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A Caminho
da Santidade Dom Emanuel Messias de Oliveira - Bispo Diocesano de Guanhães e Administrador Apostólico da Diocese de Governador Valadares Já no Primeiro Testamento no livro do Levítico 19,2 temos um mandamento: "Sejam santos, porque eu, Javé, o Deus de vocês, sou santo". Isto foi retomado por Jesus em Mt 5,48 nestes termos: "Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu". A palavra "perfeitos" aponta para o vocabulário legista judaico. A versão de São Lucas é mais bonita, pois define Deus com o termo misericordioso "(cf. Lc 6,36). Talvez seja essa a expressão original de Jesus. Na 1Pd 1,15 vemos o texto de Lv 19,2 retomado em termos de santidade:" Pelo contrário, assim como é santo é santo o Deus que os chamou, também vocês tornem-se santos em todo o comportamento, porque a Escritura diz: "Sejam santos, porque eu sou santo". Tudo isso é só para dizermos que somos chamados à santidade, à perfeição, à misericórdia. Quer dizer, o nosso o coração de vocacionados pelo batismo deve espelhar o coração de Deus eis o grande desafio do cristão, sobretudo do consagrado (a), do religioso (a) e do sacerdote. Na verdade a graça de Deus nos diviniza, nos faz filhos no Filho. Divinizar-se significa tornar-se Deus com letra maiúscula. Com letra minúscula significaria ídolo. É com letra maiúscula sim, só que a graça nos torna "Deus" por participação; o batismo nos torna filhos por adoção. Há é verdade, uma diferença entre Jesus que é Filho por natureza e nós que somos filhos por doação. Jesus é de natureza divina, nós divinizados pela graça, somos filhos por doação, somos "Deus" por participação da sua divindade. Nós não ocupamos o lugar de Deus, mas Deus ocupa o nosso lugar. Com a graça de Deus nós nos tornamos templos de Espírito Santo que está em nós (cf. 1 Cor 6,19). "O próprio Espírito se junta ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de Deus". (Rm 8,16). Celebramos neste 03 de Junho a Festa de Pentecostes. Celebrar o Pentecostes é reconhecer a presença do Espírito Santo em nós. A minha preocupação é que estou percebendo nos cristãos e até em consagrados uma displicência na busca da santidade, no respeito pela novidade cristã de sermos divinizados pela graça. Muitas vezes nos comportamos com irreverência em relação ao irmão que também é filho de Deus, em relação a nós mesmos, sem um esforço maior para acertar, para trilhar o ideal cristão e com relação a Deus com descuido nas nossas orações, omitindo-as ou rezando-as sem unção, sem piedade, sem temor ou reverência ao Pai santo e misericordioso. Acostumamos com nossas fragilidades e defeitos, com o humano em nós que nos faz perecíveis e esquecemos do divino em nós que nos torna eternos. Descuidar da santidade, da misericórdia, do nosso ideal cristão é um pecado, um contratestemunho. O século XXI exige de nós um testemunho mais autêntico. Ajude-nos na nossa caminhada para a santidade esta exortação do Apóstolo Paulo: "Façam tudo sem murmurações e sem críticas, para serem inocentes e íntegros como perfeitos filhos de Deus que vivem no meio de gente pecadora e corrompida, onde vocês brilham como astros no mundo, apegando-se firmemente à Palavra da vida" (Fl 2,14). |
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