México
Copa do Mundo de 1970

Classificação

1. BRASIL
2. Itália
3. Alemanha Oc.
4. Uruguai
5. URSS
6. México
7. Peru
8. Inglaterra
9. Suécia
10. Romênia
11. Bélgica
12. Israel
13. Bulgária
14. Marrocos
15. Tchecoslováquia
16. El Salvador

Brasil faz festa mexicana

Acolhida carinhosamente pela torcida, seleção exibe futebol-arte em seis vitórias

A Seleção da Copa
GOLEIRO: Maier (Alemanha)
LATERAIS: Cooper (Inglaterra)
Carlos Alberto (Brasil)
ZAGUEIROS: Beckenbauer (Alemanha Oc.)
Cera (Itália)
MEIO-CAMPO: Rivelino (Brasil)
Gérson (Brasil)
Clodoaldo (Brasil)
ATACANTES: Muller (Alemanha)
Pelé (Brasil)
Jairzinho (Brasil)
Artilheiro
Muller (Alemanha) - 10 gols
Desacreditada em seu país, contrubada pela troca de treinadores, a seleção brasileira acabou formando no México um grupo unido de grandes jogadores que trouxe o tricampeonato.
O ambiente no México era totalmente favorável aos times latino-americanos. Além do ânimo festivo da torcida local, havia uma vontade de dar o troco aos europeus, que dominaram a Copa de 66.
A primeira fase não teve surpresas. Todos os times que já tinham o título mundial passaram as quartas-de-final: Itália, Uruguai, Inglaterra, Alemanha Ocidental e Brasil.
Num jogo emocionante, os alemães venceram os ingleses por 3 a 2, com o gol decisivo saindo só na prorrogação. O Brasil venceu o Peru por 4 a 2, o Uruguai bateu a URSS por 1 a 0 e a Itália fez 4 a 1 no time da casa.
Nas semifinais, o Brasil foi "adotado" pela torcida mexicana e passou pelos uruguaios, 3 a 1. No outro jogo, a Itália venceu a Alemanha por 4 a 3.
Na final, o Brasil derrubou a Itália por 4 a 1 e o campo do estádio Azteca foi invadido pela torcida. Os mexicanos arrancaram dos ídolos brasileiros as camisas, chuteiras, meias e até os calções.
Pelé ganhou uma placa no estádio, que enaltece o futebol brasileiro como "um exemplo para a juventude do mundo".

Números da Copa
Jogos: 32
Gols: 95
Média de Gols: 3,0
Participantes: 16
Média de Público: 52.312
Números da Final
Brasil
Itália
Escanteios Conquist. 4 7
Chutes à Gol 28 24
Faltas Cometidas 12 24
Passes Errados 50 56
Desarmes 21 17
Posse de Bola 60% 40%
Tempo de Jogo
91' 24''
Bola Rolando
52' 25''

A Final

BRASIL - 4
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson, Pelé e Rivelino; Jairzinho e Tostão. Técnico: Zagalo.

ITÁLIA - 1
Albertosi; Burgnich, Facchetti, Rosato e Cera; Bertini (Juliano), Domenghini e De Sisti; Mazzola, Boninsegna (Rivera) e Riva. Técnico: Valcareggi.

Local: Estádio Azteca (Cidade do México)
Juiz: Rudolf Glockner (Alemanha Or.)
Gols: Pelé aos 18min e Boninsegna aos 37min do primeiro tempo; Gérson aos 20min, Jairzinho aos 25min e Carlos Alberto aos 41min do segundo tempo.
Destaque do Jogo: Gérson (Brasil)

Brasil: Saldanha monta o time de Zagalo

Brasil (campeão)
Titulares
Posição
J
G
Félix
Goleiro
6
-
Carlos ALberto
Lateral
6
1
Brito
Zagueiro
6
-
Piazza
Zagueiro
6
-
Everaldo
Lateral
5
-
Clodoaldo
Meio-Campo
6
1
Gérson
Meio-Campo
4
1
Pelé
Meio-Campo
6
4
Jairzinho
Atacante
6
7
Tostão
Atacante
6
2
Rivelino
Atacante
5
3
Reservas
Ado
Goleiro
-
-
Leão
Goleiro
-
-
Marco Antônio
Lateral
2
-
Baldochi
Zagueiro
-
-
Fontana
Zagueiro
1
-
Joel
Zagueiro
-
-
Zé Maria
Lateral
-
-
Dario
Atacante
-
-
Edu
Atacante
2
-
Paulo César
Atacante
1
-
Roberto
Atacante
2
-
Técnico: Zagalo
Zagalo ganhou o tri com o time de João Saldanha. Otécnico das eliminatórias, com suas "feras", classificou facilmente o Brasil para a Copa, mas não resistiu no cargo até a viagem ao México.
A Campanha do Campeão
Eliminatórias
06/08/69 Colômbia 0 x 2 Brasil
10/08/69 Venezuela 0 x 5 Brasil
17/08/69 Paraguai 0 x 3 Brasil
21/08/69 Brasil 6 x 2 Colômbia
24/08/69 Brasil 6 x 0 Venezuela
31/08/69 Brasil 1 x 0 Paraguai
Oitavas-de-Final
03/06 Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia
07/06 Brasil 1 x 0 Inglaterra
10/06 Brasil 3 x 2 Romênia
Quartas-de-final
14/06 Brasil 4 x 2 Peru
Semifinais
17/06 Brasil 3 x 1 Uruguai
Final
21/06 Brasil 4 x 1 Itália
Maus resultados em amistosos, atritos com o poder político e o temperamento irascível de Saldanha acabaram por derrubá-lo.
O Médico Lídio Toledo dizia que Pelé tinha miopia. Tostão, com problemas na retina causados por uma bolada, tinha a carreira ameaçada.
Após ter sido criticado por Yustrich, técnico do Flamengo, Saldanha invadiu armado a concentração do clube.
Dias depois, a seleção empatou com o Bangu em 1 a 1. Pelé foi barrado para o amistoso contra o Chile, no Morumbi.
Em 17 de março, João Havelange, presidente da CBD, anunciou a dissolução da comissão técnica. "Não sou sorvete para ser dissolvido", rebateu Saldanha. Era seu fim como técnico.
No dia seguinte, Dino Sani (Corinthians) e Oto Glória (América) foram sondados para dirigir a seleção, mas o escolhido foi Zagalo (Botafogo).
Sua primeira atitude foi convocar cinco jogadores, entre eles Dario, imposição do presidente Médici. Zagalo alegou que o convocara como artilheiro da Taça de Prata de 1969.
Dario não entrou em campo na Copa. O Brasil ganhou com um time parecido com o que Saldanha havia montado.

"A alegria é indescritível"

Os números do Brasil
Jogos: 6
Gols Pró: 19
Gols Contra: 7
"Zagalo achava que precisava na frente de um jogador para concluir como o Roberto Dias ou o Dario.
Eu estava há seis meses sem jogar, pela operação no olho. Não é verdade que eu não podia cabecear a bola. Seria um absurdo eu jogar a Copa sem condições de cabecear.
Mas ele só se convenceu de que eu era titular depois da minha jogada no gol contra a Inglaterra.
Estava 0 a 0. Quando vi Roberto se aquecendo, a bola chegou pra mim. Como eu ia sair, aquilo me deu mais coragem e força para tentar uma jogada individual.
A alegria de ganhar a taça é indescritível. Lembro que, na final depois do terceiro gol, joguei o resto do tempo chorando."

Tostão, sobre os problemas em 70

Curiosidades

Ataque 50
Toda a linha de frente titular do Brasil jogava com a camisa 10 em seus clubes: Jairzinho (Botafogo), Gérson (São Paulo), Tostão (Cruzeiro), Pelé (Santos) e Rivelino (Corinthians). Quando chegou a hora da inscrição do time para a Copa, ninguém questionou a primazia de Pelé.

Herói alemão
Na semifinal Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental, o famoso duelo de 1 a 1 nos 90 minutos e cinco gols na prorrogação, Frans Beckenbauer terminou a partida jogando como braço direito atado ao peito. O time já havia efetuado as duas substituições quando o alemão se machucou.

A Frase

"Ele tentou o gol mais bonito que eu já vi. Digo que eu não vi."

De Pedro Carbajal, locutor mxicano, depois de Pelé tentar o gol do meio campo contra a Tchecoslováquia e errar o chute por centímetros.



voltar 1