ela.
Data: 17/Junho/1970
Local: Estádio Jalisco
Público: 51.000
Cidade: Guadalajara (México)
Árbitro: Ortiz de Mendibil (Espanha)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.
Uruguai:
Técnico: Eduardo Hohberg
Mazurkiewicz; Ubiñas, Ancheta, Matosas e Mujica; Montero Castillo e Manero (Esparrago); Cubilla, Cortéz, Fontes e Moralez.
Gols: Cubilla aos 19 e Colodoaldo aos 44 minutos do primeiro tempo; Jairzinho aos 31 e Rivelino aos 44 minutos do segundo tempo.
Gérson (Brasil) |
Chutes à Gol - 7 |
Certos: 3 |
Errados: 4 |
Passes - 68 |
Certos: 58 |
Errados: 10 |
Faltas |
Cometidas: 1 |
Recebidas: 1 |
Data: 21/Junho/1970
Local: Estádio Azteca
Público: 107.000
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: Rudy Glockner (Alemanha Oriental)
Brasil:
Técnico: Zagalo
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé.
Itália:
Técnico: Ferruccio Valcareggi
Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Facchetti; De Sisti, Bertini (Juliano) e Mazzola (Rivera); Domenghini, Boninsegna e Riva.
Gols: Pelé aos 18 e Bonisegna aos 37 minutos do primeiro tempo; Gérson aos 20, Jairzinho aos 25 e Carlos Alberto 42 minutos do segundo tempo.
Data: 13/Junho/1974
Local: Waldstadion
Cidade: Frankfurt (Alemanha Ocidental)
Árbitro: R. Scheurer (Suíça)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Nelinho, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Piazza e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho, Leivinha e Paulo César Caju.
Brasil 0 x Escócia 0
Data: 18/Junho/1974
Local: Waldstadion
Cidade: Frankfurt (Alemanha Ocidental)
Árbitro: A. van Gemert (Holanda)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Nelinho, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Piazza e Rivelino; Jairzinho, Leivinha (Carpegiani), Mirandinha e Paulo César Caju.
Brasil 3 x Zaire 0
Data: 22/Junho/1974
Local: Parkstadion
Cidade: Gelsenkirchen (Alemanha Ocidental)
Árbitro: N. Rainea (Romênia)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Nelinho, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani e Piazza (Mirandinha); Jairzinho, Leivinha (Valdomiro), Rivelino e Edu.
Gols: Jairzinho, Rivelino e Valdomiro.
Brasil 1 x Alemanha Oriental
Data: 26/Junho/1974
Local: Niedersachsenstadion
Cidade: Hannover (Alemanha Ocidental)
Árbitro: C. Thomas (País de Gales)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho, Paulo César Caju e Dirceu.
Gol: Rivelino
Brasil 2 x Argentina 1
Data: 30/Junho/1974
Local: Niedersachsenstadion
Cidade: Hannover (Alemanha Ocidental)
Árbitro: V. Lourax (Bélgica)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho, Paulo César Caju e Dirceu.
Gols: Jairzinho e Rivelino
Brasil 0 x Holanda 2
Data: 03/Julho/1974
Local: Westfallenstadion
Cidade: Dortmund (Alemanha Ocidental)
Árbitro: K. Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani e Rivelino; Valdomiro, Paulo César Caju (Mirandinha), Jairzinho e Dirceu.
Brasil 0 x Polônia 1
Data: 6/Julho/1974
Local: Olympiastadion
Cidade: Munique (Alemanha Ocidental)
Árbitro: A. Angonese (Itália)
Técnico: Zagalo
Brasil: Leão; Zé Maria, Alfredo Mostarda, Marinho Peres e Marinho Chagas; Carpegiani e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho, Ademir da Guia (Mirandinha) e Dirceu.
Brasil 0 x Colômbia 0
Data: 20/Fevereiro/1977
Local: Estádio El Campin
Cidade: Bogotá (Colômbia)
Árbitro: M. Comesaña (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Zé Maria, Amaral, Beto Fuscão e Wladimir; Givanildo (Caçapava), Falcão e Rivelino; Gil (Valdomiro), Zico e Roberto Dinamite.
