Local: Urubici. É
com este caso, que eu tenho orgulho de começar a nossa sessão
de casos. Este é um caso que eu tenho um afeto especial por ele.
Mesmo não tendo sido comigo o acontecido, (mas eu estava presente),
eu me sinto plenamente orgulhoso da atitude do meu amigo, e na mesma noite,
eu lhe disse, que se ele permitisse, eu contaria esse caso para a maioria
das pessoas que eu conhecesse. Ele permitiu. Não é a toa
que ele está aqui, na internet. Bem, estávamos em uma festa
de família, na pequena Urubici. Era uma família realmente
grande. Na festa tinham pessoas de outros estados com Paraná e São
Paulo. Bom, mas tinha uma menina, que a primeira vista era bem bonitinha,
por sinal. Mas era uma peste. Devia ter uns 14 ou 15 anos. Bem na idade
da galinhagem. Dava pra ver que a garota queria mesmo era chamar
a atenção. Sabe aquelas que sempre estão com a razão,
nunca aceitam levar um fora, aquelas que querem que o mundo gire em torno
delas? Então, ela era bem assim, bem estúpida. De saco cheio
com aquela garota, que além de tudo tinha também passado
um pouco da cota alcóolica (o que a fazia mais intragável
ainda), eu expressei os meus sentimentos ao meu amigo Guilherme: "Pô
cara, essa garota tá intragável." De acordo comigo, ele balançou
a cabeça para frente e para trás, sem falar nada. Depois
de muito escutar as babaquices dela, baixinho ele me disse: "Bicho, agora
eu só vou dar corte seco nessa garota. Tudo o que ela falar eu dô
um corte." Com um sorriso debochado eu aprovei a idéia dele e só
colocava fogo na fogueira. Dito e feito. Tudo o que ela falava, ele contestava.
Fazia graça das tolices mencionadas por ela. Até então,
ela só escutava e não falava nada. Foi quando ela tirou a
sandália que ele acabou com ela. Vendo aquela sandália no
chão, fora dos pés da menina, em voz alta e rindo ele disse:
"Caramba, que lancha!!!! Vô pegar pra dar uma volta!!! Geyson, vamos
levar pra praia pra esquiar!!!!"
E eu me debulhava de rir, com uma risada sarcástica,
bem para deixar ela "P" da vida. Não agüentado o tranco ela
bravamente confirmou: "Olha aqui, eu sei que eu tenho o pé grande,
tá! Pelo menos eu reconheço os meus defeitos, tá!"
Isso para nós tinha sido o melhor sinal de que o nosso progresso
era real. Sem dó nem piedade ele continuava a crucificar a lambisgóia.
Foi em um certo momento, em que ela estava bebendo água, que ela
se "estourou" com ele, que continuava com as suas "pedidas". Ameaçando
jogar o copo de água, ela pensou que podia fazer o garoto parar
com as brincadeiras. Com intimidações de lhe jogar o copo
o garoto não se intimidou, e continuou o que então já
se tornara um bate-boca. Foi quando, em um momento de cabeça quente,
ela jogou a água do copo no rosto dele. Pronto. Tava feito o barraco.
Vendo isso, a mãe dela deu fim à festa (visto que já
era tarde da noite, a grande maioria já tinha ido embora, e só
permanecera os bebuns). O sangue subiu à cabeça de Guilherme.
Notei que naquela hora a sua vontade era de dar um soco na cara dela. Imediatamente
eu arranjei uma toalha para ele, e lhe disse: "Calma. Não te queima
agora. A mãe dela está aí. A vingança é
um prato que se come frio. Eu imagino a raiva que estais sentindo." E imaginava
mesmo. Eu me queimara por dentro. A vontade que eu tinha era a mesmo que
a dele, mas assim como ele, não deixei aparentar. Já na rua,
no lado de fora do salão onde tinha ocorrido a festa, e com um copo
plástico, cheio de cerveja na mão ele me disse: "Cara, a
vontade que eu tenho é de jogar essa cerveja na cabeça dela."
