Gênero Cinematográfico
Por
se tratar da adaptação de um conto homônimo da escritora
paulista Lygia Fagundes Telles, "FORMIGAS", o filme,
lança mão de um recurso comum à obra da escritora - e já
utilizado com eficiência dramática, comprovada até na
teledramaturgia - que é a saída pelo realismo fantástico.
Esse gênero aportou no Brasil e encontrou expoentes na
literatura, como a autora supracitada e Murilo Rubião, ou na
teledramaturgia, como Dias Gomes. Tal "aderência" à
nossa cultura deve-se, provavelmente, ao fato de que mesmo sendo
um país continental e diverso culturalmente, o Brasil é um
celeiro de fábulas, que tanto comparecem para socializar aqueles
que possuem ascendência indígena, como para solidificar o
imaginário das crianças citadinas.
É desta dualidade que surge "FORMIGAS". Se por um lado
a trama se desenrola na maior capital do país, por outro, suas
protagonistas são oriundas do interior, onde a tradição oral
povoa a imaginação dos seus habitantes com um vasto e
assombroso conteúdo sobrenatural.
Neste ponto o sonho da cidade grande como depositária de um
saber rigoroso, funde-se ao horror de algumas histórias
infantis, cujos finais apelam para o imponderável.
Portanto, "FORMIGAS", vem representar esse confronto
entre a mentalidade do migrante do interior e os referenciais de
distanciamento e frieza da capital. Tal confronto cria espaços
vazios que tanto podem ser preenchidos por uma demorada
adaptabilidade, quanto podem precipitar uma súbita alucinação.
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