"Guia do Diabético - O Guia do Diabético foi criado pelas Regiões Europeias da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Federação Internacional de Diabetes (IDF) para a Declaração de St Vincent e adoptado, em Portugal, por diabéticos, médicos, enfermeiros e farmacêuticos, com o fim de promover a co-responsabilização dos diabéticos no seu tratamento, a ligação entre os profissionais nele envolvidos e a melhoria dos cuidados de saúde ao diabético.
Utilização do Guia - A utilização do Guia facilita, sobretudo, a troca de informações importantes entre o diabético e a sua equipa de saúde e, também, com a sua família e todos os que se preocupam com o seu bem-estar, ajudando-o a compreender, com maior clareza, os objectivos e métodos do seu tratamento. O Guia deve conter os registos actualizados dos dados de observação, problemas de saúde, medicamentos necessários, objectivos anuais de tratamento e exames, e seus resultados, realizados em cada trimestre.
Equipa de Saúde - Compete aos elementos da equipa de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, dietistas, psicólogos, farmacêuticos e outros) o esclarecimento do diabético para a autovigilância e autocontrolo, através de informação, suporte e tecnologia necessários para que possa tomar conta de si próprio e viver a vida da forma que escolher.
Exames - Os exames, incluidos no Guia, são indispensáveis à prevenção, diagnóstico atempado e controlo das complicações da doença, que todos queremos evitar, facilitando a informação a longo prazo e a intervenção adequada, sempre que necessário. Por esta razão, o diabético deve trazê-lo sempre consigo e assegurar-se que é preenchido quando é observado.
Responsabilidade do Diabético - Qualquer diabético pode levar uma vida normal, saudável e longa, tomando conta de si próprio (autocuidado), através da aprendizagem contínua acerca da sua diabetes. Como diabético tem a responsabilidade de saber o que deve fazer e o que deve estar disponível, para que os profissionais de saúde o ajudem a autocuidar-se."
(do texto introdutório do Guia do Diabético)
Eu acho que o Guia é um instrumento muito útil, mas parece que nem toda a gente está de acordo. Eis algumas críticas que tenho ouvido a colegas insuspeitos:
1. Demora demasiado tempo a preencher.
É relativo: se já
se tem o hábito de preencher a folha de avaliação
de qualidade DiabCare, o tempo para preencher o guia, e sobretudo
se já não é a primeira vez, é ridículo.
Agora a sério (falo por mim) o que demora tempo é
discutir e estabelecer objectivos adaptados à pessoa, obtendo
consenso, ou concordância, e motivação para
passar à prática. Suponho que é essa a tarefa
do profissional de saúde, com guia ou sem ele. Ficar escrito
e na mão do sujeito (em sentido próprio) só
pode constituir vantagem.
É muito complicado determinar objectivos adaptados! Ver
até que ponto foram conseguidos ajuda a negociar melhor
na vez seguinte. A realidade é muitas vezes dura, mas é
o que é. Propor a lua é inútil ou mesmo prejudicial:
desmotiva.
2. Ninguém preenche.
Já tenho de facto recebido muitos
guias em branco. Isto devia ser motivo suficiente para rever a
maneira como estão a ser entregues aos utentes.
O portador do guia pode ser o principal agente (e deve). Motivá-lo
para preencher a sua parte e para solicitar aos vários
profissionais que preencham a que lhes compete é tarefa
nossa (dos profissionais).
3. Os doentes não compreendem
a sua utilidade.
Alguns talvez. Mas podemos sempre
voltar a conversar sobre o assunto.
4. Os dados são confidenciais
e ficam ao alcance de qualquer pessoa.
Só daquelas a quem o portador
mostra o guia. Um ajudante de farmácia tem o mesmo compromisso
de sigilo que um auxiliar de acção médica
que anda com processos de doentes na mão.
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