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A minha primeira viagem a bordo de uma locomotiva
Virciado a bordo
Por Deltic
N
ove e meia da manhã. Estação de Campanhã. O movimento na gare é diminuto devido a ser dia de semana e à greve dos manobradores da CP.
Enquanto espero pela chegada do monitor que ia proporcionar a minha primeira viagem a bordo de uma locomotiva, aproveito para tomar um café no bar da estação. Enquanto o tomo, o meu olhar estende-se para além da janela e observa a ténue neblina matinal que se levanta dos carris.
A minha atenção desvia-se para uma figura alta que caminha ao longo do cais e que, ao ver-me, acena e abre um sorriso franco: o maquinista Alves, o monitor (os visitantes habituais do IRC conhecem-no pelo nick: Rasputine).
Depois dos costumes dirigimo-nos ao encontro de alguns dos formandos que já estavam na gare à espera do monitor e, em seguida, atravessamos as linhas até ao resguardo onde estava a locomotiva da série 5600 que nos levará até à Pampilhosa. Enquanto caminhamos são-me fornecidas informações técnicas sobre esta classe de locomotivas, uma verdadeira "Jóia da Coroa" da CP.
Já na cabine, o Rasputine explica o funcionamento de todos os botões e alavancas existentes, incluindo o computador de bordo: "Só lhe falta ter o Windows 95", diz enquanto prepara a ordem de marcha e verifica que todos os sistemas estão funcionais.
Pela minha parte agradeço o não existir o Windows 95 na locomotiva, pois os "bugs" poderiam causar alguns "System Halted" ou "Program will be shut down", o que seria pouco agradável durante a viagem. Sabe Deus já para os aguentar em casa…
Entretanto chegam os formandos, dez ao todo,.
Já com a locomotiva em manobras recebe-se uma chamada do chefe da estação. A locomotiva era necessária para rebocar uma composição até Lisboa. Teriamos de mudar para outra!
A nova locomotiva estava num resguardo no extremo oposto da estação e tinha à sua frente duas locomotivas de manobras e uma diesel que tiveram de ser retiradas.
Repetidas as formalidades, partimos finalmente finalmente em direcção à Pampilhosa, com paragens previstas em todos as estações e apeadeiros, segundo a ordem de marcha.
Passagem pela Ponde de S. João. A vista é magnifica com o Douro, na sua perguiça matinal, a despir-se da fina camada de nevoeiro habitual.
A velocidade máxima permitida nesta viagem é de 100 Km/h. Se este limite fôr ultrapassado o computador de bordo acciona os sistemas de segurança e toma conta do controlo da locomotiva, fazendo parar a composição. E viva a segurança!
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