OS INSTRUMENTOS GEOFÍSICOS NÃO FUNCIONAM EM PESQUISA GEOLÓGICA:


EVIDÊNCIAS

Introdução

A pesquisa, cujos resultados são aqui apresentados, foi feita para responder uma pergunta simples: Por quê haviam discrepâncias entre os prognósticos feitos nos prospectos e os resultados obtidos após a perfuração de um poço?
Ao final da pesquisa, verificou-se, não havia um só prospecto que tivesse cumprido os seus objetivos. Previstos rasos as sondas ficavam "penduradas" por falta de capacidade de continuar perfurando. As previsões profundas ficavam rasas e os contatos entre as formações da coluna estratigráfica eram tão fluidas como as profundidades. As "falhas" previstas pelos interpretes não se confirmavam nas perfurações e surgiram muitas pelas interpretações dos geólogos que acompanhavam os poços, sem que elas tivessem sido previstas pelos geofísicos.
Em alguns exemplos mais contundentes (que serão vistos adiante), foram dadas explicações pouco convincentes, especialmente porque culpavam-se as rochas da bacia pelos desacertos que aconteciam. Os instrumentos e os interpretes eram devidamente blindados das falhas que se sucediam.
Entre os poços furados, a despeito de todas as anomalias, muitos acertaram bons reservatórios de petróleo e tal fato fazia desaparecer qualquer crítica que se quizesse fazer aos méritos do método de pesquisa geofísico.
Geólogos, geofísicos e paleontólogos não tinham pontos em comum para chegar ao objetivo de obter cada dia mais petróleo. Os poços secos ficavam nos seus créditos. Os poços com petróleo, descobertos completamente ao acaso, ficavam por conta dos engenheiros de perfuração. Eram eles que brigavam para furar novos poços o que era uma atitude positiva, resultando daí alguns campos novos. Até hoje, já no século XXI, os engenheiros de perfuração de poços daqueles tempos continuam a responsabilizar-se pela parte da exploração junto às companhias privadas, mesmo sem a habiltação para tal mistér.
Em resumo, a sísmica não dava certo; a paleontologia também não e a geologia muito menos. Neste ponto exato reside o defeito principal do estudo da ciência de modo geral: A DISPERSÃO, A FRAGMENTAÇÃO OU A PULVERIZAÇÃO DA CIÊNCIA. Os métodos porfiavam entre si, uma espécie de corrida ou concurso para ver quem era o melhor. Qual deles descobriria mais petróleo. Não havia uma conjunção de esforço, mas uma porfia. O resultado está a vista e não poderia ser outro: A bacia do Recôncavo produziu 170.000 bpd e está reduzida a menos de 50.000, ou menos de 1/3 do seu máximo alcançado no fim dos anos 70.
Foram feitos programas especiais de pesquisa para tentar uma resposta ao intrincado problema do Recôncavo, incluindo alguns rídiculos de apelo à sorte de geólogos e engenheiros do "pé quente" e nunca foi conseguida uma resposta satisfatória para ele.
Particularmente para a sísmica havia uma conclusão:

Não há relação de causa e efeito entre a interpretação dos sinais geofísicos (mapas geofísicos) e a realidade geológica da subsuperfície, por melhor que seja o interprete, o equipamento usado e/ou a técnica empregada.
O volume de pistas obtidas no campo, mostra uma relação 100% inválida, nos poços estudados.
As interpretações são tendenciosas, buscando-se achar formações e estruturas que não existiam distorcendo-se fatos científicos para justificar o método. Ao construir-se o poço constatavam-se os erros e culpava-se as rochas da estrutura da Bacia.
De fato, a raiz do problema situava-se subjacente aos métodos de estudo e ainda não tinha sido detectado. A estratigrafia das rochas que formam a bacia tinha sido definida de maneira defeituosa porque quando o trabalho foi feito (segunda metade do século XIX e parte do século XX) não havia ao menos a idéia da possibilidade dos movimentos tangencias no globo terrestre. Os cientistas daquele tempo, cristãos de modo geral, tinham o mundo como obra de Deus, criado da maneira como o víamos e nada fazia crer que a geografia atual era nova em relação a outra mais antiga. Assim, os pioneiros pensaram que a bacia tinha se formado na atual posição geográfica e que a falha, no seu limite oriental era uma falha normal e tal tradição vem até os nossos dias, sem modificação.
Pensa-se que ela, a bacia, é uma coisa e, na realidade, é outra coisa muito diferente. Por isso, entre os técnicos, há que se inventar contatos, espessuras e outros parâmetros, que não se confirmam quando o poço é perfurado.
A estratigrafia das rochas da Bacia estava equivocadamente posta e, por isso, nada poderia das certo.

