Craques Brasileiros - Ademir da Guia


Ademir da Guia

O "Divino"

(Rio de Janeiro, RJ, 3/4/1942)
Posição: Armador

Características: Técnica refinada, inteligência na coordenação das jogadas, precisão nos      passes e eficiência nas finalizações. Filho de Domingos da Guia.

Maior ídolo da história do Palmeiras. Um dos melhores armadores da história do futebol brasileiro.

Jamais vi um jogador com tanta classe e categoria. O melhor de todos os tempos.
E Ademir da Guia virou ídolo do alviverde por dezesseis anos...
O atacante vinha com tudo. O zagueiro Domingos da Guia parecia que não estava nem aí.

Era como se andasse em campo. Mas, quando o atacante pensava que iria chutar livre, lá estava ele. Quando lhe perguntavam o segredo, Domingos da Guia respondia, gozando : -
Eu vou pelo atalho !

Frieza. Esta foi apenas uma das facetas que o meia-armador Ademir da Guia herdou do magnífico caráter de seu pai, o Divino Mestre, antigo ídolo do Flamengo. É muito raro o filho de um gênio escapar, sem escoriações generalizadas, da comparação inevitável com o pai, especialmente se escolher a mesma profissão para levar a vida. Ademir da Guia foi uma exceção feliz.

Já era comentário, entre a torcida, jogadores e dirigentes, que crescia no Bangu um talento precoce. Assim que este talento se firmou, o Palmeiras foi pescá-lo no Rio de Janeiro, em 1961. E Ademir da Guia virou ídolo do alviverde por dezesseis anos, marcando os anos 60 e 70 com sua classe. Esguio, elegante, carapinha loura . Drible seco, sem firula. Movimentos harmoniosos, passes precisos. Era bom demais vê-lo jogar.

Quantas vezes, naquelas 666 partidas pelo Palmeiras, ele não emplacou um gol sensacional e voltou na maior discrição ? Muita gente acha que este era o único exagero.

Ele também concorda : excesso de humildade. Muita gente também confundiu a discrição de Ademir com falta de vibração, assim como sua calma foi confundida com falta de garra.

Acreditando nisso, o técnico Aimoré Moreira pediu que a diretoria do Palmeiras contratasse outro meia-armador, em 1967."Aqui, o técnico tem toda a liberdade, menos a de ser louco. E querer substituir Ademir é uma loucura." , respondeu Ferrucio Sandoli, diretor de futebol. O técnico Zagalo também trocou as bolas e deixou que Ademir participasse apenas do primeiro tempo da partida Polônia 1 x 0 Brasil , valendo o terceiro lugar da Copa de 1974.

Entre muitos títulos, foi bi-campeão Brasileiro em 72 e 73, e campeão paulista em 72, 74 e 76. "Fui diferente dos outros. Aos 20 anos jogava como um veterano, apenas numa f aixa do campo. Quando cheguei aos 30, corria como um garoto. Mas meu problema foi ser introvertido. Se soubesse falar com as pessoas, talvez conseguisse a Seleção desde 1965. " , confessou Ademir, ao fazer um balanço de sua carreira, encerrada em 14 de Novembro de 1976, aos 34 anos. Nimguém esperava que fosse a última partida dele. Ademir saiu contundido no intervalo de um jogo contra o Corinthians e não voltou mais.

Clubes: Bangu e Palmeiras.

Títulos: Campeão Paulista: 1963, 1966, 1972, 1974, 1976; Torneio Rio-São Paulo: 1965; Taça de Prata (Robertão): 1967 e 1969; Campeão Brasileiro: 1967 (Taça Brasil), 1972 e 1973.

Partidas pela Seleção:13 (9 oficiais)

Copas do Mundo: 1974 (jogou apenas o primeiro tempo da partida contra a Polônia, na disputa pelo terceiro lugar).



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