plani2.gif (3759 bytes)A PLANÍCIE DE ALÉTHEIA

Contribuição para a (re)construção teórica de uma epistemologia de síntese e para a compreensão dos fundamentos paradigmáticos do agir e do fazer comunicativos em ciência política. (Eduardo Dutra Aydos:Tese de Doutorado, UFRGS, 16/12/98)

RESUMO
Síntese da proposta paradigmática

No âmbito de uma reflexão sobre a crise do cientificismo contemporâneo, identifica-se, na convergência teórica dos modelos conceituais da ação social de Parsons e do agir comunicativo de Habermas, com a lógica triádica de Peirce, um modelo paradigmático para a formalização de uma teoria do modo de produção do saber.

A epistemologia de síntese visualiza três Campos de Atualização do Saber [cujas dimensões essenciais são: compreensão, fundamentação e reconstrução] e três Interesses Epistemológicos [correspondendo aos conceitos clássicos de théoria, poiésis e práxis], de cuja interação resulta uma divisão funcional do saber, que inclui: a semiótica transcendental; a epistemologia de síntese; a hermenêutica; a heurística; a ética e a política. Ao mesmo tempo, e numa perspectiva construtivista, o modelo paradigmático identifica as quatro grandes dimensões de uma divisão estrutural do saber, na religião, ciência, filosofia e arte. Finalmente conceitua-se uma terceira divisão praxiológica do saber, onde se inscrevem a técnica, a educação e a terapia.

A validação do modelo proposto oportuniza uma análise da crise paradigmática contemporânea e da ancoragem do novo paradigma nas concepções triádicas de Hegel, Marx, Freud, Jung e Kuhn, entre outros. Recolocam-se, em perspectiva, os três paradigmas da Filosofia Primeira, que suscedem à dominância da realidade objetiva em Aristóteles, da razão subjetiva em Kant e da representação sígnica em Karl-Otto Apel. E, no prospecto da sua demonstração, o modelo paradigmático é utilizado como instrumento de resgate e reconstrução teórica do saber que subjaze às cosmovisões mitopoéticas da Grécia arcaica e clássica. Finalmente, três campos de aplicação da epistemologia de síntese são explorados, lançando-se as bases para uma fundamentação paradigmática da ciência política, para a construção teórica de uma psicopatologia do social e para uma análise comparada de três grandes tradições das religiões profundas: a filosofia religiosa hindu, a teogonia hebraico-cristã e os arcanos de umbanda.

Aplicações do modelo paradigmático

No modelo paradigmático, a ciência política é visualizada como o estudo do processo de democratização da formulação de políticas, nucleado em torno de quatro grandes questões: a prevenção da tirania; a implementação da política pública; a construção da soberania e a engenharia do consenso. A conformação dos interesses epistemológicos neste campo [da governabilidade, da credibilidade e da racionalidade] dá lugar aos três grandes enfoques da ciência política contemporânea [respectivamente: solução de problemas, comportamento político e cultura política]. E a conceituação das três praxiologias que lhes correspondem [como liderança, negociação e administração], resgata para uma compreensão articulada do campo de estudos da ciência política os conceitos tradicionais da decisão estratégica, tática e operacional.

A ponte para uma elaboração teórica sobre a psicopatologia, articula, no modelo paradigmático, concepções de Freud, Turner, Kohlberg e Mendel. Deriva-se a compreensão da psicopatologia do social, como a tragédia decorrente da frustração do nível político, na construção da consciência moral. Os vetores dessa tragédia são identificados como obstáculos epistemológicos, que são trabalhados numa dupla caracterização - na vida política e na teoria do conhecimento - constituindo os pares conceituais de: fundamentalismo-epistemicídio; fascismo-parricídio+filicídio; malthusianismo-genocídio; corporativismo-fratricídio; cientificismo-ecocídio; autoritarismo-suicídio. De outro lado, identifica-se, como indicativo de défices no processo de construção das estruturas da personalidade e das instituições sociais, um complexo de quatro patologias individuais-sociais, que se visualizam nas correspondências conceituais de: autismo-ditadura; paranóia-miséria; depressão-impunidade; esquizofrenia-cinismo. A articulação desses conceitos, numa visão integrada do processo da corrupção do poder, é abordada numa análise da tragédia shakespeareana que desvela o Síndrome de MaKBeTh.

Finalmente, um exercício de aplicação do paradigma da epistemologia de síntese às tradições da filosofia religiosa hindú, à teogonia hebraico-cristã e aos arcanos de umbanda, permite identificar todo o seu potencial para o resgate dos conteúdos de saber que nos têm sido legados pela tradição das religiões profundas. Fecha-se aqui o círculo de uma investigação que pretendeu reconstruir-se como um elo de ligação entre as linguagens diferenciadas e os respectivos ethos, que tem inviabilizado o diálogo entre o conhecimento científico e as demais formas do saber - na filosofia, na religião e na arte - que lhe são tão complementares, como necessárias ao empreendimento eficaz e conseqüente da auto-reflexão comunicativa.

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"A Planície de Alétheia"
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 PRÓLOGO e INTRODUÇÃO * - 177 kb.

PARTE I - Considerações sobre a conseqüência epistemológica de um novo paradigma da Filosofia Primeira PARTE II - Epistemologia de Síntese Parte III - Especificações do modelo paradigmático - Estudos de epistemologia especial: ciência política, psicopatologia e religião
1.Sobre a compreensão participativa da epistemologia em situação de sala de aula* - 312 kb 4. Sobre a convergência teórica na formulação paradigmática da epistemologia de síntese* - 233 kb 7. Sob o Signo de Janus... a emergência da síntese epistemológica em ciência política (P) - página html.
2. Sobre a crise e reconstrução paradigmática na epistemologia contemporânea* - 184 kb 5. A conformação dos saberes na síntese epistemológica* - 501 kb 8. Síndrome de MaKBeTh - a formação da consciência moral e o paradigma da patologia do poder (P) - página html.
3. Sobre a fundamentação paradigmática na epistemologia de síntese* - 141 kb 6. O resgate de uma cosmovisão mitopoética na epistemologia de síntese* - 642 kb 9. O paradigma ancestral na epistemologia da religião (P) -arquivo PDF. - 402 kb.
7. PÓS ESCRITO: Uma referência necessária sobre o diagrama heurístico na figuração do modelo paradigmático da epistemologia de síntese* - 78 kb
(P) Versão preliminar, dos volumes II e III da trilogia: Epistemologia de Síntese. Atualmente em fase de revisão e complementação. Uso restrito para debate com o autor, pede-se não citar ou reproduzir.
BIBLIOGRAFIA* - 37 kb
* Versão revista em 26/06/2000 - No prelo, sob o título: "A PLANÍCIE DE ALÉTHEIA: Contribuição para a (re)construção teórica de uma epistemologia de síntese." Coleção Academia-Humanas, vol.nº 4 - IFCH/Editora da Universidade/UFRGS

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