Data: 9/Março/1977
Local: Estádio do Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: A. Coeresa (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Carlos Alberto Torres e Marinho Chagas (Edinho); Toninho Cerezo e Rivelino; Gil (Joãozinho), Zico, Roberto Dinamite e Paulo César Caju.
Gols: Marinho Chagas (2), Roberto Dinamite (2), Rivelino e Zico.
Data: 13/Março/1977
Local: Estádio Defensores del Chaco
Cidade: Assunção (Paraguai)
Árbitro: L. Pestarino (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Zé Maria (Marco Antônio), Luís Pereira, Carlos Alberto Torres e Marinho Chagas; Toninho Cerezo, Falcão e Rivelino; Gil, Roberto Dinamite e Paulo César Caju.
Gol: Insfran (contra)
Data: 20/Março/1977
Local: Estádio do Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: R. Barreto (Uruguai)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Marinho Chagas, Carlos Alberto Torres, Edinho e Marco Antônio; Toninho Cerezo (Carlos Alberto Pintinho), Falcão e Rivelino; Valdomiro, Roberto Dinamite e Paulo César Caju.
Gol: Roberto Dinamite
Data: 10/Julho/1977
Local: Estádio Pascual Guerrero
Cidade: Cáli (Colômbia)
Árbitro: M. Comesaña (Argentina)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Edinho e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo e Rivelino; Gil, Paulo Isidoro (Dirceu), Roberto Dinamite e Paulo César Caju.
Gol: Gil
Data: 14/Julho/1977
Local: Estádio Pascual Guerrero
Cidade: Cáli (Colômbia)
Árbitro: J. Silvagno (Chile)
Técnico: Osvaldo Brandão
Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Amaral e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo e Rivelino; Gil, Zico (Marcelo), Roberto Dinamite (Reinaldo) e Dirceu.
Gols: Zico (4), Gil, Marcelo, Roberto Dinamite e Toninho Cerezo.
Brasil 1 x Suécia 1
Data: 3/Junho/1978
Local: Estádio Mundial 78
Cidade: Mar del Plata (Argentina)
Árbitro: C. Thomas (País de Gales)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Toninho, Oscar, Amaral e Edinho; Toninho Cerezo (Dirceu), Batista e Rivelino; Gil (Nelinho), Reinaldo e Zico.
Gol: Reinaldo
Brasil 0 x Espanha 0
Data: 7/Junho/1978
Local: Estádio Mundial 78
Cidade: Mar del Plata (Argentina)
Árbitro: S. Gonella (Itália)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Nelinho (Gil), Oscar, Amaral e Edinho; Batista e Toninho Cerezo; Toninho, Zico (Jorge Mendonça), Reinaldo e Dirceu.
Brasil 1 x Áustria 0
Data: 11/Junho/1978
Local: Estádio Mundial 78
Cidade: Mar del Plata (Argentina)
Árbitro: R. Wurtz (França)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista e Toninho Cerezo (Chicão); Gil, Jorge Mendonça (Zico), Roberto Dinamite e Dirceu.
Gol: Roberto Dinamite
Brasil 3 x Peru 0
Data: 14/Junho/1978
Local: Estádio Parque Gal. San Martin
Cidade: Mendoza (Argentina)
Árbitro: N. Rainea (Romênia)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista e Toninho Cerezo (Chicão); Gil (Zico), Jorge Mendonça, Roberto Dinamite e Dirceu.
Gols: Dirceu (2) e Zico
Brasil 0 x Argentina 0
Data: 18/Junho/1978
Local: Estádio Cordeleon
Cidade: Rosário (Argentina)
Árbitro: K. Palotai (Hungria)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto (Edinho); Chicão e Batista; Gil, Jorge Mendonça (Zico), Roberto Dinamite e Dirceu.
Brasil 3 x Polônia 1
Data: 21/Junho/1978
Local: Estádio Parque Gal. San Martin
Cidade: Mendoza (Argentina)
Árbitro: J. Silvagno (Chile)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Nelinho, Oscar, Amaral e Toninho; Batista e Toninho Cerezo (Rivelino); Gil, Zico (Jorge Mendonça), Roberto Dinamite e Dirceu.
