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por isso canta! dança! grita!
Cults,
cafonas, ciganos, rapazes latino-americanos... O panorama musical versão
1999 é uma grande salada, cujos ingredientes são artistas
que faziam sucesso há quinze ou vinte anos. Os mais cabalísticos
certamente irão atribuir este revival ao fim do século
ou do milênio. Bobagem! Novos tempos pedem novas músicas,
ora bolas! Outros vão dizer que é porque a música
atual é pobre, vulgar, de baixa qualidade, e que música boa
é música velha. Bom, estes devem esperar até ver de
quem estamos falando...
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Guitarra em punho, começou a ter aulas frequentes e foi ganhando um estilo próprio. Audacioso, formou uma banda aos 15 anos, chamada Kid Jonny Lang and The Big Band. Chegaram a lançar um disco. Em 1997 resolveu acabar com a banda e se lançar sozinho, gravando seu primeiro cd chamado Lie To Me. Jonny tinha então 16 anos. Mas para quem ouve o cd fica a impressão de estar ouvindo alguém muito experiente cantando e tocando. O disco é blues pra ninguém botar defeito, e blues dos bons, com uma pitada na dose certa de pop. Pra quem pensa que é pouco, o rapaz já ganhou elogios de mestres como Eric Clapton e B.B. King, além de ter sido muito bem recebido pela crítica em geral. Seu segundo trabalho, Wander This World consegue ser ainda mais impressionante, pela maturidade e qualidade de todo o cd. Do início ao fim, é um trabalho completo, perfeito para quem tem só 18 anos. É o típico caso de alguém que nasceu com o dom da música, que tem o melhor que a música pode dar no sangue. E isto é algo que Jonny Lang definitivamente tem. Para quem teve a oportunidade recente de ver ao vivo ou pela TV seu show no Free Jazz, pode sentir que ali no palco estava alguém que tocava com a alma, com o coração. Difícil não se emocionar com as bélíssimas Breakin´me e Walking Away, só para citar algumas pérolas que Jonny apresentou com um talento realmente fora do comum. Isto sem falar em seus solos de guitarra que com certeza foram um show a parte. O público, no inicio meio desconfiado com aquele garoto recém saído das fraldas, acabou se deixando levar pelo seu talento e carisma. E seu show acabou sendo considerado um dos melhores do festival por crítica e público. Este último que no final já não se continha e pedia bis quando Jonny deixava o palco ao final do show. Óbvio que ele acabou voltando, nem o próprio acreditando em tamanho fascínio que havia exercido naquelas pessoas. Um deleite para amantes da boa musica e uma prova concreta de que nem sempre idade é documento. No caso de Jonny, ele trouxe do berço aquilo que para quem o assistia era pura magia, magia que fazia da sua guitarra uma extensão de seu próprio corpo. Um talento raro, uma benção para poucos e que Jonny soube aproveitar como ninguém. |
Algum tempo depois, o mundo foi invadido por esta pirralha com a dançante Baby One More Time, que desbancou muito gente boa dos primeiros lugares das paradas de singles. O sucesso se confirmou e a moça emplacou mais um hit: Sometimes, uma balada daquelas que fica no ouvido da gente o dia inteiro. E agora acaba de lançar seu terceiro single, You Drive Me Crazy, uma das melhores faixas, com um vídeoclip contagiante, talvez também o melhor dos três que rolam nas MTV's da vida. O cd todo é muito bem produzido, com uma curiosidade: o produtor é Max Martin, o mesmo dos garotos do Backstreet Boys. Mas pra quem já viu as apresentações de Britney ao vivo, já percebeu que ela ainda tem muito o que aprender. Sua voz é ótima, o cd é uma boa surpresa mas ao vivo ela deixa muito a desejar. Pra quem está acostumado a vê-la em vídeo clips fica a sensação de que falta alguma coisa... Tudo bem, nem tudo é perfeito. O cd vale ser ouvido. Se a jovem promissora veio pra ficar é cedo ainda pra dizer. Talento ela tem, boa voz também, além da excelente produção. Só que todo artista precisa mostar que pode se manter sem todo este aparato. Cabe a Britney se esforçar um pouquinho mais para não ficar restrita apenas a sucessos de estúdio e vídeoclips bem produzidos. |
Desde 1996 sem entrar em estúdio (pois Deconstructed nem
dá para contar como um trabalho destes ingleses), o Bush volta à
ativa no mesmo estilo que o consagrou, porém, um pouco menos agressivo.
Science of Things, o álbum lançado mundialmente no
dia 26 de outubro passado, mostra que esta folga rendeu bons frutos.
Quem acompanhou o Woodstoock 99 já teve uma idéia do que seria este novo trabalho. The Chemicals between us (o primeiro single), 40 Miles from the Sun e Warm Machine fizeram parte do repertório da banda. As três são, sem dúvida, as melhores faixas. Letras confusas, porém expressivas, guitarras arrastadas e a bela voz de Rossdale são a marca registrada e dão aquela sensação de entorpecência. Destaque ainda para Mindchanger e Altered States. Se você der uma olhadinha nos créditos, verá que Gwen Stefani, vocalista do No Doubt e namorada de Gavin Rossdale, faz o backing em Spacetravel. Dispensável. Tirando isto, o álbum é interessante tanto para os fãs, quanto marinheiros de primeira viagem. Não é o melhor trabalho do Bush, passa longe dos dois primeiros álbuns, mas vale a pena ser conferido, nem que seja para discordar. |