História

A pesquisa de petróleo no Brasil foi tratada mais especificamente, após a fundação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP) em 1938. Somente nos anos 40 é que se tomaram providências, tanto para definir como para datar os sedimentos da Bacia do Recôncavo. Os geólogos pioneiros que trabalharam na Bacia na primeira metade do Século XX nomearam as diversas camadas que apareciam na superfície,156 e os primeiros geofísicos formados para atuarem na pesquisa de petróleo completavam seus raciocínios indicando estruturas da subsuperfície, usando aquelas unidades estratigráficas definidas precariamente pelos geólogos. Devido às condições de trabalho daquele tempo, não foi possível fazer uma definição estratigráfica correta. Foi feito o melhor que se podia fazer, mas, infelismente, foi feito de modo incorreto.

Por quê foi cometido o erro?
Porque naquele tempo, tanto não se tinha a mínima idéia do que vinha ser, no campo, uma formação geológica, como não se tinha conhecimento dos movimentos tangenciais ou laterais da crosta terrestre, pois, como dito acima, só eram conhecidos os movimentos radiais, e não se conhecia a origem das montanhas!
Sem conhecer esses detalhes, os métodos, tanto geofísicos como o paleontológico foram induzidos a "achar" e "confirmar" coisas inexistentes dentro da Bacia, configurando um verbete grosseiro entre os técnicos, o chute, quando não se tem ou tinha resposta para determinado problema. Essa é uma atitude muito comum ainda hoje, entre os geólogos e geofísicos da Empresa.
Dessa maneira, não somente a Paleontologia falhou no estudo dos sedimentos das Bacias do Recôncavo e Tucano. Os métodos físicos também nunca funcionaram. Em outras palavras, nem a paleontologia pode determinar e datar os sedimentos, nem a geofísica pode determinar as estruturas em subsuperfície. No primeiro caso porque os fósseis estão misturados ou redepositados ou ainda refossilizados, como se diz em linguagem geológica, e no segundo, porque as estruturas postuladas não existem na subsuperfície da Bacia, registrando-se e interpretando-se apenas anomalias de velocidade das ondas sísmicas devido à textura singular dos clásticos da Bacia, uma conseqüência da sua origem.
De fato e no fundo da questão, a geofísica nasceu de uma adaptação do sismômetro de John Milne<1> (construído para estudar terremotos), para tentar compreender a Geologia da subsuperfície que, ainda hoje, é dificílima, e acabou por se sobrepor à Geologia devido ao grande sucesso alcançado pelos aparelhos nas pesquisas de petróleo feitas no Iran...
A principal função da sísmica é a de determinar a estratigrafia vigente entre as formações, a profundidade do embasamento onde se assentam as rochas portadoras de petróleo, os blocos onde deveria estar armazenado o petróleo, os falhamentos (que formam os blocos), os dobramentos e demais estruturas.
Vamos apreciar os prospectos, as previsões sísmicas e a constatação da realidade das perfurações feitas em diversas áreas do Recôncavo.
Naquele tempo, os principais objetivos para encontrar petróleo eram a formação Sergi e uma areia interpretada dos perfis elétricos chamada de Zona A os quais, eram tidos como refletores dos sinais sísmicos.
Vejamos exemplos notáveis existentes nos arquivos técnicos da Estatal Brasileira.
(Obs: Todas as figuras são clicáveis para ampliação!)

