Rabadas
É considerado "rabada" toda e qualquer manobra
que se enquadre fora do previsto pelo motorista. Mesmo o fato de que sem
querer o motorista evite um abalroamento, isso pode ser considerado uma
rabada. Mas a diferença é, que os méritos vão
para o motorista, e que uma rabada bem feita, pode alavancar o seu quadro
pessoal, e ser usada de contra senso quando o mesmo for ameaçado
por seus amigos de ser exposto ao ridículo.
E aqui vão algumas
das rabadas:
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Local: Lagoa, descida do morro
do Latitude. Numa tentativa de uma manobra heróica, o piloto perdeu
a aderência da pista, travou as rodas, fritou pneu e foi reto na
curva que desembocaria na estrada para a Joaquina. Além de ter ido
para o meio do mato, (e do barro) o carro trepou em uma pedra, onde sendo
sustentado pela base do motor, não conseguia encostar as rodas de
tração no chão, além de atolar as rodas traseiras,
as que ainda encostavam no chão. Mesmo com a força de seis
pessoas, o carro nem se mexia do lugar. Foi então, que parou uma
Toyota Hilux, 3.0, 4X4, e ofereceu ajuda. Na primeira tentativa, a corda,
(que tinha sido conseguida emprestada em um restaurante, aquele de esquina,
na subida do morro do Latitude) arrebentou. O carro estava mesmo "cravado"
no chão. Para que o carro enfim saísse, a cora teve que ser
trançada em elos, como uma corrente. O engraçado é,
que o cara da Hilux (que estava com a esposa e o filho dentro do carro),
era um tipo "gurizão", e disse o seguinte para nós, que estávamos
meio apavorados: - "Pô cara, isso pra vocês pode tá
parecendo um pesadelo, mas pra mim é altas aventura, massa pra caralho!"
-
Local:
Urubici, Cascata Sete Quedas. Parecia ser uma tarde tranqüila e serena.
Estávamos rodando pelas estradas de barro da pequena Urubici. Estávamos
preparados para tudo, até para subir parede. Claro, estávamos
com uma caminhonete Mitsubishi 4X4. O modelo (que não precisa ser
citado) tinha sido apontado pela revista Quatro Rodas como a melhor caminhonete
para enfrentar atoleiros. Estávamos nos sentindo os super-homens.
Foi quando saímos de uma estrada de barro, e entramos em um campo
aberto, marcado com a trilha de alguns corajosos (como nós) que
já deviam ter enfrentado aquelas adversidades rurais. Primeiro obstáculo:
um pequeno banhado. A 4X4 já estava engatada, assim como a reduzida.
Passamos com facilidade. É importante ressaltar, que um carro de
passeio, qualquer ele que fosse, já teria ficado por ali. Quando
chegamos ao segundo atoleiro, vimos que a coisa não ia dar pé.
Só com trator mesmo. Resolvemos manobrar no meio do mato. O que
ninguém reparou, foi que ao nosso lado, tinha um atoleiro também.
Ao fazer a volta, estercendo a direção para a esquerda e
engatando a marcha ré, caímos direitinho na armadilha da
natureza. Começamos a rir: "- Poxa, até que enfim uma aventura,
isso tava ficando chato! Anda, engata a reduzida e vamos sair daqui!" O
negócio é que a reduzida já estava engatada, e o carro
só patinava. Tentamos sair direta de segunda engatada, assim faz
menos força e não patina tanto. Nada. Só patinava.
Colocamos pedras, paus, galhos, e nada. Chegamos a um consenso: Pedir ajuda.
A estrada principal esta a mais ou menos um quilômetro de distância
dali. Nos separamos e fomos. Começava a escurecer, já era
oito horas, (horário de verão). Só depois de exatos
cinqüenta minutos e com muito esforço, conseguimos um trator.
