O POETA E O HOMEM NA ACADEMIA

Pertenço a uma geração que sempre se mostrou infensa às primazias da vida literária acadêmica. Adolescente vivenciei as turbulências do pós-guerra e me incuti de princípios que não davam valor a aparências e convenções. Os autores que lia apontavam para uma modernidade que não permitia diálogo com o academicismo retrógrado. Os amigos com quem convivia empunhavam as mesmas bandeiras; tínhamos mais a ver com os movimentos arrojados do espírito e com a sensações concretas da vida.

No entanto, depois de alguma relutância, aceitei o apelo de amigos diletos e ingressei na Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira 31 como sucessor do poeta Carvalho Filho. Mas ingressei numa Academia cujo desenho cultural já se distanciara daquele das antigas batalhas no campo das idéias. Derretera-se já a pesada maquiagem da mesmice. Não era mais uma vitrina da inteligência, um cartório de registro da imortalidade. Tornara-se algo mais: uma instituição viva, transformada, que reverencia o passado e enaltece o presente, tornando-se um organismo cultural aberto ao debate e à participação, com salutares momentos de convivência. Não me arrependo.




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