De que, afinal de contas, depende a nossa felicidade? O que será que nos realiza enquanto seres humanos e nos dá sentido para a vida? Estas são perguntas fundamentais que nos levam a encarar os fundamentos de nossa vida. Ou seja, será que os valores que orientam a nossa vida e a nossa sociedade realmente nos dão a possibilidade de sermos mais felizes?

Pense nos momentos de maior felicidade e alegria de sua vida. Que momentos são estes? Você esteve só ou em momentos sociais, com um grupo de amigos, família etc.? Ora, normalmente os nossos momentos de maior felicidade acontecem quando não estamos sozinhos, quando alguém compartilha e quando podemos compartilhar a nossa felicidade com alguém. Precisamos das outras pessoas para também podermos nos sentir pessoas humanas. Construímos nossos objetivos, idéias e sonhos em sociedade, junto com outras pessoas. A sociedade capitalista em que vivemos, no entanto, nos quer fazer pensar que não precisamos dos outros para sermos felizes, que a felicidade ou tristeza das outras pessoas não influencia na nossa.

Se a nossa felicidade é algo que é construído socialmente, então é fundamental que todos nós tenhamos algum espaço de participação social, que não vivamos isolados. Existem muitas pesquisas que revelam que as pessoas mais solitárias são as mais violentas e as mais deprimidas.

Participar de alguma forma de comunidade, seja ela esportiva, cultural, política, econômica etc... é algo fundamental para que tenhamos uma vida melhor. Se a nossa sociedade não incentiva estes valores é porque para ela não interessam estes valores, pois ela quer nos fazer pensar que a aquisição de bens materiais e a competição é que nos levam à felicidade.

Além disso, ao não haver participação, as pessoas não sabem o que acontece na sociedade, e os concentradores de poder e de riqueza continuam vivendo à custa da pobreza da população.

A participação exige diversas coisas. Por exemplo, ao participarmos de algo que temos de admitir que não somos os donos da verdade, todos podem participar, dar idéias, sugestões e ajudar a decidir. Pensando juntos, sempre surgem melhores idéias, sugestões e ajudar a decidir.

Pensando juntos, sempre surgem melhores idéias do que quando pensamos sozinhos. Outra coisa: não se pode discriminar ninguém, pois é importante que todos possam se sentir gente, independente do seu nível econômico ou social. E, por fim, não há participação quando não temos poder real de decisão. Participação de "faz de conta" não se pode aceitar!