Um baita de um trator, por sinal. Só a roda traseira era maior que
eu, e olha que eu tenho 1,85. Enquanto o dono o trator mandava o capataz
dele amarrar o carro no trator, o capataz só ficava dizendo: "-
É hoje, é hoje. É hoje que vai pintar aquela gorja
pra tomá uma!" Pô, nós no sufoco e aquele cara só
querendo dinheiro pra tomar cachaça, aí é ruim! Em
fim, tiramos o carro, já era mais noite do que dia. Até chegar-mos
ao sítio onde estávamos, levamos mais trinta minutos. E agora,
vai explicar essa demora pro pai do cara...
-
Local: Praia
da Daniela. Estava eu na casa de uma amiga, quando um outro amigo meu,
do Speed Team, chega com um cara de menor dirigindo. Eu mal conhecia o
cara de vista. Eles saíram dando pau e cavalos-de-pau pelas ruas
da praia. Quando estavam voltando, chegando perto da casa desta amiga,
resolveram puxar outro cavalo-de-pau. Aconteceu que o carro saiu da pista,
que era de barro, e foi cair de lado em uma valeta (funda), que fica paralela
lateralmente as ruas, para a drenar as águas. O carro ficou com
duas rodas para dentro da vala e duas rodas na rua. O carro tinha ficado
meio que atolado, pois não conseguia sair só com a força
própria. Desesperados, os dois pediam ajuda ao mesmo tempo em que
faziam força na lateral do carro para tentar tirá-lo. A turma
que presenciara o fato se mijara de rir, e nada conseguia fazer, enquanto
os dois continuavam a fazer força e implorar por ajuda. O mais bizarro
aconteceu quando os dois, no desespero, fizeram força ao mesmo tempo,
e conseguiram tirar parte do carro para fora da vala. Ninguém acreditava
no que via (o que não faz o desespero).
Local:
Beira Mar Norte, trevo do CIC, direção Sta. Mônica
- Trindade. Estavam ele em direção do centro. Tinha chovido
a algum tempo, mas a pista ainda estava molhada. Os pneus do carro já
haviam passado "um pouco" de meia vida. Uma tentativa sorrateira do motorista
de numa retomada de quinta marcha atingir 130Km/h quase acaba em pizza.
Neste dia, ganharam na loto e não sabiam. O semáforo estava
verde. Melhor ainda para "sentar a cocada", o motorista faria aquilo tudo
direto. O silêncio era geral. Todos hipnotizados pela velocidade
(apesar de não ser alta). Foi quando um dos passageiros disse: "-Cuidado,
tem um carinha furando o sinal!!!" E realmente tinha. Foi aí que
todos tiveram a reação que era necessário começar
a frenagem, pois até então estavam meio que hipnotizados
(esse carro passando tinha sido o "estalo dos dedos" do hipnotizador para
acordar os que estavam hipnotizados). Faltam poucos metros, muito pouco.
Na primeira tentativa, o carro logo travou as rodas, e veio arrastando.
Estava molhado, a velocidade reduzira muito pouco. Na segunda tentativa,
a reação do automóvel foi igual, só que agora
tinha arrastado um pouco mais. A velocidade ainda era muita para contornar
a rótula. A distância diminuía consideravelmente. Uma
terceira e última tentativa. A maior arrastada de todas. Silêncio.
Pânico total. A subida no canteiro da rótula do CIC, em frações
de segundo já era de conformidade de todos, quando, em um ato instintivo,
subconsciente, ainda com os pneus travados, o motorista esterceu um pouquinho
o direção do automóvel, e quando estava muito, mas
muito perto do trevo, ele soltou o pedal do freio. Como um chicote, o carro
descreveu uma curva de 90 graus. As rodas chegaram a passar por cima dos
elementos vazados que ficam no canto da pista para a drenagem da água,
mas não encostou se quer uma pontinha do pneu no meio fio. A manobra
foi tão violenta, que não foi possível continuar o
contorno do trevo, e tiveram que pegar a via que leva às praias
do norte, fazendo a volta só no cemitério do itacorubi. Ninguém
acreditava no que tinha presenciado. Todos começaram a pular e comentar
o que teria acontecido caso não tivessem se safado de tal manobra.
Pararam então no Koxixos, e foram urinar. Exceto o motorista, que
se vangloriava dizendo que tinha feito a galera se mijar.
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