Área de Capianga

O 1-CG-1-BA seria um poço situado sobre uma plataforma rasa segundo os geofísicos. O Sergi seria encontrado a 1.117m e o embasamento a 1.617 de profundidade segundo o prospecto. A sonda que furou o poço tinha capacidade para furar 1.800m. (Veja a primeira figura de cima para baixo, ao lado).
Na tabela abaixo vê-se o prognóstico estratigráfico e o resultado encontrado depois da perfuração.
A sonda furou até 1517m, onde, erradamente, influenciado pela previsão sísmica para a profundidade do embasamento (que o tinha previsto a 1617m), o geólogo encontrou um falso embasamento (um conglomerado cujos seixos incluem fragmentos de rochas ígneas, fato comum neste tipo de bacia). O embasamento, de fato, é muito mais profundo naquela locação, como se verá mais adiante em um poço-teste, o Cabeceiras-1.
A estratigrafia ficou indefinida. Os estratos que foram chamados de Sergí e Aliança são sedimentos infestados com fósseis do tempo Ilhas, mais jovens do que o tempo de sedimentação dessas camadas que formam a Bacia, não podendo por isso serem chamados de Sergi e Aliança. A datação dos sedimentos estava errada.
Para acomodar a estratigrafia achada foi necessário o auxílio de uma falha inventada pelo geólogo, (desde que a sísmica não atinha previsto) que colocou os sedimentos Ilhas contra o Sergi. (Veja a 2a figura). Era uma falha para quebrar o galho como se diz popularmente. A embaraçosa situação fora criada pela informação do laboratório de Paleontologia que tinha determinado a ocorrência de fósseis do tempo Ilhas aos 1100m de profundidade, onde a sonda já deveria estar penetrando o Sergi que é uma areia estéril em fósseis.
De fato, o laboratório da paleontologia continuou a determinar fósseis do Ilhas até o fundo do poço, inclusive no Aliança, o que já não era somente um erro, mas um erro absurdo. Esses absurdos vão culminar no poço de Riachão, quando foi perfurado o embasamento com fósseis do Candeias médio e Aliança.
CG-1:Topos previstos e achados
FormaçõesTopos prev.Topos achados
S.Sebastião+117m+125m
Ilhas+60m-80m
Candeias-440mFalhada
Zona A-920mFalhada
ItaparicaN.Prev.Falhada
Zona BN.Prev.Falhada
Sergi-1000m1104(-980m)
Aliança-1200m1187m(-1062m)
Embasamento-1500m1514m(-1392)
Prof. final1517m1517m
 
 
O geólogo foi censurado pela "falha" e refez a interpretação que se vê na 3a figura. A pendenga só foi dirimida no Rio de Janeiro, com o auxílio do perfil elétrico corrido no poço, como se vê na 4a figura, quando foi totalmente abandonada a informação do laboratório paleontológico. Não foi uma solução correta. Foi uma solução de chefia, tão errada como as anteriores, servindo apenas para terminar a quizila.
O estudo do poço mostra que:

Área de Subauma

Nesta área existe apenas um poço, 1-SU-1-BA construído logo após o pioneiro de Capianga em 1959, ainda um trabalho resultante do mesmo mapeamento sísmico. O poço foi furado sobre a mesma plataforma rasa 7km SW do Capianga. Ver o mapa de situação dos poços.
Segundo as previsões da sísmica, o Sergi deveria ser encontrado a 1610m, e a profundidade total do poço seria de 1630m. Veja o esquema. O poço à esquerda na figura é a previsão feita no prospecto. O da direita é o resultado da perfuração.
O poço, influenciado pela previsão da sísmica, foi furado por uma sonda com capacidade para alcançar 1800m, e alcançou 1896m depois de ter a coluna de perfuração trocada por uma mais leve. (Veja a figura). Mesmo assim houve uma prisão da ferramenta e quase o poço foi perdido. Foi tamponado e abandonado como seco sem ter alcançado quaisquer dos objetivos para que foi programado pois a estratigrafia e todas as previsões sísmicas estavam erradas.
Acentuemos o fato de que todos os erros cometidos na construção do poço, decorreram do erro do mapeamento sísmico que previu a estratigrafia e a profundidade final do poço, em virtude de supor, erradamente, que havia uma plataforma rasa na locação, o que não era verdade. No primeiro poço a profundidade alcançada foi de 1517m e não foi encontrada a "plataforma". Em Subauma a plataforma contendo o Sergi foi prevista bem mais profunda, a 1630m e o poço foi a 1896m e ainda continuou "pendurado" em sedimentos desconhecidos. Constata-se então que:

