As Cores do Brasil
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Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos
trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três
raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que
eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco
e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro
forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores
europeus e
norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não
deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem
Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas
comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
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A Comida do Brasil
Marcelo Pimenta
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Em relação ao combate a fome creio que a discussão,
infelizmente, e espero que somente neste momento, tem sido dar dinheiro
ou cupons para as famílias de baixa renda sem passar por uma discussão
da qualidade da alimentação.
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Minha expectativa é que o assunto de transgênicos
seja tratado no ministério da agricultura. O governo do PT no RS
combateu a proliferação deste tipo de negócio e espero
que esta experiência seja praticada nacionalmente.
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Quanto a dietas não alérgicas
acho difícil o governo tomar a iniciativa de discutir, divulgar
e implantar nos programas de saúde. Por outro lado acho que será
estimulado a atuação de ONGs na execução destes
programas e talvez este seja o caminho.
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José
Luiz
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Eu também tenho receio que a fome seja apenas encarada
apenas como uma questão calórica, embora existem pessoas
que tenham deficiência calórica.
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O Brasil é um país de contrastes e existe muita
fome oculta, ou seja, fome de minerais.
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Grande parte dessa violência poderia ser evitada com
o necessário aporte de nutrientes, sem falarmos na obesidade, e
numerosos outros problemas.
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Micky
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Na minha opinião esta campanha do Brasil sem fome
deve ser feita com muito cuidado e responsabilidade.
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Não acho que dar cupons para que as pessoas troquem
por comida vai funcionar pois a grande maioria da população
menos favorecida, vai pegar estes cupons, vender para comprar outras coisas
e vai continuar sem comer. Vai ter o poder de barganha e vai continuar
com fome.
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O problema não é a falta de comida, o Brasil
tem comida para todo mundo. Não temos o problema da Somália,
da Índia, onde por fatores físicos (enchentes, seca, etc)
o povo realmente morre de inanição.
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Aqui, temos a sorte de ter um solo fértil onde cresce
qualquer coisa que se plante.
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No meu entender é preciso educar o povo para que ele
cuide de seu terreiro, para que não produza lixo e para que recicle.
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Isso vem com educação e acho que se tivermos
"patrulhas" de voluntários que se proponham a ensinar, e depois
a supervisionar para ver se o trabalho está sendo feito, ninguém
vai passar fome. Tem que haver continuidade, não só ensinar,
mas cobrar depois.
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Quantas vezes vemos crianças pedindo esmolas, a gente
oferece comida e eles não querem, querem dinheiro para dar aos pais
para que estes se embebedem e assim formem o círculo vicioso que
temos aí.
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Não temos problemas de comida, temos problemas
de educação!
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Enfim, este é o meu modo de perceber a situação
neste Brasil tão mal educado e orientado.
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Para quem está com fome, você dá um peixe
para matar sua fome naquele momento e depois o ensina a pescar, senão
ele vai continuar com fome e vai depender de você, sempre.
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