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O sistema de Marketing
Multinível vem se expandindo
gradativamente no Brasil e a tendência é
crescer tanto quanto nos países mais
desenvolvidos.
Novas empresas nacionais surgem todos os
dias e as companhias estrangeiras estão
de olho no Brasil como um bom território
para suas atividades, sendo que algumas
das maiores já estão operando por aqui.
Ocorre que, como em outros negócios que
aqui aportaram, as coisas começam sem a
existência de respaldo legal, ou de
instrumentos jurídicos que protejam os
envolvidos no negócio. Para se ter uma
idéia, o sistema de Franchising que
existe desde a década de 60 no Brasil,
só foi regulamentado em 1994.
Com o Marketing Multinível está
acontecendo a mesma coisa. As companhias
são criadas, ou aqui se instalam vindas
de outros países, sem que exista um
legislação específica que proteja os
interesses das empresas e os direitos
dos distribuidores.
Para se ter uma idéia da complexidade do
assunto, nos Estados Unidos, onde o
Marketing Multinível já é reconhecido
como um negócio legítimo e é
regulamentado, quando uma empresa quer
se utilizar deste tipo de
comercialização de produtos e/ou
serviços, tem que se registrar e se ater
a regras estabelecidas nos 53 Estados da
união (sendo que, normalmente, cada
Estado tem uma legislação específica, e
por vezes diferente, sobre o assunto).
Apenas para levantar a questão,
citaremos alguns aspectos que devem ser
levados em consideração pelas empresas
brasileiras, pois mais cedo ou mais
tarde teremos leis rígidas norteando a
atividade:
1 - Pagamento de comissões ou bônus pelo
simples fato de recrutar pessoas — Este
comportamento por parte das empresas
pode se enquadrar como um sistema de
pirâmide ou esquema Ponzi. Para que o
negócio se desenvolva da maneira
correta, faz-se necessário que bônus
sejam pagos SOMENTE quando bens/serviços
sejam comercializados pela rede. O
cuidado aqui é que algumas empresas
oportunistas disfarçam suas pirâmides
com algum bem ou serviço sem nenhum
valor comercial, como por exemplo
cartões de descontos, brindes,
assinaturas, cursos, web sites com a
cobrança de mensalidades ou um produto
sem valor real.
2 - Venda de kits de
cadastro a preços elevados - Os
kits de cadastro devem ser vendidos
a preço de custo aos que ingressam na
empresa. De outro modo, a empresa estará
lucrando com a simples venda de kits ,
prejudicando os que ingressam no
negócio.
3 - Produtos e/ou serviços devem ter
preços compatíveis com os de mercado -
Além deste aspecto, os produtos devem
ser de boa qualidade e não uma cortina
de fumaça para encobrir os esquemas
ilusórios. Uma dica simples
de diferenciar o marketing
multinível destas pirâmides
financeiras é saber se o produto
que está envolvido no negócio, é algo que você compraria
independente de poder ganhar
alguma coisa com isto. É um
produto que lhe traz satisfação
pelo seu uso? É um produto que
você ofereceria sem menor dúvida
para seus pais, e pessoas mais
queridas?
4 - Falsos produtos que
muitas vezes podem ser identificados
pelo tipo de alegação presentes em seus
rótulos, na propaganda e na literatura
promocional ou nas apresentações ao
público. Alguns indicadores desses
produtos fraudulentos são alegações de
"cura milagrosa" , "produto mágico" ou
de qualquer resultado sem comprovação
científica aceita. Estes produtos podem
sofrer interdição na sua comercialização
pela ANVISA.
5 - Devem ser evitadas informações
enganosas sobre os ganhos dos
distribuidores - Os ganhos devem ser
sempre uma média dos auferidos pelos
distribuidores em cada categoria e
auditados. Ganhos
de poucos distribuidores que auferem
altos rendimentos só devem ser mostrados
como exceção. Nunca como regra.
6 - Devem ser desestimuladas as compras
de grande estoque de modo a se atingir níveis
mais altos de qualificação (front loading) - Esta prática é nociva,
principalmente quando incentivada junto
a distribuidores novatos. A ênfase deve
ser no auto-consumo e venda direta dos produtos ao
consumidor final, até porque este é um
caminho de duplicação que não depende da
estocagem desnecessária de produtos.
7 - As empresas devem ter uma política
de recompra de produtos não vendidos,
pois, fatalmente, será obrigatório para
todos no futuro (como já é no exterior).
As empresas se comprometem a recomprar
até 90% do que não foi
vendido/adulterado, aplicando-se um
desconto ao preço de recompra.
8 - As empresas ou lideranças
reconhecidas devem dar treinamento
aos distribuidores - Este é um ponto
chave para o sucesso dos distribuidores
e crescimento das empresas.
Infelizmente, no Brasil isto ainda não é
um assunto tratado de forma séria pela
grande maioria das empresas.
9 - As empresas devem ter um código de
ética e conduta no que diz respeito às
atitudes de seus distribuidores - O
distribuidor, ao assinar um contrato,
deve receber uma cópia do código. Assim
a empresa poderá penalizar aqueles
distribuidores que não seguirem tal
código e, ao mesmo tempo, mostrará ao
novo distribuidor sua seriedade nesta
área. A maioria das empresas sérias no
Brasil estão associadas à Associação
Brasileira de Empresas de Vendas Diretas
(ABEVD) que rege o código de ética deste
setor.
10 - A crítica a outras empresas não deve
ser estimulada - Na intenção de atrair
novos participantes, alguns
distribuidores costumam fazer críticas a
outros sistemas de Marketing Multinível
para destacar suas oportunidades. Isto
não apenas atrapalha toda a indústria,
como fere padrões de ética nos negócios.
Antes de mais nada, pesquise como
funciona o marketing multinível através
de fontes seguras (livros, revistas e
sites especializados). Fale com
consultores que muitas vezes são citados
nestas fontes seguras. Entre em contato
com instituições e órgãos competentes,
aqui no Brasil uma boa referência é a
Associação Brasileira de Empresas de
Vendas Diretas (www.ABEVD.org.br).
Obtenha o
máximo de informações. Afinal, você
abriria um negócio próprio sem fazer as
devidas pesquisas? Entendido bem o que é
marketing multinível e separado o joio
do trigo, o passo seguinte é escolher a
empresa.
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