Habitats Artificiais para Peixes - Histórico de seu uso no Japão

Habitats Artificiais para Peixes

Histórico de seu uso no Japão

O uso dos habitats artificiais para peixes tinha inicialmente, objetivo único de incrementar a produtividade pesqueira e era muito comum nos países onde a pesca representa ou representava uma das principais fontes de alimento e ou renda. O país pioneiro na construção destas estruturas foi o Japão. As primeiras estruturas construídas no Japão, datam do início do século XVIII.

Como em vários outros países do mundo, o uso dos habitats artificiais no Japão mudou muito do início do século XVIII para cá. Stone et al. (em Seaman, 1991 - ver referências) identifica registra discute sobre três fases de desenvolvimento do uso de estruturas artificiais para pesca no Japão.

A primeira fase marca o uso destas estruturas, em pequena escala e dependente de material de oportunidade (Era Kansei). Registros indicam que o início do uso destas estruturas foi casual e derivada de observações de pescadores que pescavam próximo a navios afundados. Quando estes navios se deterioraram, a pesca reduziu muito seu volume e alguns dos peixes preferidos desapareceram. Os pescadores decidiram então, afundar grandes armações de madeira com sacos de areia, afim de terem disponível novamente, pescaria farta e os peixes de maior preferência. Três meses após o afundamento das armações, os pescadores voltaram a ter pesca farta e diversificada. Após atestarem seu sucesso, o uso de habitats artificiais para pesca difundiu-se pelo Japão.

A segunda fase iniciou-se após a II Guerra Mundial. Para incrementar o uso de proteína na dieta da nação, o governo promoveu, principalmente através de subsídios, o desenvolvimento da indústria pesqueira e a construção de habitats artificiais para peixes. A estrutura tipicamente construída no Japão, levava o nome de Tsukiiso (que significa rochedo posicionado pelo homem na região costeira). Estas estruturas consistiam simplesmente de rochas e barcos afundados no fundo do mar para atrair os estoques pesqueiros que viviam nos recifes naturais. Em 1954, iniciou o programa do governo que foi chamado de Gyosho (que significa recife de pesca) que utilizou recifes construídos com blocos de concreto. As unidades dos recifes eram contudo, de damanho pequeno (1,0 a 1,5m ou 1,0 a 1,8m) e o tamanho dos recifes construídos não passava dos 500 metros cúbicos. A partir de 1958 o programa se expandiu e iniciou-se a construção de grandes recifes. Oh-gata (que significa recife de grande tamanho) foram utilizados como uma nova categoria de recifes, cujo tamanho excedia 2500 metros cúbicos. Contudo, também surgiram os Nami-gata (que significa recife de escala ordinária) que apresentavam dimensões muito menores. O primeiro foi utilizado sobretudo para pesca em grande escala e o segundo para comunidades de pescadores. Estima-se que cerca de 920.000 metros cúbicos de Nami-gata e 1.320.000 de Oh-gata foram instalados em 3427 e 439 localidades respectivamente, isto no período compreendido entre os anos de 1962 e 1970. O governo investiu 10 bilhões de yen.

A terceira fase do programa de desenvolvimento japonês, iniciou-se em 1974 com a aprovação do "Ato de Desenvolvimento de Pesca Costeira". Em 1975 foi então instaurado o Programa de Construção de Recifes Artificiais para a Pesca Costeira, que desenvolveu estruturas para "criar" áreas de pesca onde não havia nenhuma. Agora, os recifes artificiais são grandes, são comparáveis com os recifes naturais. São pelo menos 20 vezes maiores que os Oh-gata. Cada nova região de pesca, teve o custo aproximado de 3 a 4 milhões de dólares. O governo financiou 70% do projeto.

Entre 1976 e 1987 o governo japonês construiu aproximadamente 1,4 milhões de metros cúbicos de recifes de pesca. No ano de 1988, o governo propôs o investimento de 150 milhões de dólares para construir mais 2,2 milhões de metros cúbicos de recifes de pesca. No total, em dois planos de pesca entre 1976 e 1988, o governo japonês investiu 750 milhões de dólares.

*dado não preciso

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