  1. Os estratos que foram chamados de Sergi e Aliança, como em Capianga, estavam infestados com fósseis mais jovens (fósseis do tempo Ilhas!) que a idade daquelas formações, o que impossibilita de serem chamadas de Sergi e Aliança desmentindo a previsão sísmica feita no prospecto.
  2. À superfície estava o Barreiras em vez do S.Sebastião.
  3. O Itaparica que não fora previsto apareceu, com espessura anormal.
  4. A sonda ficou pendurada em sedimentos desconhecidos limitada pela sua capacidade de perfuração (conseqüência da previsão equivocada feita pela sísmica), e finalmente
  5. A plataforma rasa da previsão sísmica, outra vez, não tinha qualquer validade física!
As reuniões técnicas para apreciação dos resultados do poço, aparentemente só serviam para verificar a ocorrência ou não de petróleo. Não havia quem se importasse se os resultados geológicos tinham ou não sido confirmados. Aparentemente as discrepâncias entre o previsto e o encontrado, não eram importantes e os erros se acumulavam.

Área de Caboclo

Caboclo-1

Nesta área existem dois poços. O primeiro é o 1-CLO-1-BA furado em 1962 para testar uma

"...anomalia do embasamento em forma de nariz estrutural..."
prevista na interpretação sísmica.
Os objetivos principais seriam como sempre, a Zona A e o Sergi que estariam a 502m e 527m respectivamente.
Compare-se na figura ao lado, ou, o que foi previsto, com o que foi encontrado pela perfuração.
A Zona A foi encontrada a 426m e o Sergi a 468m e, diz o geólogo, o poço fora cortado por uma falha neste ponto. O Aliança que não fora previsto, apareceu, e o poço que deveria ter ido até os 550m de profundidade total, furou até 756m, (200m mais baixo!) e ficou pendurado em sedimentos desconhecidos.
Nenhum destes parâmetros existe na locação e a sísmica não pôde determinar, sequer, a existência da falha que tinha cortado o Sergi e ainda, tanto o nariz (sic) estrutural como a plataforma rasa prevista desapareceram de novo.
Vejamos o 20 poço.

Caboclo-2

O segundo poço da área é o 1-CLO-2-BA, uma conseqüência do primeiro poço e ainda um prospecto da sísmica. A falha, (não prevista pela sísmica) que tinha cortado o Sergi no primeiro poço, e que o deixara apenas com a sua parte inferior (sem petróleo), determinava um bloco elevado, onde o Sergi deveria estar com toda a sua espessura e por isso com todo o petróleo da estrutura.
Veja a figura onde está representada a idéia dos interpretes.
No novo prospecto, (parte central da figura), como o bloco a ser furado estava estruturalmente mais alto, a sísmica previu o Sergi aos 450m e a profundidade total do poço seria de 520m. Dessa maneira o segundo poço, encontraria o Sergi bem mais alto, com toda a sua espessura e consequentemente em posição mais favorável para abrigar hidrocarbonetos, segundo as crenças da gerência, como mostrado no esquema.
O prospecto do segundo poço, considerando o deslocamento da falha do primeiro poço, da ordem de 130m (segundo o relatório), previu o Sergi a 450m na segunda locação, quando no primeiro ele foi encontrado a 468m. Essa situação faz o Sergi inferior ficar com 90m de espessura, enquanto o superior, ficaria com 18m apenas.
Furado o poço, (direita da figura) o Sergi foi encontrado aos 637m, 187m mais baixo que a previsão e o poço furou até 780m, parando em sedimentos desconhecidos.
Resultados:


