Na manhã da consulta de diabetes, eu chegava à sala de espera e dizia mais ao menos isto:

- Senhores diabéticos que queiram assistir à aula!

Umas quatro a oito pessoas levantavam-se das cadeiras e seguiam-me até uma sala onde eu tinha disposto as cadeiras, o ecrã e a máquina de projectar diapositivos.

Podiam ter mais ou menos este aspecto:

Um(a) educador(a)?

Comunicação unidireccional: não me permite escutar nem trocar informação. Nada me garante que o que eu estou a dizer vai ser ouvido, memorizado, compreendido, e, ainda menos, posto em prática.

Transmitir não ajuda a aprender (ver: Competências relacionadas com o tratamento 1).

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3

4

Geralmente, mais de metade eram meus doentes, o que não me levantava questões, e até me facilitava as coisas: permitia alguma interacção.

A "aula" consistia numa apresentação de diapositivos sobre vários assuntos: fisiopatologia da diabetes, alimentação, exercício físico, hiper e hipoglicemia, autovigilância, cuidados com os pés, e, se bem me recordo, complicações tardias. No fim, as pessoas agradeciam, diziam que tinham gostado muito, e íamos todos às nossas vidas: os doentes para a sala de espera e eu fazer a consulta.

 UM GRUPO?

Pessoas diferentes, com histórias diferentes, problemas diferentes, interesses e prioridades diferentes, objectivos diferentes.

O que ficou da "aula":

1 - Fui lá, por isso a doutora ficou contente comigo e não me vai ralhar na consulta

2 - Mais uma manhã perdida!

3 - a hi...perglicemia trata-se com açúcar... Ou será o contrário?

4 - Vou ficar cego