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Processo de formação dos recifes e atóis.
Arrecifes de corais são estruturas rígidas, porosas, resistentes à ação das ondas, construídos primariamente por sobreposição e sedimentação de esqueletos de gerações e gerações de corais. Conchas de moluscos e estruturas rígidas de qualquer ser que viva neste ambiente, também podem exercer contribuição significativa para estas estruturas (Schuhmacher, 1978).
O organismo produtor na maioria das comunidades coralinas é uma alga que vive em um arranjo mutualístico com o coral. Estas algas são mantidas próximas o bastante da superfície do oceano para receber luz solar. Os corais são sésseis e requerem movimentação dágua para captarem as pequenas partículas de nutrientes de que precisam. Deste modo, águas rasas os expõem ao movimento das ondas e à luz solar que satisfazem as necessidades primárias para os corais vivos.
Os corais não se desenvolvem bem em águas costais de grande turbidez. A carga de sedimentos inorgânicos aumenta a retenção da luz solar na coluna dágua, comprometendo o desenvolvimento das algas e diminuindo o valor nutricional das partículas orgânicas suspensas capturadas pelos corais. Resumindo, os corais crescem melhor nas regiões oceânicas tropicais, distante da foz de rios e outras fontes de água doce e ao mesmo tempo, expostas a grande atividade de ondas.
Quando as condições encontram-se propícias ao desenvolvimento dos corais, "franjas de recifes" surgem nas águas rasas, margeando uma massa de terra. Por sua vez, os corais existentes na borda exterior do recife, se propagam mais rápido, devido a maior ação das ondas e movimentação dágua e maior distância das fontes de água doce. Como se desenvolve mais em seu lado externo o coral tende a formar nesta direção um semi círculo, o que dá origem mais tarde, em seu estado mais maduro, à barreira de corais. O acúmulo de esqueletos, proporciona o aumento do tamanho da plataforma e assim, o alargamento da lagoa interna que se forma. O maior e talvez o mais belo exemplo deste fenômeno é encontrado na Austrália, nos 200 km ao longo da Grande Barreira de Corais, existente na costa nordeste deste país.
O interior da lagoa formada pelos corais é caracterizada por possuir águas sem grande movimentação, já que se encontram protegidas das ondas e assim, não apresenta condições propícias para seu desenvolvimento, embora haja nutrientes disponíveis o suficiente para nutrir fragmentos de corais que se desenvolvem no fundo da lagoa. Contudo, seu crescimento não é vigoroso como os corais na borda externa do arrecife.
Mas, como você leu acima, os corais se formam em águas rasas, porque necessitam de muita luz solar e temperatura elevada. E os anéis de corais que existem no meio do pacífico e outras regiões, que são registradas como sendo áreas de grandes profundidades oceânicas ? Como se formam? Estes corais são chamados de "atóis" ou recifes de atol. Os corais de atóis do pacífico sul, foram estudados por Charles Darwin que formulou a base teórica para a correta explicação de sua formação, em 1831-1836, quando a bordo da nau Beagle, mapeava as ilhas do pacífico (Weyl, 1970).
Segundo Darwin, ao redor de vulcões no oceano, inicia-se a formação de uma franja de corais (figura 1). Esta franja vai se alargando e com o lento afundamento do vulcão, só ela fica e forma-se então a estrutura denominada atol (figura 1). A maior parte do atol é submersa, mas algumas ondas atuam empilhando esqueletos, formando ilhas pequenas e instáveis. A margem do atol tende a crescer mais larga no lado do barra-vento por causa da maior atividade das ondas, que chegam levando nutrientes. Um corte típico de um atol é mostrado na figura 2.
a b c
Figuras - Teoria de formação de atóis segundo Darwin. A primeira figura (1) representa observação superior da estrutura. A segunda, representa um corte da mesma (2) .Em "a", a ilha vulcânica apresenta-se margeada por um recife. Em "b", o vulcão já não é ativo e diminui seu tamanho (afundamento), enquanto o coral se desenvolve. Em "c", a formação coralina está completa e suspensa, enquanto que o vulcão desapareceu.
Esta teoria de Darwin, foi confirmada a partir de 1952, quando sondas encontraram rocha basáltica nas ilhas Marshall, a profundidades entre 1250 e 1400m. O achado indica que já a 60M de anos atrás, aquelas ilhas teriam iniciado sua formação.
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