Janeiro/2002
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Reaprender a rezar
São Pio Décimo (X) o Papa da Eucaristia, dizia que de nada adiantava criar igrejas e altares, se não se cuidasse da boa imprensa.
Palavras sábias e sensatas, verdadeiramente de vida eterna, pois pronunciadas por um Santo Pontífice.
Em termos de Sociedade de São Vicente de Paulo temos tido felizmente, um bom crescimento em termos de órgãos de comunicação, como jornais, revistas, boletins, resenhas, circulares e agora modernamente a internet, sem que nos esqueçamos de rádios e até programas televisivos.
Mas no momento em que lembramos desse Papa, oportuno insistirmos em uma tese por sinal defendida nos Encontros e Congressos de Mídia da Sociedade e da Família Vicentina— a evangelização.
Preocupa-nos e muito os parcos conhecimentos religiosos de um bom número de vicentinos. Desaprenderam ou nunca aprenderam os principais rudimentos da Igreja Católica Apostólica Romana.
Coisas assim como os mandamentos da Lei de Deus, ou da Igreja , Obras de Misericórdia e obrigações mínimas impostas a nós, são solenemente desconhecidas.
E agora, assalta-nos uma preocupação maior — são os que não sabem mais rezar o Pai Nosso e a Ave-Maria ou distinguirem a celebração de uma missa da celebração da palavra, dirigida por um leigo.
Pode parecer exagero, mas basta apurar os ouvidos e ouvir como estão sendo recitadas estas orações que por lógica vieram do berço, aprendidas no colo da mãe, ou informações sobre esta ou aquela celebração, para constatar-se a dura realidade.
Diz um: a missa foi celebrada pelo ministro fulano. Diz outra rezando a Ave –Maria: ... bendito é o fruto de nosso ventre, Jesus.
Pelo que consta, Ministro Extraordinário de Eucaristia não celebra missa e a na oração a expressão correta é : bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Enquanto isso, um bom número de Conferências preocupa-se ainda em somar e contar, anotar e registrar para o chamado Tesouro Espiritual, quantas e quais orações foram recitadas pelos confrades e consócias durante um determinado período. Se analisarem com critério, constatarão que muitas informações não condizem com a verdade, principalmente pelo fato dos informantes não saberem ao certo o que está sendo exigido deles.
Melhor e muito mais produtivo, seria orientar nossos vicentinos nas coisas simples do catecismo , incentivando-os na busca de uma verdadeira espiritualidade do que ficarem preocupados em contar e mensurar quantas orações e jaculatórias foram feitas.
E a Sociedade de São Vicente de Paulo faria um avanço se retirasse estas informações de seus relatórios.
Hoje, modernamente, com tantos recursos da mídia ao nosso dispor, estamos a precisar de um estudo sério do catecismo. Aliás, foi uma das recomendações de Dom José Heleno, enquanto esteve à frente de nossa Diocese de Governador Valadares. O que nos faz lembrar um procedimento de nosso patrono São Vicente de Paulo que, ao perceber que alguns padres nem mesmo sabiam conceder uma absolvição, fundou a Congregação dos Padres da Missão, para entre outras finalidades, ajudar os sacerdotes em suas tarefas e evangelização dos pobres camponeses.
Os inúmeros meios de comunicação de que dispomos , podem ajudar e muito nesta verdadeira cruzada contra o pouco conhecimento religioso de grande parte de nossa gente.
Nas reuniões de Conferências principalmente, seria oportuno retomarmos o estudo do catecismo até a título de leitura espiritual e nos encontros e reciclagens, dedicarmos alguns momentos ao reaprender a rezar.
Ou então, prepararmos nosso espírito para continuarmos a observar os mais variados e estranhos procedimentos religiosos em torno de nós. |