Gols: Roberto Dinamite (2) e Nelinho
Brasil 2 x Itália 1
Data: 24/Junho/1978
Local: Estádio Monumental de Nuñes
Cidade: Buenos Aires (Argentina)
Árbitro: A. Klein (Israel)
Técnico: Cláudio Coutinho
Brasil: Leão; Nelinho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista e Toninho Cerzo (Rivelino); Gil (Reinaldo), Jorge Mendonça, Roberto Dinamite e Dirceu.
Gols: Dirceu e Nelinho.
Brasil 1 x Venezuela 0
Data: 14/Fevereiro/1981
Local: Estádio Olímpico Atahualpa
Cidade: Quito (Equador)
Árbitro: A. Quirelo (Equador)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres (Marolla); Edevaldo, Oscar, Luizinho (Edinho) e Júnior (Pedrinho); Toninho Cerezo e Sócrates; Tita, Zico (Pita), Reinaldo e Éder.
Gols: Reinaldo (2), Sócrates (2), Zico e Lambeta (contra)
Data: 22/Fevereiro/1981
Local: Estádio Hernán Siles Zuazo
Cidade: La Paz (Bolívia)
Árbitro: E. Labó (Peru)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Edevaldo, Oscar, Luizinho (Edinho) e Júnior; Toninho Cerezo e Sócrates; Tita (Batista), Zico, Reinaldo e Éder.
Gols: Reinaldo e Sócrates
Data: 22/Março/1981
Local: Estádio do Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)
Árbitro: G. Castro (Chile)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista e Sócrates; Tita (Zé Sérgio), Zico, Reinaldo e Éder.
Gols: Zico (3)
Data: 29/Março/1981
Local: Estádio Serra Dourada
Cidade: Goiânia (Brasil)
Árbitro: J. Romero (Argentina)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Getúlio, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista e Sócrates; Tita, Zico, Reinaldo (Serginho) e Éder (Zé Sérgio).
Gols: Tita (2), Júnior, Sócrates e Zico
Brasil 2 x União Soviética 1
Data: 14/Junho/1982
Local: Estádio Ramon Sanchez Pizjuan
Cidade: Sevilha (Espanha)
Árbitro: L. Castillo (Espanha)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho, e Júnior; Falcão e Sócrates; Dirceu (Paulo Isidoro), Zico, Serginho e Éder
Gols: Éder e Sócrates
Brasil 4 x Escócia 1
Data: 18/Junho/1982
Local: Estádio Benito Villamarim
Cidade: Sevilha (Espanha)
Árbitro: L. Calderon (Costa Rica)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Toninho Cerezo e Falcão; Zico, Serginho (Paulo Isidoro), Sócrates e Éder
Gols: Éder, Falcão, Óscar e Zico
Brasil 4 x Nova Zelândia 0
Data: 23/Junho/1982
Local: Estádio Benito Villamarim
Cidade: Sevilha (Espanha)
Árbitro: D. Matovinovic (Iugoslávia)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Leandro, Oscar (Edinho), Luizinho e Júnior; Toninho Cerezo e Falcão; Zico, Serginho (Paulo Isidoro), Sócrates e Éder.
Gols: Zico (2), Falcão e Serginho
Brasil 3 x Argentina 1
Data: 2/Julho/1982
Local: Estádio Sarriá
Cidade: Barcelona (Espanha)
Árbitro: M. Vazquez (México)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Leandro (Edevaldo), Oscar, Luizinho e Júnior; Toninho Cerezo e Falcão; Zico (Batista), Serginho, Sócrates e Éder.
Gols: Júnior, Serginho e Zico
Brasil 2 x Itália 3
Data: 5/Julho/1982
Local: Estádio Sarriá
Cidade: Barcelona (Espanha)
Árbitro: A. Klein (Israel)
Técnico: Telê Santana
Brasil: Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Toninho Cerezo e Falcão; Zico, Serginho (Paulo Isidoro), Sócrates e Éder.
Gols: Falcão e Sócrates