Seriamente eu olhei para ele. A minha vontade também era esta. Mas
me faltava coragem. Ele me disse que tinha coragem, e que iria fazer. Dei-lhe
apoio.Cuspi dentro do copo. Ele riu. Quando ela com mais outras pessoas,
estavam se dirigindo para o carro, que devia estar a uns cem metros dela,
ele disse: "Boa noite pessoal", e derramou levemente a cerveja sobre
a parte média posterior da cabeça dela. Ela perguntou o que
ele tinha derramado nela, e ele disse: "Igual ao que você derramou
em mim, água." Entramos no carro para ir embora. Pulávamos
de alegria. Ríamos feito condenados. Auto afirmamos que não
é qualquer um que se dá bem conosco. Depois eu falei: "O
problema dela, é que ela já estava com muita "cerveja na
cabeça."
Simplesmente animal. Atualmente, quando penso nessa história,
ainda sorrio sozinho.
Local:
Ibiza Club. Depois de tanto ir no Ibiza, e de ver aquela galera de dançarinos
dançarem lá em cima, naquela passarela, me deu vontade de
ir lá também. O problema é, que na escadinha que dá
acesso àquela passarela, sempre tinha um segurança tomando
conta, para que espertinhos como eu não subissem lá. Então
fiquei ali em baixo dançando, pertinho da escada, só esperando
que o segurança desse bobeira, para então eu subir. Na primeira
"rateada" que ele deu eu corri discretamente para a escada. Logo nos primeiros
degraus, sinto um puxão no meu pé. Droga, era outro segurança.
Insatisfeito com a falta de progresso, não deixei por menos. Eu
tinha que subir naquela coisa. (O motivo dessa minha fissura, se chamava
mesmice. Eu já tava de saco cheio de tanto ir no Ibiza. Sem pre
as mesmas músicas, sempre as mesmas pessoas... Eu queria algo diferente.)
Então eu olhei pelo ambiente, e vi, que se eu tinha um acesso alternativo,
que nem os dançarinos usavam. Lá em cima, na ala vip, (quem
já foi no Ibiza sabe do que eu estou falando) pulando o para-peito,
eu conseguiria chegar lá. Muito fácil. O problema era, que
além de eu ter que realizar a proeza, eu ainda tinha que driblar
a segurança da ala vip. Quem cuidava dessa segurança, era
um senhor. O pior de todos. Não pelo fato de ser grosso, mal educado
ou coisa assim, era pelo fato de ele nunca dar bobeira. E ainda por cima,
ele só deixava entrar, realmente quem só tivesse a credencial.
Então fiquei ali, só esperando um vacilo dele. É claro
que eu tinha que fazer de conta que nada estava acontecendo, e fiquei ali
dançando. No que ele pediu para um outro segurança tomar
conta do local, hora que ele provavelmente sairía para fazer um
xixi, eu vi as coisas acontecerem. Não deu outra. No primeiro vacilo
desse "boca aberta", eu subo, pensei eu. Não deu cinco minutos,
e uma galega pediu uma informação para ele. Todo bobo ele
foi dar a informação para ela, dando desatenção
à entrada. Oportunista, não pensei duas vezes. Me atirei
escadas a cima. Pronto. Eu já estava lá. Ala vip. Lá
de cima eu via meus amigos dançando na pista, e ele me viam também.
Com cara de: "Pô, como é que ele fez aquilo!!!" eles me olhavam
e faziam sinais obscenos. Dei um tempinho, peguei coragem, e fui. Pulei
o parapeito e caí direto na passarela de dança. Já
passava das 4:30h nessa hora os dançarinos já haviam parado
de dançar e a passarela estava livre, só pra mim. O pior
aconteceu na hora que eu fui pular o parapeito. Assim que eu comecei a
pular, uma galera lá de baixo me viu fazendo o ato e começou
a assobiar estridentemente e a berrar, chamando assim a atenção
dos seguranças. O pior aconteceu quando eu fui passar a perna, por
cima do parapeito, para então estar todo dentro da passarela, o
meu sapato bateu na borda do parapeito e caiu para dentro da ala vip. Aí
sim que o povo foi à loucura. O que era pra ser uma proeza, acabou
virando rabada. Mas eu não dei bola. Fui logo dançar. Não
deu um minuto e já subiu um segurança pedindo para mim me
retirar. Foi curto mas foi legal. Algo tinha que acontecer para mudar a
mesmice (pelo menos a minha) daquela casa.