Dá para você falar um pouco dos triângulos?
O tema dos triângulos expresso nesses termos - da vida, dos atos, das uniões e do fim - é
colocado pelo Adolpho Weiss. Corresponde às casas análogas, respectivamente, aos signos
de fogo, terra, ar e água.
Associo essa idéia à atribuição que o Rudhyar fez a cada quadrante: da identidade, da vida
psíquica, das associações e da vida material. Do ponto de vista da psicologia esses nomes
são mais esclarecedores, dá para relacionar com as quatro funções psíquicas.
Sempre falo dos triângulos da vida e do fim, porque correspondem às funções em menos valia
na cultura ocidental de base científica: a intuição e o sentimento. Mas principalmente porque
o modo de vida que venceu no mundo globalizado é o da classe média da sociedade de
consumo, onde a única preocupação legitimada pela sociedade é com a vida material.
Além de me perguntarem sobre carreira, serviço e dinheiro (casas 10, 6 e 2, respectivamente
e banalizando para a perspectiva empobrecida da astrologia comum), as pessoas também
me perguntam sobre relacionamentos. Nesse segundo caso não têm tanta discrimação da
diferença entre casas 5, 7 e 8, por exemplo - relacionamentos de prazer e de compromisso -
e dá para constatar na longa conversa que é um atendimento astrológico o que se adivinha na
superfície do cotidiano: pouca gente sabe o que é sexo. Nem podia ser diferente, vendo-se a
genitalidade das propostas ditas sexuais na internet, por exemplo.
Mesmo no âmbito das casas "dos atos" tem bastante trabalho a ser feito. A casa 2 é a dos
recursos da pessoa, identificá-la com dinheiro é uma pobreza. Ninguém nasceu com dinheiro
como recurso pessoal, mas nasceu com habilidades latentes, capacidade intelectual, afetiva,
motora etc. Também a casa 6 não é a do emprego, mas a do trabalho no dia-a-dia, feito
para si mesmo inclusive, os hábitos de higiene, de auto-cuidado, de lazer... A casa 10 não é
a do status, mas a da responsabilidade assumida no lugar em que se vive etc. Até mesmo a
matéria está banalizada no nosso mundo.
Nos relacionamentos dá para mostrar que a pessoa projeta no outro parte de si mesma e
espera preenchimento externo de suas necessidades afetivas. Isso vale pra marido, amigo,
irmão, filho... E é esse um exemplo de gancho que se pode usar para mostrar a importância
das casas de identidade e das psíquicas. Quem é você e quem é o outro? O que, de você,
você vive através do outro?
E que que isso tem a ver com os triângulos?
Então, o triângulo dos atos é arroz com feijão. O das uniões, casas 7, 3 e 11 - casamento,
irmãos, amigos - permite mais discussão, porque o conceito de casamento já não se restringe
só à união legalizada mas inclui toda relação pública de compromisso. O que seja um amigo
não é consenso. Mas todo mundo tem opinião formada sobre esse triângulo.
O da vida: casas 1, 5 e 9 - identidade, criatividade (e filhos) e crença - já começa a
encrespar. Nem sempre é fácil entender o âmbito do signo solar e do ascendente na vida
pessoal. Não é pouca coisa o pre(con)ceito moral aprendido desde a placenta - se é que
não vem nos genes - de que a gente deve ser sempre o mesmo em todas as ocasiões.
Aceitar o ascendente significa aceitar o conceito de persona, o que talvez tenha sido mais
fácil numa sociedade européia tradicional, com papéis definidos. E criatividade, o que é?
Pintar um óleo sobre tela copiado de uma fotografia? Inventar um teclado ergonômico?
Hummmmmmm... Crença.... hahahahahaha! Eu quis dizer filosofia de vida, ou uma religião
adotada por escolha pessoal.
E o triângulo do fim? Tudo termina em água, o que é sinônimo de pizza para quem se ateve à
perspectiva dos triângulos anteriores. Então a casa 4 - família - diz: "teu futuro será igual ao
teu passado". A casa 8 - sexo e seu sinônimo, morte - fala que você pode projetar a sombra
em quem quiser, mas vai pagar por isso. E a casa 12 é a do inconsciente coletivo que te
arrebata para a loucura da vida mítica. Enfim, o triângulo do fim é o do inconsciente, nas suas
três formas: o histórico-familiar, o relacional que envolve a projeção das partes ainda não
integradas da nossa psique, e o coletivo.
É o mais interessante, o mais enriquecedor, porque propiciador da individuação, já que o
inconsciente compensa os excessos, a unilateralidade da opção consciente.
É onde Hermes Psicopompo, a carta 20 do tarô, aparece como o embusteiro, pregando
peças que nos obrigam a ser mais nós mesmos, mais indivíduo e menos clone.
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