Argentina
Copa do Mundo de 1978

CLASSIFICAÇÃO
1º - Argentina
2º - Holanda
3º - BRASIL
4º - Itália
5º - Polônia
6º - Alemanha Oc.
7º - Áustria
8º - Peru
9º - Tunísia
10º - Espanha
11º - Escócia
12º - França
13º - Suécia
14º - Irã
15º - Hungria
16º - México
ARTILHEIRO
6 gols - Kempes (Argentina)

Argentina vence, com ajuda

Com erros de arbitragem e a polêmica goleada sobre o Peru, time de casa leva o título

Os números da Copa
Jogos: 38
Gols: 102
Média de gols: 2,7
Participantes: 16
Média de público: 42.374
Para muita gente, o Mundial de 78, Na Argentina, foi a versão latina da Copa de 66 na Inglaterra: um torneio em que as más arbitragens e a suspeita de "marmelada" marcaram o título dos donos da casa.
No grupo A das semifinais, a Holanda venceu austríacos e italianos e empatou com a Alemanha, na repetição sda decisão de 74. Foi o suficiente para garantir a segunda final consecutiva para o "carrossel holandês", já sem seu ídolo maior, Cruyff.
No grupo B, a Argentina bateu a Polônia (2 a 0) e depois empatou sem gols com o Brasil, na violenta "batalha de Rosario". Para chegar à final, precisava vencer o Peru por quatro gols. Fez mais. O placar de 6 a 0 até hoje levanta suspeita de suborno. O regime militar queria o título de qualquer maneira e o goleiro peruano Quiroga, até então o melhor da Copa, era argentino.
A Seleção da Copa
GOLEIRO: Fillol (Argentina)
LATERAIS: Olguín (Argentina)
Tarantini (Argentina)
ZAGUEIROS: Passarela (Argentina)
Amaral (Brasil)
MEIO-CAMPO: Cerezo (Brasil)
Ardiles (Argentina)
Platini (França)
ATACANTES: Kempes (Argentina)
Rep (Holanda)
Zico (Brasil)
Na final, 1 a 1 no tempo normal, com a Holanda mandando a bola na trave de Filol no último minuto. Na prorrogação, mais dois gols argentinos que garantiram o título.
O atacante Mario Kempes, autor de seis gols, foi festejado como o astro da competição. O adolescente Maradona, cortado pelo técnico Menotti antes do Mundial por ser "muito jovem", só assistiu.

Brasil: "Campeão moral" fica em terceiro

A seleção voltou da Argentina sem derrota na Copa e apenas com o título de "campeã moral", outorgado pelo próprio técnico Cláudio Coutinho. O treinador foi muito criticado por suas teorias, que incluíam termos rebuscados como "ponto futuro" e "overlapping", termos que descreviam a jogada em que o lateral ultrapassa o ponta para cruzar, viraram as palavras da moda.
Na estréia, contra a Suécia, 1 a 1. Zico ainda fez um gol no último instante, de cabeça, após escanteio, mas o jogo com a bola no ar.
Após o 0 a 0 contra a Espanha, o presidente da CBD, almirante Heleno Nunes, exigiu alterações na equipe.
A Campanha do Brasil
Eliminatórias
20/02/77 Brasil 0 x 0 Colômbia
09/03/77 Brasil 6 x 0 Colômbia
13/03/77 Brasil 1 x 0 Paraguai
20/03/77 Brasil 1 x 1 Paraguai
14/07/77 Brasil 8 x 0 Bolívia
Primeira Fase
03/06 Brasil 1 x 1 Suécia
07/06 Brasil 0 x 0 Espanha
11/06 Brasil 1 x 0 Áustria
Segunda Fase
14/06 Brasil 3 x 0 Peru
18/06 Brasil 0 x 0 Argentina
21/06 Brasil 3 x 1 Polônia
Disputa do 3o Lugar
24/06 Brasil 2 x 1 Itália
Entraram Jorge Mendonça e Roberto nos lugares de Zico e Reinaldo. O time melhorou um pouco e derrotou a Áustria por 1 a 0, gol de Roberto, e passou à segunda fase.
A equipe deslanchou, então, vencendo o Peru (3 a 0) e a Polônia (3 a 1) e empatando com a Argentina na "batalha de Rosario" (0 a 0).
O Brasil ficou a um passo da final. Bastava que a Argentina não derrotasse o Peru por 4 a 0 ou mais. O jogo acabou 6 a 0. O Brasil teve que engolir as supeitas de suborno.
Ficou com o terceiro lugar, ao vencer por 2 a 1 a Itália, com um gol belíssimo de Nelinho – um tiro que enganou o goleiro italiano Zoff pela incrível curva descrita pela bola.

"Tínhamos fé em nossas chuteiras"

"Quem fala que o Peru facilitou as coisas não merece o menor respeito. Uma declaração dessas só pode partir de alguém que não acompanhou o jogo, ou de alguém com o coração cheio de rancor. Todos os jogadores assistiram pela TV ao jogo do Brasil contra Polônia. Gritávamos feito loucos. A cada gol brasileiro, lamentávamos os gols perdidos em Rosario.
Quando o jogo contra o Peru começou, cada argentino colocou muita fé em suas chuteiras. Sabíamos que não seria fácil vencer Quiroga quatro vezes. Mas fiz 1 a 0 e Tarantini marcou o segundo.
No vestiário, conversamos. Nossa missão era manter o mesmo ritmo. Entramos para matar. Com mais dois gols nos primeiros cinco minutos, cumprimos nossa tarefa. O Peru se desencantou e completamos 6 a 0. Sem trapaça, mas com muita força em nossas almas."

De Mario Kempes, artilheiro da seleção argentina

Curiosidades

Superaquecimento
Uma das imagens mais lembradas da Copa foi o demorado aquecimento de Jorge Mendonça para entrar contra a Espanha. Coutinho mandou o jogador se preparar no início do segundo tempo, mas o atleta só entrou aos 38 min.

Coração fraco
Um torcedor argentino teve um infarto nas arquibancadas durante a final. Foi no último minuto do tempo regulamentar quando Rensenbrink chutou a bola na trave direita de Filol. O torcedor, de 49 anos, foi socorrido e se recuperou para festejar.

A Frase

"Caímos de pé"

De Ramon Quiroga, goleiro peruano que tomou seis gols da Argentina



voltar 1