Confrontando os principais parâmetros previstos/obtidos e as suas conseqüências para o raciocínio geológico:
  1. O poço que furaria 70m dentro do Sergi, até os 520m, furou realmente até 780m ou seja, 260m além do previsto dentro do foi chamado de formação Aliança que não fora prevista demonstrando a impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem topos de formações, que nesse caso, tem de ser inventados.
  2. O Sergi da locação continuava com 90m de espessura, que era a mesma medida observada no primeiro poço, o que mostra que ele não fora cortado por falhamento de qualquer espécie demonstrando a impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem qualquer tipo de estrutura, as quais, nesse caso, tem de ser inventadas.
  3. Em vez de alto, aos 450m (-250m) o Sergi foi encontrado quase 200m mais baixo, aos 637m (-434m), o que mostra que a estrutura e o topo do Sergi, mapeado pela sísmica, também eram uma abstração.
  4. A situação estrutural muda para o oposto. A "falha" se existisse, não mergulharia para norte, mas para o sul e o bloco seria baixo e não alto como prognosticou o interprete das informações sísmicas.

Apesar de todas essas irregularidades técnicas contra os mais comezinhos princípio geológicos, não há qualquer documento que evidencie um questionamento dos resultados do poço ou uma explicação dos interpretes da sísmica para os fatos.
Se, por acaso, houvesse sido furado somente um poço, ou se o mesmo tivesse descoberto petróleo novo, qualquer teoria seria aceita como verdade, e a sísmica tomada como uma boa alternativa exploratória, como aconteceu no Iran no início do século XX. Se cotejado com o outro poço, desmonta-se a teoria de ambos os poços.
O poço foi tamponado e abandonado como seco devido aos erros de interpretação das pesquisas sísmicas.

Área de Fazenda Sori

Esta área fica situada imediatamente ao norte dos poços de Lamarão e Rio Joanes, na parte mediana da Bacia. O pioneiro da área 1-FS-1-BA, é mais um prospecto da sísmica.

O poço vai testar uma estrutura de bloco elevado por falhas, com boas possibilidades de fechamento etc...
diz o prospecto. Sua profundidade final será aos 2.600m, mas pede-se uma sonda para perfurar 3.000m de maneira garantir as incertezas dos intérpretes quanto a profundidade.
Vai para o poço uma sonda adequada para atingir a profundidade estipulada pela sísmica. O poço furou até 3.120m ficando pendurada em sedimentos desconhecidos e sem definição, 520m (mais de meio km!) além da previsão sísmica.
O poço no2, 1-FS-2-BA dista do pioneiro, 2.800m e seu prospecto afirma que
...Baseado no mapa estrutural sísmico do topo do Ilhas inferior, a locação está no mesmo bloco do 1-LM-1-BA e em bloco alto relativo ao 1-FS-1-BA.
O poço que inicialmente era para alcançar 3.000m, foi, durante a perfuração, antecipado para terminar aos 2.000m porque àquela profundidade já se estava perfurando sedimentos mais antigos do que os que tinham produzido algum gás no primeiro poço contradizendo o prognóstico feito pelo método sísmico. O poço foi tamponado e abandonado como seco e um dos rádios da pasta do poço diz:
Após a perfilagem constatou-se que o FS-2 situa-se 150m mais baixo que o LM-1 e 70m mais baixo que o FS-1, incoerente com posição estrutural preconizado pela sísmica.

Vale a pena constatar dois pontos:

Área de D.João

O 1-DJX-6-BA é uma locação oriunda do serviço de gravimetria, outro método físico de detalhe.
Este método geofísico previu, na locação, o Sergi a 400m de profundidade.
Não havia apoio por parte da sísmica pois, segundo suas informações, aquela profundidade (da gravimetria) deveria ser pelo menos dobrada (contradição entre os métodos!). De acordo com a sísmica aquela formação estaria, pelo menos, a 800m. Veja a ilustração para compreender melhor a primeira contradição aparecida antes de perfurar o poço.
A sonda furou até 1125m, ou 325m além da previsão sísmica e 725m além da de gravimetria, ficando, mais uma vez, pendurada em sedimentos desconhecidos. A areia que foi chamada, irresponsavelmente, de Sergi foi encontrada a 1044m. O poço, de novo, foi tamponado e abandonado como seco.
Veja na figura a disparidade entre a realidade e as interpretações, sem que alguém com isso se importasse.

Área de Malombê

Área situada no nordeste da Bacia. O pioneiro do campo, 1-ML-1-BA, iria testar uma estrutura delineada pela sísmica situada em área favorável. O poço furaria até o embasamento para fornecer dados estruturais. Os objetivos seriam a Zona A e o Sergi. A Zona A deveria ser encontrada a 1200m de profundidade, o Sergi a 1300m e o embasamento a 1800m. Furado o poço a areia que foi chamada de Zona A foi encontrada a 1.028m; a que foi chamada de Sergi a 1.114 e o embasamento a 1.564m, com uma defasagem para menos de 172, 186 e 236m respectivamente para cada um dos parâmetros da subsuperfície.
O embasamento está erradamente previsto em todas as locações da área. Os sinais sísmicos devem ser interpretados de outra maneira. São anomalias de velocidade das ondas, dentro de clásticos grosseiros, abundantes, especialmente, na margem oriental da Bacia.

Fazenda Campinho de Cima

O poço 1-FCC-1-BA verificou um prospecto delineado pela sísmica no topo da formação Estância, cujos objetivos seriam o Sergi e os arenitos da formação Candeias. Pelo prospecto, a Série Estância estaria a 2.547m de profundidade, conforme a interpretação dos geofísicos.
A perfuração foi encerrada a 3.384m por ter se esgotada a capacidade de perfuração da sonda, diz o relatório final do poço. De fato, a sonda que furou o poço tinha capacidade para furar 3.000m e furou quase 400m além do seu limite e 837m além da previsão sísmica. Ao final do poço verificou-se que na locação:

Apesar dos erros grosseiros, na gerência da exploração nada foi feito para esclarecer o grave erro, nenhum comentário foi feito sobre o assunto.

Área de Curralinho

Em Curralinho, diz o prospecto do poço 1-CRO-1-BA:

< "A previsão da profundidade total desse poço depende da exatidão dos diagnósticos estabelecidos pelas interpretações dos dados sísmicos e geológicos que colocam o embasamento a 1500m e 2110m. Segundo uma e outra interpretação, a profundidade final será de 1280m ou de 1820m após penetrar 50m na formação Sergi."
Foi designada para perfurar o poço a sonda 27, com capacidade para 2.200m.
A perfuração alcançou a profundidade final a 2.174m, quase o limite da capacidade de perfuração da sonda e parou dentro de sedimentos que foram chamados de Sergi e o embasamento não apareceu nem mesmo para a previsão mais profunda!
Ambas previsões - geológica e geofísica - estavam completamente equivocadas e, pior de tudo, confundia-se mais uma vez sedimentos com embasamento, isto é, os interpretes não distinguiam ao menos clásticos dos granitos da base. Uma e outra previsão colocava o embasamento onde só havia sedimentos.

Para não se tornar cansativo poderíamos parar por aqui. Entretanto, vale a pena continuar demonstrando que, quantos poços forem pesquisados, tantos se mostrarão irregulares porque o que a sísmica busca não existe, daí a impossibilidade de ser achado. Então força-se o resultado como se fosse possível modificar os fatos da natureza.
No próximo arquivo mostraremos mais exemplos e o leitor poderá encontrar muitos mais. Generalizando, qualquer poço furado na Bacia, mostrará sempre o mesmo comportamento. Veja aqui mais exemplos do não funcionamento da Geofísica na Bacia do Recôncavo.

Veja aqui mais exemplos do não funcionamento da Geofísica no Recôncavo.

Referências Bibliográficas

1.Milne, John." Encyclopædia Britannica from Encyclopædia Britannica